Estudando o Espiritismo

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domingo, 3 de março de 2013

transexual fala do pai : toninho cerezo e o comentário espirita


transexual fala do pai : toninho cerezo e o comentário espirita

Lea T: "Nunca tive namorada nem namorado"
Lea T: "Nunca tive namorada nem namorado"


Transexual também fala sobre relação com o pai, Toninho Cerezo: "Ele diz que vou ser sempre o negrinho dele"

QUEM Online

Filha do ex-jogador Toninho Cerezo, a modelo transexual Lea T falou em entrevista a "Veja" desta quarta-feira (4) sobre como está se preparando para a cirurgia de mudança de sexo que pretende realizar em março.

"Mesmo com a cirurgia, eu nunca vou ser mulher. E também não serei homem. Eu vou ser sempre o do meio", comentou a modelo, cujo nome oficial é Leandro Medeiros Cerezo.

Lea também falou sobre o sentimento de inadequação que o acompanha desde a adolescência.

"Eu não tinha namorada, nem namorado. Aliás, nunca tive nem um nem outro. O sexo para mim era nulo", explicou a modelo, que só iniciou a vida sexual após os 20 anos e afirma não ter gostado.

"Foi rápido, desconfortável. Eu tinha e ainda tenho muita vergonha do meu corpo", disse.

A jovem, que no fim do mês desfilará na SPFW para o estilista Alexandre Herchcovitch, também desmentiu os rumores de que o pai a tivesse renegado. "Meu pai disse que eu vou ser sempre o negrinho dele. Que me ama se eu for homem, mulher ou cachorro. Minha mãe é muito religiosa. Ela não aceita, mas diz que não vai me abandonar", conclui.

Matéria publicada na Revista Quem, em 4 de janeiro de 2011.


Darlene Polimene Caires* comenta

Discorrer sobre esse assunto é bastante delicado, não porque esbarramos no preconceito, pois sabemos que todo “pré-conceito” gera um “pré-juízo”, mas porque batemos de frente com uma lei muito simples que é o fim último de todo ser humano: ser feliz! “A destinação do ser humano é ser feliz, pois todos fomos criados para desfrutar a felicidade como efetivo patrimônio e direito natural” (Hammed, Renovando Atitudes, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto.)

Sabemos que a felicidade plena não é deste mundo, pois estamos vivendo agora num mundo de transição. De provas e expiações, tornar-se-á um mundo de regeneração. Mundo esse onde não caberá mais a violência, a maldade e estaremos um degrau mais perto dessa felicidade tão idealizada.

E ser feliz tem como alma gêmea outra lei também simples: o livre-arbítrio. “Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos? Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina.” (Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos, questão 843.)

O livre-arbítrio é uma das coisas mais difíceis para o ser humano vivenciar, quer o seu próprio livre-arbítrio, quer respeitar o do outro. Quando consigo, perde-se muitas vezes na conceituação entre liberdade e libertinagem, seguindo a corrente, massificando-se. No tempo em que vivemos, uma sociedade tecnologicamente avançada, mas moralmente a desejar, o individualismo surge como uma forma de auto preservação, tornando-nos solitários e amargos. A competição, muitas vezes desleal, não só afasta as pessoas, reforçando a solidão, como também cria um ciclo de desconfiança, descrença, de amargura. E nessa confusão em que nos encontramos as escolhas tornam-se imediatistas, materialistas e infelizes. Estamos vivendo uma época em que se cultua o hedonismo na grande maioria das culturas. A felicidade está atrelada a bens de consumo, status, poder.

E quando um certo indivíduo manifesta gostos e tendências diferentes daquelas que elegemos como politicamente corretas ou comodamente egoístas, a exclusão, a desqualificação, a humilhação tornam-se alternativas aceitas em larga escala. Quem não coaduna com os objetivos da “tribo” é banido, como se possuísse uma doença contagiosa.

A aceitação ao diferente, a compaixão, o estender a mão em auxílio para minimizar a dor da diferença, é geralmente muito difícil de praticar até mesmo para as comunidades religiosas. Frases como "Amar o próximo como a ti mesmo", "Não são os sãos que precisam de médico", "Como é que vedes um argueiro no olho do vosso irmão, quando não vedes uma trave no vosso olho?" e tantas outras proferidas por Jesus, nosso amado mestre, que não só nos aceitou e nos amou incondicionalmente, como desceu até nós tornando-se como um de nós, para nos ensinar que a lei de amor não só é possível, como é o único caminho para se chegar ao Pai, servem de jargão somente para o outro.

Há que se fazer um grande esforço para começarmos um processo de inclusão. Para isso, teremos que rever valores tais como a tolerância, compaixão, empatia, amor, como também valorizar a essência em detrimento da aparência e não o inverso, como está posto.

De acordo com o Espiritismo, o espírito não tem sexo. Ele possui a potencialidade para ambos os sexos. E também nos diz que somos espíritos milenares.

Divaldo Pereira Franco, em entrevista, nos fala que o espírito ora encarna como homem, ora como mulher, dependendo da necessidade do resgate, expiação ou ainda missão. Que ele pode encarnar-se repetidas vezes ou somente como homem ou como mulher. Que pode, ao reencarnar, trazer traços psicológicos do sexo anterior, como também devido a vários abusos de poder e do sexo desregrado há a necessidade de retornar no sexo oposto para aprender o respeito ao aparelho genésico. E continua: “O indivíduo tem o direito de exercer sua sexualidade conforme lhe aprouver. Mas, naturalmente, quando o indivíduo procura sublimar as suas aspirações sexuais e canalizá-las dentro dos padrões éticos e morais estabelecidos no Evangelho, isto lhe dará muito mais plenitude. O sexo é um instrumento de prazer, mas sua proposta inicial é de perpetuar a espécie. Quando o sexo experimenta modificações, transtornos e imposições, não plenifica como é natural porque a permuta de hormônios não se faz conforme deveria. Então, o Espiritismo considera como uma oportunidade do indivíduo compreender as leis da vida e encontrar sua própria felicidade. Prostituir-se nunca, nem na homossexualidade, nem na heterossexualidade, nem na assexualidade e muito menos na bissexualidade”.

Hammed, espírito, nos diz: “As estradas que nos levam à felicidade fazem parte de um método gradual de crescimento íntimo cuja prática só pode ser exercitada pausadamente, pois a verdadeira fórmula da felicidade é a realização de um constante trabalho interior”. (Renovando Atitudes, psicografado por Francisco do Espírito Santo Neto).

Logo, erraremos, nos equivocaremos, tomaremos caminhos contrários ao do nosso crescimento, faremos sofrer e sofreremos muitas vezes, porque é corrigindo o erro, o equívoco, retomando nosso caminho, descobrindo formas de fazer e ser felizes é que realmente estaremos crescendo, evoluindo. E mais que tudo, precisamos aprender a respeitar as escolhas, mesmo equivocadas das pessoas. Não nos foi dado o exercício nem o direito ao julgamento de ninguém, muito pelo contrário, a Lei de Amor nos pede compaixão: “Amar o próximo como a nós mesmos”.

“Finalizando, precisamos sempre nos informar antes de falarmos o que não sabemos, e muito menos aquilo que não devemos. Quando o assunto é estudo do exercício da sexualidade humana, a coisa se complica um pouco mais. Ainda para aqueles que se perguntam, desde o início do texto, o que um texto como esse tem a ver com a AMEMS** e ao Espiritismo, termino colocando que este tema é sim de grande interesse ao estudo do comportamento, da ciência que o engloba e da Doutrina Espírita, que engloba a todos. Discutir sobre sexo é discutir se um indivíduo é macho ou fêmea. Discutir sexo dos espíritos é discutir se um determinado indivíduo irá encarnar com corpo macho ou fêmea. Discutir sexualidade humana é discutir comportamento sexual daqueles indivíduos que habitam determinados corpos - obviamente dentro da visão espírita - e que já vêm com muitas histórias que nos fazem retornar a futuras encarnações, complicadas por questões ligadas a mau uso do poder e sexo. Portanto, entender até que ponto nossas atitudes e pensamentos sexuais são decorrentes de nossa vida atual, de nosso corpo atual, de vidas passadas, de nossa alma, de nosso perispírito, de nossas boas ou más companhias de encarnados e desencarnados, depende de muito estudo e uma visão sempre o mais imparcial possível. Evitar colocações preconceituosas e julgamentos – atitudes sempre na contramão da atitude e do pensamento cristão – depende sempre de nos esclarecermos antes de tudo e termos sempre uma postura empática, até porque a princípio nos foi dado o privilégio de no momento não termos de conviver com nossas vidas passadas e assim não lembrarmos do que fizemos, podendo a situação atual de alguém que condenamos hoje ter sido a nossa em algum momento de nossa existência espiritual.” (Texto: SEXUALIDADE: CONFUSÃO COM CONCEITOS PODE CAUSAR EMBARAÇOS, Dr. Ivan Sinigaglia Nunes Pereira. Texto completo: http://amems.org/amems/index.php?option=com _content&view=article&id=479:sexualidade&catid=92:boxing&Itemid=386.)

* Darlene Polimene Caires é professora aposentada e participa das atividades do Centro Espírita Nosso Lar, em Londrina, no Paraná.

**AMEMS: Associação Médico-Espírita de Mato Grosso do Sul.

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