Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

JESUS EM CASA DE ZAQUEU - Leda

O Evangelho Segundo o Espiritismo  |  Servir a Deus e a Mamom   |  Capitulo XVI   | 

JESUS EM CASA DE ZAQUEU

“E tendo entrado em Jericó, atravessava Jesus a cidade. E vivia nela um homem chamado Zaqueu e era ele um dos principais entre os publicanos e pessoa rica. E procurava ver Jesus, para saber quem era, e não o podia conseguir, por causa da multidão, porque ele era pequeno de estatura.
E correndo adiante, subiu a um sicômoro para o ver, porque por ali havia de passar.
E quando Jesus chegou àquele lugar, levantando os olhos, ali o viu, e lhe disse : Zaqueu, desce depressa, porque importa que eu fique hoje em tua casa.
E desceu ele a toda pressa, e recebeu-o muito alegre.
Vendo isso, todos murmuravam, dizendo que tinha ido hospedar-se em casa de um homem pecador.
Entretanto, Zaqueu, posto na presença do Senhor, disse-lhe: Senhor, eu estou para dar aos pobres metade dos meus bens, e naquilo em que eu tiver fraudado alguém, pagar-lho- ei quadruplicado.
Sobre o que Jesus lhe disse: Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que tinha perecido”. ( Lucas, XIX: 1 a 10)

Publicanos eram assim chamados, na Roma antiga, os arrendatários da taxas públicas, encarregados da cobrança dos impostos e das rendas de toda espécie.
Como corriam riscos no seu trabalho, as autoridades fechavam os olhos para seu enriquecimento, mesmo quando produto de cobranças e lucros escandalosos.
No tempo do domínio romano, o que muito incomodava os judeus era ter de pagar os impostos exigidos pela lei romana, a ponto de fazerem disso uma questão religiosa, porque era contrário à lei judaica.
Daí, a aversão aos que faziam a cobrança. Por isso, o espanto e as murmurações diante da atitude de Jesus, escolhendo hospedar-se na casa de um publicano.

Nessa passagem da vida de Jesus, vemos, uma vez mais, Jesus, agindo, coerentemente, com os princípios que ensinava, não se deixando levar, nem uma única vez , pelos preconceitos do mundo.

Entra em Jericó, uma multidão o espera, numa demonstração de carinho, de curiosidade em conhecer aquele de quem tantos falavam.

Ele não se deixou impressionar, escolhe para hospedar-se a casa de um homem mal visto, pelo seu trabalho, que infringia a lei judaica, um pecador.

É bem recebido, e logo no início, esse homem demonstra estar preparado para uma mudança total em sua vida, dispondo-se a distribuir aos pobres a metade dos seus bens e a ressarcir aos que porventura houvesse prejudicado.

É uma atitude corajosa de quem reconhece a necessidade de uma transformação em sua maneira de viver, pelo reconhecimento de novos valores e a vontade de viver de acordo com eles. Seus esforços em ver Jesus já eram indícios da atração que ele sentia pelo que ouvira falar dele.

Jesus, que percebera o que se passava no íntimo de Zaqueu, tendo, por isso, escolhido-o para seu hospedeiro, reconheceu a importância do momento. Por isso exclamou: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porque este também é filho de Abraão. Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o que tinha perecido”.

Jesus, com sua atitude, demonstrou que todos os homens são filhos de Deus, mesmo aqueles que assim não se vêem, ou assim não são vistos, independentemente, do que são e do que fazem.

Todos merecem consideração e respeito. E estando todos fadados à perfeição e à felicidade, ninguém tem condição de saber, quando e em que momento, alguém pode querer iniciar sua transformação. Ninguém pode, pois, ser desprezado por seus feitos, porque em qualquer momento ele pode querer mudar.

Condenar o erro, não compactuar com ele, mas ver sempre no que erra um filho de Deus, em um processo de evolução, destinado, como todos à perfeição e à felicidade.

 “O filho do Homem veio buscar e salvar o que tinha perecido” e, assim também devem agir seus verdadeiros discípulos, não desprezando os que erram, porque, muitas vezes, eles se recuperam e progridem no bem, mais depressa do que aquele que já pensa ser um homem de bem, porque não mata e não rouba, permanecendo estacionário no grau evolutivo alcançado, causando males, não perdoando, omitindo-se no bem.

A salvação entrou na casa de Zaqueu quando ele demonstrou desapego aos bens terrenos, dispondo-se a usá-lo em beneficio dos pobres, na vontade de ressarcir a quem se julgasse prejudicado por ele, iniciando assim, a prática da caridade e da justiça, que é o amor ao próximo em desenvolvimento, em ação. Demonstrou não guardar rancor aos que lhe censuravam e aos que o desprezavam.

Os exemplos de Zaqueu e de Jesus chegaram até nós, para que reflitamos sobre quem somos e o que fazemos com a Boa Nova trazida por ele há mais de dois mil anos.

Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

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