Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

DA LEI DIVINA OU NATURAL


Curso Básico de Espiritismo

Associação de Divulgadores de Espiritismo de Portugal

1. DA LEI DIVINA OU NATURAL

É a lei de Deus, tendo-o como princípio imanente e transcendente do universo, causa e meta, princípio e finalidade; é lei também dita natural porque Deus, estando em tudo, e tudo em Deus, a natureza está prenhe de Deus, que está presente na energia que se transforma em matéria, tanto quanto no espírito que se transforma em consciência, porque nada existe sem ser em Deus.

Por ser uma lei natural é infeliz o que dela se afasta, não por desconhecê-la, mas por repudiá-la.

Sendo uma consequência da sua presença, ela é eterna e imutável quanto ao tempo e espaço, mas percebida pelos homens na medida em que evoluem e dilatam o seu universo consciencial.

Conforme seja considerada, a lei natural tanto rege fenómenos da matéria, sendo estudada pelo homem ligado às ciências académicas, na física, química, biologia, astronomia, etc., como fenómenos do espírito, relacionado com o seu criador - Deus - ou com os seus semelhantes - outros homens e seres da natureza: animais, vegetais, minerais - formando as leis morais.

A lei natural, ou divina, está apropriada para cada mundo, na faixa da sua evolução, embora seja a mesma sob o ponto de vista universal. Todos um dia a compreenderão, embora muitos a conheçam e não a consigam entender nem respeitar, sofrendo as consequências desse desrespeito.

Como está insculpida na consciência da criatura, ela é tanto mais compreendida quanto mais aperfeiçoado (evoluído) o ser, facilitando os seus maus instintos o esquecimento. Para tanto a bondade divina providencia, de tempos a tempos, a vinda de espíritos superiores, que a encarnam em extensão e profundidade. Vivendo-a exemplarmente, servem como modelos catalisadores da mudança de costumes de uma população, de uma sociedade, da humanidade toda, dependendo do raio de acção de tais missionários.

Alguns falham, não conseguindo dar bom termo às suas tarefas e, entre os ensinamentos reais e verdadeiros, misturam os seus erros e fantasias, obrigando assim os seus seguidores a permanentemente exercitarem a análise e a crítica.

Na Antiguidade, eram conhecidos como profetas, e os verdadeiros eram os que não apenas sobressaíam pelas palavras, mas os que testemunhavam pelo exemplo vivo. Entre todos os que até hoje vieram ao encontro do homem o mais perfeito foi Jesus, que conseguiu, na sua longa jornada evolutiva, incorporar de tal forma as leis divinas que as vivia naturalmente, respirando-as e transudando-as através dos seus actos.

É o modelo mais perfeito que o homem tem, e hoje os seus ensinamentos, vertidos em forma simbólica ou através de histórias, têm, pelo espiritismo, uma explicação mais lógica e coerente com a época e os conhecimentos actuais, fugindo das características da Antiguidade, quando os princípios das leis divinas e naturais eram tidos como mistérios, abertos apenas a alguns iniciados.

A doutrina espírita, com o seu corpo de ensinamentos, vem popularizar o conhecimento antes fechado às grandes massas, que tinham de se contentar em seguir de olhos vendados os seus pretensos mestres que, gozando da possibilidade do poder, abusavam da ignorância do povo, impingindo-lhe crendices e temores infundados, misturando conceitos de bem e de mal.

Para a doutrina espírita, a moral tem a ver com o procedimento, isto é, a ideia transformada em acção e em maneira de ser, visando o bem comum.

O bem seria a aplicação, nos limites do conhecimento e da possibilidade, das leis divinas, e o mal a ausência da aplicação destas leis ou, no caso contrário, a agressão a estas mesmas leis. Por intuição o homem sabe o que é a lei divina, bastando para isso não se deixar dominar pelos seus interesses egoístas e vaidosos. Na máxima cristã de não fazer aos outros o que não quer que lhe façam, e mais, fazer aos outros o que gostaria que lhe fizessem, está o resumo de tudo. O mal não é uma criação activa de Deus, que se apresenta no homem como parte da sua natureza; ele é a negação do bem que cumpre ser desenvolvido pelo homem, é a resistência criada pelo homem para a sua própria libertação e crescimento.

Na medida em que o homem se desenvolve e sabe quanto bem deve fazer, e se omite, não se esforçando por concretizá-lo, mais responsável se torna perante as leis divinas pelo mal que pratique. Este tanto pode ser caracterizado pelas acções contrárias ao bem quanto simplesmente pela ausência deste. Por isso, o nível de responsabilidade da consciência ignorante não é o mesmo que o do homem dito esclarecido, pois, dependendo das circunstâncias, como da falta de ocasião de praticá-lo, só o simples desejo de perpetrá-lo já dá ao homem um sentimento de responsabilidade pelas suas consequências.

Todos podem praticar o bem, porque ele não consiste em o indivíduo considerar-se grandioso nos actos de caridade, mas, simplesmente, em tornar-se útil no nível evolutivo em que está.

Há mérito em se resistir ao mal que provém do meio em que se vive e, às vezes, isso ocorre como uma provação das nossas forças, podendo também o mal exercer um arrastamento forte sobre o carácter do indivíduo, mas nunca irresistível, pois a vontade é soberana em quaisquer circunstâncias, não se podendo atribuir ao meio a responsabilidade de actos que a consciência aprova ou não.

A lei natural, tratando-se do comportamento do homem em relação ao seu semelhante, é a do amor ao próximo como a si mesmo.

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