Estudando o Espiritismo

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sábado, 5 de outubro de 2013

Necessidade de controle

Necessidade de controle
::Teresa Cristina Pascotto::



Cansaço, exaustão, falta de energia, desânimo, apatia. Dentre outros motivos, isto se deve a uma excessiva necessidade de controle. 

Muitas pessoas, não conseguem confiar - em nada e em ninguém. As dores que viveram na infância fizeram com que acreditassem que o mundo é hostil. Assim, tiveram que criar um mecanismo de defesa "poderoso" para sobreviverem a esse mundo: o controle absoluto sobre tudo e todos. Impossível, claro, mas acreditaram que conseguiriam. Assim, para controlar o mundo, aprenderam a manipular; a se esquivar; a se deixar vitimizar; a se retrair; a se disfarçar de bondosos; a fazer de conta que não se importavam com as coisas; a reagir agressivamente, quando se sentiam ameaçados; a explicar ou a justificar, minuciosamente um fato, quando queriam se defender ou evitar um julgamento; enfim, criaram vários jogos, atitudes e dissimulações, na tentativa de controlar tudo à sua volta. 

Quanto mais tentam controlar a vida, mais esforço fazem nesse sentido e, com isso, menos controle tem. Ao sentirem que estão perdendo o controle, sentem medo e mais esforço fazem no sentido de resgatá-lo. Obviamente, isso vira uma bola de neve e se torna cada vez mais impossível se obter o real controle que desejam. Quanto mais forçam a barra nesse sentido, mais obtém a ruptura de sua estrutura emocional e mental. 

O resultado? Frustração, decepção, tristeza e exaustão. Isto na forma mais suave, sem mencionar estados mais graves em que levam à depressão, transtorno de ansiedade, síndrome do pânico, dentre outros. 

Batalha perdida. E o pior, é que a maior perda nessa batalha é da própria vitalidade. As pessoas perdem o viço, a alegria, perdem o rumo e o poder sobre si mesmas. 

A partir do exposto, dá para perceber que se uma pessoa assim, continuar no caminho do controle, as conseqüências serão cada vez mais desastrosas. 

A única saída para isso é abrir mão do controle e se entregar para a vida. Mas como fazer isso e se sentir seguro? 

Infelizmente, num primeiro momento, será impossível abrir mão do controle, com sensação de segurança. Para uma pessoa excessivamente controladora, que faz isso justamente por conta de sua extrema insegurança, isto não será possível de imediato, mas será uma conquista gradativa, à medida que for buscando formas de confiar mais. Este é o aprendizado: confiar na vida e se entregar. 

No início poderá experimentar uma sensação de confusão e de perda total de controle. Isso será natural, pois o novo assusta e a pessoa habitualmente controladora, sente-se confusa diante dessa nova experiência. Com a consciência e aceitação de que isto poderá ocorrer, a pessoa poderá perseverar em sua escolha, tendo mais coragem de se entregar a esse processo e, aos poucos, começará a perceber os resultados positivos e isso a fará se soltar e se entregar ainda mais. 

A sensação de confusão poderá ser um indicador de que a pessoa está tentando controlar a situação. Quanto mais se perceber, em cada momento, mais consciente se tornará de suas próprias manipulações para com a vida. 

Entrega. Esta é a palavra que define esse processo. Obviamente, esta palavra assusta qualquer controlador. 

Porém, é mais fácil do que se possa imaginar, basta que a pessoa ligue seu "observador interno" e viva da forma habitual, mas com um grau de atenção saudável - não controlado - sobre si. Desta forma, ao perceber alguma tensão se manifestando, poderá se perguntar: por que estou tenso? Neste contexto, tensão significa medo de não atingir algum objetivo e isto indica que provavelmente está tentando controlar a situação para alcançá-lo. Eis aqui o controle sendo percebido no momento em que acontece. 

O que fazer então? ACEITAR que está tentando controlar e acolher-se. Em seguida, desejar (apenas um desejo, não é uma ação) encontrar um meio de se entregar e deixar a vida acontecer. 

Quando uma pessoa se fixa em um único resultado que a satisfaça e se excede em ações, nunca se dá a chance de se colocar numa atitude receptiva, para perceber os sinais que indicam que seus movimentos trouxeram resultados e, assim, nunca está aberta para receber. É seu Ego, com sua percepção distorcida, que acredita que "tal resultado" é o certo, o ideal. Muitas vezes, valiosos resultados se perdem porque não são percebidos. 

Não temos a capacidade de saber qual resultado é verdadeiramente ideal para a nossa alma, não enquanto o Ego dominar. Assim, a pessoa deverá fazer sua parte, mas deverá estar atenta para perceber até onde já fez o que era necessário no que diz respeito à sua ação para a vida. O resto deverá ficar por conta da própria vida. Aqui é o momento de se abrir para receber. Na atitude de entrega, a intuição mostra o que deve ser feito para alcançar os objetivos. A pessoa então, parte para a ação em busca disso, porém, sem controle sobre os resultados. Este é o caminho.

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