Estudando o Espiritismo

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sábado, 24 de setembro de 2016

A reencarnação fortalece os laços de família - links

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-4-ninguem-pode-ver-o-reino-de-deus-se-nao-nascer-de-novo/os-lacos-de-familia-sao-fortalecidos-pela-reencarnacao-e-rompidos-pela-unicidade-da-existencia/

http://www.authorstream.com/Presentation/igmateus-1767177-reencarna-fam-lia/

https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=10&ved=0ahUKEwiAzZDtlajPAhUJFZAKHewwCpEQFghOMAk&url=http%3A%2F%2Fwww.forumespirita.net%2Ffe%2Festudos-mensais%2Ffamilia-35256%2F%3Faction%3Ddlattach%3Battach%3D35498&usg=AFQjCNEB-V_WhmYN_1eY-7LtbNeooaA-iQ&sig2=ANvZnEX5A_DCAQtOgAcy2w&bvm=bv.133700528,d.Y2I&cad=rja


Laços de família.

Estudo Espírita

Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Tema: Laços de família.

LE questões 773 a 775.

Expositor: Deise Bianchini

Amambai-MS
15/04/2006

 Exposição:

Boa noite queridos amigos. Nosso estudo de hoje corresponde às questões 773 a 775 de "O Livro dos Espíritos"  - CAPÍTULO VII - Da lei de sociedade - Laços de família

Vamos ver as questões.

773. Por que é que, entre os animais, os pais e os filhos deixam de reconhecer-se, desde que estes não mais precisam de cuidados?

“Os animais vivem vida material e não vida moral. A ternura da mãe pelos filhos
tem por princípio o instinto de conservação dos seres que ela deu à luz. Logo que esses
seres podem cuidar de si mesmos, está ela com a sua tarefa concluída; nada mais lhe exige a Natureza. Por isso é que os abandona, a fim de se ocupar com os recém-vindos.”

774. Há pessoas que, do fato de os animais ao cabo de certo tempo abandonarem suas crias, deduzem não serem os laços de família, entre os homens, mais do que resultado dos costumes sociais e não efeito de uma lei da Natureza. Que devemos pensar a esse respeito?

“Diverso do dos animais é o destino do homem. Por que, então, quererem identificá-lo com estes? Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza.Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.” (205)

775. Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?

“Uma recrudescência do egoísmo.”

A necessidade de progresso, citada na questão 774, é um dos fundamentos da reencarnação, partindo-se do princípio da justiça Divina, que nos criou simples e ignorantes, e na revelação de que todos os Espíritos tendem à perfeição e Deus lhes faculta os meios para alcançá-la, proporcionando as provações da vida corporal, onde a família é nosso cadinho redentor, onde temos oportunidade de reencontro com as pessoas com as quais contraímos débitos.

Como diz nosso texto na questão 774:
 “Há no homem alguma coisa mais, além das necessidades físicas: há a necessidade de progredir. Os laços sociais são necessários ao progresso e os de família mais apertados tornam os primeiros. Eis por que os segundos constituem uma lei da Natureza. Quis Deus que, por essa forma, os homens aprendessem a amar-se como irmãos.”

Por acreditarmos, como espíritas, na reencarnação vemos que os laços de família não são apenas carnais, as pessoas são solidárias com um passado e com um futuro e, como as suas relações se perpetuam, tanto no mundo espiritual como no corporal, a fraternidade tem por base as próprias leis da natureza; o bem tem um objetivo e o mal conseqüências inevitáveis.

Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", cap. IV, os espíritos nos dizem:

 A reencarnação fortalece os laços de família, ao passo que a unicidade da existência os rompe.

18. Os laços de família não sofrem destruição alguma com a reencarnação, como o
pensam certas pessoas. Ao contrário, tornam-se mais fortalecidos e apertados. O princípio oposto, sim, os destrói. No espaço, os Espíritos formam grupos ou famílias entrelaçados pela afeição, pela simpatia e pela semelhança das inclinações. Ditosos por se encontrarem juntos, esses Espíritos se buscam uns aos outros. A encarnação apenas momentaneamente os separa, porquanto, ao regressarem à erraticidade, novamente se reúnem como amigos que voltam de uma viagem. Muitas vezes, até, uns seguem a outros na encarnação, vindo aqui reunir-se numa mesma família, ou num mesmo círculo, a fim de trabalharem juntos pelo seu mútuo adiantamento. Se uns encarnam e outros não, nem por isso deixam de estar unidos pelo pensamento. Os que se conservam livres velam pelos que se acham em cativeiro. Os mais adiantados se esforçam por fazer que os retardatários progridam. Após cada existência, todos têm avançado um passo na senda do aperfeiçoamento.
Cada vez menos presos à matéria, mais viva se lhes torna a afeição recíproca, pela razão mesma de que, mais depurada, não tem a perturbá-la o egoísmo, nem as sombras das paixões.
Podem, portanto, percorrer, assim, ilimitado número de existências corpóreas, sem que nenhum golpe receba a mútua estima que os liga.
Está bem visto que aqui se trata de afeição real, de alma a alma, única que sobrevive à destruição do corpo, porquanto os seres que neste mundo se unem apenas pelos sentidos nenhum motivo têm para se procurarem no mundo dos Espíritos. Duráveis somente o são as afeições espirituais; as de natureza carnal se extinguem com a causa que lhes deu origem.
Ora, semelhante causa não subsiste no mundo dos Espíritos, enquanto a alma existe sempre.
No que concerne às pessoas que se unem exclusivamente por motivo de interesse, essas nada realmente são umas para as outras: a morte as separa na Terra e no céu.

19. A união e a afeição que existem entre pessoas parentes são um índice da simpatia anterior que as aproximou, Daí vem que, falando-se de alguém cujo caráter, gostos e pendores nenhuma semelhança apresentam com os dos seus parentes mais próximos, se costuma dizer que ela não é da família. Dizendo-se isso, enuncia-se uma verdade mais profunda do que se supõe. Deus permite que, nas famílias, ocorram essas encarnações de Espíritos antipáticos ou estranhos, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e, para outros, de meio de progresso. Assim, os maus se melhoram pouco a pouco, ao contacto dos bons e por efeito dos cuidados que se lhes dispensam. O caráter deles se abranda, seus costumes se apuram, as antipatias se esvaem. E desse modo que se opera a fusão das diferentes categorias de Espíritos, como se dá na Terra com as raças e os povos.

23. Em resumo, quatro alternativas se apresentam ao homem, para o seu futuro de além-túmulo: 1ª, o nada, de acordo com a doutrina materialista; 2ª, a absorção no todo universal, de acordo com a doutrina panteísta; 3ª, a individualidade, com fixação definitiva da sorte, segundo a doutrina da Igreja; 4ª, a individualidade, com progressão indefinida, conforme a Doutrina Espírita. Segundo as duas primeiras, os laços de família se rompem por ocasião da morte e nenhuma esperança resta às almas de se encontrarem futuramente. Com a terceira, há para elas a possibilidade de se tornarem a ver, desde que sigam para a mesma região, que tanto pode ser o inferno como o paraíso. Com a pluralidade das existências, inseparável da progressão gradativa, há a certeza na continuidade das relações entre os que se amaram, e é isso o que constitui a verdadeira família.

Terminaremos com o exposto em “Obras Póstumas”


 “ Outro tanto se verifica hoje com relação às leis que o estudo do Espiritismo dá a conhecer. Podem aplicar-se, sem medo de errar, as leis que regem o indivíduo à família, à nação, às raças, ao conjunto dos habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Há as faltas do indivíduo, as da família, as da nação; e cada uma, qualquer que seja o seu caráter, se expia em virtude da mesma lei. O algoz, relativamente à sua vítima, quer indo a encontrar-se em sua presença no espaço, quer vivendo em contacto com ela numa ou em muitas existências sucessivas, até à reparação do mal praticado. O mesmo sucede quando se trata de crimes cometidos solidariamente por um certo número de pessoas. As expiações também são solidárias o que não suprime a expiação simultânea das faltas individuais.
Três caracteres há em todo homem: o do indivíduo, do ser em si mesmo; o de membro da família e, finalmente, o de cidadão. Sob cada uma dessas três faces pode ele ser criminoso e virtuoso, isto é, pode ser virtuoso como pai de família, ao mesmo tempo que criminoso como cidadão e reciprocamente. Daí as situações especiais que para si cria nas suas sucessivas existências.
Salvo alguma exceção, pode-se admitir como regra geral que todos aqueles que numa existência vêm a estar reunidos por uma tarefa comum já viveram juntos para trabalhar com o mesmo objetivo e ainda reunidos se acharão no futuro, até que hajam atingido a meta, isto é, expiado o passado, ou desempenhado a missão que aceitaram.
Graças ao Espiritismo, compreendeis agora a justiça das provações que não decorrem dos atos da vida presente, porque reconheceis que elas são o resgate das dívidas do passado. Por que não haveria de ser assim com relação às provas coletivas? Dizeis que os infortúnios de ordem geral alcançam assim o inocente, como o culpado; mas, não sabeis que o inocente de hoje pode ser o culpado de ontem? Quer ele seja atingido individualmente, quer coletivamente, é que o mereceu. Depois, como já o dissemos, há as faltas do indivíduo e as do cidadão; a expiação de umas não isenta da expiação das outras, pois que toda dívida tem que ser paga até à última moeda. “



“Convidar os pobres e estropiados”

Os ensinamentos de “Convidar os pobres e estropiados” – redação de Espiritismo, Luz, Caridade e Amor*
Posted on August 15, 2013 by luzcaridadeamor
paoOs ensinos de Jesus são o Amor. O amor que em suas diversas nuances recebe vários apelidos, sendo um deles a caridade. Que é o amor ao nosso próximo, servindo-o naturalmente, seja quem for, não dando asas ao nosso orgulho , fazer o bem da maneira que pudermos.

É indispensável que nos lembremos que todos os ensinamentos dizem respeito a nós, espíritos. Jesus nos ensina isto de reencarnação em reencarnação, buscando a sabedoria que é a chave para a felicidade. Assim, demonstra-nos a necessidade de partilhar com os necessitados do banquete espiritual. Nesta passagem o cego a que ele se refere é o que não “enxerga” a finalidade superior da vida, apegando-se a bens materiais, por não ter “olhos de ver”. O coxo e o paralítico são os que ainda não conseguem se locomover em direção à educação integral.
E os pobres?Esses mendigam o conhecimento do espírito. Buscam pelas reencarnações o alimento da alma, necessitando para que não sucumbam mais uma vez.O irmão, o amigo, o parente o vizinho e os ricos, já partilharam do banquete espiritual, já estão saciados pelo conhecimento.

Que vantagem faremos ao convidá-los para a “festa” em que se resume todo encontro com as verdades eternas. Daqui tiramos a seguinte lição, todo o serviço no bem deve ser feito sem esperar recompensa nem retribuição. Fazer o bem pelo bem. O reino de Deus é o reino dos valores espirituais, onde predomina o “tesouro que o ladrão não rouba, a traça que não corrói, a ferrugem não consome”. Estes ensinamentos para o cotidiano, faz nos lembrar de combater o nosso orgulho e vaidade. Por isso, Jesus nos aconselhou a amar os nossos semelhantes exercitando a caridade em nossa caminhada evolutiva em direção a perfeição e a felicidade. Devemos fazer o bem sempre, sem exigir ou esperar nada em troca.

*Texto explicativo sobre o capítulo XIII do Evangelho Segundo o Espiritismo, trecho “Convidar os pobres e estropiados“.

QUEM DEVEMOS CONVIDAR PARA NOSSA FESTA?

QUEM DEVEMOS CONVIDAR PARA NOSSA FESTA?



Jesus disse aos que o tinha convidado: Quando deres algum jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás bem-aventurado, porque esses não tem com que te retribuir, mas ser-te-á isso retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido estas coisas, um dos que estavam à mesa disse para Jesus: Bem-aventurado o que comer o pão no Reino de Deus. (Lucas, XIV: 12-15).

“Quando fizeres um banquete, disse Jesus, não convides os teus amigos, mas os pobres e os estropiados”. Essas palavras, absurdas, se as tomarmos ao pé da letra, são sublimes, quando procuramos entender-lhes o espírito. Jesus não poderia ter querido dizer que, em lugar dos amigos, fosse necessário reunir à mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada, e para os homens incapazes de compreender os tons mais delicados do pensamento, precisava usar de imagem fortes, que produzissem o efeito de cores berrantes. O fundo de seu pensamento se revela por estas palavras: “E serás bem-aventurado, porque esses não têm com o que te retribuir”. O que vale dizer que não se deve fazer o bem com vistas à retribuição, mas pelo simples prazer de fazê-lo. Para tornar clara a comparação, disse: convida os pobres para o teu banquete, pois sabes que eles não podem te retribuir. E por banquete é necessário entender, não propriamente a refeição, mas a participação na abundância de que desfrutas.

Essas palavras podem também ser aplicadas em sentido mais literal. Quantos só convidam para a sua mesa os que podem, como dizem, honrá-los ou retribuir-lhes o convite. Outros, pelo contrário ficam satisfeitos de receber parentes ou amigos menos afortunados, que todos possuem. Essa é por vezes a maneira de ajudá-los disfarçadamente. Esses, sem ir buscar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e se sabem disfarçar o benefício com sincera cordialidade.

A - Conclusão:
O convite à participação nos bens de que desfrutamos deve ser inspirado na mais pura fraternidade. Se for motivado pelo desejo de retribuição é mero comércio e demonstração de orgulho e vaidade.

B - Questões para estudo:

1 - Quem são os pobres e estropiados referidos no texto?
São os nossos irmãos mais necessitamos, que não têm condições de retribuir o nosso convite, a nossa doação, a nossa visita, enfim, as nossas atenções.
"E sereis ditosos por não terem eles meios de vô-lo retribuir..."

2 - Como deve ser a atitude do cristão, quando auxilia o irmão necessitado?
Fraterna e discreta, movida pelo sentimento da verdadeira caridade, que nos manda fazer o bem tão somente pelo prazer de o praticar, sem esperar retribuição alguma.

"... praticam a máxima de Jesus se o fazem por benevolência, sem ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade."

3 - Como exercitar esta lição em nossa vivência diária?
Convidando para nossa mesa os irmãos, amigos e parentes menos felizes, e atendendo-os fraternalmente em suas necessidades, ao invés de buscarmos apenas o convívio daqueles que nos podem beneficiar com a retribuição de nossos favores.
Encontramos os pobres e os estropiados no seio de nossa própria família.

Convidar os pobres e os estropiados - dar sem esperar retribuição

Convidar os pobres e os
estropiados - dar sem esperar
retribuição
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A - Texto de Apoio:

Disse também àquele que o convidara: Quando derdes um jantar ou uma ceia, não convideis nem os vossos amigos, nem os vossos irmãos, nem os vossos parentes, nem os vossos vizinhos que forem ricos, para que em seguida não vos convidem a seu turno e assim retribuam o que de vós receberam. - Quando derdes um festim, convidai para ele os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. - E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir, pois isso será retribuído na ressurreição dos justos.
Um dos que se achavam à mesa, ouvindo essas palavras, disse-lhe: Feliz do que comer do pão no reino de Deus! (S. LUCAS, cap. XIV, vv. 12 a 15.)

"Quando derdes um festim, disse Jesus, não convideis para ele os vossos amigos, mas os pobres e os estropiados." Estas palavras, absurdas, se tomadas ao pé da letra, são sublimes, se lhes buscarmos o espírito. Não é possível que Jesus haja pretendido que, em vez de seus amigos, alguém reúna à sua mesa os mendigos da rua. Sua linguagem era quase sempre figurada e, para os homens incapazes de apanhar os delicados matizes do pensamento, precisava servir-se de imagens fortes, que produzissem o efeito de um colorido vivo. O âmago do seu pensamento se revela nesta proposição: "E sereis ditosos por não terem eles meios de vo-lo retribuir." Quer dizer que não se deve fazer o bem tendo em vista uma retribuição, mas tão-só pelo prazer de o praticar. Usando de uma comparação vibrante, disse: Convidai para os vossos festins os pobres, pois sabeis que eles nada vos podem retribuir. Por festins deveis entender, não os repastos propriamente ditos, mas a participação na abundância de que desfrutais.

Todavia, aquela advertência também pode ser aplicada em sentido mais literal. Quantos não convidam para suas mesas apenas os que podem, como eles dizem, fazer-lhes honra, ou, a seu turno, convidá-los! Outros, ao contrário, encontram satisfação em receber os parentes e amigos menos felizes. Ora, quem não os conta entre os seus? Dessa forma, grande serviço, às vezes, se lhes presta, sem que o pareça. Aqueles, sem irem recrutar os cegos e os estropiados, praticam a máxima de Jesus, se o fazem por benevolência, sem ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade.

B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Quem são os pobres e estropiados referidos no texto?

2 - Como deve ser a atitude do cristão, quando auxilia o irmão necessitado?

3 - Como exercitar esta lição em nossa vivência diária?

Convidar os pobres e os estropiados - dar sem esperar retribuição - Conclusão Voltar ao estudo

Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE079b - Cap. XIII - Itens 7 e 8
Tema: Convidar os pobres e os
estropiados - dar sem esperar
retribuição
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A - Conclusão do Estudo:

O convite à participação nos bens de que desfrutamos deve ser inspirado na mais pura fraternidade. Se for motivado pelo desejo de retribuição é mero comércio e demonstração de orgulho e vaidade.
B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Quem são os pobres e estropiados referidos no texto?

São os nossos irmãos mais necessitamos, que não têm condições de retribuir o nosso convite, a nossa doação, a nossa visita, enfim, as nossas atenções.

"E sereis ditosos por não terem eles meios de vô-lo retribuir..."

2 - Como deve ser a atitude do cristão, quando auxilia o irmão necessitado?

Fraterna e discreta, movida pelo sentimento da verdadeira caridade, que nos manda fazer o bem tão somente pelo prazer de o praticar, sem esperar retribuição alguma.

"... praticam a máxima de Jesus se o fazem por benevolência, sem ostentação, e sabem dissimular o benefício, por meio de uma sincera cordialidade."

3 - Como exercitar esta lição em nossa vivência diária?

Convidando para nossa mesa os irmãos, amigos e parentes menos felizes, e atendendo-os fraternalmente em suas necessidades, ao invés de buscarmos apenas o convívio daqueles que nos podem beneficiar com a retribuição de nossos favores.

Encontramos os pobres e os estropiados no seio de nossa própria família.

Convidar os pobres e estropiados - links

http://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=484


“ CONVIDAR OS POBRES E OS ESTROPIADOS. – DAR SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO.”

ESTUDO ESPÍRITA


PROMOVIDO PELO IRC-ESPIRITISMO
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CENTRO ESPÍRITA LÉON DENIS
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TEMA:“ CONVIDAR OS POBRES E OS ESTROPIADOS. – DAR SEM ESPERAR RETRIBUIÇÃO.”

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO – CAPÍTULO XIII, ITENS 7 E 8.

EXPOSITORA: NARA COELHO

 JUIZ DE FORA
 12/03/2003

Dirigente do Estudo:


Rosângela Pertille


Mensagem Introdutória:


PRECE DO PÃO

      Senhor!
      Entre aqueles que te pedem proteção, estou eu também, servo humilde a quem mandaste extinguir o flagelo da fome.
      Partilhando o movimento daqueles que te servem, fiz hoje igualmente o meu giro.
      Vi-me freqüentemente detido, em lares faustosos, cooperando nas alegrias da mesa farta, mas vi pobres mulheres que me estendiam, debalde, as mãos!...
      Vi crianças esquálidas que me olhavam ansiosas, como se estivessem fitando um tesouro perdido.
      Encontrei homens tristes, transpirando suor, que me contemplavam, agoniados, rogando, em silêncio, para que lhes socorresse os filhinhos largados ao extremo infortúnio...
      Escutei doentes que não precisavam tanto de remédio, mas de mim, para que pudessem atender ao estômago torturado!..
      Vi a penúria cansada de pranto e reparei, em muitos corações desvalidos, mudo desespero por minha causa.
      Entretanto, Senhor, quase sempre estou encarcerado por aquelas mesmas criaturas que te dizem honrar.
      Falam em teu nome, confortadas e distraídas na moldura do supérfluo, esquecendo que caminhaste, no mundo, sem reter uma pedra em que repousar a cabeça.
      Elogiam-te a bondade e exaltam-te a glória, sem perceberem, junto delas, seus próprios irmãos fatigados e desnutridos. E, muitas vezes, depois de formosas dissertações em torno de teus ensinos, aprisionam-me em gavetas e armários, quando não me trancam sob a tela colorida de vitrinas custosas ou no recinto escuro dos armazéns.
      Ensina-lhes, Senhor, nas lições da caridade, a dividir-me por amor, para que eu não seja motivo à delinqüência.
      E, se possível, multiplica-me, por misericórdia, outra vez, a fim de que eu possa aliviar todos os famintos da Terra, porque, um dia,
      Senhor, quando ensinavas o homem a orar, incluíste-me entre as necessidades mais justas da vida, suplicando também a Deus:
      - "O pão nosso de cada dia dai-nos hoje."
 Meimei
 Do Livro: O Espírito da Verdade
 Psicografia: Francisco Cândido Xavier
 Editora: FEB


Oração Inicial:


<Ioio> Senhor Jesus, bom e amado Mestre, aqui estamos mais uma vez, para podermos aprender um pouco mais sobre Sua Boa Nova. Ampara os companheiros aqui presentes para que possamos estudar com a amiga Nara. Abençoe-a para que ela oriente nossas mentes e corações para a senda do progresso. Assim em Seu nome, dos amigos espirituais, que possamos dar por iniciada o estudo da noite de hoje. Fica conosco, agora e sempre!
      Graças a Deus!


Exposição:


<Nara_Coelho> Boa noite queridos amigos!
      Que Jesus nos abençoe em mais esta oportunidade de conversar sobre as lições que Ele nos deixou como guia para que possamos encontrar a felicidade.
      O tema de hoje é "Convidar os pobres e estropiados".
Na verdade, este é um desdobramento do tema central dos ensinos de Jesus que é o Amor.
      O amor que em suas diversas nuances recebe vários apelidos, sendo um deles a caridade, que é tratada por Kardec, no cap.XIII do Evangelho Segundo o Espiritismo.  Ali o Mestre de Lyon aproxima-nos do que precisamos saber e que até então estava envolto nas nuvens do obscurantismo clerical.
      Simplesmente fazer a caridade, que é o amor ao nosso próximo, servindo-o naturalmente, seja quem for, não dando asas ao nosso orgulho para não humilha-lo; perceber o quanto necessitamos uns dos outros e desta maneira valorizar as nossas ações coroando-as com o objetivo superior de fazer o bem da maneira que pudermos.
      E Jesus nos ensina: "Quando deres algum jantar ou alguma ceia, não chames nem teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos que forem ricos, para que não te aconteça que também eles te convidem à sua vez, e te paguem com isso; mas quando deres algum banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos; e serás bem-aventurado porque esses não têm com que te retribuir, mas ser-te-á isto retribuído na ressurreição dos justos. Tendo ouvido estas coisas, um dos que estavam a mesa disse para Jesus: "Bem-aventurado o que comer o pão no Reino de Deus." (Lucas, XIV:12-15)
      É indispensável que nos lembremos que todos os ensinos do Mestre dizem respeito a nós, espíritos. Jesus não fala apenas para quem tem a vida circunscrita entre o berço e o túmulo. Ele ensina para quem atravessa a eternidade, de reencarnação em reencarnação, buscando a sabedoria que é a chancela para a felicidade. Assim, demonstra-nos a necessidade de partilhar com os necessitados de todos os matizes do banquete espiritual que já conseguimos merecer.
      O alimento da alma, (Eu sou o pão da vida) a água pura e cristalina que nos dessedenta eternamente e que vem do conhecimento da verdade que Ele nos trouxe.
      O cego a que ele se refere é o que não "enxerga" a finalidade superior da vida, apegando-se ao materialismo descontrolado, por não ter "olhos de ver". O coxo e o paralítico são os que ainda não conseguem se locomover em direção à educação integral. "Marcam passo" nas esquinas da vida necessitando de mão amiga que os sustentem na caminhada.
      E os pobres?
      Ah! Esses mendigam o conhecimento do espírito. Morrem de fome! Buscam pelas reencarnações o alimento da alma, necessitando de quem o doe para que não sucumba mais uma vez.
      O irmão, o amigo, o parente o vizinho, os ricos, todos já partilharam do banquete espiritual, já estão saciados pelo conhecimento.
      Que vantagem faremos ao convida-los para a "festa" em que se resume todo encontro com as verdades eternas, da qual eles já fazem parte?  Eles se sentirão na obrigação de nos manter entre seus convidados, causando-lhes até constrangimento.
      E daqui tiramos mais uma bela lição. Todo serviço no bem deve ser feito sem esperar recompensa nem retribuição. Fazer o bem pelo bem, deve ser o nosso lema, para que o bem se fixe em torno dos nossos passos. Não é do bem que precisamos?
      Então é nele que devemos investir. Por isto a expressão "Bem-aventurado o que comer pão no reino de Deus".  O reino de Deus é o Reino dos valores espirituais, onde predomina o "tesouro que o ladrão não rouba, a traça não corrói, a ferrugem não consome".
      Quem ali come o pão, sacia-se com o entendimento superior da vida, com o alimento eterno trazido pelo conhecimento do Evangelho de Jesus, o "Pão" da vida. Enquanto que os pobres e os estropiados nada têm a nos oferecer.
      Trazendo estes ensinos para o cotidiano, no seu entendimento mais literal, podemos nos lembrar de combater o nosso orgulho e vaidade.
      Tantas vezes fazemos pouco caso de velhos conhecidos, mas que, por sua precária posição social, pensamos não serem dignos de se sentarem a nossa mesa de refeição, de partilhar de nossas festas de aniversário, formatura, casamento. Preferimos aquele outro nem tão honesto mas que tem alguma popularidade, só porque queremos fazer parte de seu círculo de amigos e ser convidados para a próxima festa.
      Tantas vezes os espíritos nos alertam para o fato de que almas luminosas habitam corpos humildes na Terra, escondidos das turbulências da vida social para progredirem em paz.
      Até quando perdermos tempo com tais cometimentos?
Os ensinos de Jesus, enfocados neste capítulo do Evangelho são de uma riqueza maravilhosa e muito oportunos para os dias em estamos vivendo, quando a futilidade pontifica, marcando a nossa contemporaneidade com cenas tristes, permitindo a vitória da iniqüidade, dando vazão a uma inversão de valores que tem causando grandes problemas a nossa sociedade.
      Cabe-nos a nós, espíritas, por tudo que temos recebido, cerrar fileiras na busca dos valores da alma, transmitindo-os pelo exemplo a todos quanto partilham do nosso círculo de relação.
      E, assim, firmando-os como sustentáculo das ações individuais, partir para a formação de uma sociedade mais feliz, porque mais justa, quando já não haverá mais pobres e estropiados; nem do corpo nem da alma.


Perguntas/Respostas:


[01] <Rafaielo> Entre os aparentemente felizes, existem também os estropiados da alma. Como identificá-los e socorrê-los?

<Nara_Coelho> Certamente, eles se darão a conhecer. Para tanto, basta que tenhamos um contato fraterno com essas criaturas, livres dos preconceitos que muitas vezes nos dizem que aquele que sorri não chora. Convivendo com as criaturas,
sabemos de suas necessidades. Por isso, Jesus nos aconselhou a amar os semelhantes. É o amor que desarma as almas, fazendo-as pedir socorro. E o ideal é que sejamos o próximo mais próximo para lhes prestar esse socorro.

[02] <Rafaielo> Há muito de preconceito, de medo, que nos separa dos miseráveis e dos esfarrapados, inda mais no mundo violento em que vivemos, embora os violentos não se distingam pela classe social. Que mecanismos, pessoas, grupos ou instituições existem que nos possa facilitar um primeiro contato no auxílio aos desvalidos?

<Nara_Coelho> O que você falou é verdade, Rafaielo! Entretanto, todos centros espíritas trabalham no sentido de diminuir a miséria, tanto a moral quanto a material. Kardec nos ensinou que "fora da caridade não há salvação". É preciso, pois, que as criaturas conscientes  se embuiam do propósito  de seguir Jesus, utilizando-se da caridade que é o amor colocado em movimento. Só este amor é capaz de acabar com a violência, pois nos ajuda a transformar o egoísmo em altruísmo,  beneficiando não apenas a nós mesmos, mas como a própria coletividade. Precisamos sair da teoria para a prática, exercitando a caridade em todas as circunstâncias de nossa vida.



Oração Final:


<Rafaielo> Vamos unir nossos pensamentos, elevando-o ao criador. Senhor e Criador do espaço infinito, de infinita perfeição, justiça, amor, bondade, misericórdia e providencialidade. Agradecendo por nossas vidas, pela nossa destinação futura de felicidade e trabalho, pela nossa encarnação neste planeta escola, guiados por Jesus e amparados por nossos espíritos protetores. Agradecendo igualmente por esta oportunidade de aprendizado e convívio fraterno. Rogamos Senhor, pelos pobres e estropiados, do corpo e da alma, por nós inclusive, que também necessitamos de correção e progresso. Que o evangelho de Jesus possa servir de norte para o trabalho que nos compete, e que possamos fazer um exercício adicional de vontade, que muito nos tem faltado. Damos-te graças Senhor.
      Que assim seja!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

O Óbulo da Viuva e a natureza da Caridade


Estando Jesus sentado  em frente ao gazofilácio, observava de que maneira o povo ali ofertava dinheiro e viu que muitos ricos o ofertavam com abundância. Viu também uma pobre viúva que ali deixou somente duas pequenas moedas que valiam um quarto de um asse. Jesus, então, chamando seus discípulos, falou: " Em verdade vos digo que essa pobre viúva deu mais que todos aqueles que colocaram a sua oferta no gazofilácio, porque todos os outros deram do que tinham em abundância; ela, porém, ofertou do que lhe era necessário, deu mesmo tudo o que tinha, tudo o que lhe restava para viver ".
Os ensinos do Mestre se valiam de situações do dia-a-dia do povo com o qual ele convivia para exemplificar sobre comportamentos e metas que seus discípulos deveriam ter em sociedade. Tal como acontecia há 2000 anos, nos dias atuais também pouco se entende daquilo que Jesus realmente ensinava, havendo inúmeras interpretações para suas palavras.


Podemos afirmar que os equívocos de interpretação e constituem em querer materializar para a realidade dos interesses humanos aquilo que Jesus falava sobre as coisas divinas. E um dos melhores casos que podemos usar para exemplificação se trata da passagem do Óbulo da Viúva.







Há que identifique neste ensino de Jesus a justificativa do dízimo, colocando a pobre viúva na posição daquele devoto que entrega todos os bens materiais que possue, chegando mesmo a faltar o essencial para a viver. Estes que defendem tal tese se baseiam em uma possível ajuda divina para os devotos que se sacrificarem materialmente pelo seu estabelecimento religioso.


Com todo o respeito que todas as organizações religiosas sinceras merecem, porém não é possível entrar em acordo com tal tese. Necessário se faz que deixemos de nos interessar pelas coisas divinas, procurando vantagens materiais. Precisamos desmaterializar os ensinos do Cristo, procurando observar a essência espiritual da mensagem cristã.




Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Kardec coloca a pobre viúva na posição daquele que faz a Caridade mesmo em situação material dificil. Muitos dentre nós, reclamam da impossibilidade de se fazer a Caridade, pelo fato de não possuir recursos financeiros que possibilitem realizar grandes obras sociais. Gostariam de ter acesso a fortunas, dizem, para que pudessem consolar os pobres e oferecer-lhes a possibilidade de suprir suas necessidades imediatas.


Contudo, a lição do Óbulo da Viúva objetiva afirmar a não-necessidade de grandes fortunas para a prática da Caridade. A Doutrina dos Espíritos coloca acima da Caridade dita material, a Caridade Moral.


A Caridade Moral é aquela que podemos praticar a qualquer hora do dia e em qualquer lugar, com qualquer pessoa. Distribuir uma palavra de consolo, ajudar aqueles que possuem o corpo enfraquecido pelo tempo, dar de comer a quem tem fome, saber lidar com a calúnia, mesmo em ambientes aonde deveriam reinar a amizade e o amor, como o Lar.


De forma muito lúcida, os Espíritos Superiores que orientaram o trabalho de Kardec colocaram a Caridade Moral como a capacidade de nos aturarmos uns aos outros.


Vejam que não se exige de nós grandes coisas. Sabendo de nossas limitações, não são impostas pretensas superioridades morais, ou algum doutorado em santidade. Nós temos somente que saber nos aturar.


O Óbulo da Viuva possui uma delicadeza que as vezes escapa a um olhar mais desatento, mas que quando percebido torna-se de uma beleza ímpar para aqueles que pretendem ingressas nas fileiras da Caridade.


A viúva, deu o pouco do que tinha, porém ela deu isto como um ato de amor, um ato de caridade para ajudar aquilo que ela considerava justo. E a Caridade é exatamente assim: A Caridade verdadeira consiste no mais das vezes, em dar aos outros a felicidade que não temos para nós mesmos.


Sem nada exigir das potências divinas, através da Caridade nós proporcionamos a alegria aos outros, quando muitas vezes nós mesmos não temos com o que sentir alegria na vida. Damos esta felicidade sem esperar dádivas do alto, mas por termos o ideal de que ajudando ao próximo, podermos encontrar a paz de espírito que nos falta na Terra.

A Esmola da Viúva

Escrito por Marcelo de Oliveira Orsini

Esclarecendo o Evangelho

Marc 12:41-44

E sentado em frente ao Tesouro, olhava como o povo jogava dinheiro no tesouro; e muitos ricos jogavam muita coisa.

E vindo uma viúva mendiga jogou dois leptas o qual vale um quadrante.

E chamando seus discípulos, disse-lhes: "Em verdade vos digo que essa viúva mendiga jogou mais do que todos os que jogaram no tesouro, pois todos jogaram do seu supérfluo, ela, porém, jogou tudo quanto tinha de sua pobreza, toda a vida dela".

Luc. 21:1-4

Erguendo os olhos, viu os ricos que jogavam no Tesouro suas ofertas;

Viu, porém, certa pobre viúva muito pobre, jogando lá dois leptas;

e disse: "Digo-vos que verdadeiramente, essa viúva mendiga jogou mais que todos;

pois todos esses jogaram como ofertas, do que lhes sobrava; esta porém, jogou da pobreza dela, toda a vida que tinha."

Jesus se achava no átrio das mulheres. Era esse um quadrado cercado de três lados por colunas, sobre as quais havia uma galeria, de onde as mulheres podiam assistir as cerimônias litúrgicas. No quarto lado estava uma larga escada semicircular, com quinze degraus que levava ao "átrio de Israel". Num desses degraus sentara-se Jesus, para breve descanso.

Daí via-se, à esquerda, o Tesouro (gazophilácio), que consistia em treze salas, cada uma das quais exteriorizava um "tronco", de gargalo estreito em cima, que alargava na parte de baixo. Aí eram lançadas as esmolas para o gasto do templo. Os exibicionistas trocavam a importância que desejavam dar em moedinhas de cobre, para terem grande número e fazerem bastante barulho ao serem lançadas, atraindo dessa forma a atenção dos demais peregrinos.

O Mestre estava a olhar aquela multidão, que tanto se avolumava nos dias de Páscoa, enquanto observava as reações dos discípulos, que se admiravam, arregalando os olhos e cutucando-se, quando algum ricaço, ruidosamente, despejava sua bolsa cheia de moedas, causando um tilintar que trazia alegria aos corações dos sacerdotes que serviam no templo.

Nisso surge uma pobre viúva, que deixa escorregar, envergonhada, dois leptas (centavos). Um sorriso fugaz dançou sub-reptício nos lábios dos discípulos, revelando compaixão por aquele gesto inútil. Ao ver o gesto da viúva (paupérrima, mendiga) e ao observar o desdém compassivo dos discípulos, o Mestre, que via além das aparências, chama-lhes atenção para o fato e explica:

- Olhem, ela deu mais que todos...

Os olhares dos discípulos se transformam em outros tantos pontos de interrogação duvidosos, até que o Mestre completa a frase:

- ... todos deram do que lhes sobrava, mas esta, deu tudo o que tinha para viver.

Todos eles abaixaram as pálpebras de seus olhos: as cenas exteriores deveriam desaparecer, para que pudesse sua visão ser preenchida pela luz que lhes nascia, na meditação a respeito de ensino tão inopinado e contundente. E não era para menos. Invertiam-se de um só golpe todos os valores até então vigentes.

Naquela época, como ainda hoje se observa, vale mais quem mais dá: nos templos, nas igrejas, nos centros espíritas, nas associações e fraternidades, e até na vida particular: o presente mais caro deve ser comprado para aquele que nos deu mais. As pessoas jurídicas dão títulos (benemérito, sócio vitalício, presidente de honra...) e medalhas. Ninguém olha com olhos espirituais para a pobrezinha que tirou do seu sustento para doar seu tostão: seu troco é um sorriso complacente, um agradecimento pró forma, e logo se esquece o gesto que tanto lhe custou.

Interpretando a passagem espiritualmente, a personagem ambiciosa, materialista e interesseira só avalia as pessoas pelos valores materiais; só ajuda se é ajudado; só dá bons ordenados a quem dá maiores lucros a organização. Os que dão pouco rendimento material, os que se dedicam doando de si mesmos, mas sem aumentar os lucros, os que se entregam de coração, esses nada valem para as instituições.

Após 2000 anos ainda não aprendemos a lição do óbolo da viúva; não conseguimos despertar da matéria para o Espírito; ainda não subimos da personagem para a individualidade; não fugimos da orientação de Mammon para a do Cristo.

Marcelo de Oliveira Orsini

O óbolo da viúva

Por Octávio Caúmo Serrano

Diz o Evangelho, que estando Jesus no templo, diante do gazofilácio, fez observação aos discípulos mostrando que os que depositavam grandes somas, doavam menos que a viúva que dava a única moeda que possuía.

Essa advertência é bastante importante, porque é comum darmos nada porque não podemos dar muito. De que serve um simples pão que eu ofereça, diante da enorme fome do mundo, indagamos muitas vezes?

Para entender a importância desse pão, lembremos Madre Teresa a benfeitora de Calcutá, que afirmou certa vez que seu trabalho não passava de uma gota no oceano. Completou, no entanto, que sem essa gota o oceano seria menor. Madre Teresa jamais foi vaidosa do seu trabalho, mas também aproveitava para ensinar sempre que tinha oportunidade.

O mesmo dizemos do pequeno pão. Não acabará com a miséria do mundo, mas, pelo menos nesse dia, uma criança passará menos fome.

Quando observamos o movimento espírita percebemos que poucas pessoas dão o óbolo da viúva. Sentem-se incompetentes para os grandes trabalhos, com medo da responsabilidade e sem disposição para o estudo e preparo para a tarefa, e, por isso ficam de braços cruzados. Sem poder executar trabalhos que julgam relevantes não se dispõem a realizar os serviços modestos.

O óbolo da viúva não precisa ser necessariamente a oferenda material. O abraço carinhoso, a palavra de estímulo, a oferta do ombro para o alívio do outro, a prece silenciosa em favor do que sofre, o auxílio ao velho que vai atravessar a rua, a educação no trânsito e o uso rotineiro do faz favor, obrigado, dá licença, desculpe.

O que dificulta o entendimento do Evangelho trazido por Jesus é o nosso exagerado apego ao mundo material, a ponto de esquecermos o significado espiritual das orientações.

Quando fazemos uma compra, se faltar um real não conseguimos pagá-la. Essa ninharia que damos sem ter convicção da sua utilidade é a migalha que falta para completar um conjunto maior. Quando tomamos um remédio, se em vez de dez gotas tomarmos nove ou oito ou sete, o remédio não fará efeito. Uma máquina para pela quebra de um minúsculo parafuso ou de um componente eletrônico imperceptível.

Temos de nos convencer que não há inutilidade e que ninguém é sem valor. Todos temos nossa parte na sociedade e, por menor que pareça, sempre é algo relevante. O soldado não tem a importância hierárquica do capitão, mas é ele que enfrenta o delinquente e corre risco de morte na defesa da população.

Seja qual for a nossa posição na vida podemos praticar algum tipo de caridade: material ou espiritual. Não percamos a oportunidade porque a recompensa é sempre grande; a mil por um.

Que Deus nos ajude!

Publicado no jornal O Clarim de julho de 2011

O bem vale o que custa


Na passagem evangélica conhecida como o Óbolo da viúva, é enunciado o princípio, segundo o qual, o bem vale o que custa.

Jesus estava sentado em frente ao local das oferendas e observava o modo pelo qual o povo lançava ali suas dádivas, fazendo seus pedidos de bênçãos, como era prática comum para eles.

Algumas pessoas ricas deitavam dinheiro em abundância.

Uma pobre viúva doou duas pequenas moedas, no valor de dez centavos cada uma.

Jesus imediatamente afirmou a Seus discípulos que ela havia doado mais do que todos os outros.

Afinal, doara do que lhe faria falta, enquanto os ricos haviam dado do que lhes sobrava.

Algumas pessoas afirmam que gostariam de ficar ricas, a fim de poderem fazer o bem em larga escala.

Chegam a esperar auxílio Divino em mirabolantes projetos, em nome da nobreza do fim que almejam.

Contudo, se fossem honestas consigo mesmas, admitiriam que pretenderiam, antes de tudo, viver luxuosamente.

Sem dúvida, se enriquecessem, fariam caridade material, talvez até de forma abundante.

Mas, primeiro, realizariam suas fantasias, comprariam coisas caras e bonitas para si próprias.

O enunciado evangélico evidencia que a realização do sumo bem não depende de vastas posses materiais.

O cumprimento das leis cósmicas, que traz harmonia e felicidade, é possível em qualquer condição econômica.

Basta fazer o que estiver ao próprio alcance.

O valor não reside na riqueza da doação.

O mérito é proporcional ao sacrifício necessário à prática do ato.

Quanto mais difícil, mais meritória é a ação e mais ela repercute perante a Consciência Cósmica.

Sem dúvida o ideal é fazer o bem sem sequer refletir a respeito de eventuais benefícios.

Nessa linha, Jesus afirmou que a mão direita não deve saber o que a esquerda faz.

É sinal de que os atos nobres não devem ser alardeados e nem envoltos em criteriosas análises a respeito de seus reflexos.

Entretanto, ninguém surge sublime em um piscar de olhos.

O correto é mesmo praticar o bem por impulso natural do coração e rejubilar-se nele.

Mas, enquanto esse estado ideal não é atingido, o bem deve ser praticado como for possível.

Mesmo que seja a título da educação do próprio caráter, convém habituar-se a prestar serviços ao próximo.

O Espiritismo ensina que a felicidade de um Espírito é proporcional ao seu cabedal de virtudes.

Também diz que a sublimidade da virtude reside no sacrifício do interesse pessoal pelo bem do próximo, sem segundas intenções.

Essa conclusão está em total harmonia com a lição extraída do Óbolo da viúva.

Apenas um Espírito de bom coração é capaz de sacrificar-se pelo bem alheio, sem esperar nada em troca.

Fazer doações que pouco exigem de sacrifício está ao alcance de todos.

Doar do que sobra, embora desejável, não é algo difícil.

Entretanto, sacrificar-se em prol de um ideal ou de outro ser humano pressupõe uma boa dose de maturidade espiritual.

Atos despreendidos e custosos pressupõem assimilação da lei de fraternidade que rege a vida.

Para ser generoso, até às últimas consequências, é preciso compreender as superiores finalidades da existência.

A suprema virtude repercute na ordem cósmica e traz suprema felicidade.

Como ela não é uma dádiva, mas uma conquista, deve ser desenvolvida.

Assim, esforce-se em fazer o bem ao seu alcance.

Um dia, à custa de seu esforço, você será sublime.

Então, mundos de paz e bem-aventurança abrirão suas portas para você.

Pense nisso.



Redação do Momento Espírita.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 8, ed. FEP.
Em 8.1.2014.

Teu Óbolo


Simbolicamente, o óbolo da viúva tem larga aplicação no constante labor de quem deseja ser útil.

Não apenas a moeda representativa para a aquisição do pão ou do vestuário, do medicamento ou do teto... Mas, também, o gesto sacrificial, sem preço, raramente oferecido, assim como a palavra oportuna, quando a circunstância é difícil.

(...)

Da mesma forma, o perdão silencioso à ofensa intempestiva ou a compreensão fraternal, quando ocorra lamentável incidente.

O silêncio digno, quando a ofensa provoque reações infelizes ou a confiança no êxito, mesmo que os fatores pessimistas pareçam predominar.

(...)

A viúva, referida por Jesus, na parábola, ofertou a última e menor moeda que possuía, em cumprimento ao dever recomendado pela Lei.

(...)

Há doações valiosas e ricas que transitam pelas mãos do mundo, sem que solucionem os problemas daqueles a quem são dirigidas. Não obstante, a dádiva de amor logra abençoar as vidas, enriquecendo-
as de esperança e de harmonia.

Sempre serás convocado a repetir o gesto nobre e significativo da viúva pobre, que motivou a bela parábola evangélica.

A oração intercessória por alguém; a referência positiva a respeito do próximo; a ação, desconhecida pelo beneficiário; são pequenas-valiosas moedas colocadas nos gazofilácios das vidas, em cumprimento à Lei de amor, que vige em toda a parte.

Sempre podes auxiliar, doando e enriquecendo-te, porquanto, mais feliz é sempre aquele que doa, pois que, mesmo na posição de carência em que se possa encontrar, desejando, sempre pode ajudar, com o óbolo que notabilizou a feliz viúva do Evangelho.

(Extraído do livro "Alegria de Viver", pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco)

O óbolo da viúva - a verdadeira caridade


"E estando Jesus assentado defronte donde era o gazofilácio, observava ele de que modo dava o povo ali o dinheiro; e muitos, que eram ricos, davam com mão larga. E tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que importavam um real. E convocando seus discípulos, lhes disse: Na verdade vos digo, que mais deu esta pobre viúva do que todos os outros que deram no gazofilácio. Porque todos os outros deram do que tinham na sua abundância; porém esta deu da sua mesma indulgência tudo o que tinha, e tudo o que lhe restava para seu sustento. (Marcos, XII: 41-44 – Lucas, XXI: 1-4)."



A parábola do óbolo da viúva (óbolo = esmola, doação) nos dá o exemplo de alguém que como doação deu tudo o que tinha.

Mas não pensem que esta parábola refere-se ao dinheiro. O dinheiro é apenas o exemplo que Jesus utilizou para transmitir este ensinamento.

Essa parábola refere-se ao mais simples exemplo da verdadeira caridade: doar aquilo que se tem. Mas a doação do supérfluo não representa esforço nenhum. Já a verdadeira doação depende de abdicar de algo.

No caso da parábola, a viúva abdicou de todo o dinheiro que tinha para ajudar aqueles que tinham menos do que ela. Ela depois disso deve ter passado por diversas privações por conta deste ato generoso. E é exatamente aí que se encontram os ensinamentos de Jesus: pensar antes em proporcionar o básico ao necessitado, para só depois pensar no supérfluo para si.

Quer dizer que eu devo ir agora ao banco, sacar todo o meu dinheiro e dar aos pobres? Com certeza não. Se assim fizéssemos, no outro dia seríamos nós os necessitados precisando de auxílio. Mas não faz mal a ninguém pegar aquele dinheiro usado para saciar os vícios (bebida, cigarro, guloseimas, jogatina, promiscuidade, etc) e em vez de desperdiçá-lo, juntar e dar aos necessitados, seja na forma de uma cesta básica, um agasalho ou até mesmo um remédio.

Percebem a nuance da privação? Abdicar de futilidades para auxiliar ao próximo. Isso é muito mais nobre do que dar o seu lucro. Requer um esforço maior de nossa parte.

Mas como eu disse, essa parábola não trata somente de dinheiro.

Tudo aquilo que temos em abundância deve ser usado para beneficiar ao próximo. Se temos inteligência, que a usemos para ensinar coisas aos outros e torná-los inteligentes também. Se temos vocação para a arte, que levemos então a arte para aqueles que precisam de um dia mais feliz (como aquelas pessoas vestidas de palhaços que visitam os hospitais). Se temos tempo livre, que usemos nosso tempo para ouvir aqueles que precisam desabafar e para dar uma palavra amiga para aqueles que necessitam de apoio e de esperança.

Não há ninguém que não tenha algo para doar. Até mesmo uma pessoa de má vida tem o que doar: a experiência das suas escolhas erradas e o sofrimento que isso acarretou. Não é o que os alcoólicos anônimos fazem? Compartilham suas experiências e se incentivam mutuamente. Fazem um bem maior do que imaginam!

Então, meus irmãos, que o ato de doar não seja somente de dar algo, mas que também seja de dar um pouco de si. Que exija um pouco de nossa dedicação. Aí sim será uma caridade verdadeira.

"6 – Muita gente lamenta não poder fazer todo o bem que desejaria, por falta de recursos, e se querem a fortuna, dizem, é para bem aplicá-la. A intenção é louvável, sem dúvida, e pode ser muito sincera de parte de alguns; mas o seria de parte de todos, assim completamente desinteressados? Não haverá os que, inteiramente empenhados em beneficiar os outros, se sentirão bem de começar por si mesmos, concedendo-se mais algumas satisfações, um pouco mais do supérfluo que ora não têm, para dar aos pobres apenas, o resto? Este pensamento oculto, talvez dissimulado, mas que encontrariam no fundo do coração, se o sondassem, anula o mérito da intenção, pois a verdadeira caridade faz antes pensar nos outros que em si mesmo.

[...] Aqueles cuja intenção é desprovida de qualquer interesse pessoal, deve consolar-se de sua impotência para fazer o bem que desejariam, lembrando que o óbolo do pobre, que o tira da sua própria privação, pesa mais na balança de Deus que o ouro do rico, que dá sem privar-se de nada. Seria grande a satisfação, sem dúvida, de poder socorrer largamente a indigência; mas, se isso é impossível, é necessário submeter-se a fazer o que se pode. Aliás, não é somente com o ouro que se podem enxugar as lágrimas, e não devemos ficar inativos por não o possuirmos. Aquele que deseja sinceramente tornar-se útil para os seus irmãos, encontra mil ocasiões de fazê-lo. Que as procure e as encontrará. Se não for de uma maneira, será de outra, pois não há uma só pessoa, no livre gozo de suas faculdades, que não possa prestar algum serviço, dar uma consolação, amenizar um sofrimento físico ou moral, tomar uma providência útil. Na falta de dinheiro, não dispõe cada qual do seu esforço, do seu tempo, do seu repouso, para oferecer um pouco aos outros? Isso também é a esmola do pobre, o óbolo da viúva."

O óbolo da viúva - links

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-13-que-a-mao-esquerda-nao-saiba-o-que-faz-a-direita/o-obolo-da-viuva/

http://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=482

http://www.cvdee.org.br/evangelize/pdf/3_0419.pdf

http://pt.slideshare.net/ReinaldoSantos6/palestra-25259859


quinta-feira, 22 de setembro de 2016

"INFORTUNIO OCULTO NOS GRUPOS DOUTRINÁRIOS"

"INFORTUNIO OCULTO NOS GRUPOS DOUTRINÁRIOS"
Alexsandro Andrade

Infortúnio Oculto nos Grupos Doutrinários - Pelo Espírito ERMANCE DUFAUX

“Mas, a par desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem.Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.” O Evangelho Segundo o Espiritismo – capítulo XIII – item 4

Com muita freqüência, constatam-se medidas e alertas de vigilância contra o orgulho nos abençoados ambientes doutrinários. Verdadeira campanha espontânea tomou conta da seara em torno dos cuidados que se deve ter acerca dos efeitos nocivos do personalismo. Ninguém há de contestar o valor de tais iniciativas. Entretanto, enquanto empenhamo-nos contra esse costume, perceptível pela ostentação com a qual se manifesta, extensa gama de discípulos padece com outro traço moral enfermiço, nem sempre tão evidente na conduta humana: a baixa auto-estima. Um infortúnio oculto que solicita nossa atenção.

A sensibilidade humana tem sido insuficiente para detectar o caos interior em que vivem inúmeras criaturas, escondendo-se por trás das máscaras sociais, temendo tornarem conhecidos seus dramas inenarráveis que configuram um autêntico quadro de “loucura controlada”.

A mesma raiz que vitaliza a vaidade é responsável pela carência de estima pessoal. O orgulho que procura brilhar no palco do prestígio, assim como a atitude de desamor a si mesmo, são manifestações do sentimento de menos valia ou complexo de inferioridade, que toma conta de multidões sem conta no orbe terreno.

Podemos facilmente confundir atitudes de baixa auto-estima com comportamentos personalistas. Criaturas com escassez de auto-amor lutam para preservar suas reais intenções demonstrando, para tal, pouca ou nenhuma habilidade através de atitudes desconectadas de seus verdadeiros sentimentos; adotam condutas defensivas que podem ser interpretadas como individualismo e ingratidão. No fundo se debatem com a incapacidade de estabelecerem limites de proteção ao mundo dos seus sentimentos pessoais. Estão em conflito e reagem de modo nem sempre adequado ante aquilo que lhes constitui ameaça, deixando clara a complexidade da alma humana que, para ser entendida em suas ações e reações, solicita-nos ampliada complacência e largo discernimento.

Quem analisa um orador, um médium, um dirigente, um tarefeiro iluminado com as luzes da cultura espírita se , enquanto em suas movimentações doutrinárias, não imagina a dor íntima que atinge muitos deles na esfera de suas provas silenciosas no reino do coração. Solidão, abandono, conflitos, medo, frustrações, impotência e outros tantos sentimentos estruturam um dilacerante estado de instabilidade e vulnerabilidade, que retratam velhas feridas evolutivas da alma.

Neste momento de tormentas atrozes e de frustrações sem fim, conclamemos o valoroso movimento em torno das idéias espíritas ao serviço inadiável de incentivar o fortalecimento da estima e do valor pessoal. A casa espírita, como avançado núcleo de enfermagem moral, necessita ser o local da educação para que o homem se livre de suas ilusões e promova-se, definitivamente, a legatário de sua Herança Cósmica. Imperioso que os dirigentes tenham lucidez, porque essa missão somente será cumprida com acolhimento fraternal, estímulo à autonomia, tolerância com os limites alheios e tempo.

Decerto, a idolatria e a purpurina da lisonja são indispensáveis. O privilégio e a exaltação são incoerentes com o espírito da espontaneidade. O Espiritismo, convenhamos, combate a atitude egoísta proposital, exclusivista, mas não propõe a morte dos valores individuais que podem e devem fazer parte da comunidade como fator gerador de bênçãos, alegrias e exemplo estimulador. O receio do estrelato e das manifestações individualistas tem culminado em autênticas “fobias éticas”, que não educam nossas tendências. A luz foi feita para iluminar, brilhar.

E ninguém, acendendo uma candeia, a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz. (Lucas 8:16).

Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; (Mateus 5:14).

Que os tarefeiros da causa estejam atentos à fala inspirada do codificador: Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.

Olhemos uns pelos outros com olhos de ver. Muita vez onde supomos existir um doente pertinaz em busca de realce, encontra-se um coração ferido e cansado, confuso e amedrontado mendigando amizade autêntica e compreensão. Possivelmente quando sentir a força do amor que lhes votamos será tocado. Sentindo-se amado, pouco a pouco, terá motivos para abandonar as expressões de inferioridade que lhe tortura. Por fim, descobrirá o quanto somos amados, incondicionalmente, pelo Criador que, em Sua Generosidade Excelsa, nos aguarda no espírito glorioso de Filhos de Sua Obra.

Oremos juntos por esse instante de luz:

Senhor,

Tem piedade das nossas necessidades!

Auxilia-nos a sustentar o perdão com as imperfeições que ainda carregamos na intimidade.

Ensina-nos a nos amar, Senhor! A aceitar-nos como somos e a buscar a melhora gradativa. Fortalece nossa capacidade de amar a fim de estendermos a luz da compaixão em relação às falhas que cometemos.

Estende-nos Tuas mãos compassivas! Unge-nos com misericórdia as dores da angústia de viver trazendo por dentro as sombras do passado!

Ampara-nos, Divino Pastor; para jamais esquecermos as vitórias já alcançadas. Que elas nos sirvam de estímulo!

Ante as lutas e conflitos da alma, abençoe-nos sempre, Senhor, para que nunca desistamos de combater-nos.

Obrigada, Jesus, por nos incluir em Teu amor infinito, sem a qual não teríamos forças para nos suportar.

Obrigada, Senhor! Hoje e sempre, obrigada!

OS INFORTÚNIOS OCULTOS

OS INFORTÚNIOS OCULTOS

"Abstém-te de falar disto a quem quer que seja..." - Mateus, (cap.VIII, v.4)

Todos os seres são de essência divina, porque procedentes do Psiquismo Criador, que estabelece o processo da evolução mediante as experiências infinitas do progresso incessante. Como consequência, torna-se imperiosa a necessidade de cada qual desenvolver os sentimentos que se aprimoram, superando os atavismos que remanescem das experiências anteriores, ainda predominantes em sua natureza.

O empreendimento é desafiador, portanto, rico de oportunidades iluminativas e engrandecedoras. Fadado a alcançar a plenitude, todo o empenho se desdobra desde a conjuntura mineral até à angelitude, que alcançará a esforço cada vez menos penoso, porque da canga, ao ser extraída a gema, se torna mais fácil facultar-lhe o brilho. Das penosas conjunturas do começo até aos momentos de sublimação, etapas se sucedem ricas de possibilidades que, aproveitadas, apressam o desabrochar dos valores adormecidos, encarregados de ampliar-se no rumo das estrelas.

A visão da psicologia profunda em torno do ser humano é enriquecida de esperança em favor do seu engrandecimento ético, assim como do seu crescimento intelectual, facultando as duas asas para compor a sabedoria em que se converterá, alçando vôos pelo Cosmo, superados limites e fronteiras físicas. Para esse logro, o trabalho é árduo e gratificante, porque, à medida que se libera de cada impositivo, torna-se mais factível vencer o próximo, ensejando-se mais amplos recursos de iluminação interior.

O ego em predomínio, lentamente cede espaço ao SELF que se encarrega de conduzir os pensamentos, ideais e esperanças necassárias para alcançar a meta que está destinado. O Cristo histórico, neste contexto, cede lugar ao Jesus-Homem, mergulhado na turbamulta entre os caprichos da mole humana, mantendo-se em neutralidade total, não obstante tomado de profunda compaixão por aqueles que O não entendiam e se engalfinhavam nas lutas ridículas das disputas transitórias pela conquista de migalhas, ouropéis, metais das entranhas da Terra que passaram a adquirir valor relativo....

Aquele Jesus das teologias igrejistas, embora compadecido das multidões parecia distante dos dos seus sentimentos, procurando a Sua comunhão com Deus, longe dos tormentos das massas, que se apresentavam necessitadas desse processo depurador. Colocado como redentor, liberador de culpas, também estava isento de qualquer tentação, e qualquer condição de humanidade, inalcançável pelos fenômenos do mundo, portanto, de certo modo, também, impossível de ser imitado, acompanhado, inacessível...

Na proposta da psicologia profunda que humaniza o Vencedor de si mesmo, que triunfou sobre as conjunturas em que se encontrava graças aos valores conquistados, tornava-se companheiro do infortúnio por conhecer a sua origem e as contigências perigosas para o processo de evolução, ao mesmo tempo oferecendo recurso terapêutico para as mazelas morais e espirituais daqueles que as padeciam.

Instava com os infelizes, mesclava-se com eles, mas não se tornava um deles, porque a gema preciosa, mesmo no pântano, quando o Sol a alcança mantém o seu brilho. Jesus é o diamante que se tornou estelar, mantendo o brilho interior, sem permitir-se ofuscar as débeis claridades individuais, o entanto, clareando as consciências e amando-as. Todo o Seu é um ministério de esperança e de amor, de compaixão e de auxílio, movimentado pela ação do Bem, único recurso para minimizar ou anular as ocorrências dos infortúnios ocultos.

Conhecendo cada pessoa que dEle se acercava, graças à capacidade de penetrar o insondável do coração e da mente, sem humilhar ou jactar-se, conseguia oferecer combustível de amor para a transformação interior que se deveria operar, e quando essa não ocorria, assim mesmo estimulava ao seu prosseguimento, pois que um dia seria alcançada... A Sua divindade estava na essência interior dEle mesmo -assim como se encontra em todos nós - mas sobretudo na forma de viver a Mensagem, que expressa o amor inefável de Deus pelas Suas criaturas.

Fossem, conforme se apresentassem as calamidades físicas, morais, políticas, econômicas, os infortúnios de qualquer expressão, Ele se utilizava da caridade misericordiosa, entendendo a angústia e a aflição, procurando remediar, quando não devesse eliminá-la, porque da mesma poderiam resultar abençoados frutos para o porvir de cada qual. Quantos desastres ocultos; quantos desalinhes que não chegavam a ser conhecidos, porém, foram identificados pela Sua superior qualidade espiritual!

Silenciosa ou verbalmente contribuía para que tudo se resolvesse, sem impedir que o paciente ou a vítima oferecesse a sua contribuição de esforço e sacrifício, a fim de crescer e aprender a construir o bem em si mesmo, sem permitir-se elogios, gratidões ou aplausos, que sempre os desconsiderou. Abstém-te de falar disto a quem quer que seja... impôs ao hanseniano recém-curado, para evitar as louvaminhas e exaltações das multidões frívolas e interesseiras, mas aduziu:... vai mostrar-te aos sacerdotes e oferece o dom prescrito por Moisés, afim de que lhes sirva de prova.

Não se opunha às prescrições, embora não lhes desse importância; no entanto, não criava embaraços ao comportamento da humana justiça nem da sociedade de então, farisaica e formalista. Arrancando as pústulas em decomposição orgânica, por intermédio da renovação celular, propunha a profunda mudança de atitude mental e moral do paciente, para que os campos vibratórios modeladores da forma mantivessem o ritmo de equilíbrio para a preservação da harmonia dos órgãos.

Igualmente induzia ao respeito pelo que estava estabelecido, de modo que educasse o indivíduo para viver dignamente no grupamento social em que se encontrava. O Seu lado humano exigia que a comunidade vivesse em equilíbrio emocional vinculada aos seus estatutos legais. A caridade não arrosta consequências da insubordinaão, do desrespeito, da agressão ao status quo, antes ilumina-o, contribui para a sua renovação incessante, por ser semelhante à luz que dilui trevas sem alarde nem violência.

A ausência de ostentação em todo o Seu ministério é a demonstração da Sua humildade e da Sua humanidade, direcionando para Deus todos os feitos, todos os resultados felizes dos empreendimentos realizados. Ninguém se pode escusar de atender aos infortúnios ocultos conforme Ele o fez.

Quem é falto de um sentimento de compaixão ou de misericórdia em relação a outrem, que foi colhido pelos vendavais da amargura, da desesperação ou tombou nas malhas da loucura, do abandono, da solidão? Ante o Dia e a Noite ricos de promessas e realizações, quem se pode considerar, humano que é, órfão de ar, de luz, de esperança, de bondade, em um mundo rico de beleza e de oportunidades enriquecedoras?

Os infortúnios ocultos encontram-se em todos os seres humanos, sem qualquer exceção. Dissimulados, escondidos, ignorados ele são as presenças-apelos da vida para o crescimento interior, ao esforço para alcançar os patamares da paz e da alegria perfeita. Sem o seu concurso todos se contentariam com as paisagens menos belas da névoa carnal, não aspirando ascensão nem imortalidade! A humanidade de Jesus está muito bem delineada na parábola do bom samaritano, exemplo máximo de solidariedade, de elevação de sentimentos, de caridade... como Ele próprio o fazia.

Por isso, não é importante alguém apenas confessar-se crente em Jesus ou não, mas imitá-Lo, em razão do que Ele inspira, do sentido e significado da Sua existência na Terra e da Sua passagem entre as criaturas, quando do Seu apostolado de amor, exarados nos Seus feitos e nos Seus não feitos.

Nesse contexto Ele deixa de ser o símbolo Jesus, distante, irreal e complacente, para tornar-se o dinâmico Jesus-Homem todos os momentos do caminho dos homens, instruindo-os, renovando-os, soerguendo-os e aguardando-os pacientemente. O homem moderno necessita ouvir Jesus com os olhos. Sentir os exemplos que ressumam da Sua história e que estão suscitados nos Seus seguidores, que procuram fazer conforme Ele realizava na direção do alvo essencial, que é a libertação das paixões constritoras que remanescem no egotismo da natureza animal, transformando-se em realidade espiritual.

Joanna de Ângelis

Os infortúnios ocultos

Os infortúnios ocultos


Uma jovem senhora, acompanhada da filha pequena, atravessa a cidade de carro.

Embora ela tenha condições de se vestir com as roupas da última moda, se veste de forma muito simples, e assim também são as roupas de sua filha.

Logo de manhã, entra em uma casa de madeira, muito pobre, onde é recebida com alegria por uma mulher de rosto cansado, cercada de crianças, de variadas idades.

Todos cercam a jovem senhora, que traz além de mantimentos e roupas quentes para as crianças, o seu sorriso, e palavras de incentivo e apoio.

Enquanto a conversa segue, é possível perceber que a amizade e o respeito são a base deste relacionamento entre famílias que moram tão distantes, com realidades materiais tão diferentes.

A família aceita a ajuda, pois o pai está no hospital e a mãe não consegue, apenas com o próprio trabalho, sustentar toda a família.

Depois que saírem dali, a jovem senhora e sua filha irão até o hospital levar palavras de conforto e notícias da família ao pai que está no hospital, recuperando-se de grave enfermidade.

A mulher que presta socorro à família não pergunta à mãe e seus filhos se eles acreditam em Deus ou se tem religião. Ela sabe que eles são seus irmãos, pois todos somos filhos de Deus, independente de crermos no Pai ou possuirmos uma religião.

E ela tem certeza de que, auxiliando aquela família, começa bem o seu dia, praticando a caridade sincera, aquela realizada com o coração.

A família que recebe a ajuda não sabe o nome da benfeitora, apenas que se chama Maria. Também desconhece o nome da menina, e não tem ideia de onde moram mãe e filha. Sabem apenas que a bondade reina naqueles dois corações, que auxiliam sem nada desejar em troca.

Por que usam roupas tão simples?

Vestem-se de maneira simples para não humilhar a família que recebe a ajuda, para que eles não se sintam tristes por não terem roupas modernas e bonitas.

Mãe e filha sabem que a caridade não deve ser feita por obrigação, mas que deve ser realizada com amor e respeito por aqueles que, naquele momento de sua trajetória evolutiva, necessitam da ajuda material.

Por que a filha acompanha a mãe?

Para que aprenda a fazer a caridade desde pequena. Assim, a mãe ensina que além de doar coisas materiais, ela pode fazer a caridade empregando seu tempo em favor dos que necessitam: ajudando um doente, dedicando-se a uma criança que deseja um pouco de atenção e carinho, ouvindo um idoso que deseja conversar para diminuir a solidão.

Desse modo, a mãe ensina à filha sobre a caridade que vem do coração, que não exige recompensa.

Ela também ensina à menina, através do seu exemplo, que devemos fazer a caridade sem que ninguém saiba o bem que é realizado, pois assim estaremos em paz com a nossa consciência.

Ninguém sabe a respeito das atitudes caridosas que mãe e filha realizam. Elas não contam para ninguém, nem para o marido, vizinhos ou amigas.

Outro dia, porém, uma das mulheres auxiliadas por elas esteve em sua casa, vendendo artesanato.

Reconhecendo a mulher que tanto a ajudou quando ela precisou, com coisas materiais, mas também com palavras de carinho e incentivo, quis agradecer-lhe. Mas Maria disse-lhe apenas: Não diga nada, não contes a ninguém. Jesus assim nos ensina.

Ela se referia à frase do Mestre: NÃO SAIBA A VOSSA MÃO ESQUERDA O QUE FAZ A VOSSA MÃO DIREITA, que ensina a dar sem esperar recompensa, a auxiliar sem contar a ninguém o bem que realizamos.

Embora elas não saibam, os mensageiros de Deus as observam, aprovando a ajuda que oferecem, bem como a maneira simples e sincera com que auxiliam os que necessitam; e à noite, quando as duas, mãe e filha dormem, recebem as bênçãos dos céus, como recompensa e reconhecimento pelo bem que praticam.

(História baseada em O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XIII, item 4, Os infortúnios ocultos, por Claudia Schmidt.)


Fonte: http://www.searadomestre.com.br/evangelizacao/jesusensinamento4inf.htm

Infortúnios ocultos: quem não os tem?

http://mudandoavistadoponto.blogspot.com.br/2011/10/infortunios-ocultos-quem-nao-os-tem.html


Oi gente!
Semana começa com lua crescente que ficará cheia na quarta-feira para deleite dos "lunáticos" de plantão, um deles, esta que vos escreve. E essas noites lindas que estão fazendo me levam a pensar, e muito!!

Hoje eu queria falar sobre dor.

É, tem dor de todo jeito. Tem dor de dente, dor na lombar, dor de cabeça, dor nas juntas, dor no joelho, dor de barriga. Essas são até melhores porque com remédio se resolve. Têm tratamento na medicina do mundo.

Outras dores são mais cabulosas para se livrar, porque não tem remédio que dê jeito!!
A tal da dor de cotovelo?!! Essa é danada. Dói pra caramba. Pense num negócio pra incomodar?!

Tem a tal da dor de consciência, outra dor sem noção!!! Aperreia o cristão até o fim, ou seja, até ele resolver a situação seja com um pedido de desculpas, de perdão, ou refazendo as coisas de forma mais correta.

Tem também a tal da dor da solidão, que dói lá dentro...

Mas tem uma dor que "é pra torar o cristão em dois". É a tal da dor moral. São os chamados infortúnios ocultos, dos quais nos fala o evangelho. Aquelas dores que a gente não quer confessar nem pra gente mesmo! São coisas que ficam dentro de nós, que carregamos uma existência inteira com medo de falar, de encarar, de resolver. Algumas vezes com medo da reação das pessoas, se souberem o que se passa no nosso interior. "O que fulano vai pensar??" O que ele vai pensar eu não sei, mas sei o que vai acontecer se a gente não começar, seriamente, a resolver essas questões.

Muita gente interpreta a passagem dos infortúnios ocultos, apenas como o compromisso de socorrer as dificuldades materiais pelas quais as pessoas passam. Lê-do engano achar que o texto se refere apenas a isso. É fato que existem seres com muitas necessidades materiais na nossa sociedade. Porém, muito maior é a quantidade de gente com escassez de amor, de carinho, de objetivos, de ideais, de auto estima, de fé, de sonhos.

Maiores são as dores íntimas, principalmente relacionadas ao campo afetivo, pois todos somos necessitados de carinho e afeto. A fuga dessas dores nos leva aos "analgésicos e alucinógenos" dos sentimentos, tais como bebidas, drogas, sexo, relacionamento fúteis. Nos jogamos no trabalho, viramos "workaholics", que é a palavra da moda, para fugirmos de nós mesmos através da ocupação de todo nosso dia com coisas "de fora", de forma que não tenhamos que encarar as "coisas de dentro".

E as dores continuam lá. Julgamos as pessoas pelo que elas demostram por fora e não paramos para pensar no que elas estão carregando por dentro, suas frustrações, desilusões, mágoas, medos. Alguns endurecem por causa dessas dores, se tornam amargas, revoltadas e querem descontar no mundo o que lhes passa no íntimo.

As dores da alma são penosas porque só a gente pode resolvê-las. Ninguém mais.
Para essas, não tem remédio, não tem alucinógenos que deem jeito. Só há uma solução: encará-las, senti-las, permitir-se vivenciá-las para poder tratá-las e requalificá-las.

Veja que o diamante para se tornar aquela pedra maravilhosamente linda e brilhante, antes precisou passar pela dor da martelada que retirou dele todo o carvão escuro que lhe revestia. O caroço do milho para virar a belezura e a delícia da pipoca tem que passar pelo fogo quente que o faz estourar quando ele pensa que não vai mais aguentar a pressão. Pronto: deixa de ser algo duro para se transformar em algo macio e alvo.

Assim somos nós, seres humanos em processo de crescimento e evolução.
Passamos pelas provas das marretadas nos nossos orgulhos e vaidades para aprendermos a beleza e o poder da humildade. Somos pressionados pelas angustias, carências e medos até a gente pensar que não vai mais aguentar e ai, pimba!! Eis que a gente começa a resolver essas situações e sai mais forte, mas determinado sobre o que queremos da vida e, claro, mais felizes.

Mas para que isso aconteça precisamos ter coragem e confiança. E, óbvio, mãos amigas que nos socorram quando a nossa escassez intima estiver muito grande, para nos amparar, fortalecer, estimular a prosseguir.

Por isso lhe digo: se você está sofrendo nesse momento ou com alguma dor inconfessável, abra seu coração e bote pra fora. Não tenha medo de sentir, nem de assumir suas dores. Aceite-as, converse com elas, veja o que elas desejam lhe dizer e depois disso: levante, sacuda a poeira e dê a volta por cima!!

Procure alguém de sua confiança e se abra. Compartilhe com quem sabes que vai poder te ouvir sem julgar, te estender a mão e apoiar (mesmo sem entender nada).

Você consegue!!!!
Porque você é luz e essa luminosidade habita dentro de ti.

Já falei em outra oportunidade que somos como as fases da lua. Pois bem. Essa semana é lua cheia o que significa que tá na hora de "brilhar a nossa luz".

Não se esqueça de que Lá em cima, tem alguém que gosta muito de você!!
Acredite nisso!
Bjs e uma semana iluminada pra ti!!
Xanda

LEMBRE
(Grupo Semente)

Quando uma tristeza tomar seu coração,
não se desanime e cante uma canção
e lembre que Lá em cima você tem alguém
que te quer muito bem.

Quando uma dorzinha danada de doer,
vir bem lá no fundo e te fizer sofrer
Lembre que lá em cima você tem alguém
que te quer muito bem.

Ponha um sorriso bonito no seu rosto.
Deixe que as lágrimas lavem seu desgosto
E lembre que lá em cima você tem alguém
que te quer muito bem.

Os infortúnios ocultos - cvdee

Os infortúnios ocultos
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A - Texto de Apoio:

Nas grandes calamidades, a caridade se emociona e observam-se impulsos generosos, no sentido de reparar os desastres. Mas, a par desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam despercebidos: os dos que jazem sobre um grabato sem se queixarem. Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência.
Quem é esta mulher de ar distinto, de traje tão simples, embora bem cuidado, e que traz em sua companhia uma mocinha tão modestamente vestida? Entra numa casa de sórdida aparência, onde sem dúvida é conhecida, pois que à entrada a saúdam respeitosamente.

Aonde vai ela? Sobe até a mansarda, onde jaz uma mãe de família cercada de crianças. À sua chegada, refulge a alegria naqueles rostos emagrecidos. E que ela vai acalmar ali todas as dores. Traz o de que necessitam, condimentado de meigas e consoladoras palavras, que fazem que os seus protegidos, que não são profissionais da mendicância, aceitem o benefício, sem corar. O pai está no hospital e, enquanto lá permanece, a mãe não consegue com o seu trabalho prover às necessidades da família. Graças à boa senhora, aquelas pobres crianças não mais sentirão frio, nem fome; irão à escola agasalhadas e, para as menorzinhas, o leite não secará no seio que as amamenta. Se entre elas alguma adoece, não lhe repugnarão a ela, à boa dama, os cuidados materiais de que essa necessite. Dali vai ao hospital levar ao pai algum reconforto e tranqüilizá-lo sobre a sorte da família. No canto da rua, uma carruagem a espera, verdadeiro armazém de tudo o que destina aos seus protegidos, que todos lhe recebem sucessivamente a visita. Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens. Terminado o seu giro, diz de si para consigo: Comecei bem o meu dia. Qual o seu nome? Onde mora? Ninguém o sabe. Para os infelizes, é um nome que nada indica; mas é o anjo da consolação.

A noite, um concerto de benções se eleva em seu favor ao Pai celestial: católicos, judeus, protestantes, todos a bendizem. Por que tão singelo traje? Para não insultar a miséria com o seu luxo. Por que se faz acompanhar da filha? Para que aprenda como se deve praticar a beneficência. A mocinha também quer fazer a caridade. A mãe, porém, lhe diz: "Que podes dar, minha filha, quando nada tens de teu? Se eu te passar às mãos alguma coisa para que dês a outrem, qual será o teu mérito? Nesse caso, em realidade, serei eu quem faz a caridade; que merecimento terias nisso? Não é justo. Quando visitamos os doentes, tu me ajudas a tratá-los. Ora, dispensar cuidados é dar alguma coisa.

Não te parece bastante isso? Nada mais simples. Aprende a fazer obras úteis e confeccionarás roupas para essas criancinhas. Desse modo, darás alguma coisa que vem de ti." É assim que aquela mãe verdadeiramente cristã prepara a filha para a prática das virtudes que o Cristo ensinou. E espírita ela? Que importa!

Em casa, é a mulher do mundo, porque a sua posição o exige. Ignoram, porém, o que faz, porque ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e da sua consciência. Certo dia, no entanto, imprevista circunstância leva-lhe a casa uma de suas protegidas, que andava a vender trabalhos executados por suas mãos. Esta última, ao vê-la, reconheceu nela a sua benfeitora. "Silêncio! ordena-lhe a senhora. Não o digas a ninguém." Falava assim Jesus.


B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Para fazer o bem, devemos esperar que o necessitado nos procure?

2 - Quais as características da caridade expostas no texto?

3 - Qual a melhor recompensa que podemos obter, praticando a verdadeira caridade?

Os infortúnios ocultos - Conclusão Voltar ao estudo


Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
Sala Virtual Evangelho

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EESE077b - Cap. XIII - Item 4
Tema: Os infortúnios ocultos
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A - Conclusão do Estudo:

A verdadeira caridade vai em busca do infortúnio para minorá-lo e o faz com respeito e em silêncio.


B - Questões para estudo e diálogo virtual:

1 - Para fazer o bem, devemos esperar que o necessitado nos procure?

Não. Se quisermos praticar a verdadeira caridade, devemos socorrer nosso irmão em aflição, sem esperar que ele se humilhe, vindo até nós.

"Esses infortúnios discretos e ocultos são os que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que peçam assistência."

2 - Quais as características da caridade expostas no texto?

A humildade, que nos leva a fazer o bem; a espontaneidade; a discrição; o desinteresse; o amor ao próximo, enfim.

"Não lhes pergunta qual a crença que professam, nem quais suas opiniões, pois considera como seus irmãos e filhos de Deus todos os homens."

3 - Qual a melhor recompensa que podemos obter, praticando a verdadeira caridade?

A paz de nossa consciência, decorrente da certeza de que agimos conforme a lei de Deus.

"Ela não deseja outra aprovação, além da de Deus e de sua consciência."

Os infortúnios Ocultos - links, ESE

https://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-13-que-a-mao-esquerda-nao-saiba-o-que-faz-a-direita/os-infortunios-ocultos/

http://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?estudoid=481

http://pt.slideshare.net/nertanjucarn/infortnios-ocultos