Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 1 de julho de 2013

A arte da convivência


A arte da convivência
Por Simone Mattos

Em muitas situações do cotidiano, a
outra pessoa é avaliada como difícil.
Porém, não se deve esquecer e que,
da mesma forma, quem julga também
pode ser considerado difícil pelo outro

Um dos maiores desafios do ser humano é a convivência diária com os outros. Seja em casa, na família, no trabalho ou em locais públicos, onde as pessoas nem e conhecem, como trânsito, cinema, filas, shows e estádios de futebol. Estas são excelentes oportunidades para exercitar tolerância, paciência e respeito ao róximo. Mas será que é tão simples colocar tudo isto em prática no dia a dia? Para muitas pessoas, não é nada fácil ser tolerante e pequenos desentendimentos podem representar o início de uma enorme crise. Para outras, trata-se de um exercício diário que pode ser colocado em prática com um pouquinho de esforço. Há ainda aquelas para as quais a paciência é inerente. Na opinião da bancária Rosa Maria Gutierrez Branco, natural do município de Paranaguá, litoral do Paraná, o mais importante para melhorar o relacionamento com o próximo é, primeiramente, vencer um desafio pessoal.

“É importante fazer autoavaliação, autorreflexão e, a partir daí, autotransformação. Precisamos olhar para dentro e ter coragem de reconhecer nossos limites, para superá-los”, comenta Rosa, que trabalha como bancária há 22 anos e, como caixa de uma agência em Curitiba, convive diariamente com o público externo. Ela, que também atua como coordenadora de grupos de estudos espírita, conta que o dia a dia numa agência bancária muitas vezes é bastante tenso. Para garantir o equilíbrio e a harmonia, o mais importante é sempre manter a paciência, a educação e a ética, principalmente tendo cuidado com o que e fala e como se fala. “Outra ferramenta que utilizo nos momentos mais tumultuados é o autocontrole”, diz.

Para a psicóloga Denise Bee, que trabalha como consultora de empresas, coach e psicoterapeuta, as relações com as outras pessoas podem ser facilitadas quando se busca o próprio bem-estar emocional. “A base de tudo é cultivar bons sentimentos e estar bem consigo mesmo”, afirma. Ela comenta que as pessoas diferem pela forma de perceber, sentir, pensar e agir, e que isso deve ser respeitado. “A convivência sofre com as diferenças que podem se tornar divergências, tensões e desconfortos ou até conflitos”.

RESPEITAR O OUTRO E ENTENDER A SI MESMO
Outra forma de melhorar os relacionamentos seria buscar crescer na compreensão e relação com o outro - já que se vive em sociedade - e, desta forma, exercitar o respeito ao próximo. “O outro pode ser bem diferente em temperamento, perfil e isso pode ser um complicador da minha relação com ele ou da dele comigo. Mas talvez ele não seja tão difícil, eu é que ainda não sei como lidar com ele”, diz a psicóloga. Ela destaca ainda a importância de se trabalhar a clareza da comunicação nterpessoal. “Muitos problemas de relacionamento vêm de ruídos na comunicação, que são as interpretações equivocadas do que o outro diz. É importante aprender a obter informações mais completas: perguntar e ouvir antes de reagir ou falar. Para sintetizar, podemos colocar como três pilares: empatia, flexibilidade e comunicação”.

Questionada sobre a agressividade, que surge às vezes entre as pessoas em locais como trânsito, filas de bancos e supermercados, a psicóloga comenta que, especialmente nas grandes cidades, a convivência pode se mostrar difícil.“Talvez pela correria gerada pela competição, a necessidade de trabalhar e produzir mais, correr contra o tempo, etc. Isso nos faz menos tolerantes e talvez menos educados em alguns espaços, como trânsito  filas, onde se reproduz essa competição e, eventualmente, se extravasam agressividades”. Ela alerta que, se as pessoas não seonscientizarem sobre isso, acabam virando escravas do relógio, sempre atrasadas para o próximo compromisso, e, consequentemente, mais irritadas.

Em sua rotina profissional, a bancária Rosa observa que muitas vezes há falta de paciência e respeito pelo próximo. “Noto que quando uma pessoa está nervosa ou desequilibrada, consegue contagiar as outras. É quando o tumulto cresce, o racional dá lugar ao emocional e o ambiente piora”, conta. Nestas horas, algumas ferramentas disponibilizadas pela Doutrina dos Espíritos são fundamentais para evitar ou reverter tais situações. “Num momento assim, nosso papel como pessoa religiosa é agir de maneira tranquila, equilibrada, em prol do todo e não de maneira egoísta”.


Este é basicamente o mesmo conselho que se encontra no livro “Serenidade – O Esforço Silencioso do Bem”, psicografado pelo médium Maury Rodrigues da Cruz, em que o espírito Leocádio José Correia diz: “Sua compreensão, sua generosidade, seu desprendimento atraem a bondade alheia em seu benefício. Tome cuidado! Os que odeiam, desejam o mal ao próximo, se juntam mesmo que se detestem – é a força indicativa do pensamento cumprindo a lei dos semelhantes. Os bons expressam, materializam o exercício do amor. Assim, garantem a tranquilidade, equilíbrio, satisfação todos os dias, a cada  segundo”, narra o texto.

Para Rosa, o maior desafio no exercício diário de convivência é mesmo entender o outro, procurar ter empatia, paciência, manter o diálogo, saber que existem diferenças de visão de mundo e respeitá-las. “Quando achamos que as outras pessoas são difíceis, a dica é fazer a reflexão de que talvez elas também nos achem difíceis da mesma forma. Sem dúvida, o alcance deste entendimento muda a forma de se encarar os fatos. É preciso entender que o difícil é apenas o diferente, que cada ser é único, com suas próprias experiências e entendimentos. Se cada um fizer o seu melhor possível, juntos,
faremos uma transformação”, afirma.

Na opinião da arquiteta, urbanista e paisagista paulista Débora de Santis, quando percebemos que “podemos ser tão difíceis quanto as pessoas que achamos difíceis”, tudo fica mais leve e a convivência se torna mais fácil. Para ela, o exercício da paciência é fundamental. “Não devemos esquecer de ouvir, prestando sempre a atenção devidaao próximo”. Débora, que também é uma estudiosa do Espiritismo, tem uma realidade profissional em que precisa dialogar com dois polos diferentes: de um lado o cliente e de outro a mão de obra especializada. Ambos representam grandes desafios e exigem habilidades para se manter a boa convivência.

“Temos sempre que ter em mente que cada um tem a sua bagagem de vida, seu conhecimento e vivência. Quando se compreende isso, tudo fica mais fácil”, comenta Débora. Em sua rotina, muitas vezes ela percebe que as pessoas estão acostumadas a brigar, como se a vida fosse uma grande batalha. “Em função disso, a compreensão das necessidades alheias está sempre em segundo plano para muitos. Primeiro vem o ‘eu’ e as pessoas se esquecem de olhar e prestar atenção aos outros, quando às vezes basta isto para que tudo se resolva, simples assim”, diz. Sua sugestão é que as pessoas busquem substituir a ideia de batalha da vida” – a qual muitas estão condicionadas - por uma troca de vivências e experiências, algo muito mais rico e prazeroso.



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