Estudando o Espiritismo

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sábado, 11 de agosto de 2012

Ser Melhor - Ermance Dufaux


Livro: Reforma Íntima Sem Martírio
- Wanderley Oliveira -

SER  MELHOR

“Para nos melhorarmos, outorgou-nos Deus, precisamente, o de que necessitamos e nos basta: a voz da consciência e as tendências instintivas. Priva-nos do que nos seria prejudicial.”
O Evangelho Segundo Espiritismo – cap. V

 “Será muito útil à comunidade espírita, um maior empenho em seus grupamentos, sobre o entendimento do tema reforma íntima.
Apesar dos debates assíduos, observa-se uma lacuna no apontamento de caminhos pelos quais se possa encetar um programa de melhoria pessoal.
Mesmo sensibilizados para a sua importância, pergunta-se:
como fazer reforma íntima?

Associa-lhe, comumente, a ideia de anulação de sentimentos, negação de impulsos ou eliminação de tendências.
Ideias que, se não forem sensatamente exploradas, poderão tecer uma vinculação mental ao obsoleto bordão do pecado original.
Essa vinculação conduz-nos a priorizar a repressão como sistema de mudança, ou seja, a violentação do mundo íntimo, gerando um estado compulsivo de conflito e pressão psíquica, uma tortura interior.
Esse sistema de inaceitação é caracterizado, quase sempre, pela a ansiedade em aplacar sentimentos de culpa.
Uma fuga que declara a condição íntima de indignidade pelo fato de sentir, fazer ou pensar em desacordo com o que aprendemos nos lúcidos conteúdos doutrinários.
A culpa não renova, limita. Não educa, contém.

 

A culpa nasce do ato de avaliar o direito natural de errar como sendo um pecado que merece ser castigado.
Uma estrutura mental condicionada que carece de reeducação.
Reforma íntima não é ser contra nós. Não é reprimir e sim educar.
Não é exterminar o mal em nós, e sim fortalecer o bem que está adormecido na consciência.
Educação é disciplina com consentimento íntimo, fruto de um acordo conosco celebrado em harmonia.

 
Renovar é extrair da alma os valores divinos que recebemos quando fomos criados.
O controle aos hábitos arregimentados nas vidas sucessivas, é necessário. Mas é apenas um estágio.
O crescimento pessoal só encontra medidas reais nos recessos do sentimento.
Menos contenção e mais conscientização, eis a linha natural de aprender.
O conjunto de ensinos espíritas é um roteiro para as necessidades no aperfeiçoamento humano.
Tomar todo esse conjunto como regras para absorção instantânea é demonstrar uma visão dogmática de crescimento, gerando aflições e temores, perfeccionismo e ansiedade, que são desnecessários no aproveitamento das oportunidades.


Reforma íntima é ser melhor hoje em relação ao ontem.
E jamais deixar arrefecer o desejo de ser um tanto melhor amanhã em relação ao hoje.
Reforma é um trabalho processual.

A esse respeito, assim se pronuncia a Equipe Verdade:
Conhecem bem pouco os homens, quem imagine que uma causa qualquer os possa transformar como que por encanto.
As ideias só pouco a pouco se modificam, conforme os indivíduos, e preciso é que algumas gerações
passem, para que se apaguem totalmente os vestígios dos velhos hábitos.
A transformação, pois, somente com o tempo, gradual e progressivamente, se pode operar.
(Livro dos Espíritos – questão 800)
 
 Se conseguirmos assimilar essa definição, entenderemos que ninguém pode fazer mais que o suportável,
sendo inútil acumular sofrimentos para manter metas não alcançáveis por agora.
Exigir de si mais que o possível é dar espaço para tornarmo-nos ansiosos ou desanimados.
Valorizemos com otimismo e aceitação o que já temos condição de fazer para ser melhor.
Mas jamais deixemos de aferir sinceramente, em nosso próprio favor, se não estamos sob o fascínio do desculpismo e da fuga,
e procuremos a cada dia, fazer algo pelo bem de nós próprios e do próximo. "

 

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