Estudando o Espiritismo

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sábado, 28 de junho de 2014

Justiça das aflições.


Sempre nos fazemos algumas perguntas:

Por que uns sofrem mais do que outros?

Por que uns nascem na miséria e outros na riqueza, sem que tivessem feito coisa alguma que justifique?

Diante disso achamos que as coisas boas ou ruins dessa vida parecem tão mal repartidas, e que por isso que não existe justiça Divina. Vemos pessoas boas passando por misérias, doenças, outras egoístas e malvadas em excelente condição financeira e de saúde. Aí nos perguntamos: Onde está a Justiça de Deus?

Mas se pensarmos que não vivemos apenas uma vida, estamos aqui há milênios, já fomos ricos, pobres, homem, mulher, honesto, ladrão, injustiçados, morremos, matamos, enfim, já vivemos todos os personagens e trazemos para nossa encarnação atual todos os acertos e erros cometidos em outras vidas. Ou seja, o que fazemos aqui tem conseqüências que iremos com certeza resgatar nessa ou em outras vidas. Se pensarmos assim, veremos que não existe injustiça e sim resgate, causa e efeito.
E se formos mais fundo em nossa avaliação veremos que:
Quantos de nós caímos por nossa própria culpa, vítimas da própria imprevidência, do orgulho e da ambição?

Quantos se arruínam por falta de ordem, de perseverança, pelo mau proceder, ou por não terem conseguido controlar seus desejos e instintos?

Quantos casamentos, famílias, separadas pelo interesse, pela vaidade, sem que se tenha usado o amor?

Quantas doenças o homem adquire devido seu excessos e vícios?

Quantos pais são infelizes com seus filhos, por não os terem educado de maneira correta, dizendo não, se necessário, pedindo desculpas quando errados e com isso os ensinando também a se desculparem. Mostrando o verdadeiro significado da família e a importância da união desta?

Ao fazer esse exame de consciência, verificamos que muitas vezes nós somos os culpados de nossas aflições. E com isso paramos de culpar a vida e o destino por tantas desilusões. E quando não encontrarmos respostas para alguns sofrimentos, nós devemos parar e lembrar que não vivemos apenas uma vida, portanto trazemos de outras alguns sofrimentos. È como se estivéssemos em uma escola e ao terminar o ano letivo, não conseguíssemos passar em todas as matérias, aí ficamos em dependência, por isso, seguimos o próximo ano repetindo assuntos que já deveríamos ter aprendido.

E assim é a vida, seguimos em frente com algumas pendências e culpamos Deus, e a sorte, dizendo: Deus eu não merecia isso!!!
Será?
Não podemos voltar e fazer um novo começo, mas podemos recomeçar e fazer um novo fim.

Justiça das Aflições

Tema: Justica das Aflicoes
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A - Texto de Apoio:

* Bem-aventurados os que choram, pois que serao consolados. -
Bem-aventurados os famintos e os sequiosos de justica, pois que serao
saciados. - Bem-aventurados os que sofrem perseguicao pela justica, pois que
e' deles o reino dos ceus. (S. MATEUS, cap. V, vv. 5, 6 e 10.)

* Bem-aventurados vos que sois pobres, porque vosso e' o reino dos ceus. -
Bem-aventurados vos, que agora tendes fome, porque sereis saciados. -
Ditosos sois, vos que agora chorais, porque rireis. (S. LUCAS, cap. VI, vv.
20 e 21.)

* Mas, ai de vos, ricos que tendes no mundo a vossa consolacao. - Ai de vos
que estais saciados, porque tereis fome. - Ai de vos que agora rides, porque
sereis constrangidos a gemer e a chorar. (S. LUCAS, cap. VI, vv. 24 e 25.)

* Somente na vida futura podem efetivar-se as compensacoes que Jesus promete
aos aflitos da Terra. Sem a certeza do futuro, estas maximas seriam um
contra-senso; mais ainda: seriam um engodo. Mesmo com essa certeza,
dificilmente se compreende a conveniencia de sofrer para ser feliz.

* Todavia, o que ainda menos se compreende e' que os bens e os males sejam
tao desigualmente repartidos entre o vicio e a virtude; e que os homens
virtuosos sofram, ao lado dos maus que prosperam. A fe' no futuro pode
consolar e infundir paciencia, mas nao explica essas anomalias, que parecem
desmentir a justica de Deus. Entretanto, desde que admita a existencia de
Deus, ninguem o pode conceber sem o infinito das perfeicoes. Ele
necessariamente tem todo o poder, toda a justica, toda a bondade, sem o que
nao seria Deus. Se e' soberanamente bom e justo, nao pode agir
caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam
de uma causa e, pois que Deus e justo, justa ha' de ser essa causa. Isso o
de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus
pos os homens na direcao dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente
maduros para compreende-la, lhes revela completamente a aludida causa, por
meio do Espiritismo, isto e, pela palavra dos Espiritos.

B - Questao para estudo e dialogo virtual:

1 - Como se pode acreditar na justica de Deus e, ao mesmo tempo, explicar a
diferenca de sorte entre os homens?

 - Conclusao do estudo:

Ninguem padece sem justa razao, pois Deus nao o permitiria. Portanto, em
nossas aflicoes, busquemos consolo na paciencia e na resignacao, lembrando
sempre que a vida futura nos reserva sublimes alegrias.

B - Questao para estudo e dialogo virtual:

1 - Como se pode acreditar na justica de Deus e, ao mesmo tempo, explicar a
diferenca de sorte entre os homens?

Sendo Deus a suprema justica, nao permitiria que alguem sofresse sem o
merecer. Portanto, se alguem sofre, justa ha' de ser a causa de seu
sofrimento, e somente a pre-existencia do espirito pode explicar a
desigualdade na reparticao do bem e do mal entre os homens.

Se hoje sofremos e nada fizemos, nesta existencia que possa dar motivo ao
nosso padecimento, devemos busca-lo em vidas anteriores, pois Deus nao nos
permitiria sofrer sem razao.

Causas e Justiças das Aflições

Causas e Justiças das Aflições

Palestra Virtual
Promovida pelo Canal #Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br

Palestrante: Pedro Vieira
Rio de Janeiro
01/10/1999

Organizadores da palestra:

Moderador: "lflavio" (nick: ||Moderador||) "Médium digitador": "Brab" (nick: Pedro_Vieira)

Oração Inicial:

<volia> Deus, nosso pai de infinita bondade e misericórdia, Jesus, nosso Mestre e arquiteto do nosso planeta , pedimos a vossa ajuda e inspiração para os estudos que iniciaremos agora de tua santa Doutrina. Ajuda-nos, Pai, para que os ensinamentos da noite sejam para nós como luz de um farol na noite caliginosa, orienta-nos com a tua palavra doce e verdadeira para que possamos ser teus tarefeiros na nova era da regeneração . Assim seja!

Apresentação do Palestrante:

<Pedro_Vieira> Muito boa noite a todos. Meu nome é Pedro Vieira, sou colaborador da Casa dos Cristófilos, em Botafogo, no Rio de Janeiro e também, pelo IRC-Espiritismo, do Centro Espírita Léon Denis. (t)

Considerações Iniciais do Palestrante:

<Pedro_Vieira> "Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o reino dos céus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis saciados. Ditosos sois, vós que agora chorais, porque rireis." (S. LUCAS, cap. VI, vv. 20 e 21.) As palavras de Jesus são demasiadamente claras para nossos corações. Quando Jesus nos falava das consolações futuras, nos criava no espírito ainda atormentado a idéia de Justiça de Deus, ao mesmo tempo que nos falava sobre a continuidade da vida, das alegrias e também das tristezas. Por "pobres" entendamos não a condição financeira ou econômica de um cidadão, ou mesmo de um povo, porque, sendo assim, fácil seria ganhar o "reino dos céus". Os pobres a que Jesus se referia são aqueles que passam a humilhação do mundo, resignadamente. São aqueles denotados, muitas vezes, como sonhadores, utópicos ou mesmo sub-raça da humanidade. Aqueles que, pela sua perseverança silenciosa, são colocados à margem do processo social, educacional e mesmo humano. Não é difícil entender por que as aflições aparecem em nosso planeta. A respeito dessa questão citamos em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", Capítulo III, item 07: "Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciária, um sítio malsão, e ela é, simultaneamente, tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite." Quando Allan Kardec nos coloca esse comentário, orientado pelos espíritos superiores, nos fala sobre a "necessidade do escândalo", em concordância com Jesus. "Casas de correção" aplicam, por vezes, remédios dolorosos para o bem e para a educação do espírito. É muito difícil, meus amigos, em meio a uma aflição pensarmos e agirmos como estudantes e aproveitarmos dela todos os ensinamentos. Ao contrário, a combinação orgulhosa e egoísta de nosso coração nos impulsiona à "concha psíquica", nos isolando de tudo aquilo que nos poderia melhorar. A mensagem que o Espiritismo nos traz é demasiadamente clara. Deus é soberanamente justo e bom, e tudo o que provém Dele é cheio de razão e de justiça. Nossas aflições são processo que devemos aprender a superar. Porque nosso destino é a perfeição. (t)

Perguntas/Respostas:

<||Moderador||> [1] <heroiiii> Há um item de "O Livro dos Espíritos" que diz que o clima de uma região influe nos aspectos morais do povo que lá vive isso. Não é determinista demais, apesar de achar que para a época e local onde foi informado era adequado?

<Pedro_Vieira> Vamos à análise meticulosa da questão. Na questão de número 52 de "O Livro dos Espíritos" lê-se: "Dá-se o mesmo com duas crianças, filhos da mesma mãe que, criados longe um do outro e de modo diferente, em nada se assemelham quanto ao moral". Não acreditamos esteja colocado aí nenhum determinismo moral. Pelo contrário, é dito que, pelo afastamento que os filhos (ou as raças, no assunto tratado) é possível que elas não guardem as semelhanças que seriam de se esperar entre dois irmãos criados juntos. Os espíritos nos ensinam que a formação na infância é fundamental à orientação do espírito reencarnante. Raças que comungam dos mesmos hábitos têm as mesmas POTENCIALIDADES de desenvolvimento. Essas POTENCIALIDADES de certa forma traçam limites à manifestação espiritual do indivíduo. Desde que o indivíduo não tem um aparelho ou uma condição de costume social para manifestar-se em sua totalidade, fica tolido por conta disso. Daí se observarem as diferenças, por conta do afastamento, uma diferenciação, mais uma vez, da liberdade vinda das condições que cercam esses espíritos, e não do estado espiritual deles em si. (t)

<||Moderador||> [2] <Rosa_Azul> Só podemos resgatar nossos erros através da dor?

<Pedro_Vieira> Só uma correção vocabular importante, para sermos fiéis à Codificação. "Dor" é uma sensação física. "Sofrimento" é uma sensação que pode ser moral. O espírito desencarnado nunca sente "dor", por não possuir veículo físico para o transmitir os impulsos nervosos da dor, mas pode "sofrer", desde que sua consciência vive após a desencarnação.

Agora vamos à resposta: É importante compreendermos uma coisa: o espírito não "sofre" ou se "alegra", antes disso e englobando tudo isso ele APRENDE. O processo evolutivo é, antes de tudo um processo educativo. E a evolução é urgente, ela precisa se fazer. A forma como a educação vai penetrar a psique do espírito é uma escolha que esse espírito - nós - tem que fazer. Se o espírito OPTA por se fechar ao processo educativo, tentando negar as leis de Deus, está escolhendo para si mesmo o processo educativo mais coerente com a sua postura mental, que convencionou-se chamar de "sofrimento". Se o espírito, no entanto, posta-se adequadamente na postura de aluno e, como isso, facilita o processo de aprendizado que bate incessantemente à porta de sua consciência, então diz-se que ele aprendeu "pelo amor". Mas o sofrimento nada mais é que um chamado ao despertar do aprendizado. Sendo assim, pode-se ter o sofrimento GUIANDO de volta ao aprendizado, mas só se aprende efetivamente - SEMPRE - pela opção pelo amor. O sofrimento não ensina, ele guia. Quem ensina é o amor. Se o amor vem precedido de sofrimento, no entanto, escolhemos nós. (t)

<||Moderador||> [3] <heroiiii> Muitos espíritas vêem o mendigo na rua e dizem : "Olha, ele é assim por que na outra vida anterior ele não sabia usar bem o dinheiro, fez mal com ele, aí nasceu assim" e, inconscientemente ou interiormente, pensa: "Olha, decerto eu sou rico ou remediado por que na outra vida soube usar o dinheiro. Portanto, devo ser superior." O que dizer disso?

<Pedro_Vieira> Orgulho sem fundamento. Deus concedeu a prova da pobreza a quem pode suportá-la. O aparentemente superior pode estar sendo somente fortalecido ao nível do mendigo para só depois poder aprender o que seu irmão já está fazendo desde hoje, pela força que já possui. De mais a mais, o espírita que age dessa forma ignora a Doutrina Espírita que diz que na consolação de nossos irmãos, Deus nos usa, por vezes, como meios de auxílio, virando as costas ao chamado do Pai para ajudá-lo no seu refazimento, por não achar que Deus é digno de servir-se dele para tão degradante mister. (t)

<||Moderador||> [4] <strega> O sofrimento que passamos hoje pode ser conseqüência do mal que fizemos a estas mesmas pessoas em vidas passadas?

<Pedro_Vieira> Sim. Em "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no seu Capítulo III, lemos: "O homem, pois, nem sempre é punido, ou punido completamente, na sua existência atual; mas não escapa nunca às conseqüências de suas faltas. A prosperidade do mau é apenas momentânea; se ele não expiar hoje, expiará amanhã, ao passo que aquele que sofre está expiando o seu passado." Complementando no item 07: "Os sofrimentos devidos a causas anteriores à existência presente, como os que se originam de culpas atuais, são muitas vezes a conseqüência da falta cometida, isto é, o homem, pela ação de uma rigorosa justiça distributiva, sofre o que fez sofrer aos outros.". Acredito que Allan Kardec responda completamente à sua questão. (t)

<||Moderador||> [5] <lflavio> Como saber se a causa de nossos sofrimentos esta nesta vida ou em vidas passadas?

<Pedro_Vieira> Questiono a utilidade de tal informação. Vejamos o que nos diz Allan Kardec: "O infortúnio que, à primeira vista, parece imerecido tem sua razão de ser, e aquele que se encontra em sofrimento pode sempre dizer: 'Perdoa-me, Senhor, porque pequei.'". A grande luta da humanidade atualmente é pela consciência límpida e tranqüila. Encontrar o criminoso desfaz um crime cometido? De maneira alguma. O que os espíritos nos dizem é que o criminoso nós já sabemos quem é. Nesse caso, o conhecimento de "detalhes do crime" (mantendo a nomenclatura para referência) não vai atenuar a falta, não vai nos dar o apoio da consciência, não vai nos tornar nem homens nem espíritos melhores. O conselho de Allan Kardec é claro: "Perdoa-me, Senhor, porque pequei", e ter uma ação ativa, positiva, procurando agir contra as más tendências e travando lutas vitoriosas. Aí sim estaremos reparando os erros que cometemos e que se encontram gravados em nosso espírito, sem necessidade de saber de onde vêm eles. (t)

<||Moderador||> [6] <strega> Se o que passamos hoje é conseqüência de faltas passadas, então não devemos ter pena de ninguém? Se alguém sofre é por que merece?

<Pedro_Vieira> As aflições atuais têm sua razão de ser. Eis o fato. O sádico encara o fato: "Sofre porque merece, que bom que merece, porque sofre" O demagogo encara o fato: "Todos deveriam ser bons para não sofrerem como aquele pobre coitado", e nada faz. O espírita não deve falar em "merecer sofrimento", mas sim em "necessitar aprendizado". A diferença é gritante. Se alguém necessita de um aprendizado e hoje está tendo ele pelas guias do sofrimento, será que Deus não nos colocou no caminho para refrescar-lhe o coração que já está em condições de suportar o aprendizado sem tanta dureza? Se uma pessoa deve transpor um obstáculo e encontra-se imbuída de coragem e de confiança, o transpõe sem maiores problemas. O mesmo não acontece com o ânimo caído. Sustentar nossos irmãos na provação, sem desculpas de "merecer sofrimento". Pedir a Deus que nos faça peças úteis do "precisar aprendizado". Que, com o nosso amor possamos facilitar-lhes a aquisição da lição que, insistentemente, Deus insiste em enviá-lo. A evolução é a única necessidade. O sofrimento de amanhã é conseqüência da escolha de hoje. (t)

<||Moderador||> [7] <heroiiii> Muitas vezes a pessoa sofre mais do que merece por que sabe que, com isso, abreviará sua prova. Mas por que alguns povos do "frio" tem mais atribulações que nós? Pode-se levantar esse aspecto e, daí, não temos furacões no Brasil, pelo mesmo determinismo do início da questão 52. Por que nossa moral depende do clima?

<Pedro_Vieira> Perguntaram certa feita a Chico Xavier porque os espíritos não o curavam de seu mal na vista e de sua debilidade física geral. Chico Xavier respondeu, sereno como sempre: "Eu me sentiria muito mal atendendo a esses irmãos tão mais necessitados que eu não sabendo na pele o que eles sofrem." Para muitos de nós, o que chamamos "tribulações" ou "sofrimentos", para outras pessoas, já mais adiantadas, são, nada mais nada menos, que meios comuns que não lhes causa a menor aflição. Por isso, a palavra "aflição" nunca está ligada ao fato em si, ao "clima", ao "frio", a doenças, a posturas de outrem, etc. A aflição é a conseqüência de nosso estado espiritual íntimo de inquietação perante algo que ainda nos causa medo e apreensão. É a conseqüência direta de nossa própria imprevidência em lidar com o desconhecido, com a nossa própria falta de fé e de auto-confiança. Por isso, voltando à pergunta, pode ser que, em termos de fatos físicos, algumas regiões do planeta estejam mais sujeitas que outras, mas a pergunta que nos deve recair é a seguinte: desses fatos, quais realmente são aflições? Outra pergunta seria: Julgaríamo-nos nós mais justos e sábios que Deus para saber melhor que Ele compensar todo tipo de mal físico que exista no planeta para o aprendizado dos espíritos? A aflição é uma medição espiritual, uma medição de arcabouço moral, por assim dizer. Sendo assim, com climas amenos, muito dinheiro, satisfação amorosa e profissional geram pessoas profundamente infelizes, ao passo que o clima frio e seco em local solitário e sem acesso tecnológico pode gerar corações muito felizes. Fechando, o clima não determina a reação moral do indivíduo. A felicidade ou a infelicidade, a aflição ou não é um estado d'alma, e não uma situação exterior. O que os fatos externos determinam são a maior ou menor manifestação de potencialidades do espírito, gerando certas diferenças. Nada mais que isso. (t)

<||Moderador||> [8] <lflavio> As aflições coletivas que determinados povos passam, esta relacionado com compromissos de aprendizados coletivos?

<Pedro_Vieira> Suponho que o amigo, se não joga, pelo menos sabe o que é o jogo de sinuca. No jogo de sinuca pode-se, com habilidade suficiente, em um número muito reduzido de jogadas, "matar" todas as bolas. Tanto mais hábil o jogador, mais perfeita, rápida e precisa é a combinação para atingir um mesmo objetivo. Deus é o melhor jogador de sinuca que eu conheço. Podendo oferecer aos espíritos aprendizados que unem presença mútua (oportunidade de trabalho - refazimento - uns aos outros) e tribulações que lhes sirvam, simultaneamente, ao aprendizado, fazendo, ao mesmo tempo, que esse povo trabalhe para o bem geral, há uma combinação mais perfeita a se fazer? Não importa quantas bolas você coloque sobre a mesa, Deus sempre as matará todas num tempo zero, perfeição infinita e com o toque das bolas ainda produzirá rearranjos perfeitos em outros infinitos problemas que afligem a Humanidade. Aposte em Deus, ele não decepciona você. (t)

<||Moderador||> [9] <Erni> Conheço poucos, mas conheço pessoas que passam por poucas aflições na vida, quer econômica, sentimental ou moral. Essas pessoas não estão sendo aferidas, ou são felizardos em férias na Terra?

<Pedro_Vieira> Pensam que estão matando aula, se esquivando de suas obrigações para com aqueles que clamam por uma ajuda que só essa tranqüilidade pode proporcionar. Ninguém, por mais pobre ou mais rico, por mais atribulado ou mais livre, está liberado do dever da caridade e do trabalho ao próximo. Como descansar no ócio se o serviço não está acabado? (t)

<||Moderador||> [10] <Erni> Como ver um mundo onde a maioria não sabe da existência de Jesus, tem os mulçumanos com seu Deus revanchista...Onde estaria a justiça para essas pessoas?

<Pedro_Vieira> Impressa na consciência, nos dizem os espíritos. Independente da crença, há sempre caminhos corretos que a consciência do cristão ou do muçulmano apontam. Podem ignorar a existência da pessoa do Cristo, mas não ignoram o que é o bem. Se não ignoram o bem, não há razão para não o praticarem. Os espíritos são categóricos quando nos respondem: não é a crença exterior que salva o homem, mas sim sua postura interior perante o bem, a paz, o amor. Acaso alguma alma do mundo encontra-se privada da guia de sua consciência? (t)

Considerações Finais do Palestrante:

<Pedro_Vieira> Antes das considerações finais, gostaria de colocar um trecho para o nosso amigo heroiiii de "O Livro dos Espíritos", reposta à questão 861: "Aliás vós confundis sempre duas coisas distintas: os acontecimentos materiais da vida e os atos da vida moral. Se, por vezes, há fatalidade é nos acontecimentos materiais, cuja causa está fora de vós e que independem de vossa vontade. Quanto aos atos da vida moral, eles sempre emanam do próprio homem que tem sempre, conseqüentemente, liberdade de escolha. Nestes atos jamais existe fatalidade". Estamos abertos a maiores debates sobre o tema posteriormente. Uma coisa deve nos permanecer em mente quando falamos em aflições: sofrimentos são meios de nos conduzir ao aprendizado; tanto mais nos amoleçamos de coração, tanto menos eles serão necessários. Para isso é necessário que nos portemos intimamente como cristãos e como espíritas que somos, agindo ativamente na eliminação dos males de nossos irmãos que nos compartilham a caminhada. Mesmo no sofrimento pode ou não existir aflição. A aflição é uma resposta do espírito a um estímulo que lhe causa estranheza de qualquer ordem. Se o espírito reage sempre de maneira resignada, de maneira correta, com fé, amor e ação, mesmo frente aos sofrimentos não existirá aflição. O Espiritismo cumpre o papel de "Consolador Prometido" nesse sentido, de levar à pessoas a verdadeira consolação, a consolação que Jesus nos falou no início, fazendo-nos compreender as tribulações da vida, mostrando-nos o porquê dessas tribulações, e mostrando-nos o caminho de superá-las, reagindo sempre de maneira ativa perante os acontecimentos, com paz, brandura, calma e paciência. (t)

Oração Final:

<Safiri> Senhor meu Deus, obrigada por mais esta oportunidade de estarmos próximos a ti aprendendo mais, nos confortando e nos resignando pelas ações impostas a nós no dia a dia e reconhecendo nossos erros pelas nossas falhas perantes nossos irmãos e a nós mesmos. Que Vós possa sempre nos guiar, nos tocar com a leve brisa, como um suave canção tocando nossos corações. E prometemos, então, ao menos nos conscientizar de que a vida, é para aprendermos a amar! Que assim seja!

JUSTIÇA das aflições

JUSTICA DAS AFLICOES



A outra face das dificuldades
FRANCISCO REBOUÇAS
O ser humano é o somatório de inúmeras experiências adquiridas em suas várias passagens por este nosso planeta, ao longo dos milênios, em que armazenou em seu psiquismo a bagagem da qual se utiliza diariamente no relacionamento com seu semelhante.Por ser resultado de uma semeadura investida em sua grande maioria na obtenção de bens fugazes, perecíveis, que os ladrões e as traças se incumbem de destruir, vive envolto em inúmeras situações, que muitas das vezes o fazem duvidar até mesmo da bondade do Pai Celestial de todos nós, inconformado com as tribulações, as situações adversas, as dificuldades etc... que se lhes apresentam aparentemente sem motivos.Procura então, um argumento de defesa que justifique perante a opinião dos outros, o seu presente estado de sofrimento, apressando-se em se apresentar como vítima da vida, blasfemando contra a sorte, alegando que nada faz por merecer tal castigo, pois sempre procurou respeitar as leis instituídas pela sociedade no relacionamento com seu próximo, não entendendo o porque de tanto sofrimento.É natural que ainda pense dessa forma, em vista da nossa pequenez ante a grandiosidade da perfeição das Leis Divinas, únicas capazes de nos projetarem para frente e para o alto, e das quais freqüentemente nos divorciamos, para buscar a satisfação de nossos instintos selvagens, sem nos apercebermos de que sofreremos as conseqüências positivas ou negativas da nossa livre escolha.Não nos preocupamos em analisar algumas questões que por certo muito nos ajudariam a proceder de maneira diferente da que normalmente decidimos por agir, e perdemos muito tempo com coisas que não oferecem absolutamente nada que nos ajude na obtenção de nosso sonho por adquirir um estado permanente de paz, de felicidade, etc... como se essas virtudes pudessem ser adquiridas sem o esforço necessário da reforma íntima que precisamos empreender.Faz-se urgente a decisão de buscarmos quanto antes fazer a parte que nos cabe, na reforma de nossos atos e atitudes modificando inteiramente a maneira de ver, ouvir e sentir o convite do mestre Jesus, que de mãos estendidas nos oferece sua ajuda, e segurá-las com fé, esperança, trabalho no bem e confiar aquilo que não depende de nós a Deus nosso Pai, infinitamente bom e justo, criador de tudo e todos, e que tem o controle total do universo não caindo sequer a folha de uma árvore, nem um fio de cabelo de nossa cabeças sem sua permissão e entender que os problemas que hoje nos visitam são frutos amargos de nossa própria plantação, que agora colhemos por força da Lei de ação e reação que vem confirmar as palavras de Jesus quando nos afirmou “a cada um segundo as suas obras”.No 5º capítulo de "O Evangelho Segundo o Espiritismo", no item Justiça das aflições, encontramos sábias explicações no texto que segue:“Entretanto, desde que admita a existência de Deus, ninguém o pode conceber sem o infinito das perfeições. Ele necessariamente tem todo o poder, toda a justiça, toda a bondade, sem o que não seria Deus. Se é soberanamente bom e justo, não pode agir caprichosamente, nem com parcialidade. Logo, as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa. Isso o de que cada um deve bem compenetrar-se. Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, julgando-os suficientemente maduros para compreendê-la, lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo, isto é, pela palavra dos Espíritos”.Resta-nos buscar na Codificação, as explicações claras, fundamentadas na lógica da razão, e no ensino moral da Doutrina Espírita e providenciarmos colocar em prática seus conceitos ético-morais, procurando vivenciar as lições dos espíritos superiores, e entendermos que Deus nosso Pai, é infinitamente amoroso com todos nós, e que tudo pelo que passamos faz parte da bagagem de detritos que acumulamos ao longo dos séculos, da qual precisamos urgentemente nos desvencilhar se pretendemos ascender na escala hierárquica dos seres imortais da criação em busca da felicidade que tanto almejamos.Preciso se faz, seguir os ensinamentos ali contidos, e atentarmos para o chamamento que nos convidam a aprimorar as virtudes que estão presentes no imo de nosso ser, esperando o momento em que nos decidirmos por desenvolvê-las, projetando de dentro para fora as qualidades que nos hão de fazer seres melhores, dispostos a nova semeadura, em benefício do nosso futuro porvir.E para tanto, não precisamos de grandes esforços, na maioria das vezes nos bastariam pequeninas atitudes em nossas ações do dia a dia, procurando espalhar em redor de nossos passos a simpatia, o otimismo, a gentileza, a compreensão, a calma, a fraternidade em doses homeopáticas, e no exercitar dessas atitudes positivas em nossa vida de relação em qualquer ambiente em que nos encontrarmos, estaríamos automatizando em nós as boas ações que com o passar do tempo se tornariam espontâneas, naturais, e não precisaríamos de enormes sacrifícios como costumamos alardear, o codificador Allan Kardec não deixou de formular pergunta nesse sentido aos imortais da vida maior na questão que abaixo transcrevemos de "O Livro dos Espíritos".909. Poderia sempre o homem, pelos seus esforços, vencer as suas más inclinações?“Sim, e, freqüentemente, fazendo esforços muito insignificantes. O que lhe falta é a vontade. Ah! Quão poucos dentre vós fazem esforços!”Finalizando, queremos enfatizar que só nos resta investir cada vez mais no estudo da Doutrina Espírita, para sairmos desse estado de inércia, se pretendemos fazer da nossa vida motivo de alegria e felicidade, não mais utilizando-nos do desculpismo injustificado, nem jogando a responsabilidade que nos cabe de fazer os inevitáveis esforços, de trabalharmos pelo nosso crescimento moral espiritual visando à colheita de novas oportunidades melhores do que as que hoje vivenciamos, e que costumeiramente responsabilizamos a vida e o acaso.

Justiça das aflições

GEBALDO JOSÉ DE SOUSA
gebaldojose@uol.com.br
Goiânia, Goiás (Brasil)


Justiça das aflições

“Embainha a tua espada; pois todos os que lançam mão da espada, à espada perecerão.” – Jesus. (Mt, 26:52.)


Ao ignorar a Lei de Causa e Efeito e as vidas sucessivas, dirá o homem que Deus é injusto. Ou que não existe. E dirá:

“(...) por que sofrem uns mais do que outros? Por que nascem uns na miséria e outros na opulência, sem coisa alguma haverem feito que justifique essas posições? Por que uns nada conseguem, ao passo que a outros tudo parece sorrir?” 1

Mas Ele existe; e nossas dores provêm de transgressões às Suas Leis.

“(...) as vicissitudes da vida derivam de uma causa e, pois que Deus é justo, justa há de ser essa causa.” (...) “Por meio dos ensinos de Jesus, Deus pôs os homens na direção dessa causa, e hoje, (...) lhes revela completamente a aludida causa, por meio do Espiritismo (...).” 2 – Grifos do original.

Respondemos por nossos atos e seus efeitos: “(...) o Filho do homem retribuirá a cada um conforme as suas obras”. – Jesus. (Mt, 16:27.)

Léon Denis, filósofo francês, amplia a compreensão do tema:

“Cada um desses atos executa sua evolução e volta com os seus efeitos, bons ou maus, para a fonte que os produziu. O mal, do mesmo modo que o bem, torna ao seu ponto de partida.

(...) as paixões e malefícios do ser humano produzem resultados, sempre idênticos, aos quais ele não pode subtrair-se.

O orgulhoso prepara para si um futuro de humilhações, o egoísta cria o vácuo ou a indiferença, e duras provações esperam os sensuais.

(...) A história da Terra é uma urdidura de homicídios e de iniquidade. Ora, todos esses séculos ensanguentados, todas essas existências de desordens reúnem-se na vida presente como afluentes no leito de um rio.

Os Espíritos que compõem a sociedade atual nada mais são que homens de outrora, que vieram sofrer as consequências de suas vidas anteriores.

Formada de tais elementos, como poderia a humanidade viver feliz?

(...) Isso nos faz sentir a necessidade de melhorar o meio social, esclarecendo os nossos semelhantes sobre a causa dos males comuns (...)”. 3 (Sublinhamos.)

“O Pai não coloca fardos pesados em ombros frágeis.” Os Espíritos aclaram esse conceito: nas vidas sucessivas, somamos experiências que nos amadurecem. Só aí, aptos para suportar provas e aprender as lições delas advindas, submete-nos a agudas expiações, para corrigir-nos. Ao contrário do que se prega, Ele não castiga, mas educa.

Não foram casuais as mortes de João Batista e a dos ‘inocentes’ – crianças de dois anos para baixo, em Belém e arredores, por ordem de Herodes. As ‘vítimas’ sofriam efeitos de ações anteriores, praticadas por elas mesmas.

Revela Bittencourt Sampaio, Espírito4, que João Batista, na fortaleza de Herodes, volve em espírito ao passado. Recorda erros cometidos na personalidade de Moisés; e aqueles em que foi o personagem Elias e mandara trucidar profetas do deus pagão, Baal.

Rende graças a Jesus por resgatar essas faltas; por ser o Precursor e, ainda, por vir à Terra, seguido pelos filhos da tribo de Levi – supostos inocentes – para, como ele, entregarem suas cabeças e se redimirem de seus erros. Eis as origens dessas dores:

I) Êxodo 32-25/29: Moisés manda matar os idólatras (adoradores do bezerro de ouro). Ordem que os filhos de Levi – futuros ‘inocentes’ – executaram;

II) I Reis 18-20:40: Elias manda que se mate os sacerdotes de Baal, ao vencê-los na disputa: incendiaria a lenha em um altar, sem fogo, aquele cujo Deus fosse verdadeiro. 5

Muitos perderam a vida por suas decisões; mas, nas personalidades de Moisés, Elias e João Batista, praticou a caridade. Assim, degolado apenas uma vez, redimiu-se desses erros; comprovando que a Lei apenas educa; que não é vingativa.

Provações pessoais são intransferíveis, mas podem ser suavizadas se praticamos o bem, “(...) porque o amor cobre multidão de pecados”. – (1Pe, 4:8.)

Não há, pois, injustiças nas Leis divinas – tudo tem sua causa –; nem privilégios, eis que, se existissem, João Batista não teria sido degolado: “(...) Entre os nascidos de mulher, ninguém é maior do que João (...)”. – Jesus. (Lc, 07:28.)

Aflições morais ou físicas são criações nossas. Resultam de nossos pensamentos e obras, quer lesemos terceiros, quer o façamos a nós mesmos, como no suicídio.

Emmanuel, Espírito, responde à indagação “A mente invigilante pode instalar doenças no organismo? (...)”:

“A mente é mais poderosa para instalar doenças e desarmonias do que todas as bactérias e vírus conhecidos (...), desequilíbrios e moléstias surgem também da imprudência e do desmazelo, da revolta e da preguiça. Pessoas que se embriagaram (...); que esquecem a higiene até se tornarem presas de parasitos destruidores; que se encolerizam pelas menores razões (...); ou que passam todas as horas em redes e leitos, poltronas e janelas, sem coragem de vencer a ociosidade e o desânimo (...) geram doenças para si mesmas, nas atitudes de hoje mesmo, sem qualquer ligação com causas anteriores de existências passadas”.  6 (Grifamos).

Não há perdão mágico, gratuito, sem transformação interior e reparação dos erros cometidos, como tradicionalmente apregoado. Nem há demônios fadados à condenação eterna: “Das ovelhas que o Pai me confiou, nenhuma se perderá”. – (Citação de Emmanuel 7).

Jesus (Jo, 8:32) assinala que o conhecimento da Verdade libertar-nos-á de todos os males; entre eles, do egoísmo, da maldade e, certamente, do “inferno eterno”.

Oferece-nos, no Evangelho, diretriz perfeita à conquista da saúde espiritual – que se estenderá aos corpos de futuras encarnações –, ao nos recomendar fazer aos outros aquilo que desejamos para nós e evitar a prática do mal aos semelhantes.



Referências:

1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 123ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Cap. V, p. 98.

2. Idem, ibidem.

3. DENIS, Léon. Depois da Morte. 11ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. p. 238 a 241.

4. SILVA JÚNIOR, Frederico Pereira da. Jesus Perante a Cristandade. Pelo Espírito Francisco Leite Bittencourt Sampaio. 5ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1975. p. 56-57.

5. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Brasília: Sociedade Bíblica do Brasil, 1969.

6. XAVIER, F. Cândido e VIEIRA, Waldo. Leis de Amor. Pelo Espírito Emmanuel. 7ª ed. São Paulo: FEESP, 1975. p. 17-18.

7. XAVIER, F. Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 4ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1978. Cap. 39, p. 163.


JUSTIÇA DAS AFLIÇÕES


Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos. Bem-aventurados os que padecem perseguição por amor da justiça, porque deles é o reino de Deus. ( Mateus, V: 5,6 e 10).

Bem-aventurados vós os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados os que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós , que agora chorais, porque rireis. ( Lucas, VI: 20 e 21 ).
        Mas ai de vós, ricos, porque tendes no mundo a vossa consolação. Ai de vós, os que agora rides, porque gemereis e chorareis. ( Lucas, VI: 24 e 25 ).

Ser bem-aventurado significa ser feliz. Se pensarmos que a vida termina com a morte do corpo, as palavras de Jesus não têm o menor sentido, são promessas vãs.

Se aceitamos Jesus com o Espírito mais perfeito que veio enviado por Deus para auxiliar os homens na Terra, só podemos entender essas bem-aventuranças, como uma promessa para a vida além da morte.

Assim, uma vez mais, Jesus deixa bem clara a idéia da imortalidade da alma, da vida futura após esta.

Mas se pensarmos em vidas sucessivas, através das quais o Espírito imortal vai evoluindo e se aperfeiçoando, podemos ver nessas palavras, também a lei de causa e efeito, que, juntamente, com a lei da imortalidade da alma, tornam possível o cumprimento dessas promessas.

A lei de causa e efeito, que se cumpre através da lei da reencarnação, é a chave para compreendermos esses ensinos de Jesus, destacando a Justiça de Deus, que funciona sempre, para o ser espiritual, de acordo com seu entendimento, dando a cada um segundo suas obras.

Os que sofrem hoje, poderão ser recompensados no além e dispensados em próximas reencarnações de determinados sofrimentos, visto não mais precisarem deles para seu desenvolvimento espiritual. Por exemplo, o Espírito que já aprendeu usar o dinheiro para o progresso da comunidade e dos seus irmãos também em desenvolvimento, não precisa mais passar pela prova da pobreza, a não ser que ele queira, em determinada missão.

No estudo deste capítulo vamos refletir quando, como, porquê, os que sofrem aflições merecem ser bem-aventurados.

Kardec inicia os seus raciocínios, relacionando essas palavras de Jesus com a justiça de Deus.

As desigualdades sócio- econômicas entre os povos, entre os habitantes de um mesmo país ou de uma mesma cidade, mostram-nos a imensa injustiça que vige entre os homens na Terra, dando motivo para eternas perguntas, tais como: "Por que uns nascem na miséria, outros na riqueza? Por que para uns tudo é tão difícil, para outros tão fácil? Por que o mal parece ser mais recompensador do que o bem?"

 Não encontrando justificativa para tais situações, muitos concluem que essas situações, praticamente normais na Terra, desmentem a justiça divina. Negam a existência de Deus e a existência do Espírito, considerando que tudo, sentimentos , emoções, inteligência, criatividade, etc., provêm da própria matéria, do cérebro. Por isso são chamados materialistas.

Outros, que consideram existir diferentes formas de adquirir conhecimentos da vida, além da Ciência, que cuida apenas dos fatos físicos e materiais, esses buscam encontrar as diversas causas do sofrimento na Terra. São os espiritualistas, que admitem a existência própria e independente da matéria, do Espírito, e acima de tudo, Deus.

Quem aceita a existência de Deus e n'Ele deposita sua fé e confiança, tem condições de compreender as aparentes injustiças do viver na Terra, lutando para que desapareçam um dia, através da vivência da lei do amor, a única capaz de trazer a paz e a felicidade aos habitantes da Terra.

Quem aceita Deus, como a causa primária de todas as coisas, vendo-O na Sua própria obra, no próprio dinamismo da vida em todos os seres vivos, não pode deixar de considerá-Lo em seus atributos infinitos de perfeição de inteligência, bondade, justiça.

Então, não pode atribuir a Ele a injustiça dos homens. Há que pensar que deve existir causas para as aflições que o homem experimenta na Terra.

Por isso, Kardec escreve neste estudo que " As vicissitudes da vida têm pois, uma causa, e como Deus é justo, essa causa deve ser justa. Eis do que todos devem compenetrar-se. Deus encaminhou os homens na compreensão dessa causa pelos ensinos de Jesus, e hoje, considerando-os suficientemente, maduros para compreendê-la, revela-a por completo através do espiritismo, As causas das aflições da vida são de duas origens: as atuais, desta existência e as anteriores, conseqüências de atos de vidas passadas, sempre pois, originadas por quem sofre as conseqüências, os efeitos. Iniciaremos seu estudo no próximo mês.

Leda de Almeida Rezende Ebner
Maio / 2004

Justiça das aflições


http://www.ocentroespirita.com/centroespirita/download/familia1-aula3.pdf

Justiça das aflições - vídeo


Justiça das aflições - ESE

http://evangelhoespirita.wordpress.com/capitulos-1-a-27/cap-5-bem-aventurados-os-aflitos/justica-das-aflicoes/

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Destruição Necessária e Destruição Abusiva

Destruição Necessária e Destruição Abusiva

Objetivo:
Indicar a necessidade da destruição existente na natureza.
Estabelecer a diferença entre destruição necessária e destruição abusiva.

Estudo
728. É lei da Natureza a destruição?
“Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.”
PERGUNTA: Que tipo de destruição está considerado na resposta dos espíritos para a pergunta acima?

a) — O instinto de destruição teria sido dado aos seres vivos por desígnios providenciais?

“As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva. Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem, destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.” PERGUNTAS: 1) Pela resposta dos orientadores espirituais, podemos considerar que os seres vivos, não humanos, tem também uma parte pensante que não morre e que se aperfeiçoa ao longo das existências? 2) Existe então nos animais algo além do instinto?

729. Se a regeneração dos seres faz necessária a destruição, por que os cerca a Natureza de meios de preservação e conservação?

“A fim de que a destruição não se dê antes de tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir.” PERGUNTA: Pela resposta, o que devemos considerar quanto a cada segundo de vida, de qualquer tipo de vida?

731. Por que, ao lado dos meios de conservação, colocou a Natureza os agentes de destruição?

“É o remédio ao lado do mal. Já dissemos: para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.” PERGUNTAS: 1) Como se enquadra nesta explicação o urubu e outros animais como a hiena? 2) Temos na nossa sociedade exemplos “remédio ao lado do mal”?

735. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. PERGUNTA: 1) Existe predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual, quando se faz uso da caça ou da pesca sem existir a necessidade por sobrevivência?

GE

PERGUNTA: A destruição recíproca dos seres vivos não dá a entender uma imperfeição na obra divina?

É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam.

PERGUNTA: Pode o homem ter esta visão curta? Tem gente que questiona a inteligência e a justiça de Deus?

21. A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta. O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido e mais apto. Que importa, pois, que o Espírito mude mais ou menos freqüentemente de envoltório? Não deixa por isso de ser Espírito. É precisamente como se um homem mudasse cem vezes no ano as suas vestes. Não deixaria por isso de ser homem.
PERGUNTA: Tem relação o “princípio inteligente” com o “Espírito”?

23. Há também considerações morais de ordem elevada. É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservar a vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em conseqüência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco? A veste de carne, nada mais; ulteriormente, o Espírito, que não morreu, tomará outra.
PERGUNTA: Aplica-se o exposto também aos seres vivos não humanos?

24. Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. Ora, uma das mais imperiosas dessas necessidades é a da alimentação. Eles, pois, lutam unicamente para viver, isto é, para fazer ou defender uma presa, visto que nenhum móvel mais elevado os poderia estimular. É nesse primeiro período que a alma se elabora e ensaia para a vida.

No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto. Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais. Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve- se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa. O homem ganha horror ao sangue. Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja dos últimos vestígios da animalidade. Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual. O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. PERGUNTA: Atingido este estágio em que as lutas são contra as dificuldades e não contra o próximo, qual Bem aventurança, do Sermão da Montanha, ensinado por Jesus, podemos identificar?

BIBLIOGRAFIA

Livro dos Espíritos – Kardec / Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Tomo II / As leis Morais- Calligaris, Rodolfo / Tempo de Transição - Souza, Juvanir Borges

Destruição necessária e destruição abusiva - ESDE novo

Destruição necessária e destruição abusiva

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA
ESTUDO SISTEMATIZADO DA DOUTRINA ESPÍRITA
PROGRAMA FUNDAMENTAL


MÓDULO XIII:
Lei de Destruição e Lei de Conservação


OBJETIVO GERAL:
Possibilitar entendimento das leis de destruição e de conservação.


ROTEIRO 1:
Destruição necessária e destruição abusiva


OBJETIVOS GERAIS:
Indicar a finalidade da destruição existente na Natureza.
Estabelecer a diferença entre destruição necessária e destruição abusiva.


CONTEÚDO BÁSICO
As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva.

Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem, destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição.

Este invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante.

A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 728-a.

A destruição necessária ocorre na Natureza tendo em vista a natural transformação biológica, a renovação e até a melhoria das espécies.

Dessa forma, os Espíritos Superiores nos esclarecem: Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 728.

A destruição abusiva não está prevista na lei natural porque coloca em risco a vida no Planeta. Toda destruição antecipada obsta (causa embaraço; impede) ao desenvolvimento do princípio inteligente. Por isso foi que Deus fez que cada ser experimentasse a necessidade de viver e de se reproduzir. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 729.




SUBSÍDIOS

Há duas formas de destruição no Planeta: uma é benéfica, a outra é abusiva.

A primeira (...) não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos. (7) A segunda, não prevista na lei de Deus, resulta da imperfeição moral e intelectual do homem, em razão da predominância (...) da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda destruição que excede os limites da necessidade é uma violação da lei de Deus. (10)

A destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se com a bondade de Deus. Pergunta-se por que Ihes criou ele a necessidade de mutuamente se destruírem, para se alimentarem uns à custa dos outros.

Para quem apenas vê a matéria e restringe à vida presente a sua visão, há de isso, com efeito, parecer uma imperfeição na obra divina.

É que, em geral, os homens apreciam a perfeição de Deus do ponto de vista humano; medindo-lhe a sabedoria pelo juízo que dela formam, pensam que Deus não poderia fazer coisa melhor do que eles próprios fariam.

Não Ihes permitindo a curta visão, de que dispõem apreciar o conjunto, não compreendem que um bem real possa decorrer de um mal aparente. Só o conhecimento do princípio espiritual, considerado em sua verdadeira essência, e o da grande lei de unidade, que constitui a harmonia da criação, pode dar ao homem a chave desse mistério e mostrar-lhe a sabedoria providencial e a harmonia, exatamente onde apenas vê uma anomalia e uma contradição. (1)

A verdadeira vida, tanto do animal como do homem, não está no invólucro corporal, do mesmo modo que não está no vestuário. Está no princípio inteligente que preexiste e sobrevive ao corpo. Esse princípio necessita do corpo, para se desenvolver pelo trabalho que lhe cumpre realizar sobre a matéria bruta.

O corpo se consome nesse trabalho, mas o Espírito não se gasta; ao contrário, sai dele cada vez mais forte, mais lúcido (Que tem clareza e penetração de inteligência: que mostra uso de razão) e mais apto (idôneo, hábil, habilitado, capaz). (...)

Por meio do incessante espetáculo da destruição, ensina Deus aos homens o pouco caso que devem fazer do envoltório material e Ihes suscita a idéia da vida espiritual, fazendo que a desejem como uma compensação.

Objetar-se-á: não podia Deus chegar ao mesmo resultado por outros meios, sem constranger os seres vivos a se entre destruírem?

Desde que na sua obra tudo é sabedoria, devemos supor que esta não existirá mais num ponto do que noutros; se não o compreendemos assim, devemos atribuí-Io à nossa falta de adiantamento.

Contudo, podemos tentar a pesquisa da razão do que nos pareça defeituoso, tomando por bússola este princípio: Deus há de ser infinitamente justo e sábio. Procuremos, portanto, em tudo, a sua justiça e a sua sabedoria e curvemo­-nos diante do que ultrapasse o nosso entendimento. (2)

Uma primeira utilidade, que se apresenta de tal destruição, utilidade, sem dúvida, puramente física, é esta: os corpos orgânicos só se conservam com o auxilio das matérias orgânicas, matérias que só elas contêm os elementos nutritivos necessários à transformação deles.

Como instrumentos de ação para o princípio inteligente, precisando os corpos ser constantemente renovados, a Providência faz que sirvam ao seu mútuo entretenimento.

Eis por que os seres se nutrem uns dos outros. Mas, então, é o corpo que se nutre do corpo, sem que o Espírito se aniquile ou altere. Fica apenas despojado do seu envoltório. (3)

Há também considerações morais de ordem elevada.

É necessária a luta para o desenvolvimento do Espírito. Na luta é que ele exercita suas faculdades. O que ataca em busca do alimento e o que se defende para conservara vida usam de habilidade e inteligência, aumentando, em consequência, suas forças intelectuais. Um dos dois sucumbe; mas, em realidade, que foi o que o mais forte ou o mais destro tirou ao mais fraco?

A veste de came, nada mais; ulteriormente (ocorre depois), o Espírito, que não morreu, tomará outra. (4)

A (...) lei de destruição é, por assim dizer, o complemento do processo evolutivo, visto ser preciso morrer para renascer e passar por milhares de metamorfoses, animando formas corporais gradativamente mais aperfeiçoadas, e é desse modo que, paralelamente, os seres vão passando por estados de consciência cada vez mais lúcidos, até atingir, na espécie humana, o reinado da Razão. (11)

A denominada lei de destruição melhor se conceituaria, no dizer dos Instrutores Espirituais, como lei de transformação. O que ocorre, na realidade, é a transformação e não a destruição, tanto no que concerne à matéria quanto no que se refere ao Espírito.

A célebre anunciação de Lavoisier - na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma - foi uma ante visão científica, no campo da matéria, do que os Espíritos viriam confirmar mais tarde ao Codificador.

Tomada como transformação, a norma aplica-se também ao Espírito eterno, indestrutível, mas em contínua mutação, obedecendo à evolução e ao progresso sob os processos mais variados e complexos. (12)

Nos seres inferiores da criação, naqueles a quem ainda falta o senso moral, em os quais a inteligência ainda não substituiu o instinto, a luta não pode ter por móvel senão a satisfação de uma necessidade material. (5)

A destruição mútua existente entre os animais, mantida à custa da cadeia alimentar; atende à lei natural de preservação e diversidade biológica das espécies da Natureza.

No homem, há um período de transição em que ele mal se distingue do bruto.

Nas primeiras idades, domina o instinto animal e a luta ainda tem por móvel a satisfação das necessidades materiais.

Mais tarde, contrabalançam-se o instinto animal e o sentimento moral; luta então o homem, não mais para se alimentar, porém, para satisfazer à sua ambição, ao seu orgulho, à necessidade, que experimenta, de dominar. Para isso, ainda lhe é preciso destruir. Todavia, à medida que o senso moral prepondera, desenvolve-se a sensibilidade, diminui a necessidade de destruir, acaba mesmo por desaparecer, por se tornar odiosa.

O homem ganha horror ao sangue.

Contudo, a luta é sempre necessária ao desenvolvimento do Espírito, pois, mesmo chegando a esse ponto, que parece culminante, ele ainda está longe de ser perfeito. Só à custa de muita atividade adquire conhecimento, experiência e se despoja (abandona, despe) dos últimos vestígios da animalidade.

Mas, nessa ocasião, a luta, de sangrenta e brutal que era, se torna puramente intelectual.

O homem luta contra as dificuldades, não mais contra os seus semelhantes. (6)

A sabedoria divina dotou os seres vivos de dois instintos opostos: o de destruição e o de conservação.

Ambos funcionam como princípios da natureza.

Pelo primeiro, os seres se destroem reciprocamente, visando diferentes fins, entre os quais a alimentação com os despojos materiais. (12)

Deus coloca (...) o remédio ao lado do mal (...) para manter o equilíbrio e servir de contrapeso. (9)

É por essa razão que as (...) criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva.

Para se alimentarem, os seres vivos reciprocamente se destroem -  destruição esta que obedece a um duplo fim: manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tomar-se excessiva,  e utilização dos despojos do invólucro exterior que sofre a destruição.

Esse invólucro é simples acessório e não a parte essencial do ser pensante. A parte essencial é o princípio inteligente, que não se pode destruir e se elabora nas metamorfoses diversas por que passa. (8)

A destruição abusiva é, sob qualquer pretexto, um atentado (ofensa) à lei de Deus.

Nesse sentido, o (...) homem tem papel preponderante diante dos demais seres vivos, ao dizimar (destruir), em larga escala, os demais seres da criação, seja buscando alimentar a crescente população humana, seja aproveitando os despojos (restos) animais e vegetais em inúmeras indústrias de transformação, que lhe proporcionam múltiplas utilidades. (13)

Infelizmente, existem significativas e graves destruições no nosso Planeta em razão da desmedida ambição humana.

A título de sustentação de preços de mercado, teóricos economistas, há algumas décadas, sustentavam a vantagem da destruição de produtos e colheitas, como aconteceu no Brasil, na década de 1930, quando milhares e milhares de toneladas de café foram queimados, numa demonstração inequívoca de insensibilidade, de egoísmo e de ignorância dos responsáveis por tais desmandos.

Enquanto se estendiam os campos de queima de café no Sul do país, em estúpida destruição, populações inteiras do Nordeste e do Norte não tinham meios de adquirir café para a sua alimentação. (...)

Outros abusos que têm provocado a reação e os protestos das populações esclarecidas de todo o Planeta, por sua profunda repercussão no relacionamento entre os seres vivos e o meio ambiente, são os problemas ecológicos.

 Relativamente recente tem sido a conscientização das populações para esse tipo de destruição, que o homem, consciente ou inconscientemente, vem provocando na terra, nas águas e na atmosfera. (...) Não se pode deixar de reconhecer que os novos processos tecnológicos, aliados à enorme proliferação dos estabelecimentos fabris, sem os necessários cuidados capazes de evitar a poluição, vão causando a destruição da vida animal nos rios, lagos e mares, com o contínuo lançamento de dejetos e resíduos industriais nas águas, ao mesmo tempo que fábricas e máquinas de toda espécie contribuem para poluir a atmosfera.

Some-se a tudo isso a destruição contínua das florestas e de muitas espécies animais e ainda a ameaça das bombas, usinas e lixo atômico e tem-se um quadro sombrio das condições materiais do mundo contemporâneo, agravando-se pelo descuido, imprevidência e deseducação, gerando o desequilíbrio mesológico (ecológico) e perspectivas pouco animadoras. (14)

Sabemos, entretanto, que a destruição abusiva irá desaparecer, paulatinamente, da Terra, em razão do progresso moral e intelectual do ser humano. Atualmente já existe um número significativo de indivíduos e organizações, espalhados pelo mundo, seriamente trabalhando para que a vida no Planeta se desenvolva num clima de equilíbrio, o que demonstra uma conscientização mais ampla a respeito desse assunto.

Referência Bibliográfica

1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 45. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2004. Cap. III, item 20, p. 81.
2. ______. Item 21, p. 81-82.
3. ______. Item 22, p. 82.
4 .______.Item 23, p. 82-83.
5. ______. Item 24, p. 83.
6 .______. p. 83-84.
7. ______. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 84. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Questão 728, p. 346.
8._______ . Questão 728 - a, p. 346.
9. ______ . Questão 731, p. 347.
10. ______ . Questão 735, p. 348.
11. CALLlGARIS, Rodolfo. As Leis Morais. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Item:lei de destruição, p. 90.
12. SOUZA, Juvanir Borges de. Tempo de Transição. 3. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Cap. 35 (A lei de destruição), p. 285.
13. ______ . p. 285-286.
14 . ______. 287-288.



GLOSSÁRIO

ABUSIVA: [Do lat. tard. abusivu.]
Adj. Em que há abuso.
ABUSO: [Do lat. abusu.]
S. m.
 1.        Mau uso, ou uso errado, excessivo ou injusto; excesso, abusão.
 2.        Exorbitância de atribuições ou poderes.
 3.        Aquilo que contraria as boas normas, os bons costumes.
 4.        Ultraje ao pudor; violação.



ANIMALIDADE: [De animal + -(i)dade.]
S. f.
 1.        Caráter ou condição do que é animal.
 2.        Conjunto dos atributos do animal.
 3.        Manifestação da animalidade (1) no homem, em oposição à mente, aos sentimentos, etc. A natureza animal, em oposição à mente ou espírito.


BENÉFICA: [Do lat. beneficu.]
Adj.
1.         Que faz bem; benigno, salutar.
2.         Bondoso, generoso.
 3.        Favorável, propiciador, propício.
[Superl. abs. sint.: beneficentíssimo. Antôn.: maléfico. Cf. venéfico.]


ESSÊNCIA: [Do lat. imperfectione.]
S. f.
 1.        Qualidade de imperfeito; defeito, incorreção.
 2.        Falta de primor, de perfeição.


HABILIDADE: [Do lat. habilitate.]
S. f.
 1.        Qualidade de hábil. HÁBIL: [Do lat. habile.]
Adj. 2 g.
 1.        Que tem aptidão para alguma coisa: É muito hábil em trabalhos manuais.
 2.        Competente, apto, capaz: O projeto foi confiado a um desenhista hábil.
 3.        Ágil de mãos e movimentos; destro.
 4.        Inteligente, esperto, sagaz, fino: Hábil que é, no final vai sair-se bem.
 5.        Astucioso, manhoso.
 6.        Que tem capacidade legal para certos atos.
 7.        Engenhoso; sutil: Deu-lhe a má notícia de maneira hábil.
 8.        Conveniente, vantajoso.
 9.        Que está de acordo com as imposições legais, com as exigências preestabelecidas: Fez o requerimento em tempo hábil.
[Pl.: hábeis.]


IMPERFEIÇÃO: [Do lat. imperfectione.]
S. f.
 1.        Qualidade de imperfeito; defeito, incorreção.
 2.        Falta de primor, de perfeição.

INSTINTO: [Do lat. instinctu.]
S. m.
 1.        Fator inato do comportamento dos animais, variável segundo a espécie, e que se caracteriza, em determinadas condições, por atividades elementares e automáticas: o instinto migratório de certas aves; o instinto de sucção dos mamíferos.
 2.        Forças de origem biológica inerentes ao homem e aos animais superiores, e que atuam, em geral, de modo inconsciente, mas com finalidade precisa, e independentemente de qualquer aprendizado: instinto gregário; instinto sexual; instinto maternal.
 3.        Tendência natural; aptidão inata. Possui instinto musical; É conciliador por instinto.
 4.        Impulso espontâneo e alheio à razão; intuição: Escolheu, por instinto, a pessoa indicada para o cargo; Seu instinto o levou a cancelar a viagem.


INSTINTO DE CONSERVAÇÃO: Conjunto de reações instintivas que levam o indivíduo a manter-se vivo.


INTELIGÊNCIA: [Do lat. intelligentia.]
S. f.
 1.        Faculdade de aprender, apreender ou compreender; percepção, apreensão, intelecto, intelectualidade.
 2.        Qualidade ou capacidade de compreender e adaptar-se facilmente; capacidade, penetração, agudeza, perspicácia.
 3.        Maneira de entender ou interpretar; interpretação: a boa inteligência de um texto; É vária a inteligência daquele artigo do Código Civil;  "Fala-me só coo revolver dos olhos. / Tenho-me afeito à inteligência deles."  (Junqueira Freire, Contradições Poéticas, p. 192).
 4.        Acordo, harmonia, entendimento recíproco: Vivem em boa inteligência.
 5.        Relações ou entendimentos secretos; conluio, maquinação, trama.
 6.        Destreza mental; habilidade: Resolveu o problema com a sua inteligência habitual.
 7.        Psicol.  Capacidade de resolver situações problemáticas novas mediante reestruturação dos dados perceptivos.
 8.        Pessoa inteligente: Grandes inteligências do país estavam ali reunidas.



LAVOISIER, Antoine (1743-1794): químico francês, guilhotinado durante a Revolução Francesa, é considerado o Pai da Química Moderna. Este lúcido cientista muito contribuiu para o avanço da Ciência nos campos da química geral e química orgânica.



MESOLÓGICO: [De mesologia + -ico2.]
Adj.
 1.        Relativo a mesologia. ECOLOGIA: [De eco-1 + -logia.]
S. f.
 1.        Parte da biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ou ambiente em que vivem, bem como as suas recíprocas influências; mesologia.
 2.        Ramo das ciências humanas que estuda a estrutura e o desenvolvimento das comunidades humanas em suas relações com o meio ambiente e sua consequente adaptação a ele, assim como novos aspectos que os processos tecnológicos ou os sistemas de organização social possam acarretar para as condições de vida do homem.
Ecologia cósmica. Astr.
 1.        Ramo da biologia que estuda as inter-relações dos seres vivos entre si e com o meio ambiente cósmico.
Ecologia cultural. Antrop.
 1.        Escola antropológica cujos estudos procuram explicar a dinâmica dos sistemas sociais a partir da forma de adaptação ao meio ambiente, analisando de que maneira a exploração dos recursos naturais engendra modos de comportamento (divisão do trabalho, organização territorial, etc.) que afetam os demais aspectos da cultura.


METAMORFOSES: [Do gr. metamórphosis.]
S. f.
 1.        Transformação de um ser em outro.
 2.        Mudança de forma ou de estrutura que ocorre na vida de certos animais, como os insetos e os batráquios.
 3.        Alomorfia: Passagem de uma forma para outra.
 4.        P. ext.  Mudança, transformação.
 5.        Fig.  Mudança notável na fortuna, no estado, no caráter de uma pessoa.

PRINCÍPIO ESPIRITUAL [ou PRINCÍPIO INTELIGENTE]: Ensina a Doutrina Espírita que o espírito é o princípio inteligente do Universo, sendo a inteligência seu atributo essencial. Esse princípio inteligente, que tem sua origem no (...) elemento inteligente universal, passa por um processo de elaboração e individualização até transformar-se no ser denominado Espírito. (...) Na planta, a inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se, possui-se, e torna-se consciente ESDE - Tomo I - módulo 4 - roteiro 2


SABEDORIA: [De sabedor + -ia1.]
S. f.
 1.        Grande conhecimento; erudição, saber, ciência: Sua obra bem revela a sua sabedoria. [Sin. (pop): sabença.]
 2.        Qualidade de sábio: A sabedoria de suas palavras convenceu-me.
 3.        Prudência, moderação, temperança, sensatez, reflexão: Os sofrimentos deram-lhe grande sabedoria.
 4.        Conhecimento justo das coisas; razão: Minerva, a deusa da sabedoria.
 5.        Ciência (2), segundo a concepção dos anti

Destruição Necessária e Destruição Abusiva


O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Capítulo VI "Da Lei de Destruição”
Questão 730:
á-la ê-la
— Uma vez que a morte nos faz passar a uma vida melhor, nos livra dos males desta, sendo, pois, mais de
desej do que de tem , por que lhe tem o homem, instintivamente, tal horror, que ela lhe é sempre motivo de apreensão?
“Já dissemos que o homem deve procurar prolongar a vida, para cumprir a sua tarefa. Tal o motivo por que Deus lhe deu o
instinto de conservação, instinto que o sustenta nas provas. A não ser assim, ele muito frequentemente se entregaria ao
desânimo. A voz íntima, que o induz a repelir a morte, lhe diz que ainda pode realizar alguma coisa pelo seu progresso. A
ameaça de um perigo constitui aviso, para que se aproveite da dilação que Deus lhe concede. Mas, ingrato, o homem
rende graças mais vezes à sua estrela do que ao seu Criador.”

“Já dissemos que o homem deve procurar prolongar a
vida, para cumprir sua tarefa...”
“Tal motivo por que Deus lhe deu o instinto de
conservação, instinto que o sustenta nas provas. A não
ser assim, ele muito frequentemente se entregaria ao
desânimo...”
“A voz íntima, que o induz a repelir a morte, lhe diz que
ainda pode realizar alguma coisa pelo seu progresso. A
ameaça de um perigo constitui aviso, para que se
aproveite da dilação que Deus lhe concede...”
“Mas, ingrato, ohomemrende graças mais vezes à sua
estrela do que ao seu Criador.”
Deus, ao criar nosso espírito, colocou em sua composição
a “centelha divina” que é o grande indicador sobre o bem e o
mal, preparando-nos para a nossa tarefa, inicialmente por
nós desconhecida, e para que a cumpramos no menor tempo
possível.
Ao reencarnarmos, já trazemos o conhecimento da tarefa
a ser cumprida, para que possamos distinguir os traços
maléficos que serão empecilhos para a sua execução, tão
desejada peloAlto.
Muita das vezes nos envolvemos somente com as
questões dos bens materiais, que as tarefas do campo moral
passam a ser de pouca importância para nós; tarefas essas
que, se cumpridas, serão de grande importância para a
percepção da presença de Deus. Lembremos que
“prolongar a vida” representa, também, incluirmos um tempo
para estudar sobre o que são e como executar essas tarefas.
Este estudo nos fortalecerá para cumpri-las da melhor forma
que nos for possível.
Os Espíritos nos falam do conhecido instinto de
sobrevivência, tão ignorado por nós, sinalizando-nos sobre
os desvios do bem, quando então, desanimados pelo nosso
orgulho ferido, buscamos retornar para o melhor caminho.
Essas sinalizações são sempre dolorosas, forçando-nos
de forma inconsciente, a encontrar no nosso íntimo as lições
deixadas por Jesus, como um pedido de melhor observação
sobre nossos atos.
A maioria das pessoas desconhece ou desacredita na
continuidade do espírito, que, alforriado do corpo (matéria),
retorna à pátria espiritual e, lá chegando, toma consciência
da verdade, sofre a maior desilusão pelo tempo perdido e
busca retornar à vida terrena, mais compromissado ainda,
para que possa, em mais uma reencarnação, cumprir a lei
divina, sabendo que o retorno será, novamente, um caminho
que necessitará de muito esforço e, quiçá, de muito
sofrimento.
Tais avisos de perigo, que se apresentam de várias formas
e revestidos de mil facetas, nos alertam sobre nossas
responsabilidades, materiais sim, mas principalmente as
espirituais.
Indica-nos o retorno ao mundo espiritual, muitas vezes
com as “mãos vazias” de boas ações, e a nossa inteligência,
aliada à nossa consciência, já nos dá a entender que Deus
espera mais de nós do que vivermos uma vida tão fútil e, na
maioria, tão curta.
Tomemos consciência de uma diferente realidade:
estamos preparados para executar uma tarefa muito
importante para o nosso crescimento espiritual e ser-nos-á
penoso, ao desencarnarmos, voltarmos ao verdadeiro lar,
falidos nesse compromisso.
Por esse temor, entendemos o medo da morte,
principalmente para nós, espíritas que, através de tão rica
literatura, que não nos deixa esquecer as mínimas
orientações sobre a vida espiritual, passamos a ter a visão
mais clara sobre esse fracasso.
Mas Deus é justo. Apesar de estar conosco nessa
caminhada, carregando-nos no colo sem que percebamos,
acreditando em nosso progresso espiritual, fornecerá novas
oportunidades de regresso, através de tantas outras
reencarnações, para o término dessa execução.
Só assim, cumpridos todos os nossos débitos,
retornaremos ao Pai, agradecidos.
Lembremos que a destruição se faz necessária, para que
tudo renasça melhor, devendo a conservação obedecer
sempre à melhoria e ao tempo determinado por Deus.
Não cai uma só folha sem o consentimento de Deus.
Neste final de orientação, vemos o nosso retrato.
Julgamo-nos estar acima de tudo e, olhando para dentro
de nós, julgamos nossas vitórias como atitudes inteligentes.
Quando não, nos momentos difíceis, barganhamos com os
servidores do Cristo, pagando com materiais fúteis, isto se
atenderem aos nossos pedidos!
Esquecemos de agradecer a Deus quando conseguimos
evitar os desenganos e a retomada à vida íntegra.
Estamos em aprendizado; mas se faz imperioso que
reconheçamos essa tomada de consciência , não
perdendo uma nova oportunidade de cumprirmos
integralmente essa tarefa designada pelo Alto, a seu tempo e
com o amor que já aprendemos a ter.
Ao Mestre, o nosso muito obrigado!
hoje
Vano
Bibliografia: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - Tradução de Guillon
Ribeiro, Editora FEB – 84ª ed.

Destruição necessária - ESDE


http://esde2009.blogspot.com.br/2010/07/esde-destruicao-necessaria-e-destruicao.html

Destruição Necessária e abusiva - ESDE

http://www.esdecast.com.br/Modulo_03_aula_16_DESTRUICAO_NECESSARIA_E_DESTRUICAO_ABUSIVA.pdf

DA LEI DA DESTRUIÇÃO

DA LEI DA DESTRUIÇÃO

Ao que chamamos destruição nem sempre o é; não passa de uma forma de regeneração, de transformação, pois vivemos num universo em que "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma."

DESTRUIÇÃO NECESSÁRIA E DESTRUIÇÃO ABUSIVA

Os seres vivos, para se alimentarem, "destroem-se" reciprocamente, seguindo esta aparente destruição dois fins:

1) Manutenção do equilíbrio na reprodução, que poderia tornar-se excessiva, quebrando a dinâmica de interdependência que existe entre os seres;

2) Utilização dos despojos do invólucro exterior, que sofre a destruição. Esse invólucro é simples acessório; a parte essencial do ser pensante é o princípio inteligente, que não se destrói, mas se elabora nas metamorfoses diversas por que passa.

Os meios de preservação de que a própria natureza é dotada têm a finalidade de evitar que a destruição se dê antes do tempo, o que inibiria o desenvolvimento do princípio inteligente.

O medo inconsciente do homem pela morte é a manifestação do instinto de conservação animal; é a manifestação inconsciente da necessidade que o seu espírito tem de se desenvolver. Por isso, deve enfrentar as provações da vida sem apelar para a fuga das reclamações, das acusações indevidas, nem tão-pouco aspirar à morte física como forma de resolver os problemas que o alcançam.

A necessidade de destruição, para estabelecer o equilíbrio ecológico e psicológico, é proporcional à natureza dos mundos, cessando quando o físico e o moral se acham mais depurados do que aqui na Terra; são características de mundos mais adiantados que o nosso. Mesmo aqui na Terra, à medida que há uma maior depuração, o sentimento de preservação sobrepuja o de destruição, dando ao homem melhor posição no seu desenvolvimento intelectual e moral.

O direito de destruição sobre os animais, bem como sobre os vegetais, está regulado pela sua necessidade, pagando o homem alto preço por qualquer abuso que cometa denotando apenas a predominância dos seus instintos bestiais destrutivos.

Quando a destruição dos animais é evitada, por excesso de escrúpulo ou por imposição religiosa, o facto em si louvável, passa a ser apenas manifestação supersticiosa, pois o homem excede-se de outra maneira. Só é válida quando aceite interiormente, sem riscos para seu bem-estar ou sobrevivência, e sem revolta.

FLAGELOS DESTRUIDORES

Os flagelos destruidores são permitidos por Deus na medida em que os resultados que deles advêm, e que nem sempre são vistos, admitidos e aceites pelo homem, os levam a uma regeneração moral, dando advento a uma melhor ordem, que se realiza em poucos anos, em vez de alguns séculos.

São meios de aceleração do progresso da humanidade que, pelas dificuldades, se vê obrigada a mudar a maneira de agir. Tais meios, porém, são de excepção, pois, regularmente, o homem tem, como meio de progredir, o conhecimento do bem e do mal, que, não sendo convenientemente usado, resulta em medidas de excepção, tomadas pela lei de equilíbrio que rege a vida das pessoas, dos grupos, da sociedade, das nações e da humanidade.

Pelo facto dos espíritos preexistirem e sobreviverem a tudo, eles formam o mundo real. Os seus corpos físicos e o meio físico no qual eles desenvolvem as suas potencialidades espirituais são meros instrumentos de aperfeiçoamento do verdadeiro eu espiritual. Portanto, quaisquer flagelos que nos atinjam, enquanto encarnados e pelo tempo que for, nada mais serão que meios de educação para a eternidade.

Paciência, resignação, abnegação, desinteresse, amor ao próximo, são sentimentos que caracterizam o homem livre do egoísmo. A forma pela qual eles são conquistados é secundária, tanto podendo ser por adopção como pelo sofrimento que advém da não adopção.

Grande parte dos flagelos são resultantes da imprevidência e do abuso, como se fossem um contragolpe às manifestações orgulhosas e cheias de vaidade do homem.

GUERRAS

As guerras, por exemplo, são o resultado da predominância da natureza animal sobre a espiritual, pois nascem e são fomentadas pelos interesses egoístas de grupos que lutam pelo poder e escravizam e subjugam para mantê-lo.

A guerra desaparecerá da Terra quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus — amar ao próximo como a si mesmo e a Deus acima de todas as coisas (Deus como símbolo de harmonia e de equilíbrio).

A guerra ainda existe na Terra como uma forma usada pelos segmentos da sociedade discordantes e conflitantes entre si — mecanismo servo e senhor — para haver uma libertação do que se encontra escravizado e explorado, dando-lhes possibilidade de progresso e também manejo do mundo, colocando o que estava na posição de senhor como obrigado a sair da sua função de bem-estar para a de luta e trabalho, que levarão todos ao progresso. A alternância destas duas posições — mando e submissão — é que ensina o homem, na sua viagem pelas diversas encarnações, a desenvolver o equilíbrio e o amor ao semelhante.

ASSASSÍNIO

No caso de assassínio, o mal está em que uma vida de expiação ou de missão foi interrompida pela morte imposta, mas o grau de culpabilidade de quem assim agiu está na intenção com que o cometeu; cada tipo tem a sua pena conforme a sua especificidade intencional. Nos casos de legítima defesa, só a necessidade de assim agir, baseada na impossibilidade total de preservar a vida sem atentar contra a vida do agressor, é que tem a escusa divina. Nas guerras o homem não é culpado quando constrangido à força, mas qualquer crueldade, como qualquer gesto de bondade e humanidade, pesarão no seu julgamento.

O aborto, mesmo o protegido pela legislação humana, é considerado um crime, variando a penalidade conforme a intenção que o motive.

CRUELDADE

A natureza ainda inferior do homem adiciona à destruição a crueldade, que vem a ser uma maneira materialista de ser, pois apenas experimentam as necessidades da vida do corpo os que agem cruelmente por não se darem conta da continuidade da vida em outros níveis. A crueldade deriva da falta de aplicação do senso moral, que gradativamente se desenvolve nos seres, cumprindo aos homens bons, já moralizados, pelas suas acções anularem a influência dos maus e pelos seus exemplos auxiliarem a transformação gradativa dessas criaturas.

O desenvolvimento moral enfraquece o domínio das faculdades puramente animais, que predominam nos homens inferiores. Assim se abafa e neutraliza a sobreexcitação dos instintos materiais a favor do senso moral ainda incipiente dos pouco evoluídos. No meio dos bons, às vezes aparece uma "ovelha desgarrada", que nada mais é que um espírito inferior, disposto esperançosamente a melhorar, mas, não tendo estrutura, deixa-se levar pela predominância da sua natureza primitiva. Porém, com a sucessiva passagem em diversas experiências corporais, neste ou noutros mundos, todos os espíritos estão fadados a desenvolver as suas potencialidades divinas, que são atributos inalienáveis de todo o ser criado por Deus.

PENA DE MORTE

Terá o homem o direito de tirar a vida de outro homem, mesmo que este tenha tirado a vida a alguém?

A pena de morte é contrária à lei de Deus, e a sua manutenção é traço do atraso espiritual dos povos que a mantêm e sustentam. Há outro meio de evitar que um elemento perigoso ponha em risco a vida de outras pessoas; de resto, matando o seu corpo não se está a livrar a sociedade da sua influência má, negativa e revoltada, pois, como espírito, continuará associado ao meio criminoso, inspirando criaturas frágeis, que funcionam como instrumentos de acção em busca de vingança e satisfação dos seus instintos cruéis. Procurar, de todas as formas, regenerar o criminoso, tentando reparar um mal que começou a ser feito quando ele foi relegado ao abandono e à marginalidade, na infância, reconhecendo que a maior parte da criminalidade surge por falta de educação e condições sociais mínimas, em face do desequilíbrio existente na má distribuição dos bens e da riqueza, que são acumulados egoisticamente por pequenos grupos, que passam a vida inteira preocupados em fazê-los crescer e preservando-os, como único meio de satisfação e felicidade. A marginalidade é a cobrança social que a própria lei de causa e efeito promove, pela falta de investimento na educação e nas condições básicas de sobrevivência.

Nota-se, igualmente, grande número de criminosos e assaltantes que agem de maneira refinada e elegante, escapando quase sempre das malhas da lei humana, mas que jamais poderão escapar das leis divinas, que estão presentes em todas as situações de vida.

A pena de morte imposta a quem matou não encontra fundamento e justificação na lei divina, porque somente o Criador pode dispor da vida da criatura.

Geralmente, quem foi causa de sofrimento para o seu semelhante virá a enfrentar situações em que sofrerá o que tenha feito outrem sofrer, pois a leis matemáticas inscritas nos mecanismos da consciência individual ditam a essa mesma consciência que qualquer equilíbrio rompido deve ser recomposto com o trabalho de quem o desajustou. Quando a pena de morte é imposta em nome de Deus comete-se um verdadeiro sacrilégio, pois, orgulhosamente, o homem autopromove-se à criação divina de distribuidor da justiça, colocando-se, assim, distante da compreensão verdadeira de Deus. Vaidosamente, o homem coloca-se na condição de substituto de Deus, sobrecarregando o seu espírito com todos os males que assim promover.

Destruição necessária e destruição abusiva

Destruição necessária e destruição abusiva

"O Livro dos Espíritos" - Questões 728 a 736

Estudo Espírita
Promovido pelo IRC-Espiritismo
http://www.irc-espiritismo.org.br
Centro Espírita Léon Denis
http://www.celd.org.br

Expositor: Flávio Mendonça
23/02/2002

Dirigente do Estudo da Noite:

Jailton Pinheiro - Jaja

Oração Inicial:

<jaja> Vamos agora nossos corações em Cristo... E pediremos paz e inspiração para o trabalho que se inicia com nossa prece inicial dizendo: Mestre Jesus...
Estamos aqui reunidos em teu nome...
para estudarmos a Doutrina Espírita...
Que tu nos deste por intermédio dos bons espíritos que lhe auxiliam na tarefa de guiar as
almas da Terra na evolução.
ajuda-no Senhor, nesta noite...
para que possamos abrir nossos corações às palavras de nosso amigo Flávio.
Que ele seja inspirado pela espiritualidade amiga... E que nos traga o conforto da alma...
com os sábios ensinamentos da Doutrina. Por isso, Senhor...
Pedimos de fundo de nossa alma...
que possamos dar por iniciada...
em teu nome e em nome dos espíritos superiores que nos ajudam nesse trabalho...
e principalmente em nome de Deus...
Esta sessão de estudos doutrinários.
Que assim Seja!

Mensagem Introdutória

CONSIDERANDO O MEDO

Coisa alguma se te afigure apavoradora. A vida são as experiências vitoriosas ou não, que te ensejem aquisições para o equilíbrio e a sabedoria. Não sofras, portanto, por antecipação, nem permitas que o fantasma do medo te perturbe o discernimento ante os cometimentos úteis, ou te assuste, gerando perturbação e receio injustificado. Quando tememos algo, deixamo-nos dominar por forças desconhecidas da personalidade, que instalam lamentáveis processos de distonia nervosa, avançando para o desarranjo mental. Os acontecimentos são conforme ocorrem e como tal devem ser enfrentados. O medo avulta os contornos dos fatos, tornando-os falsos e exagerando-lhes a significação. Predispõe mal, desgasta as forças e conduz a situação prejudicial sob qualquer aspecto se considere. O que se teme raramente ocorre como se espera, mesmo porque as interferências divinas sempre atenuam as dores, até quando não são solicitadas. O medo invalida a ação benéfica da prece, esparze pessimismo, precipita em abismos. Um fato examinado sob a constrição do medo descaracteriza-se, um conceito soa falso, um socorro não atinge com segurança. A pessoa com medo agride ou foge, exagera ou se exime da iniciativa feliz, torna-se difícil de ser ajudada e contamina, muitas vezes, outras menos robustas na convicção interna, desesperando-as, também. O medo pode ser comparado à sombra que altera e dificulta a visão real. Necessário combatê-lo sistemática, continuamente. Doenças, problemas, notícias, viagens, revoluções, o porvir, não os temas. Nunca serão conforme supões.
Uma atitude calma ajuda a tomada de posição para qualquer ocorrência aguardada ou que surge inesperadamente... A responsabilidade dar-te-á motivos para preocupações, enquanto o medo minimizará as tuas probabilidades de êxito. Jesus, culminando a tarefa de construir nos tíbios corações humanos a ventura e a paz, açodado pelos famanazes da loucura em ambos os lados da vida, inocente e pulcro, não temeu nem se afligiu, ensinando como deve ser a atitude de todos nós, em relação ao que nos acontece e de que necessitamos para atingir a glorificação interior.

Joanna de Ângelis

Do Livro: Leis Morais da Vida
Psicografia: Divaldo Pereira Franco
Editora: LEAL

Exposição:

<Flavio_Mendonça> Queridos amigos, estudantes da Doutrina renovadora, muita Paz ! É com imenso prazer que divido com vocês este momento bonito de aprendizado rumo ao progresso moral e intelectual. Iniciemos os estudos pelo CAPÍTULO VI do Livro dos Espíritos: Destruição necessária e destruição abusiva "NA NATUREZA NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO SE TRANSFORMA"
Há nas leis naturais a necessidade de que o velho se finde, dando lugar ao novo. Esta é uma condição imperiosa a que nos submetemos. Tudo na Natureza obedece a esta lei, de forma que tudo aquilo que se nos apresenta como destruição, nada mais é que uma outra fase a qual chamamos de regeneração. Observando a Natureza, podemos verificar que tudo aquilo que hoje aparenta um fim, é numa outra fase posterior, um novo recomeço. A árvore perde suas folhas para logo após receber folhagem nova, um pássaro muda a pena, porém, adquire novas plumagens de colorido mais denso, um animal muda a pele quando atinge nova fase. É assim em toda Natureza. As criaturas são instrumentos de Deus, pois pelos instintos de destruição conservam o equilíbrio reprodutivo que poderia se tornar excessivo, ao mesmo tempo que se utilizam dos despojos materiais quando se alimentam. Eis porque as criaturas ainda conservam o instinto de destruição, pois seu estado ainda animalizado assim exige.
Porém, é necessário entendermos que esta destruição é relativa ao veículo orgânico, pois a essência que é o princípio inteligente, se conserva na eternidade, apenas depurando-se a medida que experiencia existências sucessivas. Mas porque a Natureza nos dota de instinto de preservação e conservação ao mesmo tempo que nos dota do instinto de destruição, não seria isso paradoxal ? Ora, se assim não fosse não teríamos a oportunidade de progresso. É que o princípio inteligente, também pela preservação e conservação, depura-se antes que sua destruição se efetue. As leis divinas são perfeitas ! Como poderia haver progresso, se antes só houvesse destruição. Era necessário que antes formássemos o instinto de preservação e conservação, dando-nos possibilidade de progredir, e só depois, para uma fase posterior, a destruição. O ser necessita viver e reproduzir para desenvolver-se. Na questão 730 do Livro dos Espíritos, há um questionamento sobre a necessidade de conservar-se vivo uma vez que a morte se nos apresenta tão favorável ao alívio do espírito. Mas no entanto, o homem repele instintivamente a idéia da morte. É que ao ser vivente é necessário a experiência material a fim de dar curso ao seu desenvolvimento intelecto-moral, expiando e provando nas vicissitudes da vida terrena. A não ser assim, se abateria nele um grande desânimo, impossibilitando-o de progredir. Tem por isso, por acúmulo nos condicionamentos, seu instinto de preservação e conservação. Mas nem todos os mundos guardam as mesmas características. É que nos mundos mais adiantados a materialidade é menor, e por isso mesmo o instinto de destruição diminui na proporção de sua condição mais espiritualizada. Nestes mundos a moral e o intelecto sobrepujam a condição mais materializada. Podemos observar, a partir de nós mesmos, que quanto mais moral e intelectualmente elevados nos tornamos, mais horror sentimos à destruição. É que também cresce conosco a capacidade de rejeitar tudo aquilo que obsta o progresso. O homem goza de liberdade proporcional ao seu estado evolutivo, assim como todo ser vivente. Portanto, acha-se ele responsável pelos abusos que faz ao equilíbrio da Natureza. A destruição que causa para prover-se de segurança e alimentação faz parte desta natureza de preservação e conservação, não obstante tem ele o direito de abusar desta condição para destruir inutilmente a Natureza. Certamente prestará contas no íntimo de sua própria consciência quando esta lhe exigir. Muitas vezes o homem, na sua bestialidade, utiliza-se desta liberdade e destrói o que não lhe seria útil, e assim violam as leis divinas por atenderem a suas más inclinações. A questão 736 cita povos que dedicam escrúpulos em excesso a conservação dos animais.
Mas muitas vezes deixa de ser meritório, pois, isso se dá mais por superstição que mesmo por dedicação numa forma bondosa. Logo, a lei é imperiosa e imparcial, e nosso tribunal íntimo será sempre convocado para o julgamento de nossas ações. (t) <jaja> Muito obrigado, Flávio, por sua exposição.

Perguntas/Respostas:

01 <jaja> Desde que surgiu, o homem tem trocado a paisagem natural do planeta por cidades e construções diversas. Isso faz parte da Lei de Destruição? Como saber o que é abuso, se nos sentimos cada vez mais desconfortáveis com a natureza (mato, insetos e etc), e cada vez mais dependentes do granito?

<Flavio_Mendonça> Como disse acima, tem o homem a liberdade proporcional a seu estado evolutivo. Em mundos mais ditosos a destruição também obedece a este imperativo evolutivo. No entanto, em mundos como o nosso, de expiação e provas, a destruição também nos é útil, pois promove o equilíbrio da Natureza..... Encontramos, pois, nesta destruição aprendizado para equilibrarmos as forças. A medida que formos nos depurando mais, encontramos harmonia e conforto ao invés do desconforto citado.
Porém, como diz a máxima: "Necessário é que venham os escândalos, mas ai de quem escandalizar" (t)

02 <Dourado-sempre> Seria a degradação do perispírito citada por André Luiz, também uma forma destruidora necessária para que o espírito possa ceifar seus males e retomar a sua caminhada? Verificamos em sua literatura que muitos espíritos são ao desencarnarem são conduzidos a zonas "purgatoriais" com o fim de restabelecer a ordem interna. Como entendeis?

<Flavio_Mendonca> Bem, a lei por ser imparcial, obedece o mesmo princípio. Todavia a destruição do perispírito não é completamente aceita como verdadeira, embora respeitemos as diversas opiniões. De toda forma, sendo o perispírito semi-material, certamente poderia destruir-se no mesmo sentido usado para todo o resto, pois, o que nos parece o fim, é na verdade uma nova etapa (t)

03 <Viseu "XELA"> quando você fala que o desenvolvimento intelectual dos homens levam ao progressivo horror à destruição, lembro dos homens geniais que criam as bombas atômicas e as armas químicas e aos que fazem as guerras em nome de Deus... gostaria que comentasses sobre isso...

<Flavio_Mendonca> Amiga(0) Xela, não é apenas o avanço intelectual a que se refere este progresso, pois a intelectualidade é apenas mais uma ferramenta a nosso serviço. O que definimos como progresso é a moralidade a que o espírito atinge através desta depuração. Portanto, este desenvolvimento intelectual que criou ferramentas para a guerra contraria a lei divina, pois evidencia a má inclinação dos que dela se serviram(t)

Oração Final:

<Flavio_Mendonça> Prezados amigos, agradeço a todos a presença e a oportunidade de aprendizado, pois
servindo é que se aprende....
Agradeçamos a Deus por toda a oportunidade de progresso que temos....
A irmão maior, Jesus, o Cristo pelos belos ensinamentos que muito lhe custou......
Aos Espíritos que continuam a missão do Cristo.... Desejando que outras pessoas também possam servir-se deste banquete e que após
alimentar-se nele, possa também servir colocando a luz em cima e derramando luz a quem necessita !
Que assim seja !

Destruição necessária e abusiva

http://bvespirita.com/Das%20Leis%20Morais%20-%20Da%20Lei%20de%20Destrui%C3%A7%C3%A3o%20(SEF).pdf

Destruição Necessária e Destruição Abusiva

Destruição Necessária e Destruição Abusiva (Estudo 122 de 193)
         

a) É necessário que tudo se destrua para renascer e
regenerar, porque o que chamamos de destruiçao não é mais
que transformaçao, cujo objetivo é a renovaçao e
melhoramento dos seres vivos.

b) As criaturas de Deus sao instrumentos de que Ele se serve
para atingir seus fins. Para nutrirem-se so seres vivos
destroem uns aos outros, com o duplo objetivo de manter o
equilibrio da reproduçao e de utilizar os restos do
envoltorio exterior.

c) Para evitar a destruiçao antes do necessario a natureza
cerca os seres vivos com os meios de preservaçao e
conservaçao. Toda destruiçao antecipada entrava o progresso
do principio inteligente.

d) Pelo instinto de conservaçao deve o homem buscar
prolongar a sua vida, e por isto uma voz secreta o faz
repelir a morte.

e) Os meios de conservaçao estao ao lado dos meios de
destruiçao para manter o equilibrio e servir de contrapeso.

f) A necessidade de destruiçao é proporcional ao grau
evolutivo dos diversos mundos e desaparece num mundo num
estado fisico e moral mais apurado.

g) Na terra a necessidade de destruiçao diminui a medida que
o Espirito supera a materia.

h) Com relaçao a destruiçao dos animais o homem tem o
direito de aplicar a destruicao regulado a medida da
necessidade de prover sua alimentaçao e segurança, sendo que
o abuso jamais foi direito.

i) Atividades que ultrapassam as necessidades mostram a
predominancia da bestialidade sobre a natureza espiritual,
sendo o homem responsavel pelos abusos que tenha cometido.

j) Alguns povos tem excrupulos com relacao a morte de
animais, muitas vezes mais por temor superticioso do que por
caridade.


PERGUNTAS PARA ESTUDO E DEBATE VIRTUAL

1 - POrque a destruiçao é tambem uma lei da natureza ?

2 - Como entender a lei de destruiçao ao lado da lei de
conservaçao ?

3 - Como a destruiçao é uma lei, porque o homem tem medo
instintivo da morte ?

4 - Em termos de evoluçao, como seria a lei de destruiçao em
mundos mais evoluidos ?

5 - A caça faz parte da lei natural ?

1) Por que a destruição é também uma lei da natureza?

Porque é necessário que tudo se destrua para renascer e se regenerar. A
destruição, na verdade, não passa de uma transformação, que tem por fim a
renovação e melhoria dos seres vivos.



2) Como entender a lei de destruição ao lado da lei de conservação?

A Lei de Conservação é necessária para que a destruição não se dê antes
do tempo. Toda destruição antecipada obsta ao desenvolvimento do princípio
inteligente, daí por que Deus fez com que o homem experimentasse a
necessidade de viver e de se reproduzir.


3) Como a destruição é uma lei, por que o homem tem medo instintivo da morte?

Porque, por força do instinto de conservação, o homem procura prolongar a vida,
para cumprir a sua tarefa. Se assim não fosse, ele muito freqüentemente se entregaria
ao desânimo. Deus, por vezes, utiliza-se de uma situação de perigo como um aviso,
para levá-lo a repelir a morte e conscientizá-lo de que ainda pode realizar alguma coisa
pelo seu progresso.


4) Em termos de evolução, como seria a lei de destruição em mundos mais evoluídos?

Nos mundos mais evoluídos, à medida que o corpo físico e o moral dos espíritos que
os habitam vão se depurando, a necessidade de destruição vai cessando, até se tornar
inteiramente desnecessária.



5) A caça faz parte da lei natural?

Sim, desde que objetive prover o sustento do homem. Quando praticada apenas com
a finalidade de obtenção de prazer, constitui abuso da liberdade e revela a predominância
do que os Espíritos denominaram "bestialidade" sobre a natureza espiritual.