Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

A Fantasia Espírita

Por Riviane Damásio

Vejo que alguns espíritas vivem num mundo de realismo fantástico. Além de seus mentores lhe enviarem até ajuda para trocar o pneu furado, costumam travar diálogos cotidianos com os espíritos, de modo muito informal e freqüente, eu diria que "desrespeitoso" até... enxotando-os de perto de si com gracejos, quando estão atrapalhando o sono ou chegaram em momentos inadequados...

A relação "amigo-invisível" lembra em muito os relatos infantis, quando a criança com seu amiguinho invisível, conversa, brinca, ri e divide seu lanche.

A questão é que este convívio tão fácil, vulgar e estreito não está relatado desta forma nem na Doutrina Espírita nem mesmo na quase-doutrina (espiritismo à moda da casa). Ouve-se isto nos diálogos, nos causos, nas biografias de médiuns "famosos", etc...ou seja, nos "offs" da vida.

Somado a isto, vem aquela idéia de que tudo é fenômeno espiritual, não no sentido do fenômeno espírita sério, mas TUDO mesmo.

A luz que apaga de repente foi detonada por energias carregadas do pobre coitado que passou sob o poste. O cão ameaçador que voltou e estancou de repente foi parado pelo mentor que deu um “stop” espiritual (embora diariamente milhares de pessoas sejam vitimadas por assaltos, balas perdidas, mordeduras de cães - e tudo sem a ajudinha básica de espíritos de plantão). O despertar súbito às 3 da madrugada... nossa, uma hora bem significativa, que deve ter um sentido oculto! A dor de cabeça é coisa do obsessor... Se bocejar no Centro Espírita, a coisa está brava.

Se a pressão cair então, fica logo internado no Pronto Socorro espiritual.

Caiu a panela, foi espírito; o telefone tocou e parou, foi espírito; tinha uma manchinha na foto, era um espírito; briga na família, é espiritual, no trabalho, idem; sensação de “deja vu”, não pode ser estresse, são vidas passadas.

O acidente foi reajuste, o vendaval também, até o bolo que murchou no forno foi a lei da "ação e reação".

Cheiro de flores? Não foi o vento que trouxe, foram os espíritos, a página abriu justamente naquele capítulo do Evangelho Segundo o Espiritismo que se encaixa... com o que, mesmo? Ufa!

A água do Evangelho no Lar deu bolinhas, então os espíritos intervieram. Foram eles também que induziram aquele sonho esquisito que deve ter sido uma visita assistencial ao Umbral (quem sonha com o lendário Umbral, está sempre fazendo trabalho solidário, nunca vai visitar amigos), ou então uma colônia desenvolvidíssima que fica às margens de Saturno (deu até para ouvir a música que vinha da casa daquele compositor famoso).

Nada disso isolado, me soa surpreendente, mas tudo junto me parece mais uma viagem de Dorothy ou de Alice ao país das maravilhas espirituais... e o pior, a maioria nem médium "ostensivo" é, e vive nestas fantasias encarnatórias (plagiando as fantasias da erraticidade que nos brindou Iso Jorge).

É tanto fenômeno junto cercando algumas pessoas, que não dá para entender o porque de terem encarnado, pois nesta altura, o véu do esquecimento já foi arrancado há muito tempo e vivem numa verdadeira nudez espiritual que se mescla com a vida terrena.

Eu confesso, tenho muito medo de fantasia espiritual. Dizem que pega e a vacina se chama Kardec, mas aqui no Brasil, deixaram de utilizar...

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