Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Desigualdade das Riquezas

Desigualdade das Riquezas


O assunto de hoje está nas perguntas 808 a 813 do Livro dos Espíritos.
O que vemos é toda a humanidade sofrendo pela riqueza que se tem e pela que não se tem.
Entretanto, Jesus nos ensinou que deveríamos nos preocupar em ajuntar os tesouros que a traça não corrói, a ferrugem não consome e o ladrão não rouba.
Em toda a história da humanidade a desigualdade das riquezas sempre existiu e é motivo de revolta e de revoluções.
Isto se dá não apenas pela má distribuição da riqueza, feita pelo materialismo e o egoísmo, dominantes no planeta, mas ao homem, que dela abusa.
Jesus aludiu a isso, na passagem do moço rico: "Como é difícil entrar um rico no reino dos céus!" (...) "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico se salvar". (Mateus, 19 vs. 23/24.)
Alguns acreditam que uma sociedade igualitária seja a solução para esses problemas.
Só que uma sociedade é constituída de homens e espelha aquilo que esses homens são.
Os homens não são iguais, uns são mais egoístas, outros menos, uns mais inteligentes, ativos e trabalhadores, outros menos.
Desigualdade na Terra reflete a desigualdade das necessidades evolutivas, a desigualdade dos próprios espíritos encarnados.
A igualdade das riquezas só seria possível se fosse acompanhada da igualdade do grau evolutivo e aptidões entre todos.
Lembram-nos os espíritos que, se uma mesma quantia em dinheiro fosse distribuída igualmente por todos os habitantes da Terra:
- A cada um caberia apenas uma parcela mínima e insuficiente.

- Não haveria recursos para nenhum dos grandes trabalhos que concorrem para o progresso e o bem-estar da Humanidade.

-Se a riqueza na Terra fosse fácil para todos, em nosso grau de evolução, a maioria não trabalharia, não estudaria, quereria somente gozar, e isto não
traz progresso para o espírito.

Em pouco tempo elas seriam diferentes ou nem existiriam para alguns, dado às diferentes faculdades de que os espíritos dispõem.

Por que uns a têm e outros não?
As riquezas são provas necessárias ao espírito na sua caminhada evolutiva.
Provas? Poderemos indagar; então eu quero esta prova!
Deus concede a uns riqueza e poder e a outros a pobreza como meios de experimentarmos as diferentes condições que ensejam.
Tanto a riqueza como a pobreza servem para nos testar intelectual e moralmente, constituindo, às vezes, situações de resgate espiritual.
Ante a miséria, podemos ficar:
- desanimados com as dificuldades;

- revoltados contra tudo e contra todos;

- invejosos de quem tem o que não temos; tentando até conseguir pelo roubo, pelo crime, o que precisamos ou queremos;

- reclamando contra Deus por não compreendermos seu divino programa para a nossa evolução.

Quanto à riqueza:
- constitui uma prova muito arriscada, bastante perigosa para o espírito, porque é o supremo excitante do orgulho, do egoísmo e da vida sensual.

Não é a riqueza ou a pobreza o que, realmente, distingue a graduação moral do espírito.
A riqueza, quase sempre, proporciona mais facilidades perigosas para o espírito enfraquecido.
As almas mais esclarecidas, ao encarnarem, preferem a pobreza e os problemas do mundo material para solucionarem as suas provas Cármicas e acelerarem o seu aperfeiçoamento espiritual.
A renúncia, a paciência, a resignação e a humildade são virtudes que melhor florescem nos ambientes pobres e ajudam o espírito a libertar-se mais cedo dos ciclos dolorosos da encarnação.
Com o manto gasto da pobreza, cresceram as figuras sublimes e incomuns de Francisco de Assis, Paulo de Tarso, Vicente de Paulo, Buda, Ramana Maharschi, Gandhi e principalmente Jesus!
O homem tem por missão trabalhar pela melhoria material do planeta.
Cabe-lhe desobstruí-lo, saneá-lo, dispô-lo para receber um dia toda a população que a sua extensão comporta.
Para realizar esses trabalhos, precisa de recursos
Sem a riqueza, não haveria maiores trabalhos, nem atividade, nem estimulante para a ação, nem pesquisas.
A atividade que esses mesmos trabalhos impõem ao homem, lhe amplia e desenvolve a inteligência.
Alguns estão dispondo da riqueza no momento, outros já a tiveram, outros ainda virão a usufruí-la
E mesmo quem já a teve poderá, se necessário, voltar a possuí-la.
Cada qual deve possuí-la, para exercitar-se no seu uso e provar a maneira por que o sabe fazer.
Como há a impossibilidade material de que todos a possuam ao mesmo tempo, e como, se todos a possuíssem, ninguém trabalharia,
E o melhoramento do globo sofreria com isso: cada qual a possui por sua vez.
Lamenta-se, com razão, o triste uso que algumas pessoas fazem da sua fortuna, as ignóbeis paixões que a cobiça desperta, e pergunta-se se Deus é justo, ao dar a riqueza a tais pessoas.
É claro que, se o homem só tivesse uma existência, nada justificaria semelhante repartição dos bens terrenos;
Mas, se em lugar de limitar sua vida ao presente, considerar-se o conjunto das existências, vê-se que tudo se equilibra com justiça
Essa é ainda uma prova da sabedoria e da bondade de Deus. Ao dar ao homem o livre arbítrio, quis que ele chegasse, pela sua própria experiência, a discernir o bem e o mal, de maneira que a prática do bem fosse o resultado dos seus esforços, da sua própria vontade.
A fortuna é um meio de prová-lo moralmente; mas como, ao mesmo tempo, é um poderoso meio de ação para o progresso, Deus não quer que permaneça improdutiva, e é por isso que incessantemente a transfere.
Mas será que devemos buscar corrigir as falhas de nossa estrutura sócio-econômica?
Claro que sim, devemos lutar para que seja real o sonho de uma sociedade digna, com melhores condições de vida.
Sabiamente nos diz Mahatma Gandhi "Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; não há o suficiente para a cobiça humana."
Se cada homem observasse as suas reais aptidões, nenhum trabalho útil ficaria por fazer, nem teríamos tanta gente frustrada realizando algo que não lhe satisfaz, nem tanta gente sobrando... "Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba."
Pessoas inconformadas com as profundas desigualdades existentes, que ousem ser diferentes, que sejam originais,
Que estejam dispostas a criar novos paradigmas para a construção de um mundo novo,
Para podermos iniciar a transformação gradual desta sociedade injusta e profundamente desigual,
E dar seguimento à revolução espiritual que o nosso mundo necessita e onde cada um de nós terá um papel preponderante e fundamental.

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