Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 26 de maio de 2017

Comentários sobre a Parábola do Filho Pródigo

Comentários sobre a Parábola do Filho Pródigo

(Vide abaixo desses comentários trecho do Evangelho de Lucas)

Jesus nos ensinou que há mais alegria no Céu por um pecador que se arrepende, do que por todos os justos que ali estejam. Na Parábola do Filho Pródigo podemos interpretar o “certo homem” como Deus, Nosso Pai e Criador, Senhor de todas as coisas orgânicas e inorgânicas. Desde o átomo e suas partículas mais ínfimas, até do ar que respiramos, da água que bebemos, dos vegetais que nos alimentam, como o oxigênio e as verduras e frutas. Criador das belezas do Céu, do Mar, das Matas, dos Rios e das Flores. Senhor Deus, Nosso Pai dos ensinamentos de Jesus que diz: O Pai trabalha e eu trabalho também.

Dos seres viventes feitos a sua imagem, destacam-se dois filhos: O Pródigo e o Egoísta. Os filhos que possuem toda herança do Criador. Que seriam esses bens? Seriam principalmente, bens espirituais. As maiores dádivas, A FILIAÇÂO DIVINA, O ESPÍRITO IMORTAL, E O LIVRE ARBITRIO.

Mas o filho mais moço estava inquieto. Queria sair e conhecer outras paragens. Ser senhor de seus desejos, tomar posse do que lhe pertencia. Assim pensando, pediu ao Pai: - Dá-me a parte que me cabe dos bens. O Senhor deu-lhe os bens pedidos, o anel de príncipe, o manto real, os haveres materiais como jóias etc.

Passados não muitos dias, este filho partiu, para uma terra distante a cata de aventuras.
Por onde teria passado? Por quais terras do universo, por quais paragens? Aqui no orbe terreno? Encarnado? Desencarnado? Que importa, por aqui, por ai, acolá, quem sabe? Só ele e Deus sabem.
O certo é que desceu fundo. Nesses lugares conheceu amigos e inimigos, influenciou e foi influenciado, negativa ou positivamente. O certo é que não soube com tudo isso lidar. Atravessou desertos e planícies, subiu montanhas, e desceu aos valados. Uniu-se aos que iam em caravanas vendendo e comprando. Ou ainda trocando. Conheceu gente boa, mas conheceu gente má também. Foi roubado, pelos salteadores da estrada.

Chegou com seus poucos haveres, em uma grande cidade cercada de altas muralhas e grandes portais. Ali, alugou uma bela residência cheia de quartos e salões, porque pretendia promover grandes festas. Entreter "amigos" com lautos jantares. Muita festa, muita dança, muitos comes e bebes. E assim viveu em dissolutas orgias criminosas. Consumindo, esbanjando, menosprezando todas aquelas dádivas divinas que herdara de seu Augusto Pai.

Desprezou até seu corpo físico com tantas intemperanças praticadas. Começou a sentir-se fraco e dente. Tornou-se pobre, roto, faminto e miserável, e teve que desocupar a bela residência e viver em pensões baratas e sujas. Procurou os amigos de antes, mas como não tinha mais dinheiro, também não tinha mais amigos. Estes lhe voltaram as costas. Aprendeu a lição de que " de onde se tira e não põe, acaba". Experimentou, inevitavelmente, da grande Lei de Justiça (Lei de Causa e Efeito). Continuou descendo, descendo, até ao fundo do abismo.

Conta-nos o Evangelista Lucas, que o Pródigo, sofreu bastante. Estando por longo tempo doente e abatido, chegou a ser preso, porque acharam que era um vadio qualquer. Andou ao léu, e depois de percorrer tortuosos caminhos de dores amargas acercou-se de um pequeno sitio, onde eram criados porcos.

Na porteira, titubeou em apresentar-se ao dono da chácara, com receio de ser mal interpretado. Bateu palmas e o dono lá de longe disse:

- Não queremos vadios ou mendigos por aqui, vá andando.

- Senhor, disse o Pródigo, não sou vadio ou mendigo. Estou faminto é bem verdade, mas procuro trabalho, não se preocupe. Se me deres trabalho tratarei dos porcos e comerei das alfarrobas que os alimentam.

E ali ficou por algum temo meditando sobre sua vida e fez um retrospecto nos acontecimentos vividos. Racionalizando, lembrou com saudades de seu bondoso Pai e de seu lar cheio de beleza e fartura, onde os empregados, tinham comida abundante. Arrependido e lembrando-se de que o Pai lhe dissera, que quando quisesse voltar, poderia, que ele estaria esperando-o de braços abertos.

Voltarei para o meu Pai. E a volta se processou, muito penosa. Séculos e séculos. Encarnações e processos espirituais expiatórios e provas. Tudo para se quitar com a GRANDE LEI DE JUSTIÇA. Em que somos livres para plantar, porem a colheita é obrigatória. Tinha que reconquistar a saúde espiritual e apresentar-se com a túnica nupcial. Mas estava determinado a voltar.

O Pai conhecia amplamente o novo estado de espírito do filho. Sentiu como Pai amoroso e justo a sua decisiva transformação. E vinha ele longe, na caminhada evolutiva e o Pai já o avistara e esperava. Compadecido dele, correndo o abraçou e beijou, sentindo naquela alma a maior sinceridade. Do seu coração magnânimo partiram eflúvios benditos de amor. E o filho lhe disse:

- Pai, pequei contra o Céu e contra Ti. Já não sou digno de ser chamado Teu filho. Trata-me como a um de teus trabalhadores.

O Pai compadecido disse:

- Filho estas novamente em teu Lar. Voltas-te para o que é teu.

E chamando os servos, disse-lhes:
- Trazei depressa a melhor roupa. Vesti-o, pondo-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Regozijemo-nos também com uma grande festa. Porque este meu filho estava morto e viveu, estava perdido e foi achado.

Há mais alegria no Céu por um pecador que se arrepende, do que por todos os justos que ali estão.

O bom filho a casa torna.

A melhor roupa é a túnica nupcial que é a luz do espírito.

O anel representa o brasão de príncipe.

As sandálias representam a proteção espiritual, merecida pelo filho.

Estava o filho mais velho (Filho Egoísta) no campo e quando voltava, ouviu a música e as danças. Chamou um dos criados e perguntou o que era aquilo. O criado informou:

- Veio o teu irmão e teu Pai mandou matar um novilho cevado, porque o recuperou com saúde.

Ele se indignou e não queria entrar, saindo o Pai que procurava conciliá-lo. Mas ele respondeu a seu Pai:

- Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma de tuas ordens e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos. Vindo porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele um novilho cevado.

Então lhe respondeu o Pai:

- Meu filho, tudo o que é meu é teu. Entretanto é preciso que nos alegremos, porque esse teu irmão, estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.

O egoísta mostra-se magoado e protesta. Retruca o Pai:

- É certo que não dissipaste os bens herdado mas por isso nada sofrestes. Ao passo que teu irmão, suportou todos os revezes e torturas originários dos erros que cometeu. Hoje é sábio pela experiência adquirida Virtuoso, pelo sofrimento suportado. Puro, graças ao batismo do fogo, que recebeu através do cadinho da dor. Hoje regressa ele ao Lar paterno mansão de todos os filhos, qual perdido, encontrado, qual morto, redivivo. É um ato de justiça, portanto, a expansão de amor com que o recebi.

Os dois irmãos representam a humanidade.

O Pródigo é a fiel imagem dos pecadores, cujas faltas, transparecem, ressaltam logo a primeira vista. Semelhantes transviados, deixam-se arrastar ao sabor das intemperanças, como barcos que vagam a mercê das ondas sem leme e sem bússola. Sabem que são pecadores, estão cônscios das próprias imperfeições e comumente ostentam para os que têm olhos de ver, apesar de graves faltas, apreciáveis Virtudes.

Já o filho mais velho, o Egoísta, é a perfeita encarnação dos pecadores que se julgam isentos de culpa. Protótipos das virtudes, únicos herdeiros das bem-aventuranças eternas, pelo fato de se haverem abstido do mal. São os orgulhosos, os exclusivistas os sectários que se apartam dos demais para não se contaminarem, como faziam os fariseus que desprezavam os samaritanos. E o fariseu que orava no Templo, quando Jesus nos faz lembrar que quem se humilha, será exaltado e quem se exalta será humilhado. O Pródigo, ao seu ver, deve ser excluído do Lar. Não vêem ligação alguma de solidariedade entre os membros da família humana. Quando se refere ao Pródigo, diz: "esse teu filho". Descrêem da reabilitação dos culpados. Imaginam-se no alto e os demais em baixo.

O mal do Egoísta é muito mais profundo, está muito mais radicado que o do Pródigo. O Pródigo tem qualidades ao lado de defeitos. O Egoísta não tem vícios, mas igualmente não tem virtudes. O Egoísta não esbanja os dons: esconde-os, como os avarentos escondem as moedas. Não mata, porém é incapaz de arriscar um fio de cabelo para salvar alguém. Não rouba, mas também não dá. Tais pecadores acham-se, por isso, mais longe de Deus que os demais, apesar das aparências denunciarem o contrário (lembrar que parecer não é ser).

As virtudes são mais facilmente simuladas do que adquiridas. Quem simula, quer parecer. Quem adquire é Virtuoso. A prova está em que as íntimas simpatias, de todos que lêem a Parábola, se inclinam para o Pródigo, num movimento natural e espontâneo à escolha do coração. Depois, nós pecadores confessos, vemos, na vida do Pródigo, a nossa própria história. Sua epopéia é a nossa esperança. Eis porque com ele tanto simpatizamos.

(Referências: Comentários da Parábola por Vinícius, em seu livro Nas Pegadas do Mestre, Cap. 22, disponível em http://lubeheraborde.blogspot.com [03 jul 2009])

A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO*
(Bíblia com tradução de João Ferreira de Almeida)
* Sinônimo de Pródigo: Perdulário, Dissipador, Esbanjador

LUCAS [15]
11 Disse-lhe mais: Certo homem tinha dois filhos.
12 O mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me toca. Repartiu-lhes, pois, os seus haveres.
13 Poucos dias depois, o filho mais moço ajuntando tudo, partiu para um país distante, e ali desperdiçou os seus bens, vivendo dissolutamente.
14 E, havendo ele dissipado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a passar necessidades.
15 Então foi encontrar-se a um dos cidadãos daquele país, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos.
16 E desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam; e ninguém lhe dava nada.
17 Caindo, porém, em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome!
18 Levantar-me-ei, irei ter com meu pai e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.
20 Levantou-se, pois, e foi para seu pai. Estando ele ainda longe, seu pai o viu, encheu-se de compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 Disse-lhe o filho: Pai, pequei conta o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.
22 Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e alparcas nos pés;
23 trazei também o bezerro, cevado e matai-o; comamos, e regozijemo-nos,
24 porque este meu filho estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado. E começaram a regozijar-se.
25 Ora, o seu filho mais velho estava no campo; e quando voltava, ao aproximar-se de casa, ouviu a música e as danças;
26 e chegando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo.
27 Respondeu-lhe este: Chegou teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo.
28 Mas ele se indignou e não queria entrar. Saiu então o pai e instava com ele.
29 Ele, porém, respondeu ao pai: Eis que há tantos anos te sirvo, e nunca transgredi um mandamento teu; contudo nunca me deste um cabrito para eu me regozijar com meus amigos;
30 vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou os teus bens com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado.
31 Replicou-lhe o pai: Filho, tu sempre estás comigo, e tudo o que é meu é teu;
32 era justo, porém, regozijarmo-nos e alegramo-nos, porque este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha-se perdido, e foi achado.

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