Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Evangelho por Emmanuel - textos ausentes

JOSÉ DA GALILEIA - 1 de janeiro

“E projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu
um anjo do Senhor, dizendo: – José, filho de David,
não temas receber a Maria.”– Mateus 1:20

Em geral, quando nos referimos aos vultos masculinos que se movimentam na tela gloriosa da missão de Jesus, atendemos para a precariedade dos seus companheiros, fixando, quase sempre, somente os derradeiros quadros de sua passagem no mundo.
É preciso, porém, observar que, a par de beneficiários ingratos, de ouvintes indiferentes, de perseguidores cruéis e de discípulos vacilantes, houve um homem integral que atendeu a Jesus, hipotecando-lhe o coração sem macula e a consciência pura.
José da Galiléia foi um homem tão profundamente espiritual que seu vulto sublime escapa às analises limitadas de quem não pode prescindir do material humano para um serviço de definições.
Já pensaste no cristianismo sem ele?
Quando se fala excessivamente em falência das criaturas, recordemos que houve tempo em que Maria e o Cristo foram confiados pelas Forças Divinas a um homem.
Entretanto, embora honrado pela solicitação de um anjo, nunca se vangloriou de dádiva tão alta.
Não obstante contemplas a sedução que Jesus exercia sobre os doutores, nunca abandonou a sua carpintaria.
O mundo não tem outras notícias de suas atividades senão aquelas de atender às ordenações humanas, cumprindo um édito de César e as que no-lo mostram no templo e no lar, entre a adoração e o trabalho.
Sem qualquer situação de evidencia, deu a Jesus tudo quanto podia dar.
A ele deve o cristianismo à porta da primeira hora, mas José passou no mundo dentro do divino silêncio de Deus.

Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier
Livro: Levantar e Seguir
Capitulo: 09




RAIOU  A  LUZ - 5 de janeiro
 Emmanuel

“O povo que estava assentado em trevas viu uma grande luz;
e aos que estavam assentados na região
de sombras da morte  a luz raiou.” – Mateus:-4-16

Referindo-se ao início da Sublime Missão de Jesus, o apóstolo Mateus classifica o Mestre como a Grande Luz que começava a brilhar para os que permaneciam estacionados nas trevas e para os que se conservavam na região de sombras da morte.
                                                                       -o-
Essa imagem fornece uma  idéia geral da interpretação de planos em todos os centros da vida humana.
                                                                       -o-
Na superfície do mundo desenvolvem-se os que se encontram na sombria noite de ignorância e esforçam-se os espíritos caídos nos resvaladouros do crime, mortos pelos erros cometidos, aspirando o dia sublime da redenção.
                                                                       -o-
Semelhante paisagem, todavia, não abrange tão-somente os círculos das criaturas que se revestem de envoltório material, porque é extensiva à grande quantidade de seres terrestres que militam nos labores do orbe, sem a indumentária dos homens encarnados.
                                                                       -o-
O Mestre, pois, é o Orientador Supremo de todas as almas que permanecem ou transitam no mundo terreno.
                                                                       -o-
Sua Luz Imortal é o tesouro imperecível da criaturas.
                                                                       -o-
Os que aprendem ou resgatam, os que se curam ou que expiam encontram em Seu coração a claridade dos Caminhos Eternos.
                                                                       -o-
A multidão que estaciona nas trevas da ignorância e as fileiras numerosas dos que foram detidos na região da morte pelo próprio erro devem compreender essa Luz que está brilhando aos seus olhos, desde vinte séculos.
                                                                       -o-
Antes do Evangelho podia haver grande sombra, mas com o Cristo vibra a claridade resplandecente de novo dia.
Que saibamos compreender a missão dessa Luz, pois sabemos que toda manhã é um novo apelo ao esforço da vida.


Fonte: Levantar e Seguir – Francisco Cândido Xavier – Emmanuel
Digitado por Doris Day




BEM  AVENTURADOS  OS  POBRES  DE  ESPÍRITO - 13 de janeiro

Emmanuel


     Quando Jesus reservou bem aventuranças aos pobres de espírito, não menosprezava a inteligência, nem categorizava o estudo e a habilidade por resíduos inúteis.
*
     O Senhor, aliás, vinha enriquecer a Terra com Espírito e Vida.
*
     O Divino Mestre, ante a dominação da iniqüidade no mundo, honrava acima de tudo, a humildade, a disciplina e a tolerância.
*
     Louvando os corações sinceros e simples, exaltava Ele os que se empobrecem de ignorância, os que arrojam para longe de si mesmos o manto enganoso da vaidade, os que olvidam o orgulho cristalizado, os que se afastam de caprichos tirânicos, os que se ocultam para que os outros recebam a coroa do estímulo no imediatismo da luta material, os que renunciam à felicidade própria, a fim de que a verdadeira alegria reine entre as criaturas, os que se sacrificam no altar da bondade, cultivando o silêncio e o carinho, a generosidade e a elevação, nos domínios da gentileza fraterna, para que o entendimento e a harmonia dirijam as relações comuns, no santuário doméstico ou na vida social e que se apagam, a fim de que a glória de Jesus e de seus mensageiros fulgure para os homens.
*
     Aquele, assim, que souber fazer-se pequenino, embora seja grande pelo conhecimento e pela virtude, convertendo-se em instrumento vivo da Vontade do Senhor, em todos os instantes da jornada redentora, guardando-se pobre de preguiça e egoísmo, de astúcia e maldade, será realmente o detentor das bem aventuranças Divinas na Terra e no Reino Celestial, desde agora.

Livro: Vida e caminho – Psicografia: Francisco C.Xavier – Espíritos Diversos.






AFLIÇÕES - 21 de janeiro

Emmanuel

      Os aflitos classificam-se em variadas expressões.
Temos aqueles que choram por se sentirem inibidos para a extensão do mal...
Há quem se torture por não conseguir vingar-se.
Existem os que se declaram infelizes com a prosperidade do próximo e se enfurecem com a impossibilidade de lhes ultrapassar o progresso econômico ou espiritual
Aparecem aqueles que se afirmam desditosos por não poderem competir com o luxo de quem se confia à extravagância e à loucura.
Surgem muitos em lágrimas de inveja e despeito, à frente dos vizinhos, interessados na educação e na melhoria da vida.

Há quem se revolte contra as bênçãos do trabalho e vocifera em desfavor da ordem que lhe assegura as vantagens da disciplina.
Muitos exibem chagas de inconformação, ante o sofrimento que eles próprios improvisaram.
 
Há infinitos gêneros de aflição no vasto caminho da vida.
      E, por isso, nem todos os aflitos podem ser aquinhoados com a glória da bem-aventurança.
A palavra do Cristo se dirige àqueles que fizeram da dor um instrumento para a elevação de si mesmos, assim como o artista se vale da pedra, a fim de burilar a obra prima de estatuária.

  Acautela-te, se conservas alguma aflição particular.
A angústia, muitas vezes, pode ser antecâmara do desequilíbrio.
      Converte o teu problema ou a tua mágoa em motivo de superação das próprias fraquezas, à maneira do lidador que aproveita o obstáculo para atingir os seus mais altos objetivos,   e então terás convertido as inquietações do mundo em bem-aventuranças para a felicidade sem fim.

Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.



AFLITOS - Emmanuel - 22 de janeiro

"Bem-aventurados os aflitos!" - disse-nos o Divino Mestre.

Cabe-nos, todavia, considerar que semelhante felicidade não decorre simplesmente da dor pela dor.
Não podemos esquecer que a aflição é um dardo espiritual que nos impele à procura. E somente aqueles que procuram a frente se transformam em construtores do progresso.
Quem encontra para si mesmo um acordo acomodatício com as experiências da Terra, dificilmente consegue ausentar-se do vale da estagnação para os luminosos cimos do conhecimento superior, às vezes, tão-somente, acessíveis pelos trilhos pedregosos do sofrimento.
Todas as descobertas, que dilataram a alegria e a cultura no Planeta, nasceram na aflição de homens desajustados que souberam criar a renovação à custa do próprio sacrifício.
Guttemberg sente a angústia do pensamento enclausurado e estabelece o berço da imprensa.
Colombo reconhece a estreiteza do Mundo Antigo e, preocupado, avança no rumo da América.
Edison experimenta a inquietação das trevas e inventa a lâmpada elétrica que afugenta as sombras noturnas.
Marconi registra o tormento da separação que isola as criaturas entre si e aperfeiçoa o telégrafo, trazendo á civilização a maravilha do rádio.
Pasteur suporta consigo os padecimentos de milhões de enfermos e, atormentado, desenvolve a conquista salvadora contra os perigos do microcosmo.
 Alinhamos estas citações para nos referirmos, tão-somente, a alguns dos missionários da prosperidade comum.
Não podemos olvidar, porém, acima de tudo, o martirológio do Grande e Inesquecível Aflito da Cruz.
Sentindo na própria alma as chagas da ignorância e da penúria que arruinavam a Humanidade, Cristo vem a nós e imola-se no madeiro, para que o Amor incendeie o coração humano na senda dos séculos.
Por esse motivo, a última lembrança do Divino Flagelado está expressa no desajustamento que o assinala no monte do testemunho.
Nem no céu indiferente aos enigmas do mundo, nem na Terra esquecido das perfeições celestiais, mas sim suspenso entre os anjos e os homens, como a dizer-nos que somente algemados à cruz de nossos próprios deveres é que acharemos, depois da procura vitoriosa, o excelso caminho de nossa própria ressurreição.

Do livro: Mais Perto. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


AFLITOS,  BEM... AVENTURADOS - 24 de janeiro

Emmanuel

          Provavelmente, no cotidiano, terás encontrado companheiros que te pareceram marginalizados perante a estrada justa;
          os que se supunham demasiados virtuosos para sobrestar as paixões humanas, a escarnecerem os fracos, e caíram nelas, à feição de pássaros engodados pela merenda na armadilha que os recolheu;
          os que censuravam erros do próximo, na base da ignorância, e se arrojaram depois nos despenhadeiros de enganos piores;
          os que empreenderam jornadas redentoras, colocando-te pesada carga nos ombros, afastando-se das obrigações que prometeram honrar;
          e quantos outros que ainda, incapazes de vencer a própria insegurança, desceram de eminências do serviço espiritual para aventuras turbulentas, chegando até mesmo a negação da fé que afirmavam acalentar.
          Diante de todos eles, os que desconsideraram os outros, colhendo por fim a desconsideração alheia, à face das situações complexas em que intimamente se reconhecem prejudicados e infelizes, recorda as dificuldades da própria sustentação espiritual; e examinando as provações e empeços de quem deseja acatar as responsabilidades próprias, endereça a todos os amigos, talvez em lutas mais graves que as tuas, os teus melhores pensamentos de paz e bom ânimo, a fim de que se restaurem.
          Espíritos egressos de experiências vinagrosas em existências outras que o tempo arquivou para balanço oportuno, todos ainda carregamos na próprias tendências o risco de retorno a quedas passadas, reclamando a bondade e a tolerância dos outros, de modo a demandarmos os caminhos da frente.
Partilhando a jornada humana, compreendamos que os companheiros julgados caídos estão desafiados por obstáculos e crises difíceis de atravessar.
          E, ao invés de agravar-lhes os problemas, que amanhã talvez se façam nossos, saibamos ofertar-lhes a bênção da prece quando de todo não lhes possamos estender os braços, lembrando o Divino Amigo quando asseverou, convincente:
          -“Em verdade não vim ao mundo para curar os sãos.”


Do livro Nascer e Renascer -  Psicografia de Francisco Cândido Xavier


NO ESTUDO DA AFLIÇÃO - 28 de janeiro

 Emmanuel

           Em toda a parte, vemos a aflição
           que se arroja ao crime;
           que se confia à revolta;
           que se rende ao desânimo;
           que se desfaz em desespero;
           que se transubstancia em ofensas aos semelhantes;
           que alardeias intimidade com Jesus, ferindo os homens, nossos irmãos;
que, a pretexto de exercer a justiça, mobiliza tribunais e prisões;
que clama sem piedade contra a miséria dos outros;
que chora sem proveito;
que se demora nas apreciações infelizes;
que se mantém nas trevas, azorragando os que buscam a luz;
que se irrita;
que maltrata;
que vergasta e maldiz....
                                                           *
Entretanto, os bem aventurados do Evangelho são os aflitos que não provocam novas aflições.
São aqueles que aceitam a dor e nela acatam os Divinos Desígnios.
                                                           *
Recebamos no espinho que nos lacera ou no flagelo que nos humilha, a lição que a Providência nos envia e teremos chegado à Celeste Compreensão, para guardar, em espírito e verdade, o tesouro do Amor que o Divino Mestre nos legou.

Do livro: Reconforto Psicografia: Francisco Cândido Xavier Pelo espírito: Emmanuel




BEM-AVENTURADOS  OS  MISERICORDIOSOS - 3 de fevereiro

Emmanuel

Cultivar a misericórdia não é alçar exclamações de piedade inativa para o Céu, lastimando os males do próximo com a boca e guardando os braços em repouso, diante do sofrimento alheio que nos convoca ao auxílio, à fraternidade e à cooperação.

Aprendamos a cultuar a misericórdia do silêncio, perante os erros do vizinho, ou da ação benfeitora, ajudando àqueles que nos desajudam, amparando aos que nos descompreendem e estendendo mãos amigas aos perturbados, aos tristes e aos indiferentes.

Defrontado pelo rico, sê misericordioso para com ele, a fim de que o ouro não lhe enregele o coração.
À frente do necessitado, sê igualmente misericordioso, a fim de que a carência de recursos materiais não lhe induza o espírito à revolta e à maldade.

Se usares a misericórdia para com o teu companheiro, no lar ou na tenda de trabalho, a serenidade será um bálsamo a fluir de teu verbo e a extravazar-se de tua alma, erguendo a paz que ilumina e socorre a todos.

Quantas vezes nos fazemos autores da indisciplina e da insubmissão, da secura e da aspereza, em torno dos próprios passos, por falta de misericórdia em nossas palavras e em nossos pensamentos? Plantemo-la em nosso caminho, trabalhando, construindo e colaborando incessantemente com o bem, na certeza de que a compaixão não é remédio para os dias cor-de-rosa e sim para os momentos de tempestade e incompreensão.

Bem-aventurados os misericordiosos que lutam e sofrem, que se agitam e trabalham na materialização do bem comum, porque todos aqueles que fazem da piedade o serviço constante do amor encontram realmente as portas abertas para o Reino de Deus.

Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.




ESTUDANDO  A  PAZ - 14 de fevereiro

Emmanuel

Muita gente escuta referência à paz, acalentando a volúpia da grande preguiça.
E semelhantes ouvintes, desavisados e inconseqüentes, mentalizando alegria e consolação, imaginam fortunas fáceis e aposentadorias rendosas, heranças polpudas e gratificações vitalícias.
Aspirando, porém, o conforto da lesma, esquecem-se de que toda ociosidade quase sempre é calmaria da podridão.
Lembrando a palavra do Senhor nos ensinamentos do monte, assinalamos que todos os corações pacíficos, associados ao seu ministério de redenção, em verdade, não conheceram a imobilidade na Terra.
Os companheiros diretos da Boa Nova, após testemunhos dilacerante de fé, expiraram em postes de martírio ou lapidados na praça pública entre zombaria e sarcasmo da multidão. E muitos daqueles mesmos que ouviram do Mestre a promessa de felicidade para o fim do trabalho rude partiram da Terra, sob escabrosas perseguições, sem contar que Ele próprio, o Cristo de Deus, depois de sacrifícios ingentes a benefício de todos, foi içado no madeiro, sem qualquer nota de tranqüilidade exterior a asserenar-lhe a morte.
Não te esqueças, desse modo, de que a paz verdadeira verte da ação constante no Bem Eterno, sem reclamação e sem amargura, porque à feição do grande equilíbrio que mora no imo da esfera em movimento a sustentar o trabalho ou a vida, a paz brilhará no recesso de nossas almas sempre que nós consagremos a exaltar e servir à Benção do Amor de Deus.

F É,   P A Z   E   A M O R  -  Francisco Cândido Xavier - Emmanuel


NO  COMBATE  À  IGNORÂNCIA - 24 de fevereiro

          — “Não situeis a lâmpada sob o alqueire” — advertiu-nos o Mestre, convocando-nos ao ministério permanente da luz.
-o-
          Segundo cremos, pretendia o Cristo convidar-nos à claridade incessante para que as sombras não nos senhoreiem a vida.
-o-
          É que a ignorância, por denso manto de sombras, estende-se, no mundo em quase todas as direções.
          Ignorância que transforma o raciocínio em instrumento de crueldade e converte o coração em vaso de fanatismo.
          Ignorância que amortalha as consciências alfabetizadas ou não, cristalizando-as em deploráveis processos de desequilíbrio
e delinquência, desde a guerra que devasta nações cultas e industriosas até o círculo do homem selvagem, circunscrito ao primitivismo
da própria taba.
          Ignorância, à maneira de lama que tudo alaga, metamorfoseando casas erguidas ao culto divino em piras de ódio e lares
simples em ribaltas de insensatez.
-o-
          Diante do nevoeiro que nos empana o entendimento egresso da animalidade primeva, condoeu-se naturalmente o Senhor,
exortando, aos seus tutelados para que redimam a Terra do cativeiro de sombras.
-o-
          Desse modo, é justo procuremos guardar esse ou aquele recurso terrestre, quais sejam o alimento e o agasalho, mas a luz do
conhecimento superior que nos vibra no espírito pede também exteriorização incansável em todas as área da vida para que através do
sentimento e da ideia, da palavra e da ação, pelo exemplo e pela atitude, venhamos a expressá-la, por todos os meios ao nosso alcance,
sob a inspiração do amor infatigável, a fim de que o trabalho e o progresso, a fraternidade e o discernimento nos livrem de todo mal.
(De “Luz e Vida”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

A  CANDEIA  SIMBÓLICA - Emmanuel - 25 de fevereiro

"Não situeis a candeia sob o velador."

Semelhante apontamento do Divino Mestre não envolve o impositivo de nossa palavrosa adesão à verdade.
Sem dúvida, o verbo criador de luz é sempre o alicerce inamovível do bem; no entanto, a candeia do ensinamento evangélico reporta-se, essencialmente, à nossa atitude.
O exemplo será em todos os climas a linguagem mais convincente.
Por nossos passos revelamos o próprio rumo.
Pelos gestos, que nos sejam próprios, estabelecemos a propaganda real de nossos objetivos.
Não olvidemos que é imprescindível erguer o facho da compreensão com Jesus, através da vida prática, arrebatando-a ao velador de nossas conveniências.
Para o orgulhoso, a candeia simbólica do Cristo é a humildade.
Para o inimigo, é a desculpa sincera.
Para o triste, é o consolo.
Para o faminto, é a fatia de pão.
Para o infeliz, é o amparo justo.
Para o colérico, é a serenidade.
Para o desertor, é a bênção da prece.
Para o mau, é a lição do bem.
Para o descrente, é a fé viva.
Para o desanimado, é a esperança.
Para o superior, é o respeito.
Para o subalterno, é a benemerência.
Para o lar, é o amor praticado.
Para a instituição a que nos ajustamos, é a correção no dever.
Para todos os que nos cercam, é a cordialidade e a gentileza, o entendimento e a boa vontade.
Não nos esqueçamos de que o Cristianismo não é simplesmente a estática da fraseologia e da adoração. É, acima de tudo, a dinâmica do trabalho para que o mundo receba por nosso intermédio a luminosa mensagem da imortalidade triunfante.
Jesus, o Mestre Inesquecível, não ocultou a candeia do próprio coração, sob o velador da grandeza celestial, mas desceu até nós e imolou-se na cruz para que lhe descobríssemos no exemplo o caminho para luminosa renovação.
Fonte: Do Livro “Seguindo Juntos”  Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos


A   RESPOSTA - 5 de março

 Emmanuel      

O homem desesperado alcançou, um dia, a presença do Cristo e clamou:
         --- Senhor, que fazer para sair do labirinto da Terra? Tudo sombra... Maldade e indiferença, angústia e aflição dominam as criaturas que, a meu ver, se debatem num mar de trevas... Senhor, onde o caminho que me assegure a libertação?
         Jesus afagou o infeliz e respondeu, generosamente:
         --- Filho, ninguém te impede de acender a própria luz.

         Emmanuel (do livro Sinais de Rumo)



NA  SENDA  RENOVADORA - 11 de março

Emmanuel

Disse o Cristo: - “Eu não vim destruir a Lei”.
Também nós outros, os amigos desencarnados, não nos encontramos entre os homens para guerrear-lhes a fé.
Muita gente aceita a luz da Nova Revelação, conservando-a no vinagre da intemperança, como se a verdade fosse um raio fulminativo para a ruína do mundo, e, usando a lente escura do pessimismo, desfaz-se, cada hora, entre a queixa e o azedume, identificando, em toda parte, males e nuvens, feridas e deserções.
Hoje, o Cristianismo Redivivo é sol na alma, auxiliando-nos a ver e a servir.
Entre nós, o princípio religioso não se confina à profissão de fé, vazada na confissão labial pura e simples.
Além da palavra que exprime o pensamento, será igualmente ação que reflete a vida.
É por isso que toda a nossa predicação deve começar em nós mesmos, através do estudo edificante que nos amplie o horizonte mental e através do serviço que nos propicie experiência.
Não vale situar a convicção nos conflitos estéreis.
Muitas vezes, a ofensiva verbal, culta e brilhante, não passa de frases belas e contundentes, à maneira de granizo, chovendo na plantação promissora.
Se já acordaste para a luz do Evangelho Redivivo, não olvides que o Céu te convida a entender e auxiliar.
Purifica o verbo nas fontes vivas do amor que vertem do coração para que a injustiça não te governe o roteiro.
Cristo insculpiu n’Ele próprio a luz da mensagem que trazia, redendo-se ao amor e à humildade, ao trabalho e ao sacrifício.
Também nós, guardando a nossa fé, sem qualquer violência para com os outros, busquemos estampá-la na luta de cada dia, conscientes de que o próximo receber-nos-á o apelo que brilhe em nós mesmos.

Da Obra “Confia E Segue” – Emmanuel – Médium: Francisco Cândido Xavier


Motivos para Desculpar - 13 de abril

“Eu vos digo, porém, amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, faze bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem.” Jesus – Mateus, 5:44

Em muitas ocasiões, quem imaginas te haja ferido, não tem disso a mínima ideia, de vez que terá agido sob a ação compulsiva de obsessão ou enfermidade.
Se recebeste comprovadamente uma ofensa de alguém, esse alguém terá dilapidado a tranquilidade própria, passando a carregar arrependimento e remorso, em posição de sofrimento que desconheces.
Perante os ofensores, dispõe da oportunidade de revelar compreensão e proveito, em matéria de aperfeiçoamento espiritual.

Aquele, a quem desculpas hoje uma falta cometida contra ti, será talvez, amanhã, o teu melhor defensor, se caíres em falta contra os outros.

Diante da desilusão recolhida do comportamento de alguém, coloca-te no lugar desse alguém, observando se conseguirias agir de outra forma, nas mesmas circunstâncias.

Capacitemo-nos de que condenar o companheiro que erra é agravar a infelicidade de quem já se vê suficientemente infeliz.

Revide de qualquer procedência, mesmo quando se enquiste unicamente na mágoa, não resolve problema algum.

Quem fere o próximo efetivamente não sabe o que faz, porquanto ignora as responsabilidades que assume na lei de causa e efeito.
Ressentimento não adianta de vez que todos somos espíritos eternos destinados a confraternizar-nos todos, algum dia, à frente da Bondade de Deus.
Desculpar ofensas e esquecê-las é livrar-se de perturbação e doença, permanecendo acima de qualquer sombra que se nos enderece na vida, razão por que, em nosso próprio benefício, advertiu-nos Jesus de que se deve perdoar qualquer falta não apenas sete vezes, mas setenta vezes sete vezes.


Autor: Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier. Livro: Mais Perto


DIANTE  DA  PERFEIÇÃO - 3 de maio

Emmanuel

          “Sede perfeitos como Nosso Pai Celestial!”
          Esta foi a advertência do Senhor ao nosso coração de aprendizes. Todavia, à maneira do verme, contemplando a estrela longínqua, sabemos quão imensa é a distância que nos separa da meta.
          Impedimentos, compromissos e inibições fluem do nosso “ontem”, asfixiando-nos, a cada momento de hoje, o anseio de movimentação para a luz.
          Entretanto, se ainda nos situamos tão longe do justo aprimoramento que nos integrará na magnificência divina, é imperioso começar a grande romagem, oferecendo ao avanço as melhores forças.
          Ninguém exige sejas de imediato o paradigma do amor que o Mestre nos legou, mas podes ser, desde agora, o cultor da compreensão e da gentileza dentro da própria casa.
          Ninguém te pede a renúncia integral aos bens que te enriquecem os dias terrestres, no entanto, podes doar, de improviso, a migalha de que te sobre ao conforto doméstico, em auxílio ao companheiro necessitado.
          Ninguém esperas desempenhes, ainda hoje, o papel de herói na praça pública, mas podes calar, sem detença, a palavra escura ou amargosa capaz de emergir de teu coração para os lábios.
          Ninguém aguarda sejas o remédio para todas as doenças, entretanto, ainda hoje, podes ser a enfermagem diligente, balsamizando as úlceras dos enfermos relegados ao abandono.
          Ninguém te solicita prodígios, em manifestações prematuras de fé, mas podes ser, sem delonga, o reconforto que ampare a quantos atravessam as sarças do caminho.
          Lembra a semente que te regala o corpo e aprendamos a começar.
          A planta que era ontem simples promessa, hoje é garantia do pão que te supre a mesa.
          As maiores e mais famosas viagens iniciam-se de um passo.
          Esforcemo-nos por fazer o melhor ao nosso alcance, desde agora, e a perfeição ser-nos-á, um dia, preciosa fonte de bênções, descortinando-nos o porvir.



Do livro Nascer e Renascer -  Psicografia de Francisco Cândido Xavier


ASSUNTO DE PERFEIÇÃO - 4 de maio



“Sede perfeitos, qual o nosso Pai Celestial.”

Essa afirmativa de Jesus, evidentemente correta diante da vida, nos impele a reconhecer que o Divino Mestre nos endereça o convite à perfeição, mas não estabelece data certa para o evento sublime.


Necessitamos, no entanto, observar que nós outros, inteligências em evolução, estamos na Terra na condição de espíritos encarnados ou ainda vinculados ao Planeta, na posição de espíritos desencarnados, caminhando entre o nascer e o renascer, a fim de alcançarmos o celeste objetivo.


Matriculados no Orbe Terrestre, através dos séculos, nele dispomos da escola precisa ao nosso burilamento.

Para isso, a Divina Providencia, mobilizando vários canais de manifestação, nos oferece o material de que carecemos para edificarmos a construção de nós mesmos, no encalço das finalidades supremas.


É assim que o fracasso nos sugere recapitulação e recomeço; o sofrimento nos incita ao exercício da paciência; a enfermidade no corpo nos induz à disciplina; o tumulto nos compele à serenidade; a injúria e outras modalidades da ofensa nos inclinam à tolerância e ao perdão; a ignorância nos pede o apoio do esclarecimento; as expressões de ódio com escalas pela cólera e pelo ressentimento nos conduzem ao amor que o próprio Cristo nos legou; a inveja é um desafio à nossa capacidade de auto-superação; a violência nos revela o imperativo da compaixão, com as providências justas para que se lhe extingam as demonstrações de crueldade; a indiferença nos acena ao entusiasmo com que nos cabe encontrar o nosso próprio lugar no campo das boas obras; a inércia nos chama às vantagens do trabalho; e a própria malícia leciona discernimento, obrigando-nos a aprender seleção e reflexão.


Nem sempre aceitamos com facilidade as lições que nos são enviadas pela Sabedoria da Vida; tantas vezes, porém, recusaremos os ensinamentos da escola em que nos encontramos quantas vezes voltaremos a faceá-la, agora ou no futuro, amanhã ou depois de amanhã. E, enquanto se nos perdure a repetência, reconhecer-nos-emos na posição de aprendizes, reclamando paz. Sem duvida, usufruiremos a paz pela qual suspiramos, mas, em princípio, necessitamos observar que a paz alcançará, primeiramente, aqueles que souberem doá-la em benefício dos outros, sabendo passar sem ela.



Trecho do livro: “Hora Certa” – Francisco Cândido Xavier – Emmanuel

SOMBRA  E  LUZ - 5 de maio
      Emmanuel


          Nenhum espírito da comunidade terrestre possui tanta luz que não admita em si certa nesga de sombra, nem existe criatura com tanta sombra que não guarde consigo certa faixa de luz.
          Aprende a fixar o próximo com a claridade que há em ti.
          Não creias porém , que semelhante trabalho se filie ao menos esforço, porque, pelo peso das trevas que ainda imperam no mundo, a sombra que ainda nos envolve , na Terra, a cada instante, insinuar-se-nos-á no próprio entendimento, perturbando-nos as interpretações.
          Se te demoras na obscuridade, não enxergarás senão os defeitos e as cicatrizes, as feridas e as nódoas que caracterizam a fisionomia do irmão infortunado, constrangendo-te ao medo e à usura, à incompreensão e à aspereza. E sabemos que quantos se detêm no cipoal ou no charco não encontram outros elementos, além da lama ou do espinho, para oferecer.
          Alça a lâmpada acesa do conhecimento superior e avança para a frente, e, então, a ignorância e a delinqüência surgir-nos-ão aos olhos por enfermidades da alma, que é preciso extirpar, a benefício da felicidade comum.
          “Não saiba a vossa mão esquerda o que deu a direita” – ensina-nos o Evangelho – e ousamos acrescentar:”não saiba a nossa sombra o que faz a nossa luz”, porque, dessa forma, avançando, acima das tentações da vaidade e do desânimo, a chispa humilde de nossa fé no Bem Infinito poderá transformar-se em chama viva e redentora para o caminho de todos os que nos cercam.

Do livro Cura - Autores Diversos - Psicografia de Francisco Cândido Xavier





Felicidade real – 23 de maio

1 Procuraste a felicidade na Terra, através da fortuna, da autoridade, da fama, do prazer e não a encontraste.
2 Apesar disso, as tuas experiências, nesse sentido, não se perderam, porquanto, com elas, adquiriste mais amplos caminhos de compreensão e discernimento. E continuas a buscá-la, ardentemente.
3 Anseias conservá-la contigo e não explicas porquê…
4 Sabes que ela existe e não descobres onde…
5 Queres retê-la em teus passos e ignoras como…
6 Adivinhas que ela se te fará alegria para sempre e não consegues vê-la…
7 É que a felicidade real decorre da nossa união com Deus e embora não saibamos definir as nossas emoções mais profundas, todos sentimos sede de Deus, de modo a desvencilhar-nos de todas as inferioridades que ainda nos assinalam a existência, a fim de vivermos, em espírito e verdade, o ensinamento do Cristo, na oração dominical: — “Pai Nosso, seja feita a vossa vontade, assim na Terra como nos Céus…” (Mt)
8 Em nossa rendição aos desígnios divinos, nas leis que nos regem, descortinaremos claramente a senda que nos conduzirá à felicidade autêntica, sonhada por nós, em nossas mais belas aspirações.


Emmanuel



NA  LIÇÃO  DE  JESUS - 26 de maio

Emmanuel

EM matéria de oração, não olvides o ensinamento do Cristo em seu divino intercâmbio com o Amor Ilimitado de Deus.
Na linha de todos os Seus propósitos, há sempre o bem dos outros, com a bênção imediata do Céu, notando-se que o bem dele próprio estava sempre aparentemente esquecido.
***
Começa na Manjedoura, com extensas possibilidades de anunciar a própria vinda, através da Estrela Soberana que desperta reis e pastores para o fulgor de Sua presença, mas não consegue tocar os corações humanos que O relegam à intempérie na estrebaria.
***
Alcança sucesso espetacular na cura de leprosos e obsedados, cegos e paralíticos que se sentem restituídos à bênção da luz e do movimento, da esperança e do equilíbrio, contudo, não modifica o pensamento suspeitoso dos grandes sacerdotes do Seu tempo, com respeito a Si próprio.
***
Levanta Lázaro do túmulo de lodo para a alegria de Betânia, todavia, não soergue Judas do sepulcro de ilusão, em que Se lhe compromete o apostolado divino.
***
         Plasma a admiração e a amizade no espírito de um Arimatéia, que O segue de longe, no entanto, não pode evitar a fraqueza de Simão que O acompanha de perto.
***
         Retira dos ombros de Seus contemporâneos o madeiro arrasador da loucura e da negação, da enfermidade e da morte, entretanto, não logra escapar ao martírio da cruz, em que Se confia ao sacrifício supremo.
***
         Não te desmandes na exigência indiscriminada, quando te colocares em prece.
         Apresenta-te ao Criador, tal qual és, na certeza de que a Sua Infinita Sabedoria nos conhece as necessidades, ao passo que nunca sabemos, em verdade, qual seja a substância real de nossos desejos.
***
         Atendamos ao bem dos outros e Deus proverá nosso próprio bem.
***
         Foi talvez por isso mesmo que o Cristo, ensinando-nos a orar, em abordando o problema de nossas aspirações, declarou, resoluto, diante do Pai Altíssimo:
         - “Faça-se a vossa vontade, assim na Terra como no Céu.”



Livro Os Dois Maiores Amores - Psicografia Chico Xavier - Autores Diversos


DIANTE  DA  POSSE - 15 de junho

Emmanuel

Recorda o grande minuto do berço para que te convenças, sem alarme, de que toda posse pertence a Deus.

Integralmente jungido à necessidade, atingiste o mundo em completa nudez, esmolando a proteção maternal, através de vagidos que te denunciavam a carência de tudo.
Reconhecerás, desse modo, que a vida se te desenrola nas mil concessões do Pai Celestial cada dia.

Do chão que te sustenta à estrela que te adelgaça a treva noturna, tudo é Deus em teus passos, conferindo-te equilíbrio e respiração, idéia e movimento, em regime de administração, de vez que o Amor Infinito nos empresta todos os bens do mundo para que Lhe estendamos a grandeza, ao sol desse mesmo amor que é patrimônio de todas as criaturas.
Observarás então que o Todo-Misericordioso te concede o ouro terrestre para que ajudes a evolução, tanto quanto te reveste com a influência política ou com a cultura da inteligência, a fim de que te convertas em coluna valiosa do progresso e da educação.

Não olvides que todos, por algum tempo, detemos recursos e vantagens que significam talentos entregues às nossas mãos pelo Suprimento Divino.

Nossa família é santuário de af etos para que nos entrosemos com a família maior a expressar-se na Humanidade inteira; nossa profissão é título de trabalho com que nos cabe servir à comunidade em bases de sacrifício próprio; nossa fé representa lâmpada viva com que nos compete a obrigação de clarear os caminhos alheios e nossa bolsa não é mais que repositório de possibilidades que, a rigor, estacionam em nossa marcha para que se transformem no pão e na alegria de todos os que nos cercam.

Acautela-te ante a transitoriedade em que toda a existência humana se levanta e desdobra, a fim de que amanhã não te aconteça acordar nos braços da morte, com a loucura de quem, debalde, intenta reter disponibilidades e bênçãos de que a fronteira de cinza é o justo limite.

“Não servirás a dois senhores” - ensinou-nos o Cristo de Deus.
Jamais nos esqueçamos de que o Supremo Senhor é realmente Deus, Nosso Pai, e que, fora dos interesses d'Ele, que constituem felicidade e luz para todos, estaremos jugulados pela tirania do mentiroso senhor que é nosso "eu"


Fonte: Do Livro “Seguindo Juntos”  Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos

Digitalizado por: Cleusa Marcusso

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Filó Prates

Filó Prates

Alfredo Prates Filho nasceu no dia 6 de agosto de 1908, na fazenda Bem Querer, de propriedade de seu pai, onde hoje se localiza um conjunto residencial com o mesmo nome. Filho de Alfredo Prates, fazendeiro e delegado de Conquista, e de Dona Joana Fernandes de Oliveira Prates, de tradicional família conquistense. Apesar de ter nascido na fazenda, seus pai moravam numa casa localizada na Rua do Espinheiro, hoje Rua Francisco Santos. Era o 11º dos doze filhos do casal. Aos seis anos, seu, buscando melhores condições de vida para sustentar a família numerosa, vendeu as duas fazendas de que era dono, a Fazenda Bem Querer e a Fazenda do Periquito (localizada na região da Serra do Marçal, entre Conquista e Itambé) e resolveu se instalar na cidade de Encruzilhada (BA), onde pretendia abrir um comércio no ramo de tecidos.
Adulto, Filó participou ativamente dos movimentos culturais existentes em Conquista, inclusive do Grêmio Lítero-Dramático Castro Alves. Casou-se com Maria Madalena e com esta permaneceu unido até o falecimento dela em 30 de outubro de 1994. Tiveram 12 filhos. Conheceu a doutrina espírita por meio do pai e do irmão Alziro Prates. Filó Prates, como era conhecido, foi um dos fundadores da União Espírita de Vitória da Conquista em 1951, instituição da qual era o atual presidente de honra, e da Semana Espírita de Vitória da Conquista em 1953. Antes disso, foi fundador do Centro Espírita Humberto de Campos em 1939, instituição mais antiga de Vitória da Conquista em funcionamento. Faleceu no dia 8 de junho de 2009, com mais de 100 anos de idade.

Personalidades do meio espírita de Vitória da Conquista - BA

ALFREDO PRATES FILHO



     Nasceu no dia 6 de agosto de 1908, na fazenda Bem Querer. Filho de Alfredo Prates, fazendeiro e delegado de Conquista e de Dona Joana Fernandes de Oliveira Prates. Dos doze filhos do casal, Filó era o 11º. Dos 12 aos 16 anos, participou ativamente dos movimentos culturais existentes em Conquista participando do Grupo Dramático Castro Alves. Casou-se com Maria Madalena e com esta permaneceu unido até o desencarne da esposa em 30 de outubro de 1994. 65 anos de casados! Com a esposa teve 12 filhos. Conheceu a doutrina espírita por meio do pai e do irmão Alziro Prates. Fundou no dia 30 de setembro de 1947 o grupo Filhos de Maria, que funciona até os dias atuais. Em Assembléia Geral Extraordinária, realizada no dia 22 de agosto de 1998, por unanimidade, a União espírita de Vitória da Conquista o homenageou com o cargo de PRESIDENTE DE HONRA DA INSTITUIÇÃO.
“...Em respeito à grande contribuição pelo querido irmão ao espiritismo em nossa cidade, como por exemplo: a fundação do Centro espírita Humberto de Campos em 1939, o Grupo Espírita Filhos de Maria em 1947, da UEVC em 1951 e da Semana Espírita de Vitória da Conquista em 1953, o seu nome foi indicado e aceito por unanimidade pela Assembléia para ser o primeiro ocupante do referido cargo. O senhor, que já foi até apedrejado no passado de intolerância, manteve acesa a chama e ajudou a consolidar a doutrina espírita em nossa terra”.
    Desencranou no dia.... em Vitória da Conquista.

ALOYSIO PEREIRA DA SILVA

     Iniciou no espiritismo no dia 9 de março de 1940, na cidade de Itabuna. Veio para Conquista onde, entre muitas realizações, fundou o centro de Estudos Espíritas Fabiano de Cristo. Foi presidente do CEHC, da UEVC, diretor do Albergue Nosso Lar, implantou o culto do evangelho no lar no município com penetração na zona rural e, como jornalista e escritor, difundiu a doutrina nesse meio, com vários livros escritos e representando Vitória da Conquista em vário congressos realizados em todo o Estado.

ANÍSIO DE BRITO NEVES

     Fundador do Lar da Criança Meimei no dia 21 de agosto de 1984 e o primeiro presidente dessa instituição. Criador do Clube do Livro Espírita e da Escola de Datilografia Gildete Viana de Andrade e, foi pelos esforços de Anísio que a UEVC tornou-se entidade de Utilidade Pública Federal.
ARIOSVALDO SOUTO DE OLIVEIRA – CABOCLINHO
     Nasceu no dia 11 de maio de 1932 em Vitória da Conquista. Filho de Maximiano Ferreira de Oliveira e de Maria santos Muniz, foi o primeiro de uma família de treze filhos. De família pobre, ficou órfão de pai muito cedo e, como filho mais velho, logo se tornou arrimo da família trabalhando inicialmente como alfaiate. Criança traquina, a mediunidade de vidência se manifestou muito cedo e, constantemente, relatava quadros que só ele via. De família inicialmente católica, começou a sofrer uma perseguição tenaz que ele dizia ser do espírito de uma mulher que morou aqui mesmo em Conquista. Os ataques da obsessora eram tão freqüentes que ele passou por sérias perturbações que deixava toda família preocupada. Certa feita, já na idade adulta, foi surpreendido pelos irmãos dentro do próprio quarto tentando se matar com uma toalha que amarrara no pescoço. Até uma carta de despedida havia deixado para os familiares dizendo não estar suportando mais tanta perseguição. Diante do quadro obsessivo, a família e os amigos realizaram uma vigilância constante, inclusive, levá-lo e buscá-lo do trabalho. 
     Buscou ajuda com uma espírita conhecida como “Maria espírita” que possuía um centro de reuniões mediúnicas privadas próximo a rua Dois de Julho. Lá a entidade foi doutrinada e Caboclinho, aos poucos, encontrou a melhora. Conhecera a doutrina espírita desde cedo e, por meio do Sr. Gildete Viana, foi levado ao Humberto de Campos onde se entregou de corpo e alma ao trabalho de servir, loa permanecendo por 15 anos. Geralmente chegava ao centro às seis da manha, saía para almoçar e jantar e era o último a sair da casa espírita.
     Não se casou, mas adotou três crianças: Rita de Cássia (desencarnada), Nádia Aparecida Menezes de Oliveira e Maria José Souto de Oliveira. Apesar de ser espírita MORRIA DE MEDO DE MORRER e, geralmente, cochilava durante todas as sessões. Amigos diziam que, dormindo, com o espírito mais liberto, ele servia ainda maios aos trabalhos. 
     Desencarnou no dia 17 de abril de 1992, numa sexta feira da paixão. As homenagens que lhe são prestadas são muitas e, de tanto ouvir falar em caboclinho, membros da caravana espírita do Estado de Rondônia que aqui comparecem para prestigiar a Semana espírita, acabaram por construir  um albergue na cidade de Pimenta Bueno (Rondônia) que tem o nome de Ariosvaldo Souto de Oliveira. Uma curiosidade é que, alguns mendigos que buscam ajuda nessa casa, contam que são abordados nas ruas por um home que, fisicamente, se assemelha a Caboclinho.
     Se existisse o título de IRMÃ DULCE CONQUISTE4NSE, certamente caboclinho o receberia por unanimidade. 

DALVA FLORES


 
     Maria Dalva Ferreira Flores Costa, nasceu em 21 de dezembro de 1929, na Fazenda Riacho de Areia, em Vitória da Conquista. Filha de um dos 18 filhos de Olívia Ferreira Flores, senhora que, durante os anos 50 e 60, exerceu forte influência política e social no dia a dia dos conquistenses. Chegou a Conquista em 1941 e matriculou-se no Ginásio de Conquista, dirigido pelo Padre Palmeira. Concluiu o curso ginasial em Salvador no Colégio Nossa Senhora da Salete. Por volta de 1945, apresentou um problema no joelho direito que se agravou de tal forma que uma junta médica chegou a pedir a amputação da perna da jovem moça. Não aceitou a recomendação médica e o problema foi curado aos poucos.
     Começou a trabalhar desde cedo como auxiliar de enfermagem e, de gênio forte dizia: ”é para custear minhas próprias despesas sem ter que pedia nada a ninguém!”. Casou-se aos 23 anos com Ludovico Costa Neto e a família só veio saber do casamento no momento em que este se realizava. Teve quatro filhos: Paulo, Marcos, Lucas e Maria Olivia Ludovico Flores Costa.
     Adepta da doutrina espírita, Dona Dalva passou a freqüentar o CEHC e lá participava de todas as campanhas filantrópicas.   Dedicou 45 anos da vida ao Albergue Nosso Lar atuando sempre como diretora da instituição. Percorria o comércio de Conquista em busca de donativos para a manutenção dos “velhinhos”.
    Dalva Flores fez do “abrigo dos velhinhos” como ela costumava chamar, a razão da sua vida. Muitas vezes, chegou a abdicar do convívio com a própria família para atender às necessidades dos idosos. “O abrigo é minha razão de vida já que meus filhos estão criados” dizia Dona Dalva.  
     Desencarnou no dia 20 de dezembro de 2005 aos 76 anos de idade. 

JOSÉ OLIVEIRA LIMA

Vô Filó e José Oliveira Lima
          Nasceu no dia 14 de junho de 1927 na cidade de Mundo Nono Estado da Bahia. Atuou principalmente em órgãos públicos estaduais e federais ligados ao agronegócio, onde era sempre destacado para reverter às situações criticas, sendo um funcionário de destaque do Banco do Brasil. 
     Onde se encontrava para desempenhar serviços para inúmeras empresas, ao detectar as carências sociais, não cruzava os braços. Aproveitava a oportunidade e fazia brotar a caridade. Entre tantos feitos destacam-se: organizou uma campanha de alimentos para tuberculosos do Vale Jaguaribe; Criou a Sopa do Irmão para atender internos dos presídios e famílias carentes; Instalou uma escola primária com 37 alunos; Instalou uma escola para alfabetização de adultos; Instalou um ambulatório médico/dentário com atendimento gratuito para pessoas carentes; Durante as visitas a zona rural, orientava as famílias da necessidade de construção de banheiros; Construiu o Centro espírita Irmã Sheila (Amargosa) dentre outras ações a serviço do bem. 
     Chegou a Vitória da Conquista em 1972 quando assumiu o cargo de Gerente do Banco do Brasil. O “OQUE DO TIO LIMA” fez o município prosperar! Indústria, comércio e agropecuária deram um salto em qualidade e quantidade. O ex-prefeito Hélio Ribeiro, chegou a afirmar que “a história de Vitória da Conquista está dividida em duas fases: antes e depois de Lima”.     No meio espírita, proferiu centenas de palestras e foi o fundador do Jornal Oásis. 
     Desencarnou no dia 08 de novembro de 1987, devido a problemas no pâncreas.

LUIZ BARRETO VIEIRA

     Nasceu no Ceará, formou-se em medicina na área de oftalmologia. Católico praticante, não tinha nada contra a doutrina ou contra os seus seguidores, até porque, a esposa Anita Assis era espírita atuante. Amigo íntimo de Filó Prates, chegava a travar alguns debates, mas não se convencia até que, no ano de 1952, Barreto ficara sabendo que o jornalista Costa  Freitas, fundara um centro espírita em Governador Valadares onde aconteciam fenômenos de materialização. 
    Curioso para conhecer o fenômeno, convidou os amigos Filó, Alziro Prates, Irênio Santos e Maria Vitória Prates para irem com ele até Governador Valadares. E a comitiva seguiu caminho. 
     Chegando ao destino proposto, surgiu um pequeno problema: havia algumas recomendações da direção da casa para os freqüentadores. Uma delas, que não era permitido na reunião pessoas que tivessem ingerido carne no dia dos trabalhos de materialização. Do grupo, apenas Luiz Barreto não havia ingerido a proteína animal.  Todos ficaram do lado de fora e só ele entrou. 
     Ao sair da reunião Barreto não mentiu! Como a espiritualidade não se encontra a nossa disposição, não havia acontecido o fenômeno de materialização, mas durante os trabalhos, algumas palmas vindas não se sabem de onde, se fizeram ouvir em todo o ambiente.
     Retornava o grupo a Conquista quando, em um restaurante de beira de estrada, Barreto pediu a Filó que ele cedesse uns 10 minutos em uma reunião no Grupo Filhos de Maria, para que ele pudesse contar o que havia acontecido na sessão de materialização. O pedido foi atendido. 
     Foi a primeira palestra de outras centenas que aconteceriam na vida desse novo e ativo espírita que esteve à frente de inúmeras conquistas. No dia 15 de março de 1969, na assembléia geral da UEVC, Filó Prates era empossado presidente. Na oportunidade, o amigo Luiz Barreto Vieira, esposa e filhos, se despediam de todos rumo à cidade de Salvador.  

SAUL QUADROS

     Saul Venâncio de Quadros, nasceu no dia 1º de outubro de 1918 no distrito de Vargem Grande, município de Santo Antônio de Jesus. Filho de João Francisco de Quadros e Emília Venâncio de Almeida Quadros, foi o 14º dos 16 filhos do casal. Não apenas LIA os livros espíritas. ESTUDAVA se tornando uma enciclopédia viva de espiritismo. 
     Casou-se com Maria Luiza Martins na cidade de Castro Alves no dia 16 e janeiro de 1941 com quem teve três filhos: Saul, Nelson e Ruy Quadros. Na forma de educá-los, dizia sempre que primeiro o pai tinha que ser amigo dos filhos, para só depois exercer o papel de pai.
     Em 1949 mudou-se com a família para Conquista onde se dedicou de corpo e alma a doutrina espírita, sendo um dos palestrantes mais solicitados em todo o meio. Quando se tratava de questões referentes ao Livro dos Espíritos, era capaz, não apenas de responder fielmente às perguntas, como também dizer o número e a página onde estava a questão.   
     Escreveu cinco livros pela orientação do espírito “Irmão Raimundo”  intitulados: Mensagens de Paz, Mensagens de Amor, Mensagens de Luz, amor e Sabedoria, Visão Cristã e o último Compilações. 
     Fazia questão de, desde moço usar sempre roupas brancas. Dizia ele que a cor branca era a cor da paz! Fundou em Conquista a casa de repouso Francisco de Assís que funcionou durante 14 anos como um verdadeiro centro de desobsessão. Um detalhe: não havia dia específico para o atendimento! Era a necessidade do paciente que fazia o trabalho acontecer.
    Desencarnou no dia 24 de março de 2007. 

OBS: SOLICITO À TODOS OS QUE TIVEREM ACESSO A ESTA PÁGINA QUE ENVIEM PARA O EMAIL plautoceu@bol.com.br informações sobre outros importantes trabalhadores da doutrina, encarnados ou desencarnados. Se possível, acompanhado de foto do referido homenageado.   


fonte:

http://espiritismoconquista.blogspot.com.br/p/alfredo-prates-filho.html

Carlos Guimarães




“Em 1959, um grupo de amigos reunia-se para estudar a Doutrina Espírita, em casa do Sr. Florentino Mendes de Andrade. Neste mesmo ano, uma comunicação do Espírito Antônio Cruz, exortou o grupo a providenciar uma sede própria, ampla, que atendesse às necessidades atuais das suas atividades, tarefa que ficou a cargo do Sr. Carlos de Oliveira Guimarães.

Fundado em 03/10/1959, constituíram a sua primeira diretoria, os irmãos: Presidente-Florentino Mendes de Andrade; Secretário – Carlos de Oliveira Guimarães (trabalhador incansável que está até hoje conosco); e o Consultor Jurídico – Dr. João Gustavo dos Santos.

fonte:

http://www.ceantoniocruz.com.br/


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Máscaras e outras "defesas" emocionais

Máscaras e outras "defesas" emocionais

Enquanto escrevia o texto "10 coisas que aprendi com o Espiritismo" (link) veio à tona este tema, que é de extrema importância nos dias de hoje.

Se tivermos paciência e atenção para observar, perceberemos que as pessoas não sabem lidar com as suas emoções. Vivemos em tempos acelerados e se não conseguirmos nos adaptar, somos acometidos de depressão, estresse ou outros males.

E nesse mundo acelerado, temos ainda menos tempo para aprender. Talvez em um mundo menos conectado e veloz fosse um pouco mais fácil. Ou talvez a infinidade de informações disponíveis na rede torne as coisas mais fáceis. Ainda assim, não sabemos como lidar com as emoções.

Isso decorre de falta de conhecimento interior. Peça para uma pessoa listar as suas características físicas e não faltarão adjetivos. Peça para a mesma pessoa listar a sua personalidade e teremos sorte se conseguirmos três palavras.

Estamos muito orientados ao exterior. Não conhecemos a nós próprios. Os orientais com a sua enigmática meditação e as frases emblemáticas como "as respostas estão dentro de você" povoam os guias de auto-ajuda. E com razão!

E enquanto não nos conhecemos e nem sabemos lidar com as nossas emoções, acabamos nos valendo de alguns recursos.

- Máscaras: um recurso muito comum que utilizamos para nos proteger emocionalmente. Costumamos ter "um rosto" apropriado para cada ocasião. No trabalho, somos sérios e dedicados. Com os amigos, somos bagunceiros e irresponsáveis. Ao tentar conquistar uma pessoa, somos rechados de virtudes. Na casa espírita, somos as pessoas mais santas da Terra.

Não haveria problema se não estivéssemos exibindo uma pessoa que não somos realmente. Não adianta passarmos por boas pessoas na casa espírita e na frente do chefe, enquanto em casa maldizemos e amaldiçoamos a todos que não compactuam com as nossas opiniões. Não adianta mostrarmos a pessoa divertida e ativa que somos para os amigos ou para o novo par, se em casa ficamos atirados no sofá reclamando de tudo.

As máscaras então servem para que evitemos de mostrar a pessoa que realmente somos. E é exatamente aí que está o problema! Ao deixarmos de ser autênticos, as pessoas acabam gostando dos nossos "personagens" e não de nós. Criamos um vazio existencial tremendo, porque percebemos que sem aqueles personagens, sem aquelas máscaras, não somos nada.

Ser autêntico é bem difícil no início. Estamos expostos a tudo. Todas as críticas serão para nós (e não para os nossos personagens). Mas também todos os méritos serão nossos. Este é o primeiro passo para a nossa realização pessoal: sermos aceitos (e amados) exatamente como somos.

- Muros: os muros são também muitíssimo comuns, e podem atuar em conjunto com as máscaras. Os muros são basicamente barreiras emocionais que colocamos para que as pessoas não tenham acesso a nós. São linhas imaginárias de intimidade às quais se é impossível transpor.

Todos nós conhecemos aquelas pessoas que até são bem simpáticas e agradáveis, mas por mais que tentemos, não conseguimos abertura para nos aproximar mais e aprofundar os laços de amizade. Sempre damos de cara com essa muralha que nos impede de interagir em um nível mais íntimo e de mais cumplicidade. Algumas pessoas inclusive adicionam "espinhos" às suas muralhas, mantendo um contra-ataque preparado para quem se aproximar muito.

O problema desses muros é que eles nos deixam trancados em uma prisão solitária. As coisas ruins não entram, mas as boas também não. E também nada sai. Ficamos isolados do mundo com nossas tristezas, medos, amarguras e dores.

Desse modo, deixamos de receber tudo de bom que as pessoas tentam nos dar. Também deixamos de extravasar aquilo que sentimos, o popular "desabafo". Então nos debatemos e gritamos dentro de uma prisão que nós mesmos construímos e que nós temos a chave da porta.

- Vícios: os vícios, como já muito mencionado aqui, são utilizados como válvula de escape da realidade. O indivíduo lotado de problemas, e não sabendo lidar com toda essa pressão, busca nos vícios um alívio rápido para sua tensão.

Mas como sabemos os vícios são extremamente corrosivos, e em muitos casos se tornam um caminho sem volta.

Abordamos isso na série "O que está por trás dos vícios?" (link).

- Conclusão: muitos são os mecanismos que utilizamos para nos proteger emocionalmente. O medo das lesões afetivas e outras frustrações nos leva a todas essas armaduras que tanto nos protegem quanto nos aprisionam.

Quando aprendemos a lidar com as emoções e quando começamos a nos auto-conhecer, vamos nos libertando dessas prisões e percebemos como a vida pode ser leve e fácil. As complicações somos nós que criamos.

Paremos de nos esconder do mundo. Mais temos a perder do que a ganhar.

Só podemos ser felizes quando nossa alma é livre e leve. E isso só depende de nós.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sinais da Obsessão

Sinais da Obsessão

Marta Antunes de Moura

O espírita consciente compreende que qualquer tarefa, realizada ou não na Casa Espírita, está passível de sofrer interferências indevidas que podem comprometer o  seu funcionamento harmônico. No que diz respeito à prática mediúnica em geral, e ao comportamento dos integrantes da reunião mediúnica, em particular, a vigilância deve ser redobrada, a fim de que a obsessão não se instale. Daí Emmanuel recomendar: “Toda vez que obstáculos se nos interponham entre o dever da ação e a necessidade da cooperação no serviço do bem aos semelhantes, que redundará sempre em benefício a nós mesmos, peçamos o Auxílio Divino, através da prece silenciosa [...].”1

A obsessão é, segundo Allan Kardec, uma das maiores dificuldades que a prática espírita pode apresentar. Caracteriza-se pelo “[...]  domínio que alguns Espíritos exercem sobre certas pessoas. É praticada unicamente por Espíritos inferiores, que procuram dominar, pois os Espíritos bons não impõem nenhum constrangimento. [...].”2  A obsessão, por sua vez, está relacionada há três fatores básicos: a) falta moral ou comportamento social, incompatíveis com o bem (viciações); b) grave desarmonia  mental/psíquica (distúrbios mentais); c) lesões físicas que afetam certas estruturas ou órgãos relacionados ao raciocínio, à cognição, à emoção, etc. (por exemplo, certas enfermidades do sistema nervoso).

A obsessão é considerada fator primário quando a pessoa sofre ação direta de um perseguidor espiritual. As imperfeições morais (egoísmo, orgulho, vaidade, ciúme, inveja, ganância, rancor, entre outras) e vícios, de qualquer natureza, são em geral definidos como fator secundário, uma vez que o indivíduo se compraz em manter sintonia mental com entidades que  apresentam as mesmas tendências/inclinações e gostos.

De uma forma ou de outra, a obsessão conduz a pessoa a quedas morais, pois  suas estruturas mentais e o seu pensamento são continuamente submetidos a influências perniciosas, próprias ou estranhas, que produzem, em consequência, atordoamento, do raciocínio, da ideação,  das emoções e  dos sentidos como pondera Emmanuel:3

Não ignoramos, porém, que os sentidos transviados conduzem fatalmente à deturpação e ao desvario.
Os olhos são auxiliares imediatos dos espiões e dos criminosos que urdem a guerra e povoam as penitenciárias [...].
Os ouvidos são colaboradores diretos da crueldade e da calúnia que suscitam a degradação social [...].
As mãos, quando empregadas na fabricação de bombas destruidoras, são operárias da morte [...].
O sexo, que constrói o lar em nome de Deus, por toda parte é vítima de tremendos abusos pelos quais se amplia terrivelmente o número de enfermos cadastrados nos manicômios [...].

Em se tratando da prática mediúnica, Kardec apresenta  nove sinais mais evidentes do processo obsessivo, aplicados tanto ao médium, propriamente dito, ou seja, aquele que é portador de mediunidade de efeitos patentes (psicofonia, psicografia, vidência, etc.) como a  qualquer outro trabalhador da reunião mediúnica:4

1ª persistência de um Espírito em se comunicar, queira ou não o médium, pela escrita, pela audição, pela tiptologia [ruídos, como pancadas e batidas], etc., opondo-se a que outros Espíritos o façam;
2ª ilusão que, não obstante a inteligência do médium, o impede de reconhecer a falsidade e o ridículo das comunicações que recebe;
3ª crença na infalibilidade e identidade absoluta dos Espíritos que se comunicam e que, sob nomes respeitáveis e venerados, dizem coisas falsas e absurdas;
4ª confiança do médium nos elogios que lhe fazem os Espíritos que por ele se comunicam;
5ª disposição para se afastar das pessoas que podem dar-lhe conselhos úteis;
6ª reagir mal à crítica das comunicações que recebe;
7ª necessidade incessante e inoportuna de escrever [ou de se manifestar por outro tipo de mediunidade];
8ª constrangimento físico qualquer, que domine a vontade do médium e o force a agir ou falar contra a própria vontade;
9ª ruídos e perturbações persistentes ao redor do médium, dos quais ele é a causa ou o objeto visado.

 O Codificador esclarece, também, em A Gênese, como prevenir e combater as obsessões:

Assim como as moléstias resultam das imperfeições físicas que tornam o corpo acessível às influências perniciosas exteriores, a obsessão decorre sempre de uma imperfeição moral, que dá ascendência a um Espírito mau. A uma causa física, opõe-se uma força física; a uma causa moral é preciso que se contraponha uma força moral. Para preservá-lo das enfermidades, é preciso fortificá-lo; para garantir a alma contra a obsessão, tem-se que fortalecê-la. Daí, para o obsidiado, a necessidade de trabalhar pela sua própria melhoria, o que na maioria das vezes é suficiente para livrá-lo do obsessor, sem o socorro de pessoas estranhas. Este socorro se torna necessário quando a obsessão degenera em subjugação e em possessão [entendida aqui como uma manifestação gravíssima da subjugação], porque neste caso o paciente não raro perde a vontade e o livre-arbítrio.5

O Espírito André Luiz, por sua vez, esclarece:

Você, enfim, talvez se veja em qualquer estado de introdução ao desequilíbrio espiritual, prestes a cair sob cadeias obsessivas… Mas, se você realmente deseja livrar-se disso, deve compreender, antes de tudo, que precisa de esclarecimento e de amparo. Entretanto, para que você obtenha luz e auxílio é indispensável adote duas atitudes fundamentais:

Estudar e raciocinar, a fim de instruir; Trabalhar e servir para merecer.6



REFERÊNCIAS

1 XAVIER, Francisco Cândido. Rumo Certo. Pelo Espírito Emmanuel. 12 ed. 1 imp. Brasília: FEB Editora, 2013. Cap. 8, pág. 30.

2 KARDEC, Allan. O Livro dos médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013. Pt 2, cap. XXIII, it. 237, p. 259.

3 XAVIER, Francisco Cândido. Seara dos Médiuns. Pelo Espírito Emmanuel. 20 ed. 1 imp. Brasília: FEB Editora, 2013 Cap. 43, pág.146/147.

4 KARDEC, Allan. O Livro dos médiuns. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2013. Pt 2, cap..XXIII, it. 237, pág. 259

5 _______. A Gênese. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2 ed. 1 imp. Brasília: FEB Editora, 2013. Cap. XIV, it. 46, pág. 259.

6 XAVIER, Francisco Cândido. Meditações diárias.Pelo Espírito André Luiz. 1. ed. Araras: IDE, 2009. Capítulo: Terapêutica desobsessiva, p.142.

sábado, 18 de outubro de 2014

JESUS PROCLAMOU EM NAZARÉ O ANO AGRADÁVEL AO SENHOR

JESUS PROCLAMOU EM NAZARÉ O ANO AGRADÁVEL AO SENHOR

Jesus declarou, na sua prédica primeira na Sinagoga de Nazaré, ao ler Isaías e interpretá-lo: "O espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para por em liberdade os oprimidos e proclamar o ano aceitável do Senhor". É o que consta dos versículos 18a 19 do Cap. IV do Evangelho de Lucas, tradução de Almeida, revista e actualizada no Brasil. Outras traduções mencionam, em lugar de "ano aceitável" o "ano agradável ao Senhor".
Esse ano era uma tradição judaica a que o Levítico se refere de maneira minuciosa (XXV: l-34). Havia o ano Sétimo, o Sábado do Senhor, por analogia com a semana que era o ano do descanso da terra cultivada. E havia o Ano do Jubileu, ou Quinquagésimo, que era o da Justiça, caracterizado na proclamação de Jesus. De cinquenta em cinquenta anos se procedia a uma verdadeira reforma da estrutura agrária do Estado para o reequilíbrio das condições sociais, com libertação dos escravos. Jesus serviu-se dessa tradição para anunciar a sua missão como a proclamação do Ano Agradável ao Senhor, ou seja, de uma nova fase da vida na Terra.
Um famoso pastor, o rev. Stanley Jones, chamado o Cavaleiro do Reino de Deus, estudou essa tradição em suas ligações com o Cristianismo dos primeiros tempos, demonstrando que os cristãos primitivos queriam realmente estabelecer na Terra o Ano Agradável ao Senhor. A ideia do Novo Ano como oportunidade de renovação, de volta do homem para Deus e de sujeição das leis humanas às leis de Deus vem das próprias Escrituras. Em O Livro dos Espíritos, de Kardec, obra básica do Espiritismo, essa ideia se traduz num esforço profundo de renovação pessoal e social, afirmando os Espíritos que a função da doutrina é renovar o mundo para aproximá-lo das leis de Deus cujo centro de gravitação é a "Lei de Justiça, Amor e Caridade", estudada num capítulo especial.
Aproveitemos a oportunidade do Novo Ano para ler esse capítulo do Livro III de O Livro dos Espíritos e meditar sobre as palavras de Jesus na proclamação de Nazaré. O Cristianismo é o foco central de um processo histórico que vem do Judaísmo e se desenvolve no Espiritismo, segundo a promessa de Jesus no Evangelho de João. A finalidade do Espiritismo é estabelecer na Terra o Ano Agradável ao Senhor, com a substituição do egoísmo e da ambição do homem velho pelo amor e a fraternidade do homem novo. Que o Novo Ano nos ajude nessa renovação cristã.
J. Herculano Pires