Estudando o Espiritismo

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quinta-feira, 23 de maio de 2013

A Tal da Resiliência


Lucieli Dornelles

Eu lembro com muita clareza, há alguns anos, quando ouvi falar no título deste post pela primeira vez.
Resili… o quê?
Resiliência, respondeu um amigo. Uma das palavras mais bonitas do dicionário.
- Como assim? Continuei, curiosa.
- Ser resiliente é ter a capacidade de se adaptar a um momento de adversidade. De crescer e de se tornar alguém melhor depois de passar por uma situação difícil.
resilience
Na física, o dicionário explica que resiliência tem a ver com flexibilidade. É a propriedade que um determinado corpo tem de recuperar a forma original após sofrer um choque ou uma deformidade. É a capacidade de se adaptar e evoluir positivamente.
Na vida real, eu poderia resumir em uma palavra: superação.
- Superar problemas, oras, mas isso eu já faço o dia inteiro, você pode ter pensado.
E é, né? A gente enfrenta o trânsito, o mau humor das pessoas, os nossos medos, as nossas angústias. Nos viramos em dez pra fechar as contas e pagar tudo direitinho no final do mês. Educamos nossos filhos, cuidamos da casa, preservamos o nosso relacionamento. Viver é superar, eu diria.
Mas o ponto onde eu quero chegar, o da tal da resiliência, ultrapassa uma simples superação. Tem a ver com transformação, com uma reforma íntima mesmo. Com algo que mexe com a gente, toca na ferida e promove uma mudança verdadeira, uma mudança pra melhor.
Confessemos: quantas vezes nos pegamos tirando lição nenhuma de uma fase difícil? Lembrando dela como uma pequena dor qualquer do passado? Quantas vezes olhamos pra uma situação do presente e percebemos que estamos tomando as mesmas atitudes e repetindo os mesmos erros de tempos atrás? Dá pra perceber como é tênue a linha que separa uma coisa da outra?
Resiliência. Será que somos capazes de sair, de fato, pessoas mais amadurecidas e preparadas de um acontecimento doloroso? Conseguimos nos tornar flor em meio ao deserto? Não seria muito mais fácil se acomodar diante da fraqueza? Fingir que o mundo só é cruel com a gente? Ô.
Admitir que estamos no fundo do poço, hoje tenho certeza, também é um ato de coragem. Principalmente quando demoramos a encontrar escadas pra sair de lá. Ser resiliente assusta, inquieta, aguça o nosso lado mais ansioso. Queremos respostas. Queremos crescimento imediato. E a vida é mais, bem mais do que isso.
Que tal então nos contentarmos em mudar as nossas atitudes, quando não conseguimos mudar as circunstâncias?
Que tal pararmos pra pensar nas mil e uma chances de crescimento que talvez tenhamos deixado escapar durante a vida?
Que tal?

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