Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pluralidade das Existências - SEF



Unidade 20
TEMA : Pluralidade das Existências – Objetivos da Reencarnação:
União da Alma com o Corpo. Os fundamentos da Justiça na
Reencarnação. Necessidade da Reencarnação. Leitura complementar –
Mecanismos da Reencarnação.


Ä Introdução:
O Espiritismo ou Doutrina Espírita, possui cinco Princípios Básicos, de onde
procedem todas as suas práticas:
· A existência de Deus;
· A existência e sobrevivência do Espírito;
· A pluralidade das existências – a Reencarnação;
· A pluralidade dos mundos habitados;
· A comunicabilidade dos Espíritos.
Analisaremos a partir de agora o terceiro princípio – A Pluralidade das Existências
- a Reencarnação.
Ä Objetivos  da Reencarnação:
Deus impõe aos Espíritos a reencarnação com o objetivo de fazê-los chegar à
perfeição, passando por todas as vicissitudes da existência corporal. Visa ainda outro fim
a reencarnação: o de por o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra
da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de
harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de
vista, as ordens de Deus. É assim que concorrendo para a obra geral, ele próprio se
adianta.
Todos são criados simples e ignorantes (no sentido de que ignora, de que não tem
conhecimento) e se instruem nas lutas e tribulações da vida corporal. No início, não
possuem o conhecimento do bem ou do mal. São dotados do gérmem da inteligência e,
com o tempo, adquirem consciência de si mesmos. Sua constituição é abstrata e o modo
como foram criados ainda não foi revelado totalmente pelos Espíritos Superiores.  Deus,
que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos, conseqüentemente
sem mérito.
Daí concluir-se que, os seres considerados eleitos, anjos, arcanjos, querubins e
serafins são a representação das almas que já atingiram, pelo seu esforço, graus de
elevação espiritual, passando, como não poderia deixar de ser, pelos mesmos estágios
inferiores da escala evolutiva.
O atrasado possui inclinações para o mal, inteligência limitada; regozija-se com a
violência, compraz-se na vida viciosa. Quando deixa o corpo, os sentimentos o
acompanham; com a evolução, ele se vai modificando. As lutas do mundo, os sofrimentos
através das existências, é que lhe vão aprimorando a alma.
Como nos ensina Mário Cavalcanti de Melo e Carlos Imbassay, no seu Livro
“Reencarnação e suas Provas”, a Terra é como escola e um hospital. Vê-se o aluno ir
progredindo à proporção que muda de classe, a sua cultura é função do tempo e do
estudo; quando o corpo se debilita vai a um hospital, onde o médico lhe cura e restitui as
forças.
Unidade 20
TEMA : Pluralidade das Existências – Objetivos da Reencarnação:
União da Alma com o Corpo. Os fundamentos da Justiça na
Reencarnação. Necessidade da Reencarnação. Leitura complementar –
Mecanismos da Reencarnação. O Espírito aporta aqui como selvagem ou bárbaro, e continua a sua peregrinação,
curando-se no Hospital Planetário, com a terapêutica do sofrimento, ilustrando-se com as
lições que recebe de existência em existência, até que, fica livre das vidas materiais e
entra para o “Nirvana” dos budistas ou para as regiões de paz; a felicidade consiste nessa
tranqüilidade  dos justos; não a podemos perceber nem vislumbrar, porque nunca a
possuímos, envoltos nos turbilhões, no nevoeiro, nas paixões violentas  desse mundo
onde nos encontramos atolados.
Os Espíritos que desde o princípio seguem o caminho do bem nem por isso são
Espíritos perfeitos. Não tem, é certo, maus pendores, mas precisam adquirir a experiência
e os conhecimentos indispensáveis para alcançar a perfeição. Podemos compará-los a
crianças que, seja qual for a bondade de seus instintos naturais, necessitam se
desenvolver e esclarecer e que não passam, sem transição, da infância para a fase adulta.
Depende dos Espíritos o progredirem mais ou menos rapidamente em busca da
perfeição, conforme o desejo que têm de alcançá-la e a submissão que testemunham à
vontade de Deus. Os Espíritos não podem se conservar eternamente nas ordens
inferiores; mudam de ordem mais rápida ou demoradamente, porém não podem
degenerar. À medida que alcançam, compreendem o que os distancia da perfeição. O
espírito ao concluir uma prova fica com a ciência que daí lhe veio e não a esquece. Pode
permanecer estacionário durante algum tempo, porém não pode degenerar.
Uma só existência corporal é insuficiente para o espírito adquirir todo o bem que lhe falta e
eliminar o mal que lhe sobra.
A evolução do Espírito se dá progressivamente, pois ela está intimamente ligada à
experiência. Através de lutas expiatórias e provas, o Espírito caminha em busca da própria
iluminação e aperfeiçoamento. Ao iniciar sua jornada encarnatória nos primeiros estágios
evolutivos, o Espírito sofre todo tipo de influências, boas e ruins. Como é ignorante, suas
tendências o levam a vivenciar  experiências no campo do erro. Nem todos os Espíritos
passam pelo caminho do mal, mas obrigatoriamente passam pelo da ignorância.
O Criador concede ao Espírito a liberdade de ceder ou resistir às más influências.
Trata-se do “livre arbítrio”. Essa liberdade de agir como bem entende, desenvolve-se à
medida em que ele adquire a consciência de si mesmo. Isso faz com que ele tenha  o
mérito de suas próprias ações.
“Se o homem tivesse sido criado perfeito, seria levado fatalmente ao bem; ora, em
virtude de seu livre arbítrio, ele não é fatalmente levado nem ao bem nem ao mal. Deus
quis que ele fosse submetido à lei do progresso e que esse progresso fosse o fruto do seu
próprio trabalho, a fim de que tivesse o mérito desse trabalho, do mesmo modo que
carrega a responsabilidade do mal que é feito por sua vontade”. (Allan Kardec – A
Gênese, cap. III, item 9).  
Deus é soberanamente justo e bom, concede ao Espírito tantas encarnações
quantas necessárias para atingir seu objetivo - a perfeição.
Em cada nova existência, entra o Espírito com o conhecimento adquirido nas
anteriores, as aptidões, conhecimentos intuitivos e moralidade. Cada existência é assim
um passo avante no caminho do progresso.
A pluralidade das existências, cujo princípio o Cristo estabeleceu no Evangelho, é
uma das mais importantes leis reveladas pelo Espiritismo, pois lhe demonstra a realidade
e a necessidade para o progresso. Com esta lei o homem explica todas as aparentes
anomalias da vida humana; as diferenças de posição social; as mortes prematuras que,
sem a reencarnação, tornariam inúteis à alma as existências breves; a desigualdade de
aptidões intelectuais e morais, pelo conhecimento que o Espírito aprendeu e progrediu, e
traz nascendo, o que adquiriu em suas existências anteriores...
Com a reencarnação, desaparecem os preconceitos, pois o mesmo Espírito pode
tornar a nascer rico ou pobre, capitalista ou proletário, chefe ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da
servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, nenhum há que
prime, em lógica, ao fato material da reencarnação. Se, pois, a reencarnação se funda
numa lei da natureza o princípio da fraternidade universal, também funda na mesma lei o
da igualdade dos direitos sociais e, por conseguinte, o da liberdade...
"Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não seria somente
inconciliável com a justiça de Deus, que tornaria todos os homens responsáveis pela falta
de um só, seria também um contra-senso. Com a preexistência o homem traz, ao
renascer, o gérmen de suas imperfeições, dos defeitos que não corrigiu e que se traduzem
pelos instintos naturais e pelos pendores para tal ou tal vício. É esse o seu verdadeiro
pecado original, cujas conseqüências naturalmente sofre a pena de suas próprias faltas, e
não as de outros, e com a diferença, ao mesmo tempo consoladora e animadora, de que
cada existência lhe oferece os meios de se redimir pela reparação e de progredir, quer
despojando-se de alguma imperfeição, quer adquirindo novos conhecimentos e assim, até
que, suficientemente purificado, não necessite mais da vida corporal e possa viver
exclusivamente a vida espiritual, eterna e bem aventurada.
A reencarnação é um processo de aperfeiçoamento espiritual. A volta do espírito a
vida corporal tem um objetivo, não é "ação do acaso", nem "capricho dos céus". Não há
experiência reencarnatória sem motivo, ensina o espiritismo.
Allan Kardec na questão 196 do Livro dos Espíritos nos faz um resumo dos
objetivos da reencarnação.
Questão 196 – “Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das
tribulações da existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de
crisol ou de depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para
alcançarem a perfeição?
R. Sim é exatamente isso. Eles se melhoram nessas provas, evitando o mal e
praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os
esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas,
atingem a finalidade para que tendem.”
A obrigação que tem o Espírito encarnado de prover o alimento ao corpo, a sua
segurança, o seu bem estar, o força a empregar suas faculdades em investigações, a
exercitá-las e desenvolvê-las. Útil, portanto, ao seu adiantamento é a união com a matéria.
Daí o constituir uma necessidade a encarnação. Além disso, pelo trabalho
inteligente que ele executa  em seu proveito, sobre a matéria, auxilia a transformação e o
progresso material do globo que lhe serve de habitação.
O pensamento reencarnacionista está inscrito na máxima: Nascer, morrer,
renascer ainda, e progredir sempre, tal é a lei.
Ä União da Alma com o Corpo.
Há no homem, pois três coisas:
1º - O corpo ou ser material, análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital;
2º - A alma ou ser imaterial -  Espírito encarnado ao corpo;
3º - Laço ou perispírito que prende o espírito ao corpo, uma espécie de envoltório semi
material.
"Quando o espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um
laço fluídico, que mais  não é do que uma expansão do seu perispírito, a liga do gérmen
que o atrai por uma força irresistível, desde o momento da concepção. À medida que o
gérmen se desenvolve o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do
gérmen, o perispírito que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a
molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do
seu perispírito, se enraiza de certa maneira, neste gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união, nasce então
o ser para a vida exterior".
"À medida  que o espírito se purifica, o corpo que o reveste se aproxima igualmente
da natureza espírita. Torna-se-lhe menos densa a matéria, deixa de rastejar penosamente
pela superfície do solo, menos grosseiros se lhe fazem as necessidades físicas, não mais
sendo preciso que os seres vivos se destruam mutuamente para se nutrirem. O Espírito se
acha mais livre e tem, das coisas longínquas, percepções que desconhecemos".
"A finalidade da alma é o desenvolvimento de todas as faculdades a ela inerentes.
Para conseguí-lo, ela é obrigada a encarnar grande número de vezes, na terra, a fim de
acendrar suas faculdades morais e intelectuais , enquanto aprende a governar a matéria.
É mediante uma evolução ininterrupta, a partir das formas de vida mais rudimentares, até
à condição humana, que o princípio pensante conquista, lentamente, a sua
individualidade. Chegado a esse estágio, cumpre-lhe fazer eclodir a sua espiritualidade,
dominando os instintos remanescentes da sua passagem pelas formas inferiores, a fim de
elevar-se, na série das transformações, para destinos sempre mais altos".
Ä Os Fundamentos da Justiça na Reencarnação/Necessidade da              
Reencarnação:
A Reencarnação é a mais excelente demonstração da Justiça Divina, em relação
aos infratores das Leis, na trajetória humana, facultando-lhes a oportunidade de
ressarcirem numa os erros cometidos nas existências transatas.
A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade. A evolução
do ser indica um plano e um fim. Esse fim, é a perfeição, não pode realizar-se em uma
existência só, por mais longa que seja. Devemos ver na pluralidade das existências da
alma, a condição necessária de sua educação e de seus progressos. É a custa dos
próprios esforços, de suas lutas, de seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de
ignorância e de inferioridade e se eleva, de degrau a degrau, na Terra primeiramente, e,
depois, através de inumeráveis estâncias do céu estrelado.
A reencarnação, afirmada pelas vozes de além-túmulo é a única forma racional
pela qual se pode admitir a reparação de faltas cometidas e a evolução gradual dos seres.
Sem ela, não se vê sanção moral satisfatória e completa; não há possibilidade de
conceber  a existência de um Ser que governe o Universo com justiça.
Porque para uns a fortuna, a felicidade constante e para outros a miséria, a
desgraça inevitável? Para estes a força, a saúde, a beleza; para aqueles a fraqueza, a
doença, a fealdade? Porque a inteligência, a gênio, aqui; e, acolá, a imbecilidade? Como
se encontram tantas qualidades morais admiráveis,  a para outros tantos vícios e defeitos?
Porque há raças tão diversas? Umas inferiores a tal ponto  que parece confinar com a
animalidade, e outras favorecidas com todos os dons que lhes asseguram a supremacia?
E as enfermidades inatas, a cegueira, a idiotia, as deformidades, todos os infortúnios que
enchem os Hospitais, os albergues noturnos, as Casas de Correção? A hereditariedade
não explica tudo; na maior parte dos casos, essas aflições não podem ser consideradas
como um resultado de causas atuais. Sucede o mesmo com os favores da sorte.
Muitíssimas vezes, os justos parecem esmagados pelo peso da prova, ao passo que os
egoístas e os maus prosperam!
Cada um leva para a outra vida e traz, ao nascer, a semente do passado. Essa
semente há de espalhar os seus frutos, conforme a natureza, ou para nossa felicidade ou
para nossa desgraça, na nova vida que começa é até sobre as seguintes; uma só
existência não basta para desfazer as conseqüências más de nossas vidas passadas. Ao
mesmo tempo, os nossos atos cotidianos, ponte de nossos efeitos, vem juntar-se às
causas antigas, atenuando-as ou agravando-as, e formam com elas um encadeamento de
bens ou males que, no seu conjunto, urdirão a teia do nosso destino.O homem constrói o seu próprio futuro.
Reencarnação nem sempre é sucesso expiatório, como nem toda luta no campo
físico expressa punição.
Suor na oficina é excesso à competência.
Esforços na escola é aquisição de cultura.
À vista disso, não te habitues a medir as dores alheias pelo critério de expiação,
porque, quase sempre, almas heróicas que suportam o fogo constante das grandes dores
morais, no sacrifício do lar ou nas lutas do povo, apenas obedecem aos impulsos do bem
excelso, afim de que a negação do homem seja bafejada pela esperança em Deus.
O aspecto moral da reencarnação deve merecer sempre uma consideração muita
lúcida, justamente porque esse aspecto se reflete na vida familiar, nas relações
profissionais, na vida social, enfim. Quem deve, seja onde for, terá que pagar cedo ou
tarde. É a Lei. A noção de uma única existência não nos daria uma visão real de justiça no
tempo e no espaço. A reencarnação não é portanto, simples questão de crença, mas um
princípio lógico, assim nós o entendemos, pois abre à inteligência inquiridora, uma
perspectiva de justiça muito mais ampla, através de existências diversas.
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de
alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes
concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa
primeira prova.
Não obraria Deus com igualdade, nem de acordo com a sua bondade, se
condenasse para sempre os que talvez haja encontrado, oriundos  do próprio meio onde
foram colocados e alheios à vontade que os animava, obstáculos ao seu melhoramento.
A doutrina da reencarnação, isto é, a que  consiste em admitir para o espírita
muitas existências sucessivas, é a  única que corresponde a idéia que formamos da
justiça de Deus para com os homens que se acham em condição moral inferior; a única
que pode explicar o futuro e firmar as nossas esperanças, pois nos oferece os meios de
resgatarmos nossos erros por novas provações. A razão a indica e os Espíritos a ensinam.
O homem, que tem consciência da sua inferioridade, tem consoladora esperança
na doutrina da reencarnação. Se crê na justiça de Deus, não pode contar que venha a
achar-se, para sempre, em pé de igualdade com os que mais fizeram do que ele.
O que reanima o homem e lhe dá coragem é a idéia de que aquela inferioridade
não o deserda eternamente do supremo bem e que, mediante novos esforços, vai
conquistá-lo. Quantos no final de sua existência reclamam de ter uma experiência que já
não pode mais tirar proveito. Entretanto, esta experiência tardia não fica perdida; o Espírito
a utilizará em nova existência.
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* Indicação de leitura complementar, para conhecimento do Processo.
Ä Mecanismos da Reencarnação: -    
A relação afetiva, Espiritual e Biológica com os pais, assim como os antecedentes
cármicos do próprio Espírito reencarnante, são fatores determinantes no processo
reencarnatório.Histórica e culturalmente, a gestação ou gravidez é considerada função da mulher.
Isso é verdadeiro do ponto de vista biológico. Entretanto, na visão Espírita, não se
circunscreve apenas à mulher propriamente dita.
A gravidez é também um estado psicofísico, emocional, que envolve o homem,
juntamente com a mulher, no desempenho da função procriadora de um novo corpo físico,
com a participação direta, consciente ou inconsciente, do Espírito reencarnante. Portanto,
no mínimo três individualidades estão diretamente envolvidas na dinâmica da gestação de
um novo corpo físico.
O homem, em particular, precisa se educar e se auto-educar, no sentido de
assumir e desempenhar a função da paternidade em toda a sua abrangência e plenitude
conscientemente, não transferindo à mulher toda a responsabilidade na ação co-criadora
da gestação de um corpo físico de um filho ou uma filha.                                                                    
Preliminarmente, destaca-se a interação bioenergética anímico-mediúnica das partes
interessadas na ação co-criadora da paternidade-maternidade, na dinâmica da gestação.
Tal intervenção se faz consciente ou inconscientemente, além daquela psicofísica, em
nível biológico propriamente dito. Por que interação anímico-mediúnica consciencial? É de
conhecimento geral que as dimensões biológicas, psicológicas, emocionais e sentimentais
são componentes dinâmicos da gestação de um corpo físico para ser veículo da
consciência individual reencarnante, na condição de filho ou filha. Com a interação
anímico-mediúnica não há o mesmo reconhecimento. Entretanto, efetua-se nas diferentes
fases da gravidez, desde a etapa que precede o grande momento da fecundação
biológica, prossegue ao longo de todo o período gestacional e culmina com a fase do
parto propriamente dito, ocorrendo com maior ou menor freqüência ao longo da vida de
relação da vida familiar entre pais, filhos e irmãos nas mais variadas circunstâncias.
Fase Preparativa: Ocorre, nesta fase, na dimensão extrafísica: Escolha dos futuros
familiares e pais biológicos, em função de compromissos, comprometimentos e
vinculações cármicas:
• Estabelecimento do programa geral de futuras realizações e autorealizações no plano
físico, tendo em vista os objetivos educativos a serem atendidos;
• Prévia escolha ou determinação de sexo genético, que se verifica de acordo com a
respectiva sexualidade e características genético-espirituais do reencarnante e segundo
determinantes cármicos conscienciais preexistentes, tendo em vista futuras realizações;
• Definição do tipo de reencarnação: compulsório ou de livre escolha; provacional;
expiatória; sacrificial ou missionária.
• Execução do plano de associação e vinculação psicodinâmica, bioenergética, mental e
afetiva - essa fase inclui os futuros pais gestantes e demais familiares, segundo as necessidades de harmonização, entendimento, apoio mútuo, afinidade, sintonia e
ressonância.
Em conseqüência das necessidades e exigências específicas de bem cumprir os
imperativos naturais das leis da vida, já citadas, nessa etapa da fase preparatória, o
Espírito candidato à nova reencarnação passa a conviver no clima psicofísico e emocional
dos futuros pais em especial, interagindo dinamicamente com os mesmos, procurando
estabelecer as melhores relações de sintonia, afinidade e ressonância indispensáveis ao
êxito da concretização do complexo e laborioso planejamento reencarnatório. Múltiplas
operações bioenergéticas e magnético-espirituais podem ser realizadas pelos espíritos
construtores nas intervenções que se fizerem necessárias na organização perispirítica do
reencarnante. Para poder efetivar a ligação com a célula-ovo ou zigoto, a partir da
fecundação propriamente dita, ocorre previamente no plano extrafísico, a miniaturização,
que se caracteriza pela redução da forma perispirítica.Com base na análise dos mapas cromossômicose organogênicos, tais intervenções
se fazem no sentido de orientar a modelagem bioenergética e genético-estrutural referente
à embriogênese e morfogênese do futuro corpo físico, em consonância com a herança
cármica e o programa de realização na nova experiência reencarnatória.
Efetuadas as operações de imantação e ligação do perispírito da consciência do
reencarnante à célula-ovo, no terço médio da trompa de Falópio, segue-se a nidação no
útero materno, com a participação mento-afetiva dos pais gestantes e do filho ou filhos
reencarnantes.
Princípios Fundamentais: Propomos os seguintes princípios fundamentais do processo
de gestação à luz do Espíritismo:
O ser humano é um Espírito ou consciência individualizada, dotada de razão,
instrumentalizada pela linguagem, livre-arbítrio, instinto, memória, emoção e sentimento; O
espírito ou o eu-consciência é arquiteto de seu próprio destino, em obediência às leis da
vida: evolução, reencarnação, ação e reação e lei do progresso, através da qual expande
a consciência rumo à plenitude do ser;
O Espírito desencarnado preexiste à formação do seu corpo físico, pensa, sente e
age de acordo com o seu estágio de evolução cognitiva, sentimento e moralidade, no
respectivo plano consciencial e extrafísico;
Em obediência ao principio universal de afinidade, sintonia e ressonância, quando
oportuno ou necessário, o Espírito, em função de sua necessidade de realização e autorealização, vê-se na contingência de “um novo renascer” no plano físico para prosseguir
sua evolução planetária;
Nessa fase de sua evolução, de acordo com sua maior ou menor autonomia
volitiva, necessidade e merecimento, se propõe e/ou se dispõe de participar do
planejamento de sua nova e futura reencarnação.
Influencias No Processo Reencarnatório:
· Espíritos Perturbadores: Desafetos, inimigos espirituais do espírito
reencarnante ou dos pais.
· Mãe Encarnada: Relação anímica, mediúnica, psico-afetiva e biológica (herança
genética e gestação).
· Pai Encarnado: Relação anímica, madiúnica, psico-afetiva e biológica (herança
genética).
· Espíritos Geneticistas: Espíritos de elevada hierarquia espiritual que atuam na
relação afetiva-espiritual e no desenvolvimento do genótipo do reencarnante.
• O planejamento reencarnatório envolve complexas medidas dinâmicas e teledinâmicas
de natureza bioenergética no plano extrafísico, de acordo com a “Genética Espiritual” e lei
de Ação e Reação que estabelecem as condições orientadoras na execução do plano
reencarnatório individual, de modo a permitir que cada Espírito herde de si mesmo, com a
contribuição de seus pais no plano físico;
• Tal planejamento é orientado e administrado nos planos extrafísicos por entidades de
elevada sabedoria e hierarquia espiritual. A maior parte da humanidade terrestre,
encarnada e desencarnada, ainda se encontra nos primeiros estágios de evolução. Goza
de autonomia muito restrita e não tem condições de usar o livre-arbítrio com
discernimento;• Quanto maior for o grau de evolução consciencial ao longo de seu continuum histórico
palingenésico maior será a participação direta do espírito reencarnante em todas as fases
do planejamento e execução de sua própria reencarnação, sob a assistência técnica dos
“geneticistas” e “embriologistas”, podendo participar da modelagem do futuro corpo físico,
em obediência às leis da “herança espiritual” condicionantes da herança psicofísica
biológica.
O Espírito encarnado ou desencarnado é assistido nas suas necessidades de autorealização e progresso, de acordo com a lei de merecimento;
O Espírito candidato à nova experiência reencarnatória no plano físico passa por
uma fase preparatória de análise e auto-análise através de um processo de profunda
introspecção, mediante urna visão retrospectiva de sua história pessoal, valendo-se dos
registros de sua memória absoluta, vê com clareza e em detalhes esclarecedores as
ações pretéritas, podendo ser assessorado pelos mentores no planejamento de um novo
projeto reencarnatório. Após esse exame analítico consciencial, cada espírito entra em
uma nova etapa de programação da futura existência, em função de sua herança
espiritual;
Providências gerais e específicas são tomadas no sentido de conjugar
harmonicamente o livre-arbítrio e o determinismo da lei de causa e efeito, objetivando
sempre o progresso e o aperfeiçoamento individual e coletivo;
Em obediência à lei de sintonia, afinidade e ressonância, cada espírito encontra-se
ligado ao respectivo grupo familiar e racial, ao seu povo ou nação;
Desse modo, a escolha do grupo familiar e dos futuros pais obedece aos princípios
gerais das leis citadas, em consonância com a respectiva herança consciencial,
psicológica e espiritual. Essa herança fica registrada na memória genética perispirítica
através das matrizes Psi dos respectivos genes. Estes irão se expressar por meio do
genótipo ou fenótipo no plano biológico, através da organogênese do futuro corpo físico,
com a contribuição biogenética dos respectivos pais.
Ä Outras questões relacionadas com a Reencarnação:
Quantas reencarnações tivemos e teremos?  
Não se pode precisar o número de reencarnações que uma pessoa já teve, pois
isso depende do estado evolutivo em se encontra o Espírito. Uns evoluem mais rápido por
seu maior esforço, portanto necessitam passar por menor número de vezes na carne.
Outros são mais lentos permanecendo mais tempo no mundo de sofrimentos. Tudo
dependerá de nós. Quanto mais rápido progredirmos moral e intelectualmente, menos
encarnações teremos que sofrer. Quando nosso Espírito tiver alcançado todos os graus de
evolução moral e intelectual, seremos Espíritos puros. Um exemplo de Espírito puro é o
Mestre Jesus.                                                                                                                                                    
O Espírito sempre reencarna no mesmo sexo?
Não, pois o Espírito necessita vivenciar as experiências específicas aos dois sexos,
como aprendizado para seu aprimoramento moral e intelectual. A escolha de cada sexo,
depende da prova ou expiação que se deve passar. Não é verdadeira a idéia de que a
cada encarnação o Espírito mude de sexo. Às vezes, vive diversas existências com um
mesmo sexo, para só depois situar-se em outro campo da sexualidade. Também não é
correto o pensamento de que a homossexualidade é produto da mudança de sexo do
Espírito antes da sua encarnação. Bibliografia/fontes de Consulta:
1. KARDEC, Allan - O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Parte Segunda, Cap. II e Cap. XI;
44 ª Edição da Federação Espírita Brasileira.
2. KARDEC, Allan - O EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO, Cap. IV, 77ª Edição da
Federação Espírita Brasileira.
3. Apostila Programa Básico de Doutrina Espírita, Volume II - Centro Espírita Luz
Eterna.
4. Delanne, Gabriel - A REENCARNAÇÃO, Cap. I e XIV - Edição da Federação
Espírita Brasileira.
5.  Cavalcanti de Melo, Mário e Imbassay, Carlos - Livro “Reencarnação e suas
Provas”.
6. Revista Cristã de Espiritismo – Ano 02, n.º 7, Editora Escala Ltda., São Paulo –
Artigo “Mecanismos da Reencarnação”.

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