Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

As Diferentes categorias de mundos habitados:


SEF – Sociedade Espírita Fraternidade
Estudo Teórico-prático da Doutrina Espírita

O homem que já conquistou a Lua e hoje já pesquisa outros mundos, comove-nos
pensar que a Doutrina Espírita se referia à pluralidade dos mundos habitados, já há quase
um século e meio atrás.
Nos ensina Emmanuel no livro “Pluralidade dos Mundos Habitados”, psicografado
por Francisco Cândido Xavier, que: “acresce notar ainda, que os veneráveis orientadores
da Nova Revelação, guiando o pensamento de Allan Kardec, fizeram-no escrever a sábia
declaração: “Deus povoou de seres vivos todos os mundos, concorrendo esses seres ao
objetivo final da Providência...”
Acreditar que só os haja no planeta que habitamos fora duvidar da sabedoria de
Deus, que não fez coisa alguma inútil. Certo, a esses mundos há de Ele ter dado uma
destinação mais séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição,
nem no volume, nem na constituição física da terra, que possa induzir à suposição de que
ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão de tantos milhares de mundos
semelhantes.
Quando Jesus disse: 1. Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede
também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu
vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e
que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que
onde eu estiver, também vós aí estejais. ( S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.), estava nos
ensinando o princípio da pluralidade dos mundos habitados.
A “Casa do Pai” é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam
no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas
correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
O mundo que habitamos faz parte de um séquito, de um cortejo de planetas e
asteróides que acompanham o sol em sua viagem pela vastidão incomensurável do
espaço.
Em virtude das diferentes distâncias que separam esses planetas do centro do
sistema, o tempo que gastam para completar uma revolução ao redor do sol varia entre 88
dias e 250 anos terrestres.
Nosso sistema planetário, todavia, não ocupa senão um ponto ínfimo no Universo.
Haja vista que ele pertence a um agrupamento estelar, ou galáxia, chamada Via-Láctea,
onde existem mais ou menos 40 bilhões de estrelas, algumas das quais tão grandes, mas
tão grandes, que uma só toma espaço igual ao ocupado pelo Sol e quase todos os
planetas que este arrasta consigo.
E a Via-Láctea não é o único agrupamento de estrelas no espaço. Graças aos
modernos telescópios, sondas, etc., os astrônomos puderam verificar que o Universo se
expande cada vez mais, com a formação de novas galáxias, calculando-se hoje, em mais
Unidade 25
TEMA : Pluralidade dos Mundos Habitados – Diferentes Categorias de
Mundos Habitados. Instrução dos Espíritos à respeito. Progressão dos
Mundos. Mundos Transitórios. A Colônia Espiritual “Nosso Lar”. Os
Exilados de Capela e a formação da Cultura Ocidental.de 100 milhões o número das que já podem se vistas, sem falar daquelas que nos
escapam à observação.
Nos ensina Joanna de Ângelis, no livro “No Limiar do Infinito”, psicografado por
Divaldo Pereira Franco, no capítulo referente à Pluralidade dos mundos habitados que:
“Cálculos muito pessimistas, examinando o Sol, que é uma estrela envelhecida de Quinta
grandeza a sustentar hoje os planetas conhecidos, e que os mantém com a sua energia,
fazem crer que nesse Universo de sóis mais poderosos, se lhes fossem dados dois
planetas apenas para cada um, teríamos 200 bilhões em movimentação em nossa galáxia.
Atribuindo-se por probabilidade a hipótese de somente 1% deles ter as mesmas
condições e idades correspondentes à Terra, teríamos 2 bilhões de planetas com
condições que caracterizam o nosso berço de origem.
Dando-se a possibilidade remotíssima de que apenas 1% deles tivesse condições
de vida semelhante à nossa, defrontaríamos, aproximadamente, com cerca de 20 milhões
de planetas iguais ao nosso com vida inteligente.
Não é portanto temerário afirmar-se que a vida inteligente não é exclusivo
patrimônio da pequenez do planeta terrestre. Tal afirmação já não repugna à inteligência
nem à cultura: a da pluralidade dos mundos habitados, mundos esses departamentos da
“Casa do Pai”, nos quais o espírito evolui, progride, aprimora-se na busca da perfeição
incessante.”
Ä Diferentes categorias de mundos habitados – Instrução dos Espíritos:
Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são
as condições dos mundos, quanto ao seu grau de adiantamento ou de inferioridade dos
seus habitantes.
De um modo geral, os mundos poderiam ser classificados em superiores e
inferiores, classificação essa que nada tem de absoluta; é, antes, muito relativa. Tal
mundo é inferior ou superior com referência aos que lhe estão acima ou abaixo, na escala
progressiva.
Entre eles há-os em que estes últimos são inferiores aos da terra, física e
moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou
menos superiores a todos os respeitos.
Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões,
sendo quase nula a vida moral. A medida que esta se desenvolve, diminui a influência da
matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda
espiritual.
Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro,
segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa
fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do
estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais
adiantados, dividi-los, de modo geral, da seguinte forma:
· Mundos Primitivos: destinados às primeiras encarnações da alma humana.
· Mundos de Expiação e Provas: Mundo ainda inferior, onde os Espíritos encarnam afim de
prosseguir em seu estágio evolutivo, passando a maioria por provas, e, conforme a
necessidade, por expiações, com o intuito de se despojarem de suas imperfeições.
· Mundos de Regeneração:  Nesses mundo há a aurora da felicidade. Ainda tem de suportar
provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Os Espíritos haurem novas forças,
repousando das fadigas da luta.
· Mundos Ditosos ou Felizes: Onde o bem sobrepuja o mal.
· Mundos Celestes ou Divinos: habitação de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina
o bem.Mundos Primitivos: Sendo os mundos destinados às primeiras encarnações dos
Espíritos, são de certo modo rudimentares os seres que os habitam.
   Revestem a forma humana, mas sem nenhuma beleza. Seus instintos não têm a
abrandá-los qualquer sentimento de delicadeza ou de benevolência, nem as noções do
justo e do injusto. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e de
invenções, passam a vida na conquista de alimentos. Deus, entretanto, a nenhuma de
suas criaturas abandona; no fundo das trevas da inteligência jaz, latente, a vaga intuição,
mais ou menos desenvolvida, de um Ente supremo. Esse instinto basta para torná-los
superiores uns aos outros e para lhes preparar a ascensão a uma vida mais completa,
porquanto eles não são seres degradados, mas crianças que estão a crescer.
Mundos de Expiações e Provas: A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação
e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias, porém segundo
orientação da própria espiritualidade, passa o Planeta por uma transição para outro
estágio que é a Regeneração.
Se o nosso Planeta for tomado por termo de comparação, pode-se fazer idéia do
estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes na condição das raças
selvagens ou das nações bárbaras que ainda entre nós se encontram, restos do estado
primitivo do nosso orbe.
Segundo nos relata Santo Agostinho, na Instrução dos Espíritos, Cap. 3.º de “O
Evangelho Segundo o Espiritismo”, n.º 11,  em se referindo à terra: “No vosso, precisais
do mal para sentirdes o bem; da noite, para admirardes a luz; da doença, para apreciardes
a saúde.”
Mundos Regeneradores: Nada melhor do que neste momento, a palavra esclarecedora
de Santo Agostinho, conforme consta em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, Cap. III,
itens 17 e 18:
“17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e
os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por
depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que
regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta
das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao
coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita
a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e
tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da
felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos
só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas,
porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos
são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles
representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel.
Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o
futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se
mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes
outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes.
Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e
celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que
do seu seio emanam.
18. Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há
perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde,
então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das
inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as
que conduzem a Deus e pedi-lhe que um mundo regenerador vos abra seu seio, após a
expiação na Terra. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)”
Mundos Ditosos ou Felizes: “Nos mundos que chegaram a um grau superior, as
condições da vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida na Terra. Como
por toda parte, a forma corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e,
sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre e não está,
conseguintemente, sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que a
predominância da matéria provoca. Mais apurados, os sentidos são aptos a percepções a
que neste mundo a grosseria da matéria obsta. A leveza específica do corpo permite
locomoção rápida e fácil: em vez de se arrastar penosamente pelo solo, desliza, a bem
dizer, pela superfície, ou plana na atmosfera, sem qualquer outro esforço além do da
vontade, conforme se representam os anjos, ou como os antigos imaginavam os manes
nos Campos Elíseos. Os homens conservam, a seu grado, os traços de suas passadas
migrações e se mostram a seus amigos tais quais estes os conheceram, porém, irradiando
uma luz divina, transfigurados pelas impressões interiores, então sempre elevadas. Em
lugar de semblantes descorados, abatidos pelos sofrimentos e paixões, a inteligência e a
vida cintilam com o fulgor que os pintores hão figurado no nimbo ou auréola dos santos.
A pouca resistência que a matéria oferece a Espíritos já muito adiantados torna
rápido o desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância. Isenta de cuidados
e angústias, a vida é proporcionalmente muito mais longa do que na Terra. Em princípio, a
longevidade guarda proporção com o grau de adiantamento dos mundos. A morte de
modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe de causar pavor, é considerada
uma transformação feliz, por isso que lá não existe a dúvida sobre o porvir. Durante a vida,
a alma, já não tendo a constringi-la a matéria compacta, expande-se e goza de uma
lucidez que a coloca em estado quase permanente de emancipação e lhe consente a livre
transmissão do pensamento.
10. Nesses mundos venturosos, as relações, sempre amistosas entre os povos,
jamais são perturbadas pela ambição, da parte de qualquer deles, de escravizar o seu
vizinho, nem pela guerra que daí decorre. Não há senhores, nem escravos, nem
privilegiados pelo nascimento; só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença
entre as condições e dá a supremacia. A autoridade merece o respeito de todos, porque
somente ao mérito é conferida e se exerce sempre com justiça. O homem não procura
elevar-se acima do homem, mas acima de si mesmo, aperfeiçoando-se. Seu objetivo é
galgar a categoria dos Espíritos puros, não lhe constituindo um tormento esse desejo,
porem, uma ambição nobre, que o induz a estudar com ardor para os igualar. Lá, todos os
sentimentos delicados e elevados da natureza humana se acham engrandecidos e
purificados; desconhecem-se os ódios, os mesquinhos ciúmes, as baixas cobiças da
inveja; um laço de amor e fraternidade prende uns aos outros todos os homens, ajudando
os mais fortes aos mais fracos. Possuem bens, em maior ou menor quantidade, conforme
os tenham adquirido, mais ou menos por meio da inteligência; ninguém, todavia, sofre, por
lhe faltar o necessário, uma vez que ninguém se acha em expiação. Numa palavra: o mal,
nesses mundos, não existe.
A eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma proporcionam uma
alegria eterna, livre de ser perturbada pelas angústias da vida material, ou pelo contacto
dos maus, que lá não têm acesso. Isso o que o espírito humano maior dificuldade
encontra para compreender. Ele foi bastante engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas nunca pôde imaginar as alegrias do céu. Por quê? Porque, sendo inferior, só
há experimentado dores e misérias, jamais entreviu as claridades celestes; não pode,
pois, falar do que não conhece. A medida, porém, que se eleva e depura, o horizonte se
lhe dilata e ele compreende o bem que está diante de si, como compreendeu o mal que
lhe está atrás.
12. Entretanto, os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é
parcial para qualquer de seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas
facilidades para chegarem a tais mundos. Fá-los partir todos do mesmo ponto e a nenhum
dota melhor do que aos outros; a todos são acessíveis as mais altas categorias: apenas
lhes cumpre a eles conquistá-las pelo seu trabalho, alcançá-las mais depressa, ou
permanecer inativos por séculos de séculos no lodaçal da Humanidade. (Resumo do
ensino de todos os Espíritos superiores.)”
Mundos Celestes ou Divinos: Morada dos Espíritos Puros. Dentro da relatividade dos
mundos, chegaram ao grau máximo de evolução.
Ä Progressão dos Mundos:
“O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e
inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e
prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é
apenas um meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que
tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.
Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos
indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre
realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de
adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por
diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em
cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao
adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de
ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo
desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se
vêem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.
Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem
materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo
em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos
destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva,
mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma
morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do
progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus
auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece
estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao
contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua
providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos
poucos homens que a habitam!
Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior
ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele
há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório,
mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele
imperará a lei de Deus. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)Como bem nos orienta Emmanuel, no livro “Religião dos Espíritos”, no capítulo
referente à “Pluralidade dos mundos Habitados”, que: “temos, assim, no Espaço
Incomensurável, mundos-berços e mundos-experiências, mundos universidades e
mundos-templos, mundos oficinas e mundos-reformatórios, mundos-hospitais e mundosprisões ...”
E complementado, o Espírito Joanna de Ângelis, no livro “No Limiar do Infinito”, no
capítulo referente à pluralidade dos mundos habitados, assevera que: “Mundos e mundos
gravitando no infinito, desde os que se encontram em estado de gases incandescentes
aos mais sublimes, esperando por nós, como disse Jesus.
Entesourando o amor na alma, a luz do divino amor desatará uma cascata de
claridades infinitas, para o vôo eterno de cada Espírito, na direção da luz, porque na Luz
gerados todos seguiremos para a Luz geradora que é o nosso Pai”.
Ä Mundos Transitórios:
Martins Peralva no seu Livro “O Pensamento de Emmanuel”, no capítulo referente
aos Mundos Habitados,  tece um comentário que merece uma reflexão mais acurada:
“O ensino dos Espíritos, ao ditarem a codificação do Espiritismo, confirma
plenamente a referência de Nosso Senhor Jesus Cristo, de “que na casa de meu Pai há
muitas moradas”
Podemos conceituar de três maneiras, para efeito de estudo, a palavra “morada”,
mencionada no Evangelho:
       
· Os mundos que formam o Universo, onde outras humanidades realizam a marcha
evolutiva;
· As diversas zonas espirituais, superiores ou inferiores, além das fronteiras físicas,
onde a vida palpita com a mesma intensidade das metrópoles humanas;
· Os vários departamentos da mente, onde se demoram pensamentos e reações,
dramas e tragédias, anseios e realidades do Espírito.”
Antes de adentrarmos especificamente no conceito e explicações referentes aos
mundos transitórios, mister se faz algumas definições, para facilitar o nosso entendimento:
Espírito Errante: - Espírito que se encontra na erraticidade, desencarnado, à espera de
uma oportunidade para reencarnar.
Erraticidade: - (Do francês erraticité). Estado dos Espíritos errantes ou erráticos, isto é,
não encarnados, que vivem durante o intervalo de suas existência corpóreas. Kardec
escreveu o seguinte sobre a erraticidade: “estado dos Espíritos errantes, isto é, não
encarnados, durante os intervalos de suas diversas existências corporais. A erraticidade
não é um sinal absoluto de inferioridade para os Espíritos. Há Espíritos errantes de todas
as classes, salvo os da Primeira Ordem ou Espíritos Puros que não precisam mais
reencarnar para melhorarem-se. Os Espíritos errantes são felizes ou infelizes segundo o
grau de sua purificação. É nesse estado que o Espírito sem o véu material do corpo que o
vestia, percebe suas existências anteriores e os erros que o afastam da perfeição e da
felicidade infinita. É então, que escolhe novas provas, a fim de progredir mais rápido (O
Livro dos Espíritos, n.º 223 e seguintes). Na situação errante como na corpórea, os
Espíritos tendem a formar núcleos coletivos onde interagem e acabam por formar seus
próprios ambientes. A Lei da Afinidade é que rege essa questão, visto que os Espíritos
afins se buscam. Mundos Transitórios são mundos que servem de estações ou ponto de repouso
aos Espíritos Errantes. São mundos particularmente destinados aos seres errantes,
mundos que lhes podem servir de habitação temporária, espécies de acampamentos onde
descansam. São entre os outros mundos, posições intermédias, graduada de acordo com
a natureza dos Espíritos que a elas podem ter acesso e onde gozam de maior ou menor
bem-estar.
Os Mundos Transitórios não são habitados por seres corpóreos. Estéril é neles a
superfície. Os que os habitam de nada precisam. Essa esterilidade, no entanto é
transitória, tendo já a própria Terra, durante a sua formação, figurado entre os mundos
transitórios.
No que toca as diversas regiões espirituais, sabemos que comunidades redimidas
habitam zonas mais elevadas da Espiritualidade, às quais obreiros dedicados são
periodicamente conduzidos em processo estimulante do esforço pessoal.
Em faixas vibratórias mais ligadas à Terra, estacionam, temporariamente, almas
ainda vinculadas às sensações e problemas da vida física, uma vez que o peso específico
de suas organizações perispirituais, apresentado certa densidade, lhes não permitem as
grandes ascensões.
Tais regiões ou esferas espirituais de diferentes graus evolutivos, vão desde
simples posto a verdadeiras cidades espirituais.
Ä Nosso Lar:
Colônia Espiritual situada nos planos vizinhos da esfera terrestre.
Encontramos no Livro “Nosso Lar”, primeira obra de uma série de livros ditados pelo
Espírito André Luiz e psicografados por Francisco Cândido Xavier, informações
importantíssimas acerca da vida no plano espiritual.
Neste momento, de forma especial, encontramos no capítulo intitulado “Notícias do
Plano”, as seguintes informações referentes à Colônia Nosso Lar:
“ Antiga fundação de portugueses distintos desencarnados no Brasil, no século XVI.
A princípio, enorme e exaustiva foi a luta... Há substâncias ásperas nas zonas invisíveis à
terra, tais como nas regiões que se caracterizam pela matéria grosseira... Os trabalhos
primordiais foram desanimadores, mesmo para os Espíritos fortes. ... Os fundadores não
desanimaram porém.
A colônia, que é essencialmente de trabalho e realização, divide-se em seis
Ministérios, orientados, cada qual, por doze Ministros. ...
Os Ministérios do Nosso lar são enormes células de trabalho ativo. Nem mesmo
alguns dias de estudos oferecem ensejos à visão detalhada de um só deles.
A Instituição é eminentemente rigorosa, no que concerne à ordem e à hierarquia.
Nenhuma condição de destaque é concedida aqui a título de favor.
A lei do descanso é rigorosamente observada, para que determinados servidores
não fiquem mais sobrecarregados, que outros; mas a lei do trabalho é também
rigorosamente cumprida”.
Concluímos, assim, que as colônias ou regiões espirituais, são locais destinados
aos Espíritos desencarnados, ainda necessitados de reencarnações e intimamente ligados
a este ou aquele planeta pelas ações cometidas no passado.
Os mundos transitórios fazem parte dos corpos celestes, espalhados pelo Universo,
podendo ser um planeta, um satélite, ou algo similar.  
Ä Os Exilados de Capela e a formação da Cultura Ocidental:
Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsam, examinam, lêem
em seus estudos, observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação de Cocheiro, que recebeu, na Terra, o nome da Cabra ou Capela. A sua luz gasta cerca de 42 anos
para chegar à face da Terra, considerando-se, desse modo, a regular distância existente
entre a Capela e o nosso planeta.
Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o
globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos.
Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral,
dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e
virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria, os desvencilharia daquela
humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a sublimação dos seus elevados
trabalhos.
As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmo, deliberaram, então,
localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes, obstinadas, persistentes no
crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos
penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando,
simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.
Foi assim que Jesus recebeu, à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba,
aquela multidão, de seres sofredores e infelizes.
Aquelas almas aflitas e atormentadas reencarnaram, proporcionalmente, nas
regiões mais importantes, onde se haviam localizado as tribos e famílias primitivas,
descendentes dos primatas. Com a sua reencarnação no mundo terreno, estabeleciam-se
fatores definitivos na história etnológica dos seres. (etnologia – estudo e conhecimento,
sob o aspecto cultural, das populações primitivas).
Com essas entidades, nasceram no orbe os ascendentes das raças brancas.
Em sua maioria, estabeleceram-se na Ásia, de onde atravessaram o ístmo (faixa de
terra que liga uma península a um continente) de Suez para África, na região do Egito,
encaminhando-se  igualmente para a longínqua Atlântida, de que várias regiões da
América guardam assinalados vestígios.
Aqueles seres dacaídos e degradados, à maneira de suas vidas passadas no
mundo distante da Capela, com o transcurso dos anos reuniram-se em 04 grandes grupos
que se fixaram depois nos povos mais antigos, obedecendo às afinidades sentimentais e
lingüísticas que os associavam na Constelação do Cocheiro. Formaram desse grupo:
· O Grupo dos Árias
· A Civilização do Egito
· O Povo de Israel
· As Castas da Índia
Dos Árias descende a maioria dos povos brancos da família indo-européia; nessa
descendência, porém, é necessário incluir os latinos, os celtas e os gregos, além dos
germanos e dos eslavos.
As quatro grandes massas de degredados formaram os pródromos de toda a
organização da civilizações futuras, introduzindo os mais largos benefícios no seio da raça
amarela e da raça negra, que já existiam.
Civilização Egípcia: Dentre os Espíritos degredados na Terra, os que constituíram a
civilização egípcia foram os que mais se destacavam na prática do Bem e no culto da
Verdade.
Em razão dos seus elevados patrimônios morais, guardaram no íntimo uma
lembrança mais viva das experiências de sua pátria distante. Um único desejo os animava, que era trabalhar devotadamente para regressar, um dia aos seus penates, à
sua casa paterna, ao seu lar resplandecente. Uma saudade torturante do céu foi a base de
todas as suas organizações religiosas. Em nenhuma civilização da Terra o culto da morte
foi tão altamente desenvolvido.
Os egípcios traziam consigo uma ciência que a evolução da época não comportava.
Nos círculos esotéricos, onde pontificava, onde se falava com ênfase, em tom
categórico, a palavra esclarecida dos grandes mestres de então, sabia-se da existência do
Deus Único e Absoluto, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres,
O destino e a comunicação dos mortos e a pluralidade das existências e dos
mundos eram, para eles, problemas solucionados e conhecidos.
Depois de perpetuarem nas Pirâmides, os seus avançados conhecimentos, todos
os Espíritos daquela região africana regressaram à pátria sideral.
As Castas da Índia: As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização
egípcia e antecederam de muito os agrupamentos israelitas.
Deles descendem todos os povos arianos, que floresceram na Europa e hoje
atingem um dos mais agudos períodos de transição na sua marcha evolutiva. O
pensamento moderno é o descendente legítimo daquela grande raça de pensadores, que
se organizou nas margens do Ganges, desde a aurora dos tempos terrestres, tanto que
todas as línguas das raças brancas guardam as mais estreitas afinidades com o
sânscrito, originário de sua formação e que constituía uma reminiscência da sua
existência pregressa, em outros planos.
Eles deixaram também, ao mundo, as suas mensagens de amor, de esperança e
de estoicismo (austeridade de caráter; rigidez moral; impassibilidade em face da dor ou do
infortúnio) resignado, salientando-se que quase todos os grandes vultos do passado
humano, progenitores do pensamento contemporâneo, deles aprenderam as lições mais
sublimes.
Grupos dos Árias: Se as civilizações hindu e egípcia definiram-se no mundo em breves
séculos, o mesmo não aconteceu com a civilização ariana, que ia iniciar na Europa os
seus movimentos evolutivos.
Somente com o escoar de muitos séculos regularizaram-se as suas migrações
sucessivas, através dos planaltos da Pérsia. Do Irã procederam quase todas as correntes
da raça branca, que representariam, mais tarde os troncos genealógicos da família indoeuropéia.
Caminheiros do desconhecido, erraram pelas planícies e montanhas desertas.
Mais revoltados e enrijecidos que todos os demais companheiros no orbe terrestre,
suas reminiscências da vida pregressa nos planos mais elevados, qual que haviam
experimentado no sistema da Capela, traduziam-se numa revolta íntima, amargurada e
dolorosa, contra as determinações de ordem divina. Apenas, muito mais tarde, com a
contribuição dos milênios, os celtas retornaram ao culto divino, venerando as forças da
natureza, junto dos carvalhos sagrados, e os germanos iniciaram a sua devoção ao fogo,
que personificava, a seus olhos, a potência criadora dos seres e das coisas.
Enquanto os semitas e hindus se perderam na cristalização do orgulho religioso, as
famílias arianas da Europa, embora revoltadas e endurecidas, confraternizaram com o
selvagem e nisso reside a sua maior virtude. Assinalando os aborígenes, engendraram as
premissas de todos os surtos das civilizações futuras. Nessa movimentação para o
estabelecimento do novo habitat, organizaram as primeiras noções políticas da vida
coletiva, elegendo cada tribo um chefe para  direção de sua vida em comum. A agricultura,
as indústrias pastoris, com elas encontraram os primeiros impulsos nas estradas incertas
dos que descendiam do primata europeu. Com as organizações econômicas, oriundas do trato direto com o solo, deixaram perceber a lembrança de suas lutas no antigo mundo
que haviam deixado.
O Povo de Israel: Dos espíritos degredados na Terra, foram os Hebreus que constituíram
a raça mais forte e mais homogênea, mantendo inalterados os seus caracteres através de
todas as mutações.
Reconhecendo que, se grande era a sua certeza na existência de Deus, muito
grande também era o seu orgulho, dentro de suas concepções da verdade e da vida.
Consciente da superioridade de seus valores, nunca perdeu oportunidade de
demonstrar a sua vaidosa aristocracia espiritual, mantendo-se pouco acessível à
comunhão com as demais raças do orbe.
Estudando-se a trajetória do povo israelita, verifica-se que o Antigo testamento é
um repositório de conhecimentos secretos, dos iniciados do povo judeu, e que somente os
grandes mestres da raça poderiam interpretá-lo  fielmente, nas épocas mais remotas.
Moisés, com a expressão rude da sua palavra primitiva, recebe do mundo espiritual
as leis básicas do Sinai, constituindo desse modo o grande alicerce de aperfeiçoamento
moral do mundo.
Todas as raças da Terra devem ao judeus esse benefício sagrado, que consiste na
revelação do Deus Único, Pai de todas as criaturas e Providência de todos os seres.
É talvez, a raça mais livre, mais internacionalista, mais fraternal, entre si, mas
também a mais altiva e exclusivista do mundo.
Dos Espíritos que vieram exilados para a Terra, muitos já regressaram ao sistema
da Capela, onde os corações se reconfortam nos sagrados reencontros das suas afeições
mais santas e mais puras, porquanto outros tantos, por abnegação prosseguem
reencarnando na Terra, para o desempenho de abençoadas missões.
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Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – Da Criação – parte 1, cap. 3, perguntas 55/59 e 69/70; Da vida
Espírita – Parte 2, cap. VI, perguntas 157/159 e 234/236.
Kardec, Allan – O evangelho segundo o Espiritismo – Cap. III - Há muitas moradas na Casa de meu
Pai.
Kardec, Allan – A Gênese – Uranografia geral – itens 48/52.
Calligaris, Rodolfo – Páginas de Espiritismo Cristão – Na Casa de meu Pai há muitas Moradas.
Franco, Divaldo Pereira – Lampadário Espírita – pelo Espírito Joanna de Ângelis – Mundos e mundos.
Franco, Divaldo Pereira  - No limiar do Infinito – pelo Espírito Joanna de Ângelis – pluralidade dos
Mundos habitados – Ante o Cosmo.
Xavier, Francisco Cândido – Religião dos Espíritos - pelo Espírito Emmanuel  - Pluralidade dos
Mundos habitados.
Xavier, Francisco Cândido – O Consolador - pelo Espírito Emmanuel  - Evolução – pergunta 244.
Xavier, Francisco Cândido – Emmanuel - pelo Espírito Emmanuel  - As vidas sucessivas;  Os mundos
habitados.
Xavier, Francisco Cândido – Libertação - pelo Espírito André Luiz – Numa cidade estranha.
Xavier, Francisco Cândido – No mundo maior - pelo Espírito André Luiz – Entre dois planos.
Xavier, Francisco Cândido – Nosso Lar - pelo Espírito André Luiz – Organização de Serviços;
Notícias do Plano.
Xavier, Francisco Cândido – Voltei - pelo Espírito Irmão Jacob – A chegada;  Nova moradia espiritual.
Xavier, Francisco Cândido – A Caminho da Luz - pelo Espírito Emmanuel – As raças adâmicas; A
Civilização egípcia; A Índia; A família indo-européia; O povo de Israel.
Revista Espírita – Mundos intermediários ou transitórios – 1859.
Peralva, Martins – O Pensamento de Emmanuel – Mundos Habitados.
Apostila da Federação Espírita do Paraná – Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita – Unidade II,
subunidade 6 – Pluralidade dos Mundos habitados.
Palhano Jr., Lamartine – Dicionário de Filosofia Espírita.

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