Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 25 de março de 2013

LEI DE ADORAÇÃO


LEI DE ADORAÇÃO: A) Finalidade da Adoração — Adoração Exterior — Vida Contemplativa

Finalidade da Adoração
A adoração consiste na elevação do pensamento a Deus. Pela adoração o homem aproxima d'Ele a sua alma (LE, 649). É um sentimento inerente à sua própria natureza, pois o homem sempre sentiu que há, acima dele, um ser supremo; assim, a consciência de suas fraquezas e o temor daquilo que escapa à sua compreensão leva-o a curvar-se diante de alguém superior, em busca de consolo e proteção nos seus momentos difíceis, ou a expressar exaltação e alegria nos momentos felizes.
O ato de adoração está contido na lei natural que rege a vida no universo, a impulsionar o processo evolutivo de todas as criaturas, independente de aprendizagem ou grau de cultura porque é o resultado de fim sentimento inato no homem; por isso a encontramos entre todos os povos, embora sob formas diferentes (LE, 652). Portanto, em todas as épocas, desde os povos mais primitivos, houve a prática do ato de adoração a um ente supremo, evidenciando ser a idéia de Deus inata e Universal, e isto porque jamais houve povos ateus. Todos compreendem que há, acima deles, um Ser Supremo (LE, 651), sem que praticamente tenham tido qualquer tipo de influência exterior.

Adoração Exterior
A adoração não precisa de manifestações exteriores, pois o que importa é a sinceridade de sentimentos e sua intenção. No entanto, existem aqueles que têm necessidade de imagens, cultos, roupa especial, ritos e gestos, para concretizar a adoração; estes casos têm seu valor, embora relativo à qualidade de sentimentos. Aquele que só tem a aparência da piedade é um hipócrita; aquele para quem a adoração é apenas um fingimento e está em contradição com a própria conduta, dá um mau exemplo (LE, 654). Já aqueles que a praticam movidos por interesses secundários, por afetação e amor próprio, enganam-se a si mesmos, pois há grande diferença entre ser bom e parecer bom. Todos os homens são irmãos e filhos do mesmo Deus, que chama para Ele todos os que seguem as suas leis, qualquer que seja a forma pela qual se exprimam (LE, 654).
A conduta fraterna, sincera, na vivência do bem, será a maior prova de adoração a Deus. A Doutrina Espírita ensina que todas as religiões são boas; unem a criatura ao Criador, embora apresentem eventuais diferenças de princípios, porque há diferentes graus evolutivos entre seus adeptos. É necessário, portanto, respeitar todas as religiões e dar ao semelhante a mesma liberdade de escolha que deseja para si. Mas isto não significa ser conivente com atitudes que contrariam as leis divinas, como é o caso, por exemplo, daqueles que se utilizam da religião para atender seus interesses pessoais.
A adoração enquanto emissão de pensamentos de fé, amor, confiança, gratidão etc., tem sempre valor quando movida com respeito e sinceridade. Este valor será ainda maior quando um grupo homogêneo se reunir com esse sublime objetivo, embora não seja menos valiosa a adoração particular de cada criatura. Cada um pode adorar a Deus no recôndito de seu coração, simplesmente pensando nele enquanto Pai de infinita misericórdia, Criador de todo o universo.

Vida Contemplativa
Não tem qualquer mérito perante Deus a vida contemplativa dedicada exclusivamente à meditação, pois ela é inoperante. Tal opção significa, muitas vezes, um mecanismo de fuga ante as mais diversas situações sociais, tais como: desilusão, dificuldades, fraquezas, fanatismo etc. Portanto, aquele que se consome na meditação e na contemplação nada faz de meritório aos olhos de Deus, porque sua vida é toda pessoal e inútil para a Humanidade (LE, 657).
A Doutrina Espírita é bastante esclarecedora em relação a esta questão: sempre que se optar por uma vida de contemplação, longe dos embates do mundo, não terá valor perante Deus. Neste sentido, o próprio celibato tem valor relativo, o qual estará sempre subordinado aos motivos que levaram a tal escolha.
Renunciar à vida social, à união afetiva, e ao convívio familiar, terá mérito se for servir ao próximo, porque é na convivência diária com seu semelhante, no difícil exercício do amor e do perdão, que se evolui e se expressa a verdadeira adoração a Deus.
Bibliografia: LE, 649 a 657

B) Da prece — Politeísmo — Sacrifícios Da Prece

A prece é a expressão de um sentimento que sempre alcança a Deus, quando ditada pelo coração de quem ora. Deve ser feita direta-mcnte ao Criador, mas também pode ser-lhe endereçada por intermédio dos bons Espíritos, que são os Seus mensageiros e executores da Sua vontade; Pela prece podemos fazer três coisas : louvar, pedir e agradecer (LE, 659).
Louvar é enaltecer os desígnios de Deus sobre todas as coisas, aceitando-0 como causa primária de tudo o que existe. Bendizendo-Lhe o nome. Pedir é recorrer ao Pai Todo-Poderoso em busca de luz, equilíbrio, forças, paciência, discerninento, coragem para lutar contra as forças do mal; enfim, tudo, desde que não se contrarie a lei de amor que rege e sustenta a harmonia universal. Agradecer é sentir-se feliz e reconhecer as inúmeras bênçãos recebidas, ainda que em diferentes graus de entendimento e aceitação: a alegria, a fé, a bênção do trabalho, a oportunidade de servir, a esperança, a família, os amigos, a dádiva da vida.
A prece torna o homem melhor porque aquele que faz preces com fervor e confiança se torna mais forte contra as tentações do mal, e Deus lhe envia bons Espíritos para o assistir (LÊ 660).

O essencial é orar com sinceridade e aceitar os próprios defeitos, porque a prece não redime as faltas cometidas; aquele que pede a Deus perdão pelos seus erros, só o obtêm mudando sua conduta na prática do bem. Deste modo, as boas ações são a melhor prece, e por isso os atos valem mais do que as palavras. Através da prece pode-se ainda fazer o bem aos semelhantes, porque o Espírito que ora, atuando pela vontade de praticar o bem, atrai a influência de Espíritos mais evoluídos que se associam ao bem que se deseja fazer. Entretanto, a prece não pode mudar a natureza das provas pelas quais o homem tem que passar, ou até mesmo desviar-lhe seu curso, e isto porque elas (...) estão nas mãos de Deus e há as que devem ser suportadas até o fim, mas Deus leva sempre em conta a resignação. (...) A prece nunca é inútil, quando bem feita, porque dá força, o que já é um grande resultado (LÊ, 663). Deve-se considerar, também, que nem sempre aquilo que o homem implora corresponde ao que realmente lhe convém, tendo em vista sua felicidade futura. Deus, em Sua onisciência e suprema bondade, deixa de atender ao que lhe seria prejudicial, tal qual um pai zeloso que recusa conceder ao filho algo que seja contrário ao seu bem-estar. Todavia, as súplicas justas são atendidas mais vezes do que supomos, embora a resposta a uma prece venha, por vezes, por meios indiretos ou por meio de idéias com as quais saímos das dificuldades.

A prece em favor dos desencarnados não muda os desígnios de Deus a seu respeito; contudo, o Espírito pelo qual se ora experimenta alívio e conforto ao receber o influxo amoroso dos entes queridos que, embora ainda encarnados, compartilham de suas dores. Além do mais, o efeito benéfico da prece sobre o desencarnado é tal. que pode leva-o à conscientização das faltas cometidas e ao desejo de fazer o bem: E nesse sentido que se pode abreviar a sua pena, se do seu lado ele contribui com a sua boa vontade. Esse desejo de melhora, excitado pela prece, atrai para o Espirito sofredor os Espíritos melhores que vêm esclarecê-lo, consolá-lo e dar-lhe esperanças (LE, 664). Este encadeamento caridoso provocado pela prece sincera vivência a recomendação de Jesus: "Amai-vos uns aos outros" (João 15:17). Pode-se também orar aos bons Espíritos, porque são eles os mensageiros de Deus e executores de Sua vontade. Contudo, as preces que lhes são dirigidas só serão eficazes se estiverem de acordo com os desígnios de Deus, sem cuja permissão nada se faz na ordem geral do Universo.

Politeísmo
O politeísmo, designação referente às religiões que admitem vários deuses em seu culto, foi uma das crenças mais antigas espalhadas pelo mundo, em razão do atraso moral e intelectual da humanidade. Isto porque a concepção de um Deus único não poderia existir no homem senão como resultado da aquisição gradual de conhecimentos. Simples ainda, ele não conseguia conceber um ser imaterial, sem forma determinada agindo sobre a matéria; por isso deu-lhe atributos próprios da natureza corporal, tais como forma e aparência, a princípio de animal e posteriormente do próprio homem. Assim, inicialmente os Espíritos eram reverenciados como deuses. Só mais tarde surgiu a concepção de um Deus único, embora ainda antropomórfico, isto é, semelhante ao homem, tanto para os antigos como para algumas concepções atuais. O próprio fato das manifestações espíritas ocorrerem em todas épocas da humanidade, contribuiu sobremaneira para reforçar a ideia da existência de vários deuses. Do mesmo modo, o culto aos mortos, especialmente às pessoas que mais se destacaram por características especiais, contribuíram para a propagação do politeísmo. Porém, em todos os tempos houve homens esclarecidos, que compreenderam a impossibilidade dessa multidão de poderes para governar o mundo sem uma direção superior, e que se elevaram ao pensamento de um Deus único (LÊ, 667).

Sacrifícios
Ao se estudar a história das religiões, verifica-se que o ato de oferecer sacrifícios às divindades está presente desde os tempos mais remotos. Entre os povos primitivos, a matéria sobrepõe-se ao espírito; eles se entregam aos instintos animais e por isso são geralmente cruéis, pois o senso moral ainda não se encontra desenvolvido (LE, 669). As oferendas que a principio consistiam em frutos da terra passaram a constituir-se de animais, transformando-se mais tarde em sacrifícios humanos, na falsa crença de que o valor do sacrifício era proporcional à importância da vítima, pois (...) os homens primitivos deviam crer naturalmente que uma criatura animada teria muito mais valor aos olhos de Deus do que um corpo material (LE, 669). Como não conseguiam conceber a divindade com os atributos da perfeição, acreditavam que o holocausto a ser-lhe oferecido seria tanto mais valioso quanto mais importante fosse a vítima. Mas, Deus jamais exigiu sacrifícios, nem de animais nem de homens. Ele não pode ser honrado com a destruição inútil de sua própria criatura (LE, 669b), nem mesmo as macerações e as penitências que certos religiosos impõem a si mesmos.

As chamadas guerras santas , quando homens matam seus irmãos em nome de Deus, assim o fazem por que são impelidos por Espíritos inferiores; não se justifica uma guerra sob o fundamento de ser a religião de uns, melhor ou mais verdadeira que a de outros, e também por não terem ainda algumas criaturas a consciência de seus erros. A Doutrina Espírita usando da razão, do bom senso e do discernimento, facilmente conclui que para agradar a Deus melhor seria transformar a homenagem em ajuda para os necessitados, em consolo para os que sofrem, ou ainda, em prece proferida com sinceridade e humildade. Esclarece ainda a Codificação que o único sacrifício abençoado por Deus é aquele que se faz por amor e em benefício do próximo, pois Deus abençoa sempre os que praticam o bem; amparar os pobres e os aflitos é o melhor meio de homenageá-Lo (LE, 673).
Bibliografia: LÊ, 658 a 673

C) A Parábola da Figueira Seca

Quando saíam de Betânia, ele teve fome. E vendo ao longe uma figueira, para ela se encaminhou, a ver se acharia alguma coisa; tendo-se, porém, aproximado, só achou folhas, visto não ser tempo de figos. Então, disse Jesus à figueira: Que ninguém coma de ti fruto algum. No dia seguinte, ao passarem pela figueira, viram que secara até à raiz (Marcos, 11:12 - 14, e vers. 20).
Esta narrativa não é propriamente uma parábola, mas sim uma alegoria, pois cada pormenor encerra profundo ensino moral, e ao mesmo tempo é uma advertência à humanidade, ao retratar a situação espiritual em que se encontram as criaturas. Embora de difícil interpretação, Jesus visa despertar a consciência dos homens, fazê-los compreender seus deveres para com Deus, para consigo mesmo e para com o próximo, pois somente com esta conscientização é que suas preces serão atendidas. Mas tomam-se necessárias algumas observações para melhor apreensão do aspecto moral que esta narrativa encerra: poder-se-ia questionar o fato de Jesus usar de imagens fortes e até mesmo inusitadas, tal qual a esterilidade de uma frondosa figueira sem frutos. O fato é que a figueira em questão não dava frutos, muito embora coberta de folhas, porque sua constituição orgânica estava deficiente e há muito deixara de produzir.
Ora, tudo e todos têm um papel a desempenhar na ordem geral do universo; cumpre, portanto, que dêem frutos segundo sua espécie e natureza. O Espírito não foi criado para o repouso, porque a natureza de sua essência é dinâmica, só realiza-se na revelação de si mesmo, na geração da vida, de frutos interiores em favor de outrem. Jesus, ciente deste fato, quis mostrar aos seus discípulos a necessidade indispensável de produzir boas obras sempre, pois toda vivência infrutífera, estéril como aquela árvore, sofreriam as mesmas consequências. Assim, seria inconcebível crer que Jesus, a personificação da bondade, pudesse relegar a figueira à esterilidade, apenas por não dar faitos fora de época. Segundo o Novo Testamento, na ocasião em que Jesus proferiu esta parábola, estava se dirigindo ao templo de Jerusalém, onde precisou expulsar os mercadores que comercializavam com as coisas divinas. Portanto, podem-se aplicar as palavras firmes e peremptórias de Jesus, em seu sentido figurado, a este templo judaico, suntuoso e adornado ricamente, mas que não estava apto a receber a mensagem salvadora da qual Cristo era o portador e, por isto, assemelhou-se à figueira improdutiva, em cujos galhos não se poderia achar nenhum fruto, sendo portanto relegada à esterilidade.
Isto porque a religião judaica preocupava-se mais, àquela época, com as coisas terrenas do que com as coisas espirituais, e por isso não viram em Jesus o Messias anunciado pelos profetas bíblicos. O Judaísmo poderia eventualmente se transformar numa religião reformada, dinâmica; nela poderiam ser enxertados os ensinamentos cristãos, a revelar as verdades que o Mestre viera trazer à humanidade. Mas, Jesus vendo o mercantilismo que ela abrigava e percebendo que servia somente para satisfazer os anseios de um povo zeloso de sua raça, compenetrou-se de que aquela vivência religiosa não poderia ser a figueira frondosa e cheia de frutos, que saciasse todos os homens. Por outro lado, tem a parábola nítida aplicação às doutrinas e religiões atuais que apresentam exteriormente aspecto atraente, agradável aos olhos, mas que interiormente estão ressequidas pela incoerência de seus princípios, e pela falta de base nitidamente cristã daquilo que ensinam. Assim, as religiões que apregoam inverdades. que distorcem os ensinamentos evangélicos, que disseminam o fanatismo e a discórdia, a superstição e o erro, não passam de figueiras estéreis, sem o fruto do amor e da caridade; acenam aos homens com suas mensagens doutrinárias distorcidas na sua essência, adornam seus templos com pompas e riquezas, promovem guerras, lutam pela conquista de posses materiais, esquecendo-se da máxima evangélica "amar uns aos outros".

Através da Doutrina Espírita, que traz à luz o cristianismo redivivo e em cuja óptica interpreta-se a parábola em questão, foi revelado o verdadeiro significado da mensagem cristã, qual seja de promover a reforma moral e espiritual da humanidade. Para salvar os homens da esterilidade da figueira, Jesus enviou à Terra o Consolador prometido, para mostrar a felicidade aos bons, aos que frutificam e distribuem o produto de seus frutos; aos que procuram ser úteis, aos obreiros do bem. aos justos, aos pacificadores, aos que se consagram ao bem-estar da coletividade. É assim que, na passagem para um mundo de regeneração, todos aqueles que se mostrarem recalcitrantes, insensíveis, indiferentes ao despertamento espiritual, estéreis para aqueles que vêm em busca de auxílio, serão transferidos para outros mundos, cedendo lugar a outros mais predispostos ao trabalho e à evolução moral e espiritual, pois ao Espírito não é dado permanecer obstinadamente na improdutividade, sem que venha a sofrer o impacto da lei de causa e efeito. Importa, assim, esperar pacientemente que a humanidade simbolizada pela figueira, produza bons frutos, e alcance a sua maturidade espiritual ao implantar entre os homens as excelências do reino de Deus.
Bibliografia: ESE, Cap. XIX, itens 8, 9 e 10 - As Parábolas - José de Sousa e Almeida - Ed. FEESP, 1995

QUESTIONÁRIO

A ) Finalidade da adoração - adoração exterior - Vida contemplativa:

1) Que é adoração
2) Como se deve adorar a Deus?
4) Qual o valor da vida contemplativa perante Deus?

B ) Prece — politeísmo - sacrifícios:

1) Quais os benefícios da prece?
2) Pela prece podemos fazer três coisas: louvar, pedir e agradecer (LÊ. 659).
Desenvolva. 3) Qual o sacrifício que é abençoado por Deus?

C ) A parábola da figueira seca:

1) Por que pode-se aplicar esta parábola ao templo de Jerusalém?
2) Fale sobre a mensagem essencial desta parábola.
3 ) Qual a relação da figueira seca com a Lei de Adoração?


fonte
COMUNIDADE ESPIRITA

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