Estudando o Espiritismo

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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Sofrimento maior - Ignácio de Antioquia


Conta-se que quando Inácio de Antioquia foi preso, foi levado a Roma e colocado em um subterrâneo, onde encontrou amigos de fé.

Ali ele se recordou de Jesus e, por várias horas, falou-lhes a respeito das bem-aventuranças do reino de Deus.

Uma semana depois, milhares de espectadores lotaram o circo e a arena se encheu de feras vindas de várias partes do mundo.

Elas não tinham sido alimentadas por uma semana. Para lhes aguçar o paladar, pedaços de carne ensanguentados lhes foram atirados.

Naquela arena, os cristãos foram lançados e os animais, de forma rápida, despedaçaram os corpos frágeis de anciãos, homens, mulheres e crianças, que não se intimidavam diante da morte.

Contudo, de uma forma estranha, Inácio, que se encontrava entre eles, não foi tocado. Esperou que uma patada no tórax lhe despedaçasse os ossos e os músculos. Entretanto, nenhuma fera lhe arrebentou o corpo.

Vendo que os cadáveres dos seus companheiros já estavam sendo rejeitados pelas feras saciadas, ele se ajoelhou na arena ensanguentada e orou a Jesus: Por quê? Por que fui poupado? Por que não tive a honra de morrer?

Então, um ser espiritual se apresentou à visão psíquica e lhe respondeu: Inácio, morrer é muito fácil. Perder o corpo numa só vez é um testemunho pequeno para ti. Tu, que amas tanto Jesus, mereces algo mais penoso. Tu viverás. Viverás entre pessoas que não te compreendem, que desconfiarão de ti.

Estar firme no ideal, Inácio, no momento das dificuldades, este é o sacrifício maior. O Mestre deseja que vivas, para que a Sua mensagem saia da tua boca e experimentes a perseguição continuada, sem desanimar. A morte na arena é uma morte muito rápida para os que são bons e fiéis.

Inácio teve sua vida poupada. Os cristãos supuseram que ele houvesse negado o Cristo e prestado sacrifício aos deuses de Roma, para se salvar.

A calúnia, a maledicência e a intriga semearam na comunidade cristã toda sorte de desconfianças.

Ele jamais se defendeu, porque quem ama Jesus não tem tempo a perder com defesas improdutivas.

Jamais se justificou, porque ele deveria prestar contas ao seu rei, Jesus, e não aos seus pares, súditos como ele.

Não disse uma palavra. Os anos demonstraram a sua grandeza. Ele passaria a ser o modelo do cristão verdadeiro, o modelo daquele servidor primitivo de Jesus, elevado à categoria de bem-aventurado, por seu testemunho de amor.

*  *  *

Se servimos a Jesus, não nos perturbemos com as querelas que nos circundam as ações.

Atendamos sempre com amor. Sirvamos sem cansaço. Trabalhemos e, como o Apóstolo de Antioquia, demos conta dos nossos atos a Jesus, nosso Mestre e Senhor.

Vivamos cada dia no bem, aplicando a caridade plena que é benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas.



Redação do Momento Espírita, com base no artigo O
holocausto maior, de Rogério Coelho, da revista
Reformador, de março de 2001, ed. FEB e  citação do
item 886, de O livro dos Espíritos, de Allan Kardec,ed.
FEB.
Em 8.6.2013.

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