Estudando o Espiritismo

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sábado, 13 de julho de 2013

Da empatia para a compaixão: como estão as suas relações de ajuda?

Depois de um tempinho sem novos posts, trazemos hoje uma reflexão importante para quem trilha o caminho do aperfeiçoamento pessoal. Começamos em textos anteriores a tratar sobre as dimensões do processo que envolve a empatia, essa capacidade de perceber o outro a partir da sua própria realidade. Vimos que trata-se de um processo multifacetado que envolve aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais.
                 As relações de ajuda envolvem a empatia, mas a grande meta é que elas envolvam a compaixão. Aliás, você sabe a diferença?
                  Podemos considerar que a compaixão é um refinamento, uma evolução do próprio processo empático. Na empatia, procuramos perceber como o outro sente, quais são suas necessidades. Na compaixão essa percepção é livre de julgamento e nos impulsiona para a ação sem interesse de retorno, porque já trata-se de um ato de gratidão.
                  Muitas vezes, por mais difícil que possa ser em admitir, nosso movimento de empatia, nos leva a relações de cooperação e ajuda ainda imaturos ou contaminados por nossas limitações. Esse é um processo natural que vai se lapidando e evoluindo ao longo do tempo. Para que essa evolução ocorra, é claro que se faz necessário buscarmos olhar não apenas para as necessidades dos outros, mas também para as nossas necessidades, especialmente aquelas tão bem guardadas no sótão da alma.
              Esses tesouros empoeirados que fingimos não possuir são nossas carências e necessidades mais profundas que quando ignoradas podem causar vários efeitos em nós e nas relações com as pessoas que procuramos ajudar.
 Vejamos alguns desses efeitos.

- Rei no seu próprio castelo de areia: por incrível que pareça, as relações de ajuda ainda imaturas, podem nos dar a sensação de que somos maiores ou mais importantes do que as outras pessoas. Ao invés de nos tornarmos mais humanos, mais solidários com as lutas alheias, nos sentimos ilusoriamente cada vez mais especiais, superiores. As consequências disso são muitas. Teríamos que fazer um texto somente sobre esse tópico, mas vamos destacar a própria solidão como um dos principais efeitos. Quem eleva-se em importância perde a conexão com os outros, não consegue receber, ao mesmo tempo, tira do outro a dignidade de sentir-se capaz de lidar com as próprias dificuldades e retribuir. Que tipo de necessidade possui uma pessoa que eleva-se em importância?

-    Eu determino quem, quanto e como o outro merece ajuda: o julgamento pode nos levar a sermos injustos, hostis, desrespeitosos e até cruéis em nossas relações de ajuda. Isso ocorre com mais clareza nos trabalhos voluntários, onde por não concordar ou aceitar o estilo de vida, o jeito de ser, as escolhas... de uma pessoa, deixamos de perceber e ajudá-la em suas reais necessidades. Isso também ocorre quando uma pessoa não aceita uma oportunidade que nós achávamos que ela necessitava.  Uma das consequências quando isso ocorre é nos percebermos maledicentes e injustos, justamente "no momento" escolhido para fazer o bem. Que tipo de necessidade possui uma pessoa que não consegue ser justa?

- Tomar um lugar que não te pertence: outro equívoco que cometemos é tomar o lugar de outras pessoas na vida de quem estamos ajudando... tomamos o lugar do pai, da mãe, do irmão, do médico, do psicólogo... e isso sem dúvida traz consequências, especialmente criando relações de dependência que só enfraquecem ambos envolvidos. Não devemos e nem precisamos tomar o lugar de ninguém para estabelecermos relações de importância afetiva. Aliás, às vezes quem ajuda, precisa retirar-se rapidamente, deixando o outro seguir seu caminho com dignidade.Que tipo de necessidade possui uma pessoa que toma o lugar do outro na vida de quem se ajuda?

- Eu espero por retribuição: há uma parte em nós que lá no fundo espera que a vida nos proteja ou retribua todo bem que fazemos, ou ainda que nossas dificuldades sejam amenizadas. Esperamos, muitas vezes ainda, que quem nós ajudamos, nos seja grato. Mas nem sempre as coisas acontecem dessa forma. Nas relações entre amigos, entre casais, a retribuição é muito importante na manutenção do equilíbrio. Nas relações de ajuda, oferecemos aos outros o que vida já nos deu em abundância, estamos apenas retribuindo. Quando estamos desconectados dessa percepção, nos sentimos insatisfeitos, vazios... a ajuda perde seu propósito. Que tipo de necessidade possui uma pessoa que ajuda já esperando algum tipo de retribuição?

          Se você se identificou com algum desses aspectos, que bom!! Esse é um sinal que você está no caminho... no caminho que nos leva da empatia à compaixão. Não desanime ou desista. Permita-se ter um tempo com você e analisar como estão as suas relações de ajuda.

Blog da AME Editorinha

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