Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Fatalidade, determinismo e livre-arbítrio

Fatalidade, determinismo e livre-arbítrio

Somente as grandes dores e os fatos capazes de influir na nossa evolução moral são previstos por Deus


Um dos atributos de Deus, enumerados por Allan Kardec no capítulo III de O Livro dos Espíritos, é que Ele é soberanamente justo e bom; que a sabedoria providencial das leis divinas se revela nas menores como nas maiores coisas; e que esta sabedoria não nos permite duvidar nem da justiça nem da bondade de Deus. Logo, "aquilo que é infinitamente sábio, justo e bom, não pode produzir nada que seja desrazoável, mau e injusto", explica o Codificador, no capítulo III - O bem e o mal - do livro A Gênese.
Se o homem agisse rigorosamente de conformidade com as leis divinas, evitaria os males mais amargos e viveria feliz sobre a Terra. Se ele assim não age, é em virtude de seu livre-arbítrio.
É comum ouvirmos as pessoas dizerem: "foi uma fatalidade."
Será?
Em resposta a Kardec, na questão 853 de O Livro dos Espíritos, anotamos que "fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte. Chegado esse momento, de uma forma ou de outra, a ele não podeis furtar-vos”.
A fatalidade, informam os Espíritos na resposta à questão 851, "não existe senão para a escolha feita pelo Espírito, ao encarnar-se, de sofrer esta ou aquela prova; ao escolhê-la, ele traça para si mesmo uma espécie de destino, que é a própria conseqüência da posição em que se encontra. Falo das provas de natureza física, porque, no tocante às provas morais e às tentações, o Espírito, conservando o seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, é sempre senhor de ceder ou resistir. Um bom Espírito, ao vê-lo fraquejar, pode correr em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele a ponto de subjugar-lhe a vontade. Um Espírito mau, ou seja, inferior, ao lhe mostrar ou exagerar um perigo físico pode abalá-lo e assustá-lo, mas a vontade do Espírito encarnado não fica por isso menos livre de qualquer entrave."
Neste ponto, Allan Kardec, arguto como era, pergunta (questão 853-a): “Assim, qualquer que seja o perigo que nos ameace, não morreremos se há nossa hora não chegou”?
A resposta:
"- Não, não morrerás, e tens disso milhares de exemplos. Mas quando chegar a hora de partir, nada te livrará. Deus sabe com antecedência o gênero de morte por que partirás daqui, e freqüentemente teu Espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência."
Há fatos que devem ocorrer forçosamente e que a vontade do Espírito não pode evitar? É a pergunta de Allan Kardec (questão 859-a). Resposta: "- Sim, mas que tu, quando no estado de Espírito, viste e pressentiste, ao fazer a tua escolha. Não acredites, porém, que tudo o que acontece esteja escrito, como se diz. Um acontecimento é quase sempre a conseqüência de uma coisa que fizeste por um ato de tua livre vontade, de tal maneira que, se não tivesses praticado aquele ato, o acontecimento não verificaria. Se queimas o dedo, isso é apenas a conseqüência de tua imprudência da condição da matéria. Somente as grandes dores, os acontecimentos importantes e capazes de influir na tua evolução moral são previstos por Deus, porque são úteis à tua purificação e à tua instrução."

Altamirando Carneiro
Matéria extraída do Jornal Espírita ( FEESP ), fevereiro 2010, imagem ilustrativa.

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