Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Reflexões sobre a tragédia no Rio de Janeiro sob à luz do Espiritismo



Os jornais têm cada vez mais noticiado sobre a última tragédia no Rio de Janeiro provocada pelas enchentes que deixaram centenas de mortos e desaparecidos na Região Serrana do Estado. Tal tragédia nos afetou, deixando os nossos corações entristecidos. Diante de destruições como estas, ficamos até mesmo inconformados com as atitudes de Deus: como pode Deus permitir tantos flagelos e tantas destruições, causando sofrimentos às vítimas? Será por acaso? Há alguma razão?

Um dos princípios que permeia a Doutrina Espírita é a lei de causa e efeito. O acaso não existe para o Espiritismo. De acordo com Allan Kardec, a Lei de causa e efeito  é um dos princípios fundamentais preconizados pela Doutrina Espírita para explicar as contingências ligadas à vida humana. Também é conhecida na literatura espírita como Lei da causalidade. Segundo ela, a todo ato da vida moral do homem corresponderia uma reação semelhante dirigida a ele. A Lei de causa e efeito, segundo a compreensão Kardec, distanciava-se da concepção de Karma, erroneamente difundida no Ocidente, por não admitir o determinismo e sim o exercício do livre-arbítrio. A Lei de causa e efeito procura explicar os acontecimentos da vida atribuindo um “motivo justo”, e uma “finalidade proveitosa” para todos os acontecimentos com que se depara o homem, inclusive o sofrimento.

A Lei da causalidade, ou de causa e efeito, está intimamente ligada a Lei de destruição. No Livro dos Espíritos de Allan Kardec, no capítulo VI, item II, perguntas 737  à 741, a Espiritualidade Superior nos explica a razão desses trágicos acontecimentos que muitas vezes, à primeira vista, pode nos parecer desprovido de justiça divina.

Segundo a Lei de Destruição, os flagelos destruidores são permitidos por Deus na medida em que os resultados que deles advêm, e que nem sempre são vistos, admitidos e aceites pelo homem, os levam a uma regeneração moral, dando advento a uma melhor ordem, que se realiza em poucos anos, em vez de alguns séculos. São meios de aceleração do progresso da humanidade que, pelas dificuldades, se vê obrigada a mudar a maneira de agir. Tais meios, porém, são de exceção, pois, regularmente, o homem tem, como meio de progredir, o conhecimento do bem e do mal, que, não sendo convenientemente usado pelo livre-arbítrio, resulta em medidas de exceção, tomadas pela lei de equilíbrio que rege a vida das pessoas, dos grupos, da sociedade, das nações e da humanidade.

Pelo fato dos espíritos preexistirem e sobreviverem a tudo, eles formam o mundo real. Os seus corpos físicos e o meio físico no qual eles desenvolvem as suas potencialidades espirituais são meros instrumentos de aperfeiçoamento do verdadeiro eu espiritual. Portanto, quaisquer flagelos que nos atinjam, enquanto encarnados e pelo tempo que for, nada mais serão que meios de educação para a eternidade. Paciência, resignação, abnegação, desinteresse, amor ao próximo, são sentimentos que caracterizam o homem livre do egoísmo. A forma pela qual eles são conquistados é secundária, tanto podendo ser por adoção como pelo sofrimento que advém da não adoção. Grande parte dos flagelos são resultados da imprevidência e do abuso, como se fossem um contragolpe às manifestações orgulhosas e cheias de vaidade do homem. Ou seja, os flagelos são efeitos de causas “criadas” preteritamente.

Importante é ressaltar que Deus não castiga a humanidade, a Lei da destruição não provoca efeitos injustos. Tal lei é importante para a evolução da humanidade. Entretanto, é verdade que, às vezes, Deus pode empregar alguns “meios” que para nós são dolorosos e/ou que fogem a nossa compreensão mediana, como 0s flagelos ou as guerras, mas ela é extremamente fundamental para a nossa evolução enquanto espíritos eternos e nada mais refletem os efeitos do exercício do nosso livre-arbítrio.

Por fim, os flagelos são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência e a resignação ante a vontade de Deus e permitir desenvolver os sentimentos de abnegação. É importante também lembrar que a morte do corpo físico existe para todos nós encarnados. Mesmo que não venhamos a desencarnar em virtude de flagelos, todos nós teremos que deixar a Terra e continuar a nossa vivência espiritual em outras instâncias. Mesmo que não tenhamos vividos flagelos, com certeza, teremos ou já tivemos outras provas e outras expiações em nossa atual existência. Tudo em prol do nosso progresso espiritual, a nossa verdadeira condição.

Diante de tantas provas, flagelos e destruições, precisamos confiar em Deus e em sua justiça, lembrando que nada acontece por acaso, nada acontece sem que Deus o permita.

Eis aqui uma pequena reflexão,

Muita a paz a todos!


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