Estudando o Espiritismo

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domingo, 2 de agosto de 2015

Espiritismo e tolerância religiosa

Espiritismo e tolerância religiosa

Periodicamente, a humanidade recebe a presença de grandes espíritos que encarnam com a missão de reestruturar certas crenças e impulsionar a evolução coletiva. São os chamados “avatares”. Tivemos a presença de Sidarta Gautama, conhecido como Buda (o desperto), que colaborou com o avanço espiritual na Índia, dando início ao que conhecemos, hoje, como Budismo, nas suas variadas escolas. Assim também foi com Jesus, que era judeu, mas, procurou resgatar a pureza de coração na vivência diária. Seus discípulos iniciaram um movimento chamado Cristianismo, que, tempos depois, se tornou a religião oficial do Império Romano.
Lao Tzé, Confúcio, Krishna, Maomé, Moisés, Lutero, entre outros, trouxeram, sem sombra de dúvida, um grande avanço na evolução planetária. Sem falarmos dos filósofos, como Sócrates, Aristóteles, etc.
Claro que não pretendemos dizer, com isso, que estes grandes mestres do pensamento humano sejam representantes absolutos da Verdade. Não... e duvido que um grande mestre se coloque nesta posição. Mas, são como bússolas norteando nosso caminho.
Todo movimento religioso sofre diversas influências, ao longo dos séculos; algumas benéficas, que revigoram a própria religiosidade original. Outras, como valores culturais, interesses pessoais, preconceitos, etc., acabam deturpando a proposta dos grandes mestres.
No caso do movimento espírita, costumo dizer, ironicamente, que o que se pratica não é Espiritismo, mas, “kardecismo”, devido à tamanha autoridade que os espíritas dão às obras da codificação, algo que Kardec nunca impôs.
Sobre o movimento pela “pureza doutrinária”, que sempre contou com adeptos de “carteirinha” no Espiritismo, eu gostaria de dizer o seguinte:
Eu respeito imensamente a obra de Kardec, mas, baseando-me na História, reconheço que certos ensinamentos, na codificação, não condizem, necessariamente, com a realidade, mas, são fruto de um visão cultural da época, dos espíritos e até dos médiuns.
Reconheço grandes ensinamentos na codificação, mas, discordo de alguns, com base nos meus estudos de outras doutrinas espiritualistas e, principalmente, na minha experiência prática, na minha vivência.
Aqueles que fazem da codificação kardequiana uma obra representante da Verdade absoluta, inquestionável, estão criando uma ortodoxia dogmática e matando o princípio da dúvida filosófica.
A doutrina é evolucionista e seus fundamentos podem ser encontrados em outras religiões. Kardec chegou, inclusive, a sugerir um catálogo racional para se montar uma biblioteca espírita. Neste catálogo, ele indica, entre outros livros: o Bhagava Gita, o Alcorão, entre outros livros orientais. Kardec sugere, neste mesmo catálogo, que se inclua obras antiespíritas para que tenhamos conhecimento dos argumentos contrários. Isso, sim, é uma atitude filosófica.
Kardec nunca disse para os espíritas estudarem somente aquilo que estivesse de acordo com a codificação. Ao contrário, ele deixou claro que novas obras viriam complementar... bastava que usássemos o raciocínio e separássemos o joio do trigo.
Portanto, a codificação é obra de Kardec, mas o Espiritismo vai além dela. É uma doutrina em construção, um “edifício” inacabado em que todos nós trabalhamos.

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