Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A MULTA MAIOR

A MULTA MAIOR

O recinto do Tribunal estava lotado, não tanto pela importância dos crimes que seriam julgados, mas pela presença do prefeito de Nova York, La Guardia, que costumava, nessas ocasiões, sentenciar casos policiais simples, com decisões que ficavam famosas pelo seu conteúdo de sabedoria e originalidade.

Um dos acusados fora pilhado em flagrante, roubando pão em movimentada padaria. O homem inspirava compaixão: muito magro, barba por fazer, roupas em desalinho – era a própria imagem da miséria!…

La Guardia submeteu-o, solene, ao interrogatório, consultou as testemunhas e, após rápida apreciação, considerou-o culpado, aplicando-lhe a multa de cinqüenta dólares. A alternativa seria a prisão…

Em seguida, dirigindo-se à pequena multidão que acompanhava, atenta o julgamento, disse, peremptório:

– Quanto aos presentes, estão todos condenados a pagar meio dólar cada um, importância que servirá para liquidar o débito do réu, restituindo-lhe a liberdade.

E ante a estupefação geral, acentuou:

– Estão multados por viverem numa cidade onde um homem é obrigado a roubar pão para matar a fome!…

Todos nós, habitantes de qualquer cidade do Mundo, estamos sujeitos a uma multa muito mais severa, a uma sanção muito mais grave – a frustração dos anseios de Felicidade, os desajustes intermináveis, as crises de angústia – por vivermos num planeta onde as palavras fraternidade, bondade, solidariedade, são enunciadas como virtudes raras, quando são apenas elementares deveres, indispensáveis à preservação do equilíbrio em qualquer comunidade.

Dizem os Espíritos Superiores que a Felicidade do Céu é socorrer a infelicidade da Terra. Diríamos que somente na medida em que estivermos dispostos a socorrer a infelicidade da Terra é que estaremos a caminho da Felicidade do Céu.

Não há alternativa. Podemos nos isolar da multidão aflita e sofredora, mas jamais estaremos bem, porquanto a infelicidade é o clima crônico dos que se fecham em si mesmos.

Mãos servindo são antenas que estendemos para a sintonia com as fontes da Vida e a captação das Bênçãos de Deus!

Richard Simonetti do Livro: Atravessando a Rua

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