Estudando o Espiritismo

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domingo, 21 de abril de 2013

“ORAÇÃO E FÉ”



ESTUDO ESPÍRITA



TEMA: “ORAÇÃO E FÉ”





Por: SHIRLEY LOPES CARDOZO






GRUPO DE ESTUDOS DOUTRINÁRIOS




“Seca-se a planta,
cai a flor,
mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente.”
Adolfo Bezerra de Menezes




MARÇO 2005



ORAÇÃO / PRECE:

“A prece é um orvalho divino que destrói o maior calor das paixões; filha primogênita da fé, ela nos conduz ao caminho que leva a Deus.”
Allan Kardec


ORAÇÃO
A legítima acepção do vocábulo orar não é apenas suplicar, louvar, reclamar ou requerer; é sobretudo sintonizar pensamentos e emoção, construir fecundas conjugações mentais, estabelecer circuitos de poderosas energias construtivas.
Quando o Divino Preceptor nos aconselhou a orar, não intentou incitar-nos à recitação improdutiva de fórmulas cediças, nem pretendeu induzir-nos à atitude estéril de interesseiros rogadores; visou, isto sim, a nos fazer partícipes ativos de grande comunhão celeste, incentivando-nos a utilizar nossos poderes mentais para felizes contatos com as Esferas Mais Altas, de onde emanam as luzes puras da virtude e da graça.
Sabedores agora de que é o teor das nossas idéias que determina a qualidade das nossas companhias espirituais e a natureza da nossa própria atmosfera psíquica, podemos hoje compreender melhor o elevado alcance do conselho messiânico.
Em verdade, o ato de pensar já é, em si mesmo, uma prece, porque pensamos expedimos para fora de nós ondas de força mentelétrica, carregadas de peculiar magnetismo, que sensibilizam outras mentes ajustadas no mesmo plano de sentimentos e interesses.
Nascem daí simpatias, alianças e compromissos que varam, por vezes, os milênios, semeando atos e fatos que marcam destinos e produzem extraordinárias conseqüências.
Como o pensamento contínuo é a faculdade natural comum a todos os seres humanos, os desejos, as esperanças e as expectativas de cada coração representam preces contínuas, invocações poderosas, dirigidas a todos quantos vibrem na mesma faixa de entendimento e de vontade.
Assim, a invocação dos irresponsáveis e dos maus se dirige permanentemente aos gênios trevosos, em apelos repetidos, de que eles se valem para multiplicar, no mundo, os instrumentos de suas iniqüidades.
Orar, portanto, longe de ser atitude esporádica de alguns poucos, é exercício de todos, a todos os instantes, força de conexão que mantém as sintonias em ação, que forja acontecimentos, muitas vezes de importância e de conseqüências imprevisíveis.
Daí a necessidade de vigilância mental dos discípulos do Senhor, porque as palavras enunciadas, na verbalização das preces, muito amiúde nada têm a ver com a essência das forças postas em movimento pelas mentes em atividade.
Seja, pois, a nossa vida uma oração perene, dirigida ao Altíssimo, pela essência viva de nossas idéias e de nossos atos, na ação de cada minuto, porque é no trabalho incessante do bem que havemos de conseguir a união verdadeira com o Mais Alto.
Desejando paz, formulamos votos carinhosos de prosperidade espiritual e vos almejamos saúde da alma e vitória em Cristo.
André
(“Correio Entre Dois Mundos”)


Hernani T. Sant’Anna
Diversos Espíritos

“...Pela prece podemos propor-nos três coisas: louvar, pedir e agradecer...”  (L.E. Q. 659 – Allan Kardec)

“...A prece é um ato de adoração.   Orar a Deus é pensar nele, é aproximar-se dele...”  A prece torna melhor o homem, pois aquele que ora com fervor e confiança se faz forte contra tentações do mal e Deus lhe envia  bons espíritos”...  (L.E. Q. 659 e 660 – Allan Kardec)


PRECE e / ou ORAÇÃO
Aurélio
{Do lat. Prece} S.F.
V. Rogo (2)
P. ext. Pedido instante; súplica
Ato ou efeito de rogar; rogação, rogativa, rogatória, pedido, petição, súplica.
Oração, prece.
Rogo (ô)  {Dev. de rogar} – S. m.
[Pl.:  rogos (ó)  Cf. rogo, do v. rogar}

“Se alguém diz: eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu?” – (I João, 4:20)


Dic. De Filosofia Espírita – Palhano Jr.
Prece: A prece é uma invocação; por ela, um ser se coloca em comunicação mental com outro ser ao qual s e dirige.  Ela pode ter como objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação.  Pode-se orar por si mesmo ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos.  As preces dirigidas a Deus são ouvidas pelos Espíritos encarregados da execução das suas vontades; aquelas que são dirigidas aos bons Espíritos são levadas a Deus. Quando se ora a outros seres, senão a Deus, é apenas na qualidade de intermediários, intercessores, porque nada se pode fazer sem a vontade de Deus.  O Espiritismo faz compreender a ação da prece explicando o modo de transmissão do pensamento.   Forma-se uma corrente mental através do “Fluido Universal” entre os seres que oram e os que recebem a oração, e a energia da corrente está em razão direta do vigor do pensamento e da vontade.  Oração.


A prece – Definição
A prece é uma invocação, mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige.
Objetivos – Pedir, agradecer e louvar, por nós mesmos ou por outrem, pelos vivos ou pelos mortos.
Qualidades – Humilde, sem afetação, inteligível, objetiva, sem palavrório, sincera, caridosa, pura, sem mácula nem auto-exaltações.


Eficácia – Condições
Confiança na Providência Divina, submissão à vontade de Deus, fé em si mesmo;


Ação da prece
Dá-se pela transmissão do pensamento, que se propaga pelo fluido cósmico universal, como o som se propaga pelo ar.


Maneira de orar
A oração matinal é primordial; com humildade, reconhecimento; profunda; pedidos justos; como um ato de amor, deve partir do coração.  A oração noturna, antes de deitar-se para dormir, é fundamental, pois que o Espírito emancipa-se com o sono físico e o homem deve procurar proteção espiritual.  Não há uma posição corporal específica para a prece, a ação mental numa vontade firme é que dá força e direção à prece.


Resposta Divina
Depende da intenção, do devotamento e da fé daquele que ora.





A PRECE E A CURA:

O Evangelho Segundo o Espiritismo – XXVI – Dai gratuitamente o que recebestes gratuitamente.

Devolvei a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios.  Dai gratuitamente o que recebestes gratuitamente.  
(Mateus, 8)

Dom de curar
2  Daí gratuitamente o que recebestes gratuitamente, disse Jesus aos seus discípulos; e com essas palavras determina que não se deve fazer pagar por aquilo que a nós mesmos nada custou. Ora, o que eles haviam recebido de graça foi a faculdade de curar as doenças e de expulsar os demônios, isto é, os maus espíritos; esse dom lhes havia sido concedido  gratuitamente por Deus, para o alívio  daqueles que sofrem e para ajudar na propagação da fé, e Jesus lhes recomendava que  o transformassem em um meio de comércio, nem em objeto de especulação, nem em um meio de vida.


Preces pagas
3  Em seguida, Ele disse aos seus discípulos, em presença de todo o povo que o escutava:  “Guardai-vos dos escribas que se exibem passeando com longas vestes, que adoram ser saudados nas praças públicas, e ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes; que, sob o pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas.   Essas pessoas receberão uma condenação mais rigorosa.”  (Lucas, XX: 45 a 47; Marcos, XII: 38 a 40; Mateus, XXIII: 14)
4  Jesus também disse:  “Não façais com que paguem vossas preces; não façais como os escribas que sob o pretexto de longas preces, devoram as casas das viúvas”, isto é, apoderam-se de suas fortunas.  A prece é um ato de caridade, um impulso do coração; fazer pagar a prece que se dirige a Deus por outra pessoa, é transformar-se em intermediário assalariado.  A prece então, torna-se uma fórmula cujo tamanho fica proporcional ao preço que ela custe.  Ora, das duas uma: ou Deus mede ou não mede suas graças pelo número de palavras.  Se forem necessárias muitas palavras, porque dizer poucas ou quase nenhuma, por aqueles que não pode pagar?  É uma falta de caridade.
Se uma palavra é suficiente, as demais são inúteis; por que então fazer pagar por elas?   É uma desonestidade.
Deus não vende os benefícios que concede.  Por que, então, aquele que nem mesmo é o distribuidor, que não pode garantir a sua obtenção, faria pagar um pedido que talvez não produza resultado?  Deus não pode subordinar um ato de clemência, de bondade ou de justiça, que se solicita da sua misericórdia, a uma soma de dinheiro, do contrário, dele resultaria que, se a soma não é paga ou é insuficiente, a justiça, a bondade e a clemência de Deus seriam suspensas.  A razão, o bom senso e a lógica, dizem que Deus, a perfeição absoluta, não pode delegar a criaturas imperfeitas o direito de estipular preço para a sua justiça.
A justiça de Deus é como o Sol; existe para todo mundo, para o pobre como para o rico.  Se consideramos imoral fazer comercio com as graças de um soberano da Terra, seria lícito vender as graças de um soberano do Universo?
As preces pagas têm um outro inconveniente: é que aquele que As compra acredita, na maior parte das vezes, que está dispensado de rezar, ele mesmo, porque se considera quite ao dar o seu dinheiro.  Sabe-se que os espíritos são sensibilizados pelo fervor do pensamento daquele que se interessa por eles, mas qual pode ser o fervor de quem encarrega ima terceira pessoa de orar por ele, em troca de pagamento?  Qual é o fervor dessa terceira pessoa, quando delega seu mandato a uma outra, e esta a uma outra, e assim sucessivamente?  Isso não é reduzir a eficácia da prece ao valor de uma moeda corrente?


A PRECE

Pedi e Obtereis
Qualidade da prece: “Quando orardes, não vos assemelheis aos hipócritas, que fingem orar conservando-se em pé nas sinagogas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.  Mas quando quiserdes orar, entrai em vosso quarto e, fechando a porta orai ao vosso PAI em segredo, e o vosso PAI, que vê tudo o que se passa em segredo, vos dará a recompensa”...
“As qualidades da prece, Jesus definiu assim: ...orai, evitando que os vejam; orai secretamente; evitai orar muito, pois não é a quantidade de palavras que fará ser atendido, mas a sinceridade; perdoai a quem tenha ressentimento; orai com humildade no coração.”...
Eficácia da prece: “Tudo quanto pedirdes pela prece, crede que obtereis e que vos será  concedido.  (Marcos, cap. XI, 24)...”

“...A Providencia sabe melhor do que nós as nossas necessidades”...
Ação da Prece – Transmissão de Pensamento:
“A prece é uma evocação. Por meio dela pomos o pensamento em relação com o ente a quem nos dirigimos. Pode ter um pedido, um agradecimento, uma glorificação. Quem a faz pode pedir para si ou para outrem, pelos vivos ou pelos mortos”...
“...nada se pode obter sem a vontade de Deus.”
“O espiritismo faz compreender a ação da prece.”
“A energia da corrente está na razão da energia do pensamento e da vontade.  É por esse meio que  prece chega aos Espíritos...”
“Pela prece o homem atrai o concurso dos Bons Espíritos, que vem sustentá-lo nas boas resoluções e inspirar-lhe bons pensamentos.”
“A prece é recomendada por todos os Espíritos; renunciar a ela é desconhecer a bondade de Deus.
(A Prece Segundo o Evangelho – Allan Kardec)  (A Prece – Pedi e Obtereis)


ORAÇÃO E CURA

Recorres à oração, junto deste ou daquele enfermo, e sofres, quando a restauração parece tardia.
Entretanto, reflete a Lei Divina a que todos, obrigatoriamente, nos entrosamos.
Isso não quer dizer que devamos ignorar o martírio silencioso dos companheiros em calamidade do campo físico.
Para tanto, seria preciso haver sentimento.
Sabemos, sim, quanto dói seguir, noite a noite, a provação de familiares, em moléstias irreversíveis; conhecemos, de perto, a angústia dos pais que recolhem no coração o suplício dos filhinhos torturados no berço; partilhamos a dor dos que gemem nos hospitais como sentenciados a pena última, e assinalamos o tormento recôndito dos que fitam inquietos, em doentes amados, os olhos que se embaciam...
Observa, porém, o quadro escuro das transgressões humanas que nos rodeiam.
Pensa nos crimes perfeitos que injuriam a Terra; na insubmissão dos que se rendem às sugestões do suicídio, prejudicando os planos da Eterna Sabedoria e criando aflitivas expiações para si mesmos; nos processos inconfessáveis dos que usam a inteligência para agravar as  necessidades  dos
semelhantes e na ingratidão dos que convertem o próprio lar em reduto do desespero e da morte...
Medita nos torvos compromissos dos que se acumpliciam agora com os domínios do mal, e perceberas que a enfermidade é quase sempre o bem exprimindo reajuste, sustando-nos a queda em delitos maiores.
Organizemos, assim, o socorro da oração, junto de todos os que padecem no corpo dilacerado, mas, se a cura demora, jamais nos aflijamos.
Seja o leito de linho, de seda, palha ou pedra, a dor é sempre a mesma e a prece, em toda parte, é bênção, reconforto, amparo, luz e vida.
Lembremo-nos, no entanto, de que lesões e chagas, frustrações e defeitos, em nossa forma externa, são remédios da alma que nós mesmos pedimos à farmácia de Deus.
Página constante do livro: “Seara dos Médiuns”, Edição FEB, Emmanuel / F. C. Xavier
(“Mensagem de Saúde Espiritual”)


OS EFEITOS DA PRECE E O MODELO MÉDICO-ESPÍRITA

Jorge Cecílio Dather Jr.
“A par da medicação ordinária, elaborada pela Ciência, o magnetismo nos dá a conhecer o poder da ação fluídica e o Espiritismo nos revela outra força poderosa na mediunidade curadora e a  e a influência da prece.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, Cap. XXVIII, item 77, p. 430, edição eletrônica da Federação Espírita Brasileira)
“Sabeis o que é a prece?”
É uma irradiação protetora que nasce no coração amoroso, sobe até Deus em súplicas veementes e desce em benefícios até ao ser, por quem se pede, ou a quem se deseja proteger.  É um frêmito de amor sublime que se expande, toca o Infinito, transfunde-se em bênçãos, ornamenta-se de virtudes celestes e derrama-se em eflúvios sobre aquele que sofre.  A prece é o amor que beija o sofrimento e o consola, é a caridade que envolve o infortúnio e reanima o sofredor, retemperando-lhe as energias.”
Pesquisas de opinião, realizadas nos Estados Unidos, indicam que cerca de 77% da população americana internada em hospitais, desejariam que seus médicos lhes oferecessem alguma espécie de assistência espiritual.  A própria comunidade médica se mobiliza, naquele país, questionando se não deveriam os médicos prescrever alguma forma de religiosidade como complemento terapêutico, e já se contam em trinta o número de Universidades que oferece formação em Medicina e Espiritualidade.
Artigo médico publicado em revista especializada estudou os efeitos da prece em pacientes com doença coronariana que estavam ainda internados em Unidade Intensiva, estruturado em metodologia de pesquisa aceito como valido pelos   critérios   tido   como   cientificamente   adequados, e  mostrou  algumas
evidências que, apesar de receberem o rótulo de estatisticamente não significativas, alertaram para resultados que a metodologia estatística não teve a capacidade de percepção, requerendo um modelo de análise mais amplo: dos pacientes que receberam preces (número de 192), a necessidade de usar antibióticos ocorreu em apenas 3, contra 16 pacientes do grupo que não recebeu preces (número de 201); edema pulmonar foi complicação em 6 pacientes do grupo que recebeu preces, contra 18 pacientes do grupo que não recebeu preces e a morte ocorreu em 13 pacientes que receberam preces, contra 17 entre os que não receberam preces.
A necessidade de atender aos anseios do homem situou a Medicina entre o desafio de estudar mais profundamente os mecanismos de ação desse instrumento maravilhoso que Deus nos colocou em mãos, vislumbrado como o mais eficaz instrumento de cura pelo Espírito Mesmer, em mensagem publicada por Allan Kardec na Revista Espírita, em janeiro de 1864. Na mensagem, ao analisar os dois tipos conhecidos de magnetismo, o animal e o espiritual, o precursor do Hipnotismo relata: “Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.”
O Espiritismo oferece o modelo para uma metodologia de estudo eficaz, não apenas sobre os efeitos da prece, mas sobre o que a Ciência Moderna não tem olhos de ver, pois coube à Ciência Espírita criar a proposta de um modelo de compreensão do homem além do Reducionismo Biológico. Tecendo considerações sobre o corpo intermediário, relata Allan Kardec: “Tomando em consideração apenas o elemento material ponderável, a Medicina, na apreciação dos fatos, se prova de uma causa incessante de ação.  Não cabe, aqui, porém, o exame desta questão.  Somente faremos notar que no conhecimento do perispírito está a chave de inúmeros problemas até hoje insolúveis.”
Em artigo publicado e
m 1977, na revista Science, o psiquiatra americano George Engels propõe que o homem deve ser compreendido de modo mais amplo que o oferecido pelo estudo dos mecanismos biológicos, descrevendo o que ele chamaria de Modelo Bio-Psico-Social, tendo aplicado esse modelo no estudo da esquizofrenia.  Aceito amplamente, o modelo proposto por Engels ainda não encontrou plena aplicação pela Medicina, o que não impediu que fosse ampliado por Sulmasy, que considera que o estudo do homem deve incluir o elemento espiritual, chamando esse modelo de Bio-Psico-Sócio-Espiritual e propondo a sua aplicação ao estudo de doenças crônicas e morte.
O que podemos chamar de Modelo Médico-Espírita é mais amplo que o modelo Sulmasy, e foi delineado por Kardec em toda a Codificação e por André Luiz, na série “A Vida no Mundo Espiritual”, publicada pela FEB.  A consideração do corpo intermediário, a comunicação dos desencarnados e sua interferência sobre a matéria, incluindo a  matéria orgânica, a Lei dos Fluidos e
a consideração lúcida e biológica das Leis Naturais, incluindo a reencarnação, fazem parte desse Modelo, que vislumbramos como o foco de luz distante a consolar a Ciência Moderna, presa em dilema que não consegue compreender, adotando postura de negação ou indiferença.
Reformador / dezembro 2004


No Silêncio da Saudade

O céu não é insensível aos apelos aflitos dos corações que choram e sangram, na Terra, na saudade de seus amados, transferidos de plano pelo fenômeno da morte física.
Entretanto, na comunicação entre os dois mundos, precisam ser vencidas certas dificuldades de natureza emocional, psíquica e instrumental.
Muitas vezes o silêncio da saudade, na ausência aparente, é imposição  de disciplina necessária e de amor legítimo, muito mais bondosa e justa do que poderá supor quem não possua maior conhecimento de causa.
Haja, pois, em cada um de nós, suficiente entendimento e humildade de coração, para agradecermos a Jesus as bênçãos misericordiosas que nos concede, até mesmo quando nos nega aquilo que imaginamos desavisadamente seja o melhor para nós.
Guardemos nosso coração em paz e estejamos certos de que é dentro de nossa própria alma que temos que ver e ouvir os que verdadeiramente amamos, cuja imagem e cuja voz devem vibrar no imo de nós mesmos.
Todos precisamos adquirir, no bojo do tempo, a ciência da renúncia e do silêncio, para o acrisolamento do verdadeiro amor, aprendendo com a Natureza a construir permanentemente e sem alardes a grandeza da vida.
Fontes de Luz
Fonte:  Sant’Anna, Hernani T. – Correio Entre Dois Mundos.  Diversos Espíritos. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002, p. 152-153


TERAPIA DA ORAÇÃO
Recurso valioso para todo momento ou necessidade, a oração encontra-se ao alcance de quem deseja paz e realização, alterando para melhor os fatores que fomentam a vida e facultam o seu desenvolvimento.
A oração é o instrumento pelo qual a criatura fala a Deus, e a inspiração lhe chega na condição de divina resposta.
Quando alguém ora, luariza a paisagem mental e inunda-se de paz, revitalizando os fulcros da energia mantenedora da vida.
A oração sincera, feita de entrega íntima a Deus, desenvolve a percepção de realidades normalmente não detectadas, que fazem parte do mundo extrafísico.
O ser material é condensação do energético real, transitoriamente organizado em complexos celulares para o objetivo essencial da evolução.  Desarticulando-se ou sofrendo influências degenerativas, necessita de reparo nos intrincados mecanismos vibratórios, de modo a recompor-se, reequilibrar-se e manter a harmonia indispensável, para alcançar a finalidade a que se destina.

O psiquismo que ora, consegue resistências no campo de energia, que converte em forças de manutenção dos equipamentos nervosos funcionais da mente e do corpo.
A oração induz à paz e produz estabilidade emocional, geradora de saúde integral.
A mente que ora, sintoniza com as Fontes da Vida, enriquecendo-se de forças espirituais e lucidez.
Terapia valiosa, a oração atrai as energias refazentes que reajustam moléculas orgânicas no mapa do equilíbrio físico, ao tempo que dinamiza potencialidades psíquicas e emocionais, revigorando o indivíduo.
Quando um enfermo ora, recebe valiosa transfusão de forças, que vitalizam os leucócitos para a batalha da saúde na sustentação dos campos imunológicos, restaurando-lhes as defesas.


O indivíduo é sempre o resultado dos pensamentos que elabora, que acolhe e que emite.
O pessimista auto-destrói-se, enquanto o otimista auto-sustenta-se.
Aquele que crê nas próprias possibilidades desenvolve-as, aprimora-as e maneja-as com segurança.
Aquele outro que duvida de si mesmo e dos próprios recursos, envolvendo-se em psicosfera perturbadora, desarranja os centros de força e exaure-se, especialmente quando enfermo.  Assemelha-se a uma vela acesa nas duas extremidades, que consome duplamente o combustível que sustenta a luz, até a sua extinção.
A mente que se vincula à oração ilumina-se sem desprender vitalidade, antes haurindo-a, e mais expandindo a claridade que possui.
Envolvendo-se nas irradiações da oração a que se entregue, lograra o ser enriquecer-se de saúde, de alegria e paz, porquanto a oração é o interfone poderoso pelo qual ele fala a Deus, e por cujo meio, inspirado e pacificado, recebe a resposta do Pai.
Ao lado, portanto, de qualquer terapia prescrita, seja a oração a de maior significado e a mais simples de ser utilizada.
Franco, Divaldo Pereira.  Da obra: Momentos Enriquecedores
Ditado pelo Espírito Joanna de Angelis
Salvador, BA: LEAL, 1994


O VALOR DA PRECE, A AÇÃO DO PENSAMENTO E DA VONTADE:
Pedido que dispensa intermediários, a prece só tem valor quando é fruto do sentimento mais puro.
Assim emitida, possui ela capacidade de estabelecer sintonia com  preposto da Divindade capazes de intercederem em benefício do pedinte.
A prece se fortalece na dependência da nossa conduta.  Não basta reconhecer as faltas cometidas e pedir perdão para elas, é necessário o desejo sincero de não errar novamente.
A verdadeira prece é demonstração de fé, humildade e esperança.  É a correção do rumo da força do nosso pensamento (a prece só tem valor pelo pensamento que lhe está conjugado, portanto é impossível conjugar um pensamento ao que se não compreende, pois o que não se compreende não pode tocar o coração), na busca da comunhão com o Mais Alto, única forma de gerarmos a couraça de resistência contra as nossas próprias imperfeições e de estabelecer o equilíbrio necessário à autoridade moral que ansiamos possuir.  Essa couraça não deixa brechas ao negativo.
Está no pensamento o poder da prece, que por nada depende nem das palavras, nem do lugar, nem do momento em que seja feita.  Pode-se, portanto, orar em toda parte e a qualquer hora, a sós ou em comum.  A influência do lugar ou do tempo só faz se sentir nas circunstâncias que favoreçam o recolhimento.  A prece em comum tem ação mais poderosa, quando todos os que oram se associam de coração a um mesmo pensamento e comungam o mesmo objetivo, porquanto é como se muitos clamassem juntos e em uníssono.  Mas, que importa seja grande o número de pessoas reunidas para orar, se cada um atua isoladamente e por conta própria?!  Cem pessoas juntas podem orar como egoístas, enquanto duas ou três, ligadas por uma mesma aspiração, orarão quais verdadeiros irmãos em Deus, e mais força terá a prece que lhe dirijam do que a das cem outras.
Levar sempre em conta a máxima de Jesus: “ONDE QUER QUE SE ENCONTREM DUAS OU TRÊS PESSOAS REUNIDAS EM MEU NOME, EU COM ELAS ESTAREI” (S, MATEUS, cap XVIII, v. 20)  (E.S.E. – Allan Kardec)


A ORAÇÃO COLETIVA
Conserve-se tranqüilo.  Todas as residências e instituições de “Nosso Lar” estão orando com o Governador, através da audição e visão à distância. Louvemos o Coração Invisível do Céu.
Mal terminara a explicação, as setenta e duas figuras começaram a cantar harmonioso hino, repleto de indefinível beleza.  A fisionomia de Clarêncio, no círculo dos veneráveis companheiros, figurou-se-me tocada de mais intensa luz.  O cântico celeste constituía-se de notas angelicais, de sublimado reconhecimento.  Pairavam no recinto misteriosas vibrações de paz e de alegria e, quando as notas argentinas fizeram delicioso staccato, desenhou-se ao longe, em plano elevado, um coração maravilhosamente azul, com estrias douradas.  Cariciosa música, em seguida, respondia aos louvores, procedente talvez de esferas distantes.  Foi aí que abundante chuva de flores azuis se derramou sobre nós; mas, se fixávamos os miosótis celestiais, não conseguíamos detê-los nas mãos.  As corolas minúsculas se desfaziam de leve, ao tocar-nos a fronte, experimentando eu, por minha vez, singular renovação de energias ao contato das pétalas fluídicas que me balsamizavam o coração.
Terminada a sublime oração, regressei ao aposento de enfermo, amparado pelo amigo que me atendia de perto.  Entretanto, não era mais o doente grave de horas antes.  A primeira prece coletiva em “Nosso Lar”,  operara em mim completa transformação.  Conforto inesperado envolvia-me a alma.  Pela primeira vez, depois de anos consecutivos de sofrimento, o pobre coração, saudoso e atormentado, à maneira de cálice muito tempo vazio, enchera-se das gotas generosas do licor da esperança.
“Nosso Lar”- Francisco Candido Xavier

NO CULTO À PRECE
Todos lançamos, em torno de nós, forças criativas ou destrutivas, agradáveis ou desagradáveis ao círculo pessoal em que nos movimentamos.
A árvore alcança-nos com a matéria sutil das próprias emanações.
A aranha respira no centro das próprias teias.
A abelha pode viajar intensivamente, mas não descansa a não ser nos compartimentos da própria colméia.
Assim também o homem vive no seio das criações mentais a que dá origem.
Nossos pensamentos são paredes em que nos enclausuramos ou asas com que progredimos na ascese.
Como pensas, viverás.
Nossa vida íntima – nosso lugar.
A fim de que não perturbemos as leis do Universo, a Natureza somente nos concede as bênçãos da vida, de conformidade com, as nossas concepções.
Recolhe-te e enxergarás o limite de tudo o que te cerca.
Expande-te e encontraras o infinito de tudo o que existe.
Para que nos elevemos, com todos os elementos de nossa órbita, não conhecemos outro recurso além da oração, que pede luz, amor e verdade.
A prece, traduzindo aspiração ardente de subida espiritual, através do conhecimento e da virtude, é a força que ilumina o ideal e santifica o trabalho.
Narram os Atos que, havendo os apóstolos orado, tremeu o lugar em que se encontravam e ficaram cheios do Espírito Santo: iluminou-se-lhes o anseio de fraternidade, engrandeceram-se-lhes as mentes congregadas em propósitos superiores e a energia santificadora felicitou-lhes o espírito.
Não olvides, pois, que o culto à prece é marcha decisiva.  A oração renovar-te-á para a obra do Senhor, dia a dia, sem que tu mesmo possas perceber.


FIRMEZA E CONSTÂNCIA
Muita gente acredita que abraçar a fé será confiar-se ao êxtase improdutivo.  A pretexto de garantir a iluminação da alma, muitos corações fogem à luta, trancando-se entre as quatro paredes do santuário doméstico, entre vigílias de adoração e pensamentos profundos acerca dos mistérios divinos, esquecendo-se de que todo o conjunto da vida é Criação Universal de Deus.
Fé representa visão.
Visão é conhecimento  e capacidade de auxiliar.
Quem penetrou a “terra espiritual da verdade”, encontrou o trabalho por graça maior.
O Senhor e os discípulos não viveram apenas na contemplação.
Oravam, sim, porque ninguém pode sustentar-se sem o banho interior do silêncio, restaurando as próprias forças nas correntes superiores de energia sublime que fluem dos Mananciais Celestes.
A prece e a reflexão constituem o lubrificante sutil em nossa máquina de experiências cotidianas.
Importa reconhecer, porém, que o Mestre e os aprendizes lutaram, serviram e sofreram na lavoura ativa do bem e que o Evangelho estabelece incessante trabalho ara quantos lhe esposam os princípios salvadores.
Aceitar o cristianismo é renovar-se para as Alturas e só o clima do serviço consegue reestruturar o espírito e santificar-lhe o destino.
Paulo de Tarso, invariavelmente peremptório nas advertências e avisos, escrevendo aos coríntios, encareceu a necessidade de nossa firmeza e constância nas tarefas de elevação, para que sejamos abundantes em ações nobres com o Senhor.
Agir ajudando, criar alegria, concórdia e esperanças, abrir novos horizontes ao conhecimento superior e melhorar a vida, onde estivermos, é o apostolado de quantos se devotaram à Boa Nova.
Procuremos as águas vivas da prece para lenir o coração, mas não nos esqueçamos de acionar os nossos sentimentos, raciocínios e braços, no progresso e aperfeiçoamento de nós mesmos, de todos e de tudo, compreendendo que Jesus reclama obreiros diligentes para a edificação de seu Reino em toda a Terra.
Fonte Viva – Francisco Candido Xavier / Emmanuel 149/69


DEFININDO A PRECE
O capítulo “Mediunidade e oração” sugeriu-nos um estudo em torno da prece, considerando o imperativo da comunhão com o plano espiritual superior, em nossas tarefas mediúnicas.
A prece, em qualquer circunstância, afigura-se-nos um apelo em nossa alma estabelecendo instantânea ligação com o Mundo Espiritual, segundo os princípios de afinidade que regem o intercâmbio mental.
Sendo a prece “um apelo”, evidentemente somos levados a, de acordo com as instruções dos Benfeitores Espirituais, classificá-la de vários modos.
Em primeiro lugar, teremos a “prece vertical’, isto é, aquela que, expressando aspirações realmente elevadas, se projeta na direção do Mais Alto, sendo, em face dos mencionados princípios de afinidade, recolhida pelos Missionários das Esferas Superiores.
Em segundo lugar, teremos a “prece horizontal”, traduzindo anseios vulgares.
Essa prece não terá impulso obliquo ou vertical, porque encontrará ressonância entre aqueles Espíritos ainda ligados aos problemas terrestres, vivendo, portanto, horizontalmente.
Por fim, teremos a descendente.
A essa não daremos a denominação de “prece”, substituindo-se por “invocação”, consoante aconselha o Ministro Clarêncio.  (“Entre a Terra e o Céu”- André Luiz)
Na “invocação”, o apelo recebera a resposta de entidades de baixo tom vibratório.
São os petitórios inadequados, expressando desespero, rancor, propósitos de vingança, ambições, etc.
Os bilhões de Espíritos desencarnados que constituem a população invisível, ocupam variados degraus da escada ascensional, superlotando-os.
Cada degrau simboliza uma faixa vibratória, submetida às mesmas leis universais que presidem, aqui, e em toda a parte, ao intercâmbio entre Inteligências encarnadas e desencarnadas.
Vivemos e respiramos dentro dessas faixas.  Os nossos sentimentos indicam o degrau que ocupamos.
Assim sendo, nossas preces encontrarão sempre resposta dos nossos afins, dos que comungam conosco tais ou quais idéias, tais ou quais objetivos.
Na prece vertical, quando pedimos a Deus que, acima dos nossos desejos, prevaleça a sua Augusta Vontade, sintonizaremos com os Elevados Mensageiros do Seu Amor, com as entidades que se sublimaram pelo cultivo da fraternidade legítima.
Na prece horizontal, receberemos a palavra e a colaboração dos Amigos que ainda se ocupam, como nós, de problemas de relativa importância, embora respeitáveis.
Na “invocação” - apelo descendente -, virão a nós, ajudar a materialização dos nossos propósitos malsãos, entidades infelizes que permanecem em verdadeiras furnas, nas regiões trevosas.
Em nossos núcleos mediúnicos, de acordo com os objetivos inspiradores de nossas tarefas, seremos atendidos por tais ou quais Espíritos.
Se o pensamento cristão for a bússola de nossas realizações, não faltarão abnegados instrutores que, dos planos elevados, conduzirão o nosso esforço e estimularão o nosso idealismo.
E o pensamento cristão é aquele que o Divino Amigo exemplificou no poético cenário da Palestina: amor ao próximo, oração pelos caluniadores, perdão das ofensas, amparo aos doentes e ignorantes...
Toda vez que orientarmos as nossas tarefas segundo o pensamento do Mestre, estaremos proferindo a prece vertical, que, à maneira de sublime foguete, penetrará verticalmente os espaços, trazendo, na volta, a mensagem do Cristo, numa confirmação de eternidade de suas palavras:  “Pedi, e obtereis; batei e abrir-se-vos-á; buscai, e achareis.”
“Estudando a Mediunidade” - Martins Peralva




AÇÃO DA PRECE
André Luiz

Você é o lavrador.
O outro é o campo.
Você planta.
O outro produz.
Você é o celeiro.
O outro é o cliente.
Você fornece.
O outro adquire.
Você é o ator.
O outro é o público.
Você representa.
O outro observa.
Você é a palavra.
O outro é o microfone.
Você fala.
O outro transmite.
Você é o artista.
O outro é o instrumento.
Você toca.
O outro responde.
Você é a paisagem.
O outro é a objetiva.
Você surge.
O outro fotografa.
Você é o acontecimento.
O outro é a notícia.
Você age.
O outro conta.
Auxilie o quanto puder.
Faça o bem sem olhar a quem.
Você é o desejo de seguir para Deus.
Mas, entre Deus e você, o próximo é a ponte.
O Criador atende às criaturas, através das criaturas.
É por isso que a oração é você, mas o seu merecimento está nos outros.

“O Espírito da Verdade” – Chico Xavier / Waldo Vieira
ORAÇÃO
Segundo Gandhi, o apóstolo da não violência, “a oração é a respiração da alma”.
Os Espíritos da Codificação afirmaram a Allan Kardec que a oração deve ser “um estudo de nós mesmos”.
O homem que não ora vive desvinculado da sintonia com o Mais Alto, à mercê das circunstâncias rasteiras que o envolvem.
Toda pessoa carece de recolher-se na intimidade de si mesma para uma conversa com Deus.
A oração nos confere força, inspiração, coragem para a luta.
Oremos com os lábios, colocando o sentimento nas palavras, mas não nos esqueçamos, principalmente, de orarmos com as nossas próprias mãos...
O gesto de benevolência é a mais eloqüente das preces que endereçamos a Deus.
A caridade é o passaporte de luz de nossos rogos ao Supremo Senhor da Vida.
Não há nenhuma prece que não seja ouvida por Aqueles que nos tutelam sobre a Terra.
Toda resposta dos Céus às orações dos homens passa pelo crivo do merecimento, da necessidade e da conveniência.
O hábito da oração, por si só, a pouco e pouco modifica o tônus mental da criatura que se afervora, predispondo-a a uma vida mais espiritualizada.
“Lições da Vida” - Carlos Baccelli / Irmão José


IMPORTÂNCIA DA ORAÇÃO

Minhas palavras haviam surtido um efeito imediato, controlando a situação.  Confesso-lhes que eu mesmo me encontrava mais tranqüilo.   Ante o silêncio, que aos poucos, fora se restabelecendo, rematei, convidando os nossos irmãos a me seguirem na  prece:
Senhor Jesus, Mestre Amado, que  Tua paz nos envolva, a nós e aos nossos companheiros que se demoram nas provas da vida material.  Que, de uma vez por todas, compreendamos a inutilidade de toda violência.  Inspira-nos as atitudes, para que sempre sejamos mais solidários e fraternos uns com os outros.  Não nos deixes à mercê das próprias imperfeições, sob o jugo das inclinações de natureza inferior.  Fortalece-nos os propósitos no bem!  Diante de Tua luz, que não tenhamos qualquer receio da sombra...  Se estivermos Contigo, tanto quanto estás conosco, nada deveremos temer!  Não consintas, pois, que retrocedamos na caminhada; guia-nos ao Teu encontro, através das sendas estreitas por onde jornadeias e pelas quais nos conduzem com segurança...   Que os Teus pensamentos de amor se materializem  no mundo, através da iniciativa daqueles que realmente se mostrem dispostos a seguir-Te; que o Teu Evangelho não seja para nós um simples repositório de sabias e formosas lições, mas, sim, abençoado roteiro para a Vida que almejamos compartilhar Contigo e com aqueles que nos antecederam na jornada rumo aos Cimos...  Sê conosco, Senhor, nesta casa e em nosso Lar Terrestre!  Que as tuas bênçãos se espalhem e estejam com todos – com os que acreditam em Ti e com os que ainda descrêem da Tua magnanimidade!  Sabemos que o mundo Te pertence, e esta certeza nos tranqüiliza os espíritos, embora sejamos constantemente chamados à responsabilidade de servir na construção da Nova Era.  Fortalece-nos, Mestre, a vontade frágil, para que a tentação não nos induza a sucessivas quedas e não nos enredemos no ciclo vicioso das experiências infelizes...  Confiamos em Ti, hoje e para todo o sempre!...
Quando terminei de orar, o silêncio no hospital se fizera ainda maior e, segundo Manoel Roberto, muitos adormeceram espontaneamente, sendo necessário que apenas alguns poucos pacientes fossem medicados.  Até mesmo lá fora, a agitação cessara parcialmente e o ribombar dos trovões provocados pelas formas-pensamento pareciam, agora, ecoar a considerável distância.
De que não é capaz o poder da oração, não é, Inácio?  - comentou o Mentor.
Desculpe-me, mas eu nunca soube orar direito...
Foi a necessidade que me fez orar assim; quando a gente precisa, a gente recorre...  Eu não tenho méritos para que as minhas palavras sejam ouvidas... Sempre fui um homem mais de ação do que de oração.  A Misericórdia Divina é que é mesmo Infinita!...
Inácio – falou-me Modesta -, as suas preces sempre foram muito apreciadas por nós, no Sanatório, pois que eram proferidas com  sinceridade – curtas, é verdade, mas de muito sentimento.
Para ser franco, Modesta, eu me sentia e ainda me sinto envergonhado de orar...  Se, na prece, devemos nos mostrar a Deus, eu tenho medo de que Ele me veja como sou!
Se todos os que dizem crer – não importa a crença -, orassem com verdadeira fé, o mundo seria outro, observou Odilon.  Depois do poder do amor, o poder da oração é a força mais extraordinária do Universo!
Você tem razão – considerei -, pois, se não fosse a oração das mães pelos seus filhos, eu não sei o que haveria de ser da juventude, mormente nos dias atribulados que se vive na Terra!  Uma simples prece pode mais que a energia que se libera numa explosão atômica!  Se o mundo todo entrasse em oração, faria parar a guerra, você não acha, Odilon?
Sem dúvida, Inácio.  O Mahatma Gandhi, pela força da oração, pacificou hindus e muçulmanos; o mesmo poderia acontecer entre israelenses e palestinos, iraquianos e norte-americanos, e assim sucessivamente.  O problema é que, infelizmente, a oração se ritualizou nas principais correntes religiosas.
Orar com convicção equivale a agir!  O pensamento elevado quando se alia ao sentimento de fé, guardadas as devidas proporções, tem algo do Poder de Deus que deflagrou a Criação.  Quem age sem inspirar age equivocadamente.
Mesmo se age bem intencionado?
A boa intenção, por si mesma, já é uma prece, e das mais eficientes.  Oração é uma súplica.
Os que partem para uma guerra oram...
Oram pensando em si; oram ao seu Deus e não ao Deus de todos os homens!...
Oram em vão?
Oração é um conjunto de palavras ou uma fórmula cabalística; oração é um exercício de espiritualidade!  Porque esteja com a Bíblia ou com o Alcorão nas mãos e mostre lágrimas nos olhos, não significa que o homem esteja verdadeiramente orando.
Muitos espíritas estimam orar bonito e extenso; as suas preces são peças de oratória – oram com excelente expressão gramatical e retórica...
Odilon sorriu da minha alfinetada e, delicadamente, corrigiu-me a distorção.
Em termos de oração, a forma, nossa ou dos outros, é o que menos importa; a dos outros, menos ainda do que a nossa...  A qualidade da prece que formulamos nos reflete a condição interior; para orarmos melhor do que temos orado, precisamos provocar mudanças em nosso íntimo.
Dr. Odilon – interrogou Modesta –, é válido afirmar-se que a prece pode nos mudar?
Quando sincera, ela nos predispõe à mudança que devemos tomar a iniciativa de empreender, alterando o comportamento.  Orar de mãos postas na prática do bem – eis o modo mais eficaz de se orar.  Para quem não se empenha em mudar, a prece não passa de uma coleção de palavras enfadonhas, vazias de espírito.
Pelo que depreendo, até quando ora, o homem pode ser hipócrita...
O Mestre nos advertiu: “Guardai-vos dos escribas, que querem andar com roupas talares, e gostam de ser saudados nas praças, e das primeiras cadeiras nas sinagogas, e dos primeiros assentos nos banquetes; que devoram as casas das viúvas, fazendo longas orações.”
E concluiu o instrutor:
Os escribas, Inácio, a que o Senhor se refere somos todos nós!...  O homem é um ser muito superficial.   Vivemos iludindo a própria consciência...
Imaginando que estamos passando Deus para trás...
Diz-nos o salmista: “Descansa no Senhor e espera nele, não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus desígnios.  Deixa a ira, abandona o furor; não te impacientes; certamente isso acabara mal.”
No entanto, não nos compete efetuar qualquer julgamento, mas porque, se temos olhos para a ação, não os temos para a intenção.
A não ser quando se refere ao móvel de nossas ações, em relação aos semelhantes, não é?
E assim mesmo quando não padecemos de qualquer obsessão ou desequilíbrio, que nos anule por completo o discernimento.
O que é uma prova terrível!...
Sim, porque, então, nos transformamos em instrumentos inteiramente passivos, sem consciência do que pretendemos; assemelhamo-nos a um poço de água cristalina que se oferece ao sedento, mas que está envenenada...  Quantos, por exemplo, confundem amor com paixão e cometem verdadeiros desatinos?
Pais que chegam a seviciar os próprios filhos; irmãos maiores que corrompem os menores; amigos que traem a confiança de amigos...  Eu sei bem o que é isso, Odilon; lidamos com muitos casos assim no Sanatório.   Quantos não enlouqueceram porque foram feridos em seus sentimentos?  Quantos não cometeram o suicídio, após terem sofrido abusos sexuais e outros que se entregaram ao alcoolismo, comprometendo-se no vício por tempo indeterminado?  Quantos não se sentiram lesados psicologicamente e, embora tenham deixado o corpo físico, se encontram desnorteados?...
Também é por esse motivo, Inácio, que a Humanidade – que somos nós! – do ponto de vista coletivo tem tanto a expiar; a guerra, parcial e total, não deixa de ser uma espécie de expurgo coletivo das culpas, conscientes ou não, que nos pesam.  Periodicamente, conforme já nos foi dito, a “alma do mundo” clama por sangue, ou seja, o organismo planetário enfermo reclama uma espécie de sangria para restabelecer o equilíbrio... Não há argumento algum – reconheço – que justifique a violência; todavia, seja qual for a sua forma de manifestar-se, ela nada mais é do que o reflexo do que se passa conosco nas Duas Dimensões da Vida.  No fundo, a causa da guerra deixa de ser o petróleo e a ambição do poder: é uma autopunição!...
Em outras palavras, estamos nos impondo o que impomos ao Cristo, não é?  “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados!...”
Do livro:  A escada de Jacó – cap. 15 – psic. De Carlos Bacelli


AINDA A ORAÇÃO
No livro “Entre a Terra e o Céu”, de André Luiz, diz um mentor espiritual:
“Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas.”
E mais adiante: “A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde.  Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida, ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina.   Desejo banais encontram realização próxima na própria esfera em que surgem.  Impulsos de expressão algo mais nobre são amparados pelas almas que se enobreceram.  Ideais e petições de significação profunda na imortalidade remontam às alturas...”
Segundo o mesmo principio, uma situação pode ensejar diferentes tipos de  oração e, conseqüentemente, diferentes respostas do Plano Espiritual.
Se estou doente e peço a Deus o dom da saúde, apenas porque me incomoda a prisão ao leito, minha oração, inspirada em desejo muito  humano, pairará nas proximidades da Terra...
Se desejo a cura porque me preocupa o cuidado que devo dispensar aos familiares, minha oração, exprimindo senso de responsabilidade, atingirá planos mais altos...
Finalmente, se cogito do reequilíbrio orgânico, porque vibra em meu coração o fremente anseio de dedicação ao serviço  do Bem, minha oração, impulsionada por elevados sentimentos de fraternidade, atingirá regiões celestiais...
Qual será melhor atendida?  A última, sem dúvida, mesmo que se considere a questão do merecimento, pois a motivação que a consubstancia constitui o mais legítimo cartão de crédito para  concessões da Espiritualidade.
É comum a oração ser dirigida a um Espírito amigo, parente desencarnado, santo ou líder religioso.  É válida e não ficará sem resposta, observados, naturalmente, o impulso que a moveu e os méritos de quem ora.
No meio espírita costuma-se apelar para Bezerra de Menezes.  Mas como pode ele atender a tantas solicitações e ser visto em vários lugares, ao mesmo tempo?
No livro “Ação e Reação”, André Luiz informa que Espíritos com grandes tarefas junto à Humanidade, como é o caso do Apóstolo da Caridade, nunca trabalham de forma isolada.  Há sempre uma equipe de colaboradores que os representam, agindo em seu nome.
Às vezes é endereçado pedido de ajuda a um familiar desencarnado, mas este não está em condições de atender.  Ficará a oração sem resposta?  Ainda no livro “Entre a Terra e o Céu”, André Luiz refere-se a esse problema, ao contar a experiência da jovem Evelina.
Sua mãe falecera havia alguns anos, o pai casara-se em segundas núpcias.  Entretanto, a situação no lar era muito difícil.   Seu irmãozinho falecera num acidente.  A madrasta julgava-se culpada e entrara em terrível depressão, com perigosa perda de energias.  O pai, desorientado, situava-se às portas do desespero.
Sensível e generosa, Evelina orava todas as noites, dirigindo-se à mãezinha e pedindo-lhe que socorresse a família.  Mal sabia que a genitora desencarnada não se conformava com o novo casamento do marido e, desvairada, obsidiava a intrusa, pretendendo sua morte.
Tão ardentes e sinceras eram a orações da menina que, não encontrando receptividade no conturbado Espírito da genitora, foram bater, por um fenômeno denominado refração, numa instituição de auxílio situada no Plano Espiritual.  E de lá partiu uma expedição socorrista que, com comovedora atuação, levou a tranqüilidade àquele lar em perigo.
Há também orações que, para serem atendidas, não dispensam o concurso de instrumentos humanos.  Uma viúva humilde, mãe de cinco filhos pequenos, sofre uma queda e fratura a perna.  Presa ao leito, implora a ajuda do Céu.  Porque sua vida é dura, e sensível o seu coração, há sempre Espíritos amigos confortando-a, dando-lhe coragem, sustentando-a na luta.
Mas, na presente situação, isso não basta.  Há necessidade de quem a socorra no plano material, porque os benfeitores espirituais não podem lavar a roupa, preparar o alimento, cuidar das crianças...
Vizinhos e amigos dispostos a oferecer alguns minutos de seu dia, em favor daquele lar em dificuldade, estarão investidos da honrosa função de instrumentos da Espiritualidade.
E porque atendem às criaturas, em nome de Deus, jamais serão esquecidos pelas criaturas de Deus.
“Para Viver a Grande Mensagem”  - Richard Simonetti


PRECE
“A oração não suprime, de imediato, os quadros da provação, mas renova-nos o Espírito a fim de que venhamos a sublimá-los ou removê-los”.  (Religião dos Espíritos”- Francisco C. Xavier / Emmanuel)
“A prece é manifestação mais pura do diálogo entre o homem e Deus.”  “Diálogo com as Sombras”- Hermínio de Miranda)
“A prece, é o convite para que a esperança se redize em nós ou diante de nós.  A prece é o instrumento do amor grande e puro de que nos falou o Cristo; é por ela que a caridade nos faz agentes da Divindade.
A prece, nos liga porque, apoiada na fé, contempla a esperança e ajuda-nos na doação do amor.” (Diálogo com as Sombras – Hermínio C. de Miranda)
Os Espíritos hão dito sempre:  “A forma nada vela, o pensamento é tudo.  Ore, pois, cada um segundo suas convicções e da maneira que mais o toque.  Um bom pensamento vale mais que um grande número de palavras com as quais nada tenha o coração.” (E.S.E. cap. XXVIII – item 1 – Allan Kardec)
“A qualidade principal da prece, é ser clara, simples e concisa, sem fraseologia inútil, nem luxo de epítetos, que são meros adornos de lantejoulas.  Deve fazer refletir. Somente sob esta condição pode a prece atingir seu objetivo, de outro modo, não passa de ruído.”  (E.S.E. cap. XXVIII – item 1 – Allan Kardec)


Oração (Chamada Oração da Serenidade)
... Senhor, dá-me coragem para suportar com serenidade o que não pode, nem pode ser modificado...
Dá-me força para modificar o que pode e deve ser modificado...
E dá-me discernimento para distinguir entre uma e outra...
(Para Viver a Grande Mensagem – Richard Simonetti – pág, 128)

“Pela prece humilde, breve, fervorosa, a alma se dilata e dá acesso às irradiações do divino foco...
A prece para ser eficaz, não deve ser uma recitação banal, uma fórmula decorada, mas, antes, uma solicitação do coração, um ato de vontade, que atrai o fluido universal, as vibrações do dinamismo divino...”
O espiritismo é inimigo de fórmulas.
Preces decoradas pelos crentes, tornam-se banais pela repetição, passam a ser simples movimentos de lábios, por serem recitados não elevam mais a alma ao criador.
(Citação de Leon Denis, “No Invisível” - cap. X; retirado de “Sessões Práticas e Doutrinárias” Aurélio A. Valente, pág. 75)

A prece deve ser de preferência improvisada, pois assim sendo prende a nossa atenção; deve ser curta e simples, não é a quantidade de palavras que representa o verdadeiro sentimento do homem.  Deve ser feita em silêncio tanto pessoal quanto ambiental...  (Sessões Práticas e Doutrinárias – Aurélio A Valente – pág. 76)
Pela prece se conhece o estado de pureza da alma.  Ela quando sincera e humilde, estabelece em volta de quem a faz, tão luminosa e santa irradiação, que dificilmente algum espírito inferior se atreve a aproximar-se...  (Sessões Práticas e Doutrinárias – Aurélio A. Valente – pág. 109/110)
Aprendamos a agradecer...  “Em tudo dai graças...”  Paulo
...Nada existe insignificante na estrada que percorremos.  Todas as concessões do PAI CELESTE são preciosas o campo da nossa vida...  (Fonte Viva – Francisco C. Xavier - / Emmanuel – pág 155)
... A prece é o ato de humildade que mais engrandece o espírito!...  Sede homem de FÉ e de ORAÇÃO...
...Pedi e obtereis, exortou-nos o Senhor...
(A Coragem da Fé – Carlos Baccelli / Bezerra de Menezes)


A PRECE
P.:  Em linhas gerais, como podemos definir a prece?
R.:  A prece, é um poderoso auxílio.
Podemos definir a prece, como sendo um momento nosso em sintonia com DEUS, elevando nossos pensamentos, não só para pedir, mas também para agradecer alguma graça obtida em função de nossas obras, pois só tem valor quando fruto de sentimento puro.  É demonstração de FÉ e se fortalece na dependência da nossa  conduta (humildade).
P.:  Que qualidades deve ter a prece?
R.:  Humildade, sinceridade, fé, perdão.
Não é a quantidade de palavras que valoriza a oração, (deve ser feita de coração), mais sim a humildade e a sintonia que fazemos com o alto através da fé.
P.:  Correlacione a transmissão do pensamento com o fluido cósmico universal na ação da prece.
R.:  Transmitindo o pensamento para um ser qualquer na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece entre um e outro, transmitindo assim o pensamento, esse fluido recebe da vontade uma impulsão, é o veículo do pensamento.  (E.S.E. cap. XXVII, item 10)
P.:  Que proveito podem tirar os espíritos sofredores das preces?
R.:  Os espíritos sofredores necessitam muito de preces e são de grande valia, pois fazem com que eles sintam-se mais felizes e lembrados, reanimam-se, incute-lhes desejo de se elevarem pelo arrependimento e pela reparação, assim como desvia-os do mau pensamento podendo diminuir o seu sofrimento.
É através da prece que pode haver a conscientização do obsessor para que se rompa as ligações com o obsediado.  (E.S.E.  cap. XXVII item 8)
P.:  Correlacione a máxima:  “Ajuda-te e o céu te ajudará”, com a eficácia da prece.
R.:  DEUS ajuda aos que ajudam a si mesmos, é na paciência, na resignação, que o homem encontra meios para seus problemas, assim DEUS liga-os aos bons espíritos, deixando-lhe a critério de seu “livre arbítrio”, o mérito de suas ações, se nada fizerem a espera de milagres nada obterão.
P.:  Qual o caráter geral da prece?
R.:  “A prece  é um ato de adoração.  Orar a DEUS é pensar nele; é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele.  As três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer”.  (L.E. pergunta 659)



ORAÇÃO NOSSA

Senhor, ensina-nos:
A orar sem esquecer o trabalho,
A dar sem olhar a quem,
A servir sem perguntar até quando,
A sofrer sem magoar seja quem for,
A progredir sem perder a simplicidade,
A desculpar sem condições,
A marchar para frente sem contar os obstáculos,
A ver sem malícia,
A escutar sem corromper os assuntos,
A falar sem ferir,
A compreender
O próximo sem exigir entendimento,
A respeitar os semelhantes sem reclamar consideração,
A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento,
Senhor fortalece em nós a paciência dos outros para com nossas dificuldades,
Ajuda-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será invariavelmente aquela que os desígnios onde e como queira, hoje, agora e sempre.

Emmanuel



“Sejam quais forem os impedimentos ou provações que te assinalem a vida, asserena o espírito na fé viva e permaneça na tarefa que te foi reservada.”
Francisco Cândido Xavier


O PODER DA FÉ

A fé expressa-se mediante a confiança que o Espírito adquire em torno de algo.  Apresenta-se natural e adquirida.  No primeiro caso, é espontânea, simples, destituída de reflexão ou exigência racional, característica  normal do ser humano.  Na segunda acepção, é conquista do pensamento que elabora razões para estabelecer os seus parâmetros e manifestar-se.  (“É a condição da fé”)
...Torna-se base de comportamentos lógicos e das realizações significativas do pensamento e da experiência humana...  (É a conquista da fé raciocinada”)
A fé procede também de vivências sensatas, quando o espírito passou por experiências que deixou resultados dos métodos utilizados para superar as determinadas situações.  (“A fé que deve ser apoiada na razão e não ser fé cega como dos homens bomba que cegamente não raciocinam sobre os efeitos causados pela irracionalidade da fé”)
A fé, no entanto, deve apoiar-se na razão e lógica, no discernimento que estabelece as diretrizes comportamentais, a fim de que não se expresse de maneira cega, levando ao deletério do absurdo ou à ingenuidade do período infantil.
A fé amadurece  através da conduta que propõe, coroando-se de segurança pelos resultados colhidos.  (“É o bem, o amor, o equilíbrio”)
O homem de fé reconhece o limite das próprias forças e não se aventura em empresas que lhe podem comprometer a resistência, levando a falência moral.  Por isso há um limite.
Face à proposta de que nada é impossível quando se crê, é necessário decodificar o que significa essa crença, a luz da psicologia profunda, para não se tombar no fanatismo perturbador e insensato.  (“É preciso que haja interpretação da fé (raciocinada).
A fé em Jesus, era certeza do próprio poder, da perfeita sintonia com Deus, a Quem recorria sempre que necessário, sabendo por antecipação dos resultados que seriam colhidos.
A fé é a força que se irradia como energia operante e, por isso, consegue remover as montanhas das dificuldades, aplainar as arestas dos conflitos, minar as resistências que se opõem à marcha do progresso.  (“...Se tiveres a fé do tamanho de um grão de mostarda, moverás montanhas”, disse Jesus)  (É o pedido a Deus, o auxílio maior.  A fé remove montanhas)
O ser humano enfrenta os montes das dificuldades que ergue a frente, quando deveria buscar os objetivos mais nobres e engrandecedores.
Só mediante a fé, estruturada na consciência livre de prejuízos de toda natureza, oferece as resistências para enfrentar as montanhas de desafios que lhe impedem o avanço no rumo da harmonia.  (“Não podemos cercear a liberdade, precisamos ser livres dos sentimentos de culpa”)
Mediante a fé lúcida e enriquecedora, a existência se apresenta digna de ser vivida, facultando a aquisição de recursos para todas as situações, ensejando que aquele que a possui enfrente todas as situações com calma e certeza dos resultados felizes que o guardam.  (“A fé consciente ilumina”)
A fé racional nunca excede os limites de sua capacidade nem se  doira de ambição descabida.  É fé firme, mas não é presunçosa, é nobre.
À luz da psicologia profunda, uma fé diminuta, um grão de mostarda que lhe represente a dimensão, tudo consegue e nada será impossível, porque é baseada na razão.  (“Mesmo que seja com dificuldade, na fé consciente consegue-se o almejado.”)
A verdadeira fé é Inabalável!  (“Jesus e o Evangelho” A Luz da Psicologia Profunda – Divaldo Pereira Franco – pág. 165)



Crença religiosa, conjunto de dogmas e doutrinas que constituem um culto; a primeira das virtudes teológicas: adesão e anuência pessoal a Deus.  Firmeza na execução de uma promessa ou compromisso; crença, confiança; testemunho autêntico, escrito, de certos funcionários, que têm força em juízo.  (Mini Aurélio – Dicionário da Língua Portuguesa – Aurélio Buarque de Holanda Ferreira)

Em doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.  (Chico Xavier – O Espírito da Verdade, cap 29)


Fé Raciocinada
A Doutrina da Fé Raciocinada nos ensina não ser possível receber sem dar.  Não é viável a saúde física sem os mais variados cuidados para com o corpo, nem o aprimoramento do espírito sem o esforço bem dirigido.  Fé raciocinada é discernimento constante, que o estudo e o trabalho útil do semelhante facilitam.  (Juvanir Borges – Tempo de Renovação – cap. 31)


Fé sem Obras:
(...) não passa de um cadáver adornado.  (Chico Xavier – Dicionário da Alma)
(...) é uma lâmpada apagada.  (Chico Xavier – Idéias e Ilustrações, cap 24)


Obreiro sem Fé
“... e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras.” – ( Tiago, 2:18)

Em todos os lugares, vemos o obreiro sem fé,  espalhando inquietação e desanimo.
Devota-se a determinado empreendimento de caridade e abandona-o, de início, murmurando:  - Para quê?  o mundo não presta.”
Compromete-se em deveres comuns e, sem qualquer mostra de persistência, se faz demissionário de obrigações edificantes, alegando:  - “Não nasci para o servilismo desonroso.”
Aproxima-se da fé religiosa, para desfrutar-lhe os benefícios, entretanto, logo após, relega-a ao esquecimento, asseverando:  - “Tudo isto é mentira e complicação.”
Se convidado a posição de evidência, repete o velho estribilho:   - “Não mereço!  Sou indigno!...”
Se trazido a testemunhos de humildade, afirma sob manifesta revolta:  - “Quem me ofende assim?”
E transita de situação em situação, entre lamúria e a indisciplina, com largo tempo para sentir-se perseguido e desconsiderado.
Em toda parte, é o trabalhador que não termina o serviço porque se responsabilizou ou o aluno que estuda continuadamente sem jamais aprender a lição.
Não te concentres na fé sem obras, que constitui embriaguez perigosa da alma, todavia, não te consagres à ação, sem fé no Poder Divino e em teu próprio esforço.
O servidor que confia na Lei da Vida reconhece que todos os patrimônios e glórias do Universo pertencem a Deus.  Em  vista disso, passa no mundo, sob a luz do entusiasmo e da ação no bem incessante, completando as pequenas e grandes tarefas que lhe competem, sem enamorar-se de si mesmo na vaidade e sem escravizar-se às criações de que terá sido venturoso instrumento.
Revelemos a nossa fé, através das nossas obras na felicidade comum e o Senhor conferirá à nossa vida o indefinível acréscimo de amor e sabedoria, de beleza e poder.


Fé Inoperante
“Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma.
Tiago, 2: 17)

A fé inoperante é problema credor de melhor atenção, em todos os tempos, a fim de que os discípulos do Evangelho compreendam, com clareza, que o ideal mais nobre, sem trabalho que o materialize, a benefício de todos, será sempre uma soberba paisagem improdutiva.
Que diremos de um motor precioso do qual ninguém se utiliza?  De uma fonte que não se movimenta para fertilizar o campo?  De uma luz que não irradie?
Confiaremos com segurança em determinada semente, todavia, se não a plantarmos, em que redundará a nossa expectativa, senão em simples inutilidade?  Sustentaremos absoluta esperança nas obras que a tora de madeira nos fornecerá, mas se não nos dispormos a usar o serrote e a plaina, certo a matéria-prima repousará, indefinidamente, a caminho da desintegração.
A crença religiosa é o meio.
O apostolado é o fim.
A celeste confiança ilumina a inteligência para que a ação benéfica se estenda, improvisando, por toda parte, bênçãos de paz e alegria, engrandecimento e sublimação.
Quem puder receber uma gota de revelação espiritual, no imo do ser, demonstrando o amadurecimento preciso para a vida superior, procure, de imediato, o posto de serviço que lhe compete, em favor do progresso comum.
A fé , na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.
Guardar, pois, o êxtase religioso no coração, sem qualquer atividade nas obras de desenvolvimento da sabedoria e do amor, consubstanciados no serviço da caridade e da educação, será conservar na terra viva do sentimento um ídolo morto, sepultado entre as flores inúteis das promessas brilhantes.
(Fonte Viva – Francisco Cândido Xavier / Emmanuel – 26 / 34)


Força na Fé
A fé religiosa, assentada nas sólidas bases da razão, constitui equipamento de segurança para a travessia feliz da existência corporal.
Luz acesa na sombra, aponta o rumo no processo humano para a conquista dos valores eternos.
O homem sem fé é semelhante a barco sem bússola em oceano imenso.
Quando bruxuleia a fé, e se apaga por falta de combustível que a razão proporciona, ei-lo a padecer a rude provação de ter que seguir em plena escuridão, sem apoio nem discernimento.
A fé pode ser comparada a uma nova lâmpada acesa colocada nos pés, clareando o caminho.
Sustenta a tua fé com a lógica do raciocínio claro.
Concede-lhe tempo mental, aprofundando reflexões em torno da vida e da sua superior finalidade.
Exercita-a, mediante a irrestrita confiança em Deus e na incondicional ação do bem.
A fé é campo para experiências transcendentes, que dilatam a capacidade espiritual do ser.
Com o dinamismo que a fé propicia, cresce nas tuas aspirações, impulsionando a vontade na diretriz da edificação de ti mesmo, superando impedimentos e revestindo-te de coragem com que triunfarás nos tentames da evolução.
Conforme a intensidade da tua fé, agirás, fazendo da tua vida aquilo em que realmente acreditas.
Joanna de Angelis
Divaldo P. Franco – Episódios Diários



(...) confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinado fim.  (...)   (E.S.E., cap 19, it.3)

Do ponto de vista religioso, a fé consiste na crença em dogmas especiais, que  constituem as diferentes religiões.  Todas elas têm seus artigos de fé.  Sob esse aspecto, pode a fé ser raciocinada ou cega.  Nada examinando, a fé cega aceita, sem verificação, assim o verdadeiro como o falso, e a cada passo se choca com a evidência e a razão.  Levada ao excesso, produz o fanatismo.  Em assentando no erro, cedo ou tarde desmorona; somente a fé que se baseia na verdade garante o futuro, porque nada tem a temer do progresso das luzes, dado que o que é verdadeiro na obscuridade, também o é a luz meridiana.  (...)  (E.S.E., cap 16, item 6)
(…)  Fé inabalável só é a que pode encarar de frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.  (E.S.E., cap 19, it 7, p. 303)
Inspiração divina, a fé desperta todos os instintos nobres que encaminham o homem para o bem.  É a base da regeneração.  (...)  (E.S.E., cap. 19, it 11)
No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu intimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.  (E.S.E., cap 19, it 12)

{Fé} no sentido comum, corresponde à confiança em si mesmo.  (...)
Dá-se, igualmente, o nome de fé à crença nos dogmas desta ou daquela religião, caso em que recebe adjetivação específica: fé judaica, fé budista, fé católica e etc.
Existe por fim, uma fé pura, benefício sectária, que se traduz por uma segurança absoluta no Amor, na Justiça e na Misericórdia de Deus.  – Rodolfo Calligaris  (Esp. Cristão, cap 11, p. 38 e 39)
A futura fé que já emerge dentre as sombras não será, nem católica, nem protestante; será a crença universal das almas, a que reina em toda as sociedades adiantadas do espaço, e mediante a qual cessará o antagonismo que separa a ciência atual da religião.  Porque com ela a ciência tornar-se-á religiosa e a religião se há de tornar científica.  (Leon Dennis – Cristianismo, Introd.)
A fé é a confiança da criatura em seus destinos, é o sentimento que eleva à infinita Potestade, é a certeza de estar no caminho que vai ter à verdade.  A fé cega é como o farol cujo vermelho clarão não pode traspassar o nevoeiro; a fé esclarecida é foco elétrico que ilumina com brilhante luz a estrada a percorrer.  (Leon Denis – Depois da Morte, P.S, cap 44)
A fé é uma necessidade espiritual da qual; não pode o espírito humano prescindir.
(...)  Alimento sutil, a fé é o tesouro de inapreciado valor que caracteriza os homens nobres a serviço da coletividade.  (Divaldo – Lampadário Espírita, cap 3)
Nesse labor, a fé religiosa exerce sobre ele (o Espírito) uma preponderância que lhe define os rumos existenciais, lâmpada acesa que brilha à frente, apontando os rumos infinitos que lhe cumpre (ao Espírito) percorrer.  (...)
Respeitável, portanto, toda expressão de fé dignificadora em qualquer campo do  comportamento humano.  No que tange ao espiritual, o apoio religioso à Vida Futura, à justiça de Deus, ao amor indiscriminado e atuante, à renovação moral para melhor, é de relevante importância para a felicidade do homem.   (Divaldo – Loucura e Obsessão, cap. 25)
O melhor tônico para a alma, nas suas múltiplas e complexas atividades afetivas e mentais, é a fé;  não a fé passiva, automática, dogmática, mas a fé ativa, refletida, intelectualizada, radicada no coração, mas florescendo em nossa inteligência, em face de uma consciência esclarecida e independente.  (...)  (Antonio Freire – Ciência e Espiritismo, Carta a um Materialista)
Essa luz, de inextinguível fulgor, é a fé, a certeza na imortalidade da alma, e a presunção, ou a certeza dos meios que a Humanidade tem de que servir-se, para conseguir, na sua situação futura mais apetecível e melhor lugar.  (Fernando de Lacerda – Dom País da Luz, v. 2, cap 23)
(...)  A fé é o remédio seguro do sofrimento; mostra sempre os horizontes do Infinito diante dos quais se esvaem os poucos dias brumosos do presente.  (...)  (E.S.E., cap 5, it 19, p. 112)
(…)  é a garantia do que se espera; a prova das realidades invisíveis.  Pela fé, sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de maneira que o que se vê resultasse daquilo que não se vê.  (Hermínio Miranda – Diálogo com as Sombras, cap 2)
A fé é, pois, o caminho da justificação, ou seja, da salvação. (...)  (Hermínio Miranda – As Marcas do Cristo, v.1, cap 5)
A fé é divina claridade da certeza.  (Martins Peralva – Mediunidade e Evolução, cap 16)
A fé é alimento espiritual que, fortalecendo a alma, põe-na em condições de suportar os embates da existência, de modo a superá-los convenientemente.
A fé é mãe extremosa da prece.  (Martins Peralva – O Pensamento de Emmanuel, cap 35)
A fé e a esperança não são flores destinadas a enfeitar, com exclusividade, os altares do triunfo, senão também poderosas alavancas para o nosso reerguimento, quando se faz preciso abandonar os vales de sombra, para nova escalada aos píncaros da luz.  (Hernani Santana – Correio entre Dois Mundos, Ainda Assim)
Razão, pois, tinha Jesus para dizer:  “Tua fé te salvou”.   Compreende-se que a fé que ele se referia não é uma virtude mística, qual se entendem muitas pessoas, mas uma verdadeira força atrativa, de sorte que aquele que não a possui opõe à corrente fluídica uma força repulsiva, ou, pelo menos, uma força de inércia, que paralisa a ação.  (Hernani Santana – Notações de um Aprendiz, cap. 5)
Mas a fé traduz também o poder que supera nossas próprias forças físicas e mentais, exteriores e interiores, poder que nos envolve e transforma de maneira extraordinária, fazendo-nos render a ele.  A fé em Deus, no Cristo e nas forças espirituais que dEles emanam pode conduzir-nos a uma condição interior, a um estado de espírito capaz de superar a tudo, a todos os obstáculos, sofrimentos e aparentes impossibilidades.  (Juvanir Borges – Tempo de Renovação, cap. 14)
A “fé no futuro”, a que se referem os Instrutores Espirituais da Terceira Revelação, deixa de ser apenas esperança vaga para se tornar certeza plena adquirida pelo conhecimento das realidades eternas.  (...)  (Juvanir Borges – Tempo de Transição, cap. 28)
A fé significa um prêmio da experiência.  (Waldo Vieira –Conduta Espírita, cap. 13)
Quem não entende não crê, embora aceite como verdade este ou aquele princípio, esta ou aquela doutrina.  A fé é filha da convicção.  (Vinícios – Nas Pegadas do Mestre – Res, non verba, cap. 269)
Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade.  (Chico Xavier – O Consolador, cap. 4, q. 354)


Curiosidade é caminho,
Mas a fé que permanece
É construção luminosa
Que só  o trabalho oferece.
(Chico Xavier – Correio Fraterno, cap 44)

(...)  A fé está entre o trabalho e a oração.  Trabalhar é orar.  (Chico Xavier – Dicionário da Alma)
(...) é emanação divina que o espírito auxilia e absorve.  (Chico Xavier – Dicionário da Alma)
A fé é a caridade imaterial, porque a caridade que se concretiza é sempre um raio mirítico projetado pela fé.  (Chico Xavier – Dicionário da Alma)
A fé continuará como patrimônio dos corações que foram tocados pela graça do sofrimento.  Tesouro da imortalidade, seria o ideal da felicidade humana, se todos os homens a conquistassem ainda mesmo quando nos desertos mais tristes da terra.  (Chico Xavier – Dicionário da Alma)
A fé não desabrocha no mundo, é dádiva de Deus aos que a buscam.  Simboliza a união da alma com o que é divino, a aliança do coração com a divindade do Senhor.  (Chico Xavier – Dicionário da Alma)
A fé, na essência, é aquele embrião de mostarda do ensinamento de Jesus que, em pleno crescimento, através da elevação pelo trabalho incessante, se converte no Reino Divino, onde a alma do crente passa a viver.  (Chico Xavier – Fonte Viva, cap. 39, pág 94)
Fé representa visão – Visão é conhecimento e capacidade de auxiliar.  (Chico Xavier – Fonte Viva, cap. 69)
A fé sincera é ginástica do Espírito.  Quem não a exercitar de algum modo, na Terra, preferindo deliberadamente a negação injustificável, encontrar-se-á mais tarde sem movimento.  (...)   (Chico Xavier – Os Mensageiros, cap. 22)
(...)  A fé representa a força que sustenta o espírito na vanguarda do combate pela vitória da luz divina e do amor universal.  (...)  (Chico Xavier – No Mundo Maior, cap. 9, p. 137)


A fé é a força potente
Que desponta na alma crente,
Elevando-a aos altos Céus:
Ela  é a chama abrasadora,
Reluzente, redentora,
Que nos eleva até Deus.  (...)
A fé é um clarão divino,
Refulgente, peregrino,
Que irrompe, trazendo a luz.  (...)
(Chico Xavier – Parnaso de Além Túmulo, Supremacia da Caridade)

É a força que nasce com a própria alma, certeza instintiva na Sabedoria de Deus que é a sabedoria da própria vida.  Palpita em todos os seres, vibra em todas as coisas.  (...)  (Chico Xavier – Fonte Viva – Pensamento e Vida, cap. 6)

A fé é o guia sublime que, desde agora, nos faz pressentir a glória do grande futuro, com a nossa união vitoriosa para o trabalho de sempre.   (Chico Xavier – Fonte viva – Relicário de Luz, - Em plena renovação)

A sublime virtude é construção do mundo interior, em cujo desdobramento cada aprendiz funciona como orientador, engenheiro e operário de si mesmo.  (Chico Xavier – Fonte Viva – Vinha de Luz, cap. 40)
(ou) a fé representa escudo bastante forte para conservar o coração imune das trevas.  (Chico Xavier – Fonte Viva – Vinha de Luz, cap. 141)

“Disse-vos, não há muito, meus caros filhos, que a caridade, sem fé, não basta para manter entre os homens uma ordem social capaz de os tornar felizes.  Pudera ter dito que a caridade é impossível sem a fé.  (E.S.E. – cap. XI – item 13)”





A fé e o amor são os dois grandes instrumentos de trabalho de um doutrinador, numa sessão prática
Como dizia Paulo:  “A fé, é a garantia do que se espera, a prova das realidades invisíveis”...  (Diálogo com as Sombras – Hermínio Miranda – pág 240)

“... A fé, que não ajuda, não instrui e nem consola, não passa de escura vaidade do coração.  (Jesus no Lar – Chico Xavier / Neio Lúcio)”

... Quando o espírita tem fé, mas fé sentida, quando o espírita tem amor, mas amor esclarecido, quando  o espírita tem caridade, mas a caridade provada, vai, sem cogitações estranhas, ao encontro dos que sofrem e, a exemplo do Mestre e dos Apóstolos, expele os demônios, dá vista aos cegos e faz andar os paralíticos”...  (“A Prece Segundo o Evangelho – pág 34)”

...“Em Paulo, a fé era o suporte das realidades que o conhecimento ainda não atingira;  em Kardec, é a fé certeza, daquilo que o conhecimento, afinal alcançado, confirmou no coração do homem.”
Para o Cristo, a fé do tamanho de uma semente de mostarda bastaria para remover montanhas.  Para Ele, é a fé que cura o servo doente do romano pagão e estanca a hemorragia da mulher que O tocou.   É a ausência de fé que Ele censura docemente nos discípulos que temeram a tempestade e a morte.
Pela fé, sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus de maneira que o que se vê resultasse daquilo que não se vê”.   (Texto citado da Bíblia de Jerusalém)  - (Diálogo com as Sombras – pág 70 e 71 – Hermínio Miranda)

... quando o preto velho deixou-se perceber cantando, ensinando-nos a lição preciosa da fé e da paciência e da certeza de que, quando achamos que Deus está tardando, Ele já se adiantou – nós é que não percebemos as respostas que Ele nos envia através da vida...  (Sabedoria de Preto Velho – Robson Pinheiro)”

... Deus permite que espíritos nos excitem o mal?
Os espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a pôr em prova a fé e a constância dos homens na prática do bem.  (L.E., q. 466 –  Allan Kardec)”

“A felicidade terrestre é relativa à posicao de cada um.  O que basta para a felicidade de um, constitui a desgraça de outro.  Haverá, contudo, alguma soma de felicidade comum a todos os homens?
“Com relação à vida material, é a posse do necessário com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.” (L.E. Q. 922 – Allan Kardec)”
...“Todos vós homens de fé e de boa vontade, trabalhai, portanto com ânimo e zelo na grande obra da regeneração, que colhereis pelo cêntuplo o grão que  houverdes semeado.  Ai dos que fecham os olhos à luz...”  (L.E. Q. 1 a 19- Allan Kardec)


A Fé Humana e a Fé Divina

Mensagem do espírito que se identificou como “Espírito Protetor”

“No homem, a fé é o sentimento inato de seus destinos futuros; é a consciência que ele tem das faculdades imensas depositadas em gérmen no seu íntimo, a princípio em estado latente, e que lhe cumpre fazer que desabrochem e cresçam pela ação da sua vontade.”
Nessa passagem / comentário, ele começa mostrando a nossa realidade de espíritos em desenvolvimento, nosso real objetivo que é a evolução e colocando a fé como um sentimento intimamente ligado à natureza espiritual que temos.
Revisando as passagens da vida de Jesus, na parábola da Figueira que secou, Jesus diz em Mateus 21: 21-23:
“Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes:  Ergue-te, e precipita-te no mar, assim será feito; e tudo o que pedirdes na oração, crendo, o  recebereis.”
Sabemos que na ocasião, Jesus usou de um pulso magnético, desprendido de si mesmo através de sua vontade, que desorganizou as células da figueira que posteriormente veio a secar.  O Espírito Protetor, em sua mensagem, fala que “(...) o Cristo, que operou milagres materiais, mostrou, por esses milagres mesmos, o que pode o homem, quando tem fé, isto é, a vontade de querer e a certeza de que essa vontade pode obter satisfação.  Também os apóstolos não operaram milagres, seguindo-lhes o exemplo?”
Ora, que eram esses milagres, senão efeitos naturais, cujas causas os homens de então desconheciam, mas que, hoje, em grande parte se explicam e que pelo estudo do Espiritismo e do Magnetismo se tornarão completamente compreensíveis?” Falta-nos então fazer brotar, desenvolver os conhecimentos que dispomos para que tenhamos as condições de realizar bons resultados usando nossa própria energia e com a  ajuda dos bons Espíritos.”
É realmente inimaginável o conhecimento de Jesus que já nos traz as bases da Neurolinguística, quando fala que precisamos só de fé para movimentar nossa vontade.
A Programação Neurolinguística (PNL) nos fala que alterando o nosso sistema de crença, modificamos a nossa representação interna e fisiológica; mudando isso, mudamos o nosso estado psicológico, mudando o estado psicológico, mudamos o comportamento.
A Programação Neurolinguística ensina técnicas que nos possibilitam comandar nossos sentimentos e comportamento em tempo real!  Isto é, a Reforma Íntima, uma das bandeiras do Espiritismo, que se tornou mais fácil e possível, usando-se essas famosas técnicas.
Mas Jesus veio à frente...  Ele nos informa que usando de nossa fé, nossa vontade firme, mudamos até montanha do lugar!  Com antecedência Nosso Mestre querido já nos dizia ser possível mudar a crença, a representação interna, o estado e o comportamento:  “A fé é humana ou divina, conforme o  homem aplica suas faculdades à satisfação das necessidades terrenas ou das suas aspirações celestiais e futuras.”  “O Magnetismo é uma das maiores provas do poder da fé posta em ação.  É pela fé que ele cura e produz esses fenômenos singulares, qualificados outrora de milagres.”
E o Espiritismo termina sua massagem reiterando:  “Repito:  a fé é humana e divina.  Se todos os encarnados se achassem bem persuadidos da força que em si trazem, e se quisesses pôr a vontade a serviço dessa força, seriam capazes de realizar o que, até hoje, eles chamaram de prodígios e que, no entanto, não passa de um desenvolvimento das faculdades humanas.  Um Espírito Protetor.  (Paris, 1863)”
Portanto, irmãos, se somos um ser triplo, com nossa  natureza espiritual, corpo semimaterial (perispírito) e a nossa natureza carnal, a fé também pode ser de origem humana e divina.



PERGUNTAS E RESPOSTAS:

P.:  No ensinamento, a fé está relacionada à força de vontade, certo?  Podemos dizer, então, que quem não tem fé, não tem vontade?
R.:  Uma coisa está atrelada à outra, no entanto, a fé, conforme nos instruiu o espírito, refere-se a um estado de consciência mais elevado, onde lúcido, o ser atua nas forças do Universo.
P.:  Poderiam os prodígios da fé ser usados com propósitos negativos e inferiores?
R.:  As leis de Deus são perfeitas e sábias.  Através da moralização é que o Espírito alcança níveis maiores de sabedoria.  Portanto, essas ações teriam seu limite imposto por essas leis.  No caso, sendo o espírito sábio, só atuaria objetivando o bem.
P.:  Sendo assim, não seria possível realizar tais prodígios, usando faculdades da mente, (novamente com propósitos inferiores)?
R.:  Apenas para atender aos propósitos  evolutivos, obedecendo à Lei do Progresso.
P.:  Se a fé faz parte da nossa essência espiritual, porque muitos parecem não ter?
R.:  Esses encontram-se turvados pelos processos de culpa que perpetraram contra si mesmo.  Suas mentes vivem presas aos acontecimentos de suas próprias transgressões às leis.  A consciência, como asseverou Jesus, só o libera até pagar o último ceitil, ou seja, quando obedecer à lei maior, realizando o auto-perdão.
P.:  Percebe-se que mesmo espíritos elevados podem ter sua fé enfraquecida por algo, por quê?
R.:  Elevados, não significa perfeitos.  Somos todos passíveis às influências e às nossas viciações multimilenares.  Eis porque às vezes mesmo um espírito mais elevado, pode se equivocar.
P.:  Ter fé é acreditar em alguma coisa que apesar de desconhecermos, é afirmada por outras pessoas como real?
R.:  Não.  Isso seria acreditar cegamente.   Ter fé, na instrução dos espíritos, é ter lucidez quanto às ações a serem realizadas.  Jesus, nosso guia e modelo mostrou através de seu exemplo, como viver com fé, com confiança nas leis divinas.
P.:  Ter fé é acreditar em alguma coisa que apesar de desconhecermos é afirmada por Jesus e pelos espíritos, de acordo com o suposto registro do que eles disseram em suas obras?
R.:  Ainda assim não.  Devemos ter lucidez para que a fé seja efetiva  (fé raciocinada).  Sem a compreensão, não há auto-conhecimento e desta forma não há ação consciente.  O livro dos Espíritos, Santo Agostinho, nos dá ótimo roteiro para atingir a lucidez.  (Q. 919, L.E.)
(“Estudo Espírita promovido pelo C.E. Leon Denis em 11/09/2004)  Sites:  www.ircespiritismo.org.br  / www.celd.org.br


SE TENS FÉ

Em Doutrina Espírita, fé representa dever de raciocinar com responsabilidade de viver.
Desse modo, não te restrinjas à confiança inerte, porque a existência em toda parte nos honra, a cada um, com a obrigação de servir.
Se tens fé, não permitirás que os eventos humanos te desmantelem a fortaleza do coração.
Transitarás no mundo, sabendo que o Divino Equilíbrio permanece vigilante e, mesmo que os homens transformem o lar terrestre em campo de lodo e sangue, não ignoras que a Infinita Bondade converterá um e outro em solo adubado para que a vida floresça e prossiga em triunfo.
Se tens fé não registrarás os golpes da incompreensão alheia, porquanto identificarás a ignorância por miséria extrema do espírito e educarás generosamente a boca que injuria e a mão que apedreja.
Ainda que os mais amados te releguem à solidão, avançarás para a frente, entendendo e ajudando, na certeza de que o trabalho te envolverá o sentimento em nova luz de esperança e consolação.
Se tens fé, não te limitarás a dizê-la simplesmente, qual se a oração sem as boas obras te outorgassem direitos e privilégios inadmissíveis na Justiça de Deus, mas, sim, caminharás realizando a vontade do Criador, que é sempre o bem pra todas as criaturas.
Se tens fé, sustentarás, sobretudo o esforço diário do próprio burilamento, através das pequeninas e difíceis vitórias sobre a natureza inferior, como sendo o mais alto serviço que podes prestar aos outros, de vez que, aperfeiçoando a nós mesmos, estaremos habilitando a consciência para refletir, com segurança, o amor e a sabedoria da Lei.
Emmanuel


SE VOCÊ QUISER

Diz você que o mundo é um amontoado de males infinitos; entretanto, se você quiser o bem na própria alma, respirará, desde agora, na faixa do mundo melhor que surgirá em si mesmo.
Diz você que a casa onde reside é uma forja de sofrimento pela incompreensão dos familiares que lhe ignoram os ideais; contudo, se você quiser servir com paciência e bondade, ajudando a cada um sem reclamar retribuição, embora pouco a pouco, passarão todos eles a conhecer-lhe os princípios, através de seus atos, convertendo-se-lhe o lar em ninho de bênçãos.
Diz você que a ingratidão mora em seu campo  de trabalho, transfigurando-o em lugar de suplício, mas se você quiser consagrar-se ao próprio dever, com humildade e tolerância, observará que o seu exemplo granjeará o respeito e o carinho de outros, transformando-se-lhe a tarefa em manancial de alegria.
Diz você haver perdido a fé, ante aqueles que ensinam a virtude sem pratica-la; no entanto, se você quiser, cumprirá com tanto devotamento as próprias obrigações, que a fé lhe brilhará no coração, por fonte de júbilo intransferível.
Diz você que não dispõe de recursos para ajudar ao companheiro em luta maior, mas se você quiser repousar menos alguns minutos, em seus lazeres de cada dia, poderá converter algumas horas, cada semana, em auxílio ou consolação para os semelhantes, conquistando a simpatia e o concurso de muita gente.
Não se queixe em circunstância alguma.
Lembre-se de que a vida e o tempo são concessões de Deus diretamente a você, e, acima de qualquer angústia ou provação, a vida e o tempo responderão a você com a bênção da luz ou com a experiência da sombra, como você quiser.
André Luiz.

“O Espírito da Verdade” – Autores Diversos – Chico Xavier)




BIBLIOGRAFIA
A Coragem da Fé – Bacelli, Carlos
A Prece segundo o Evangelho – Kardec, Allan
Ciência e Espiritismo – Freire, Antonio
Conduta Espírita – Vieira, Waldo
Correio entre Dois Mundos – Santa'Anna, Hernani
Correio Fraterno – Xavier, Francisco Cândido
Cristianismo e Espiritismo – Denis, Léon
Depois da Morte – Denis, Léon
Diálogo com as Sombras – Miranda, Hermínio C.
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa – Hollanda, Aurélio Buarque
Dicionário da Alma – Xavier, Francisco Cândido
Dicionário de Filosofia Espírita – Palhano Jr.
Dom País da Luz – Lacerda, Fernando de
Episódios Diários – Franco, Divaldo Pereira
Escada de Jacó – Bacelli, Carlos
Espiritismo Cristão – Calligaris, Rodolfo
Estudando a Mediunidade – Peralva, Martins
Estudo Espírita do C. E. Leon Denis feito em 11/09/2004
Evangelho Segundo o Espiritismo – Kardec, Allan
Fonte Viva – Xavier, Francisco Cândido
Jesus e o Evangelho à Luz da Psicologia Profunda – Franco, Divaldo Pereira
Jesus no Lar – Xavier, Francisco Cândido
Lampadário Espírita – Franco, Divaldo Pereira
Lições de Vida – Bacelli, Carlos
Livro dos Espíritos – Kardec, Allan
Loucura e Obsessão – Franco, Divaldo Pereira
Marcas do Cristo – Miranda, Hermínio C.
Mediunidade e Evolução – Peralva, Martins
Mensagem de Saúde Espiritual – Xavier, Francisco Cândido
Momentos Enriquecedores – Franco, Divaldo Pereira
Nas Pegadas do Mestre – Vinicius
No Mundo Maior – Xavier, Francisco Cândido / André Luiz
Nosso Lar – Xavier, Francisco Cândido
Notações de um Aprendiz – Santa'Anna, Hernani
O Consolador – Xavier, Francisco Cândido
O Espiritismo de A a Z - FEB
O Espírito da Verdade – Xavier, Francisco Cândido / Vieira, Waldo
O Pensamento de Emmanuel – Peralva, Martins
Os Mensageiros – Xavier, Francisco Cândido / André Luiz
Para Viver a Grande Mensagem – Simonetti, Richard
Parnaso Além Túmulo – Xavier, Francisco Cândido
Sabedoria de Preto Velho – Pinheiro, Robson
Religião dos Espíritos – Xavier, Francisco Cândido
Reformador – Dezembro 2004
Sessões Práticas e Doutrinárias – Valente, Aurélio A.
Tempo de Renovação – Borges, Juvanir
Tempo de Transição – Borges, Juvanir
Vinha de Luz – Xavier, Francisco Cândido

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