Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 27 de maio de 2016

A Depressão na Visão Espírita


A Depressão na Visão Espírita
Reinaldo M. Macedo


Nossa formação acadêmica e experiência profissional não nos credencia a abordar o assunto tema dessa nossa reunião de estudo pelo lado profissional.

Mas nossa experiência com o atendimento fraterno e com o tratamento de saúde na Casa Espírita ao longo de alguns anos, nossos estudos pessoais (através das obras de autores como Joanna de Ângelis, Miramez, Divaldo P. Franco, Dr. Izaias Claro, Dr. Jason de Camargo, Dr. Milton Menezes, Dr. José Carlos Frutuoso, por exemplo) e por meio de participação em palestras com profissionais na área de Psicologia e Psiquiatria, nos dão condições, como espírita cristão que somos, de abordar perfeitamente os temas psicológicos que Jesus abordou... Afinal, o Evangelho de Jesus é público e está ao alcance de todos.

Jesus foi e prossegue sendo um psicoterapeuta por excelência. O que aconteceu ao longo da história é que o homem envolveu e atribuiu muitas vezes a uma mística e a uma pregação exclusivamente evangélica a mensagem de Jesus... Colocando-a muitas vezes alienada e longe das aflições humanas, inclusive nesse aspecto em particular que falamos hoje, ou seja a depressão.

Mas todos aqueles que fizerem uma releitura do Evangelho à luz da Psicologia moderna, perceberão que Jesus na realidade antecipou-se à própria Psicologia.


Significados no Dicionário

Melancolia

1- Estado mórbido de tristeza e depressão. Estado de languidez e tristeza indefinida.

2- Afecção mental caracterizada por depressão em grau variável, sensação de incapacidade, perda de interesse pela vida... Podendo evoluir para ansiedade, insônia, delírio de auto-acusação e até a tendência ao suicídio. Lembramos aqui Judas Iscariotes que suicidou-se devido ao sentimento de culpa por ter denunciado Jesus e por não ter estrutura psicológica para reerguer-se dessa culpa.

Depressão

Distúrbio mental caracterizado por adinamia, desânimo, sensação de cansaço e cujo quadro muitas vezes inclui ansiedade em maior ou menor grau.

Adinamia

Estado de prostração física e/ou moral.


Breve Histórico sobre a Depressão

No século passado, a depressão era chamada de “melancolia” e também de “doença da afetividade”. A pessoa perde a afetividade pelos entes queridos.

Até então se acreditava que o ser humano pensava pelo fígado e amava com o coração (hoje, nós espíritas já sabemos que o espírito é quem governa o corpo e não o contrário).

Por isso é que o mal humor era encarado como um estado físico e se aproximava das chamadas “coisas do pensamento”.

Naqueles tempos, pensava-se que o fígado dos melancólicos estava saturado de fluidos doentes aos quais dava-se o nome de bílis negra, que era segregada pelo fígado devido aos maus pensamentos.

Até hoje usamos a expressão “preciso desopilar meu fígado” (ou seja, botar pra fora o mau humor, rir um pouco, etc.). Isso é uma prova do que ficou da cultura daquela época.

Acreditava-se que para o excesso de bílis-negra, a terapêutica indicada era a sangria, a ingestão de laxantes e de vomitórios... O que gerava alto índice de desidratação chegando a ser mortal... E também não trazia nenhum resultado confiável (vemos isso nos filmes de capa e espada).

Paralelamente, a vaso-constrição (que é o aperto ou relaxamento... agradável ou desagradável) que se sente quando temos boas ou más emoções... Era confundida com os sentimentos de amor e raiva... Um aperto no coração... Daí porque acreditava-se que “o coração era a sede do amor”.

Esses fatos, idéias e pensamentos se deram na Idade Média, até a metade do Século 16, após o início do pensamento renascentista (na época, Michelangelo pintava o teto da Capela Cistina e ele já dava claras mostras de sofrer de melancolia).

Mas no século 16, pela 1ª vez se usa a palavra Depressão.

A pessoa de Shakespeare, naquela época, era famosa também pela sua melancolia (vide a peça Hamlet).


Levando o Cérebro em Consideração

Mas no Século 17, começou-se a estudar e a se levar em consideração o cérebro humano... E desde aí o enfoque dado à depressão começou a mudar muito.

Um psiquiatra americano descobre que a qualidade de irrigação dos vasos sanguíneos dos neurônios cerebrais é responsável também pelos distúrbios neuróticos, pela esquizofrenia e por outras manifestações psicóticas.

No Século 19, temos personalidades famosas e depressivas como Leon Tolstoi e Schuman (músico famosíssimo que suicidou-se em plena crise depressiva).

No século 20, a Psiquiatria classifica depressão como Unipolar e Bipolar:

Unipolar - tristeza, desinteresse pela vida, prostração;
Bipolar - delírios, alucinações visuais e auditivas, síndrome de super-homem, etc.

Em 1940, descobre-se que o ser humano possui cerca de 5 bilhôes de neurônios. A expectativa de vida era de 40 anos de idade, e com 50 anos a pessoa já era considerada velha, praticamente incapaz de aprender.

Em 1950, com a invenção do microscópio eletrônico, descobre-se que o homem possui cerca de 50 bilhões de neurônios e dos quais morrem 15.000 por dia. A espectativa de vida sobe para 50 anos, e para 60 anos a chamada “velhice”.

Em 1970, descobre-se que o ser humano possui não 50, mas 70 bilhôes de neurônios, e a Neurofisiologia conclui que por mais neurônios que percamos temos uma reserva técnica para mais 2 vidas cerebrais!

No entanto, nos dias atuais constata-se claramente que não existe a chamada “terceira idade”, mas sim a “melhor idade”, como diz com alegria Divaldo P. Franco numa de suas palestras.

No século 20, comprovamos isso, lembrando alguns exemplos de nomes tais como: Chico Xavier, Madre Tereza de Calcutá, Golda Meyer, Charles de Gaulle e tantos outros... Mas, certamente, os irmãos vão se lembrar de outros irmãos bem pertinho da gente que são exemplos de pessoas que vivem de bem com a vida...

Só é velho quem se considera velho, afirmam os bons espíritos... Ser velho é um “estado de espírito”... Confiram isso nas bibliotecas e nas livrarias das nossas Casas Espíritas...

Entre 1990 e 2000, descobre-se que o homem possui de 75 a 100 bilhôes de neurônios (Divaldo brinca que os homens possuem alguns bilhôes a mais... Mas que não servem para nada).

Conforme o Dr. Izaias Claro, as mulheres possuem fatores mais específicos do que o homem e que a predispõe à depressão... Numa abordagem muito simplista, são fatores psicológicos, fisiológicos, hormonais, emocionais...

Existe uma proporção registrada de cerca de 5 mulheres com depressão para cada homem. Mas esse número é muito relativo... Pois tem-se que considerar que as mulheres extravasam mais suas emoções, enquanto que os homens maquiam muito mais as suas próprias emoções...

Por questões sócio-culturais e outras, o homem busca compensações que mascaram a sua realidade emocional... Bares, futebol, esquinas, etc...

As mulheres buscam ajuda mais rápido... Os homens nem tanto... Os números falados e registrados são esses... Mas bem que poderiam ser outros...


A Inteligência

A inteligência nos foi dada por Deus para que pudessemos evoluir nos planos material e espiritual.

Toda essa tecnologia que estamos vendo no mundo é produto da inteligência do homem... E inteligência, nós espíritas já sabemos, é uma propriedade que pertence ao espírito e não ao corpo.

Não faz sentido evoluir somente na tecnologia e no plano material, porque isso limita a perspectiva do homem e da vida.


Um Pouco sobre os Neurônios

As teorias bioquímicas mostram o substrato bioquímico da depressão. Há hoje no mercado os antidepressivos que agem na recaptação da serotonina, por exemplo, e ela, mantendo um nível de ação mais prolongado sobre os neurônios em determinada área cerebral, equilibra o depressivo.

Por isso, vê-se por aí as pessoas falando sobre problemas cerebrais e neurônios, querendo justificar a depressão exclusivamente sob esse ângulo, colocando somente no cérebro físico a responsabilidade sobre a causa dessa doença.

Mas, no fundo, o estado bioquímico do indivíduo, é apenas reflexo da alma, reflexo de ações desta vida, ou de outras vidas, por causas diversas, como por exemplo, sentimentos de culpa, sentimentos de menos valia, covardia perante as lutas, suicídios passados, orgulho ferido, medo de enfrentar as provas, etc...

Se há alteração neuro-bioquímica, há necessidade de assistência médica especializada e de medicação, mas também de uma grande dose de esforço e vontade, para a alma voltar ao equilíbrio.

Com a medicação, temos a ação do medicamento agindo sobre o efeito que se manifesta no corpo... Mas com a perseverança da vontade, com o estudo, com a fé em Deus, com o trabalho no bem, se estará agindo sobre verdadeira causa, que está no espírito... Aí o equilíbrio retornará, o equilíbrio físico/psíquico.

A depressão, como vimos, tem a ver com humor, melancolia, emoções, sentimentos, afetos, tristeza, amor, desamor... E isso não é sentido no/e pelo cérebro... Esses sentimentos e sensações são território de domínio do espírito, e portanto requer uma revisão na conduta da pessoa e uma reforma íntima de atitudes diante da vida...

Conclusão: A Inteligência, portanto, não está no cérebro e se não está nele também não está nos neurônios em si!

Os estudos dos neurônios e das redes sinápticas (rede de conexão entre neurônios vizinhos) tem levado os cientistas a descobertas surpreendentes no conhecimento químico cerebral, chamando a atenção para os elementos neuroquímicos, porque é através deles que veiculam as mensagens não somente dentro do cérebro, mas também por todo o corpo humano!

Determinados distúrbios de comportamento são originados pelo excesso ou pela falta dessa ou daquela substância química no cérebro. Muitíssimo bem... Mas então qual o fator que determina esse excesso e a falta de substâncias químicas? O que dispara isso? Onde está o gatilho do disparo ou o freio da contenção? Quem é o sujeito que providencia excesso ou falta?

Exemplo:

Em 1984, na Universidade de Iowa nos Eua, um psiquiatra descobriu que no cérebro dos esquizofrênicos existe deficiência na metabolização (processamento) do aminoácido serina (que é encontrado na maioria dos alimentos que possuem proteínas).

Essa serina é a substância que equilibra a glicina, que regula o nível da dopamina.

A dopamina então acaba sendo produzida em excesso e surge então esquizofrenia.

Mas por que existe a essa deficiência da metabolização? A Ciência busca sempre, e cada vez mais, explicação para os fatos... E é por isso que:

- já existe a ABRAPE – Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas;
- já existe a AME – Associação Médico Espírita;
- o aumento de número de médicos e outros doutores na ciência que aderem a Ciência Espírita;
- já houve a fundação da UniEspírito – Universidade Internacional de Ciências do Espírito (www.uniespirito.com.br), que busca os pontos de encontro entre Filosofia, Ciência e Religião, abordando o homem de uma forma integral, ou seja, bio-psico-socio-espiritual, fundada em 25 de janeiro de 2004;
- já existem cerca de 100 hospitais espíritas no Brasil;
- o ESDE já é feito até pela Internet, e até em espanhol (www.espiritismo.cc);
- a partícula Deus já está em discussão (Boson de Higgs – átomo, elétrons, prótons, nêutrons e outras).

As provas estão aí... O Homem já começa a esbarrar fortemente com o perispírito e o espírito nas pesquisas científicas.


-> Ler parte do Livro Além da Matéria – Robson Pinheiro / Joseph Gleber


Necessidade do Tratamento Médico na Depressão

Enfatizamos com veemência que depressão requer cuidados médicos especializados... Existe necessidade de uma medicação bem dosada e muitas vezes combinada, controlada invidualmente pelos médicos para cada caso, visando a regularização do processo bioquímico do cérebro... Exigindo acompanhamento psicoterápico... Mas também requer cuidados espirituais...

Não somos só corpo... Somos espírito também... Já sabemos que o espírito comanda o corpo e que, por ser imortal, é preciso mudar pensamentos e atitudes para manter o equilíbrio da vida orgânica... Se algo estiver desequilibrado nela...

E é bom lembrar que a depressão também não está vinculada exclusivamente a quadros de influenciação externa obsessiva... (obsessão). Mas que, sem dúvida, podem e vão facilitar esse fato pelo estado de desequilíbrio vibracional em que pode ficar o paciente.


Sentimentos e Emoções

O cérebro é o veículo de expressão da mente... Ele transmite as ordens ao corpo material... Mas não é a própria mente.

Entre expressar e ser existe uma distância incomensurável.

Como sabemos, os neurocientistas vêm localizando no cérebro as regiões correspondentes à fala, à audição, à visão, ao paladar, ao controle dos movimentos, etc...

Já conseguiram descobrir o percurso até de algumas emoções, bem como o trabalho dos neurônios no comando dos agentes psíquicos resultantes dessa energética em movimento.

Descobriram também que dependendo da emoção ou do sentimento, o cérebro atua na produção de certos hormônios e substâncias químicas correspondentes ao tipo de função psíquica exercitada naquele momento.


-> Ler parte do Livro Educação dos Sentimentos (Jason de Camargo)


Força de Vontade

Essa é a mola propulsora de toda essa tecnologia que vemos no mundo, de todos os avanços médicos, informática, mecânica, espacial, eletrônica...

Ela provém do “estado de espírito”, que tanto se fala por aí... O ser humano é efetivamente o que pensa...

Vejamos o exemplo de Júlio Iglesias que há 30 anos atrás sofreu um acidente no Canadá e ficou completamente paralítico... E que hoje canta e encanta o mundo com sua voz e sua música... (força de vontade).

O mesmo aconteceu com o cantor brasileiro do Grupo "Os Paralamas do Sucesso", Herbert Vianna, cuja esposa veio a fazer seu retorno a pátria espiritual... (força de vontade).

Aliás, cada um de nós deve ter conhecimento de casos semelhantes espalhados pelo mundo... E muitas vezes tão perto da gente... Seja com vizinhos, conhecidos, amigos, parentes... (força de vontade).

Queremos deixar bem claro que quando nos referimos ao “estado do espírito” falamos de sintonia vibracional desse espírito... Quanto ao seu positivismo ou não diante da vida... Do seu otimismo ou não diante dos problemas que o afligem... Da qualidade das suas ondas cerebrais costumeiras... Qualidade dos seus hábitos... Do respeito pelo corpo e pela vida... Do seu cuidado com sua evolução espiritual... Somos carne e espírito... Não podemos relegar nenhum dos dois... Tá lá no Evangelho...

Ítens para Reflexão

Neste ponto gostaríamos de deixar, naturalmente para reflexão de todos os presentes, encarnados e desencarnados, algumas questões:

- Estamos seguindo as prescrições do maior maior tratado de psicoterapia do mundo, que é o Evangelho de Jesus?

- Que parceiros espirituais temos tido ao nosso lado, devido as nossas atitudes e pensamentos?

- Que parceiros espirituais temos sido para os outros, através de palavras e ações?

- Como estamos lidando com o próximo? Estamos fazendo a eles aquilo que gostaríamos que nos fizessem?

- Como estamos lidando com o rancor e com a mágoa? Estamos perdoando?

- Como amigos, temos emprestado o ombro para o choro de um irmão de jornada?  Temos apaziguado corações?

- Estamos ajudando materialmente também a alguém?

- Como vai nossa paciência e tolerância? Temos praticado ambas?

- Precisamos policiar mais nossa maledicência?

- Temos confortado alguém doente?

- Como temos lidado com o nosso próximo mais próximo, que são os nossos familiares? Sabemos, como espíritas, que o acaso não existe, e se renascemos naquela família bom motivo há de haver...

- Temos elevado nossos pensamentos ao alto, através de prece e meditação, buscando sintonia com Jesus e com Deus?


Encerramento

Reflexão - Uma Mensagem de Otimismo - As Leis de Deus

Nossa posição, ou seja, enquanto humanidade, diante das Leis Morais, define a situação moral geral do homem na Terra... E, conseqüentemente, seu destino geral (falando de maioria).

A evolução intelectual, nos ensinam os espíritos superiores, antecede a evolução moral.

Assim, podemos deduzir que realmente o estado atual conturbado da humanidade, por uma relação de causa e efeito, trará acontecimentos que irão fazer com que o homem se modifique... Isso quer dizer que se avizinha uma nova era para a humanidade.

Uma era de Regeneração do Planeta, na qual irão sendo atraídos para planetas inferiores os espíritos que não estejam conseguindo acompanhar o desenvolvimento moral dos espíritos que continuarão na Terra...

A Terra está completando o ciclo de ser o lar para os espíritos que estão numa situação moral que ainda requer um Planeta de Provas e Expiações para continuarem aprendendo.

Não é castigo divino, é misericórdia... Se o espírito foi criado para evoluir e não consegue num Planeta, acabará conseguindo num outro Planeta... (aqui lembramos dos Exilados de Capela).

Nada acontece por acaso... Todo esse avanço da tecnologia (em eletrônica, na energia atômica, na clonagem, na medicina) está fazendo com que o homem se aproxime da descoberta do espírito imortal e daí para ter a consciência da necessidade de reparação, pela natural responsabilidade de tudo o que faz e que pensa...

Deus apenas nos deu o livre-arbítrio para que através dele construíssemos nossa felicidade dentro das Leis da Natureza, que são imutáveis por serem perfeitas.

Aí cabe a pergunta: Já estamos percebendo isso?

Que estamos fazendo para fazermos as mudanças necessárias em nossas vidas? Estamos fazendo por merecer o direito a uma vida mais feliz, numa comunidade mais justa e mais fraterna, num Planeta de Regeneração?

A evolução do espírito, em vista da lei de causa e efeito, se fará quer seja pelo amor ou pela dor... Isso é apenas a constatação da perfeição das Leis Naturais e da Providência Divina.


Perguntas e Respostas Pesquisadas na Internet

1. Tenho um parente que tem entrado em crises de depressão. Chora, vomita, mesmo nos momentos em que está feliz. Será que é espiritual?

- Os sintomas acima relacionados são característicos de um momento de depressão. Para o Espiritismo, a depressão é uma síndrome que possui diversas possíveis causas psicológicas (psicodinâmica) e até predisposições orgânicas. A Doutrina Espírita ainda acrescenta um outro fator agravante e mantenedor do processo: a obsessão. A obsessão é a interferência negativa de um ser desencarnado (que já deixou o corpo físico) sobre um encarnado (cujo corpo ainda não pereceu). Nas nossas várias reencarnações, criamos afetos e desafetos, que, deixando o corpo físico em ocasião da morte orgânica, conservam e cultivam os mesmos sentimentos bons e ruins com relação a nós.

Nesse caso, podem querer manter o contato mental com o encarnado de sua afinidade, influenciando-lhe mentalmente através de sugestões de pensamentos e sentimentos perturbadores, seja pelo desejo de vingança, seja pelo apego demasiado à vida material. Devemos lembrar, entretanto, que o desencarnado só poderá atuar se encontrar campo mental favorável, a depender dos hábitos, sentimentos e pensamentos do encarnado.

De qualquer forma, é muito recomendável que esse parente procure, em primeiro lugar, um bom profissional de saúde (psiquiatra), para detectar o possível diagnóstico de uma depressão. Se for o caso, poderá ser empregada psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. Por outro lado, também seria muito interessante ele ir a um Centro Espírita, onde será acolhido e ouvido, na tentativa de, através de reflexões, descobrir e trabalhar as causas da melancolia. Lá ele será convidado a participar das palestras públicas, sobre alguma lição do Evangelho consolador e receber fluidoterapia (passes magnéticos e água fluidificada) para recuperar as forças orgânicas.

E, dependendo da situação, o caso poderá ser levado às reuniões de desobsessão, em que haverá um diálogo com o possível obsessor. Em todas as circunstâncias, a reforma íntima dos pensamentos e sentimentos do paciente é a terapia essencial para a verdadeira cura.

2. Sinto medo e um desânimo muito grande. Segundo o médico, estou com depressão e estou tomando remédios. Estou melhorando, mas o medo me acompanha sempre. Na visão espírita, o que seria a depressão?

- A conceituação de depressão para o Espiritismo é a mesma que a Medicina dá, isto é, o conjunto de sinais e sintomas depressivos (tristeza, falta de prazer, insônia, perda do apetite, choro fácil, etc.) que duram por mais de 2 semanas, sem fator desencadeante muito claro (luto, por exemplo). A diferença é que o Espiritismo investiga as diversas causas espirituais dessa doença.

Considerando que todos somos imortais, e que reencarnamos várias vezes para desenvolver nossos potenciais sempre evoluindo, as causas reais de qualquer doença encontram-se nesta ou numa existência anterior. O Espiritismo considera que a depressão é uma doença com componentes orgânicos e psicológicos. Nesse sentido, o Espírito pode reencarnar com a predisposição (adquirida em outra reencarnação) de desenvolver a depressão, bastando poucos fatores precipitantes para desencadear a síndrome.
Entretanto, a depressão pode ser adquirida, inconscientemente, sem o paciente perceber, na própria reencarnação. No caso particular da depressão, devemos lembrar dois componentes geradores de doenças: a influência do próprio Espírito encarnado (o paciente) que, através de pensamentos negativos, desenvolve distúrbios orgânicos, e a influência da obsessão.

Na visão espírita, todos nós somos mais ou menos médiuns, ou seja, possuímos em maior ou menor grau a mediunidade, que é faculdade humana natural (orgânica) de perceber Espíritos desencarnados (que já deixaram o corpo no momento da morte). O Espiritismo nos esclarece que a Obsessão é uma síndrome muito prevalente na população, mas pouco diagnosticada, que se apresenta como o conjunto de distúrbios psicológicos e psiquiátricos decorrentes da ligação mental que se estabelece entre o paciente encarnado (nós, que ainda possuímos o corpo) e um (ou mais) desencarnado. Na verdade, poderíamos estender esse conceito para qualquer relação mental e psicológica inter-encarnados, inter-desencarnados, do encarnado para o desencarnado ou vice-versa que prejudica a saúde mental de ambos.

Um Espírito obsessor pode ter vários motivos para obsediar um encarnado. Em nossas várias reencarnações criamos numerosos vínculos e afetos, nem sempre saudavelmente, representando uma semeadura que certamente colheremos mais tarde. Quando um desafeto vê-se prejudicado, e não compreende as soberanas leis da natureza e da Justiça Divina, procura o encarnado "criminoso", mesmo depois, em outras reencarnações, para vingar-se.

A vingança é uma das maiores causas de obsessão relatada. Há também outros motivos que se somam, como o "parasitismo" mental pelo prazer, a paixão e o ódio, etc.

Naturalmente, o obsessor, por definição óbvia, estará sempre em maior perturbação. O encarnado, por sua vez, receberá esse "ataque" mental e sofrerá por isso se, e somente se, o permitir. Isto é, o campo mental propício do encarnado dá acesso para o desencarnado interferir. Pensamentos ociosos, ambientes viciantes, conversações levianas, supérfluas e frívolas, clichês mentais e degradantes possibilitam um campo de fácil atuação ao obsessor. Cultivar o hábito da prece, vigilância de pensamentos, conversações nobres, controle dos impulsos, leituras edificantes e saudáveis, estudar páginas do Evangelho no lar, etc., são os recursos terapêuticos mais eficazes na prevenção e tratamento das obsessões.

Para complementar, o paciente, se desejar, também pode procurar uma casa espírita onde encontrará um serviço de atendimento fraterno, poderá participar de palestras, receber fluidoterapia (passes magnéticos e água fluidificada) para fortalecê-lo externa e internamente. Se for necessário, o caso poderá ser levado às reuniões mediúnicas espíritas, em que o obsessor é convidado a dialogar através de médiuns treinados para que ele também possa ser atendido e liberar-se da idéia de perturbação.

Assim, recomendamos fortemente que você analise essas questões, observe aquilo que está sentindo e busque a melhor terapia que lhe fará maior bem, tanto no lado material (médico, psiquiátrico) quanto do lado espiritual, buscando, acima de tudo, resolver as causas da problemática atual.

Que Jesus, o sublime médico das almas, nos fortaleça e nos ampare nas nossas dores.


3. A síndrome do pânico tem alguma causa espiritual, ou somente orgânica e psíquica? Uma pessoa em tratamento com síndrome do pânico pode ser passista?

- O transtorno do pânico é distúrbio da ansiedade, com grande prevalência na população, que se caracteriza por "ataques de pânico recorrentes e imprevisíveis, que são episódios distintos de medo e desconforto intensos, associados a vários sintomas físicos, como palpitações (taquicardia), sudorese, tremor, dispnéia (falta de ar), dor torácica, tontura e medo de destruição iminente ou morte" (Medicina Interna, Harrison, 15ª edição). Essas crises têm início súbito, com auge em 10 minutos e resolução em 1 hora, e possuem freqüência variável. A explicação fisiopatológica para a síndrome do pânico reside em vias neurais do sistema nervoso central, particularmente o tronco encefálico, numa rede de neurônios chamada Locus Ceruleos.

Acredita-se que o portador da síndrome possua uma sensibilidade aumentada a situações estressantes gerando uma reação de defesa instintiva que todos nós temos em muito menor grau. Há também algumas especulações sobre predisposições genéticas em famílias cuja freqüência de casos é elevada.

Do ponto de vista espírita, é óbvia a interferência espiritual na gênese da doença. Conflitos reencarnatórios, afrontamentos das leis naturais, gravadas na consciência de cada um, e relacionamentos espirituais com obsessores-credores repercutem diretamente no perispírito.

Este, está em íntimo contato ("molécula-à-molécula") ao corpo físico, particularmente com as células do sistema nervoso, expressando seus distúrbios na fisiologia normal dos órgãos. Muitas doenças neurológicas não têm outra causa. No livro "Tormentos da Obsessão", em "Novos Descortinos", o Dr. Ignácio Ferreira, fazendo uma reflexão das repercussões da obsessão configurada como parasitose espiritual, esclarece: "Iniciando-se de forma sutil e perversa, a obsessão, salvados os casos de agressão violenta, instala-se nos painéis mentais através dos delicados tecidos energéticos do perispírito até alcançar as estruturas neurais, perturbando as sinapses e a harmonia do conjunto encefálico (...) Quando das suas graves intervenções no psiquismo dos seus hospedeiros, suas energias deletérias provocam taxas mais elevadas de serotonina e noradrenalina, produzidas pelos neurônios, que contribuem para o surgimento do transtorno psicótico maníaco-depressivo, responsável pela diminuição do humor e desvitalização do paciente, que fica ainda mais à mercê do agressor."

Observamos aí um exemplo de que as dificuldades espirituais do encarnado repercutem na harmonia neural, favorecendo o surgimento de diversos transtornos neurológicos.

Por isso mesmo, é extremamente recomendável que o doente abstenha-se momentaneamente de algumas atividades espíritas que dependam de sua mediunidade, já que esta é uma faculdade neurológica que depende de um estado relativamente saudável nessa área. No capítulo XVIII, de "O Livro dos Médiuns", Kardec defende essa idéia com muita ênfase.

No caso do passe, devemos lembrar que se trata de um processo mediúnico (médium curador), em que Espíritos bondosos atuam no sistema nervoso do médium, pelo perispírito, para induzir a secreção de fluidos vitais saudáveis e renovadores para o receptor. Nesse sentido, é contra-indicado uma pessoa portadora do transtorno do pânico dar passes, não pela doença em si, que pode representar um perigo, mas pela distonia na área espiritual. É fundamental, pois, que a pessoa conscientize-se e busque o tratamento material e espiritual do seu problema.

O tratamento deve pautar-se no tríplice aspecto do ser humano: corpo, perispírito e espírito. Dessa forma, o tratamento psiquiátrico é extremamente recomendável porque irá auxiliar na reabilitação da função neural, gerando um alívio muito grande para o paciente. Mas isso não resolverá o problema principal, a causa de base. É necessário, pois, um tratamento energético, em que a pessoa deve receber o passe, a água fluidificada, recuperando o equilíbrio de seu campo energético. Além disso, e sobretudo, o paciente deve buscar um reconforto espiritual através da evangelhoterapia, em tratamentos desobsessivos (se for o caso), hipnose com terapia de vida passada (quando indicada), etc. Necessita, enfim, procurar transformar-se, vivenciando o Evangelho na prática.

Assim, há alguns inconvenientes de qualquer pessoa dedicar-se a trabalhar nas tarefas mediúnicas quando possua uma doença neurológica de fundo espiritual. Porém, longe de se afastar do Centro Espírita, deve procurar integrar-se mais nas suas diversas atividades, participando e trabalhando em outros setores, como a evangelização infantil, a assistência social, etc. E, dessa forma, encontrará espontaneamente o melhor tratamento para, um dia, voltar a exercer suas funções mediúnicas.

4. A epilepsia tem uma explicação espiritual como no caso do autismo?

- A epilepsia é uma doença neurológica e possui matrizes cerebrais para que ela ocorra. Porém, muitos fatores podem provocar essas alterações cerebrais e, dentre eles, há o fator espiritual.

Toda expressão, movimentos e ações do Espírito sobre o corpo se dá através de excitações (despolarizações) elétricas nos neurônios do córtex (casca, camada externa) cerebral que, por sua vez, transmitem a informação através dos nervos para os músculos correspondentes, provocando o efeito.

Por outro lado, o Espírito encarnado recebe as informações sensoriais do ambiente (visão, audição, paladar, olfação, tato e outros) através de estímulos sensoriais em receptores periféricos (microscópicos) que convertem a informação em corrente elétrica através dos nervos até chegar ao cérebro, onde neurônios determinados também se despolarizam levando a informação sensorial para o Espírito. Dessa forma, todas as manifestações sensoriais e motoras do Espírito encarnado dependem da despolarização específica e organizada do neurônio certo no cérebro.

A epilepsia é uma doença que se apresenta como uma crise sensorial ou motora (ou mista), em que, sem estímulo sensorial periférico ou sem estímulo espiritual motor, um grupo de neurônios cerebrais alterados despolarizam-se espontaneamente, irradiando-se para áreas cerebrais vizinhas, causando distúrbios motores involuntários (convulsão) e/ou alterações sensoriais espontâneas (alucinações). Essa crise dura em média 3 minutos, ou muito mais, se a doença for grave.

O mais importante deve ser descobrir o que faz com que esses neurônios façam essas descargas espontâneas. Qualquer lesão cerebral pode causar isso. Um traumatismo craniano pode lesar a membrana de muitos neurônios e provocar distúrbios de polaridade. Um tumor cerebral pode comprimir neurônios e forçar despolarizações elétricas. Causas genéticas que alteram a excitabilidade de determinados neurônios também já foram identificadas.

A grande contribuição do Espiritismo nessa área é apontar causas espirituais diretas e indiretas. No livro "A Gênese", no capítulo XIV, Allan Kardec ensina que uma obsessão intensa (forte interdependência entre o obsessor e o obsediado) e prolongada pode gerar lesões orgânicas através dos fluidos espirituais "viciados": "Tais fluidos agem sobre o perispírito, e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual está em contato molecular (...) Se os fluidos maus forem permanentes e enérgicos, poderão determinar desordens físicas: certas moléstias não têm outra causa senão esta." De fato, Kardec reconhece em O Livro dos Espíritos, questões 481-483, que uma influência espiritual obsessiva pode causar uma neurolesão epiléptica e propõe que o método desobsessivo pode levar à cura do paciente:

"A ação dos Espíritos é secundária, eles nada mais fazem do que aproveitar uma disposição natural. A autoridade não pode suprimir essa disposição, mas a causa que a entretinha e exaltava; de ativa, ela o torna latente, e com razão para agir assim, porque o fato resultava em abuso e escândalo."

De qualquer maneira, mesmo as causas traumáticas, genéticas e orgânicas para a epilepsia possuem muitas relações com mecanismos naturais das provas e expiações, no contexto das causas atuais e anteriores das nossas aflições. Assim, apesar da epilepsia ter uma causa orgânica, a influência espiritual para que ela aconteça não pode ser ignorada.


Conclusão Final

Nossa vida é feita de escolhas... Depende somente de cada um de nós decidirmos os caminhos que iremos percorrer rumo a felicidade... O que só se dará através da nossa Reforma Íntima... Pois a felicidade não é uma estação na viagem da vida... É a maneira pela qual se viaja!

Que Deus nos abençõe a todos e... Muita Paz!

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