Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Pluralidade das Existências - Comunidade Espírita


11ª. AULA: 19/05/04 - PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS

A - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS I
CONSIDERAÇÕES HISTÓRICAS: Constituindo-se em uma lei da natureza, a pluralidade das existências é uma realidade inerente ao homem, cujos indícios se revelam desde as épocas mais remotas da humanidade, evidenciando o fato de que ela sempre foi uma verdade insofismável. Os Vedas, nos rituais que presidiam à iniciação dos seus adeptos, já apregoavam as leis que presidem os mistérios da imortalidade da alma, da pluralidade das existências e dos mundos.
O Bramanismo também tinha e tem como base a crença em tal princípio. Krishna, por sua vez, renovou as teorias védicas ao ensinar que "o corpo é o envoltório da alma que aí tem a sua morada, sendo uma coisa finita; porém a alma que o habita é invisível, impoderável e eterna". Buda foi ainda mais incisivo ao afirmar: "Uma vida curta, uma vida longa, um estado mórbido, uma boa saúde, o poder, a fraqueza, a fortuna, a pobreza, a ciência, a ignorância.. tudo isso depende de atos cometidos em anteriores existências".
Pitágoras, filósofo e matemático grego, era um fiel partidário da teoria da transmigração da alma de um corpo para outro. Orígenes, importante filósofo e teólogo da igreja grega, admitia a preexistência da alma como uma necessidade lógica, na explicação de certas passagens da Bíblia, chegando à conclusão de que se ela não existisse, Deus seria injusto. Entre os judeus, a idéia das vidas sucessivas era geralmente admitada. A crença nos renascimentos dos Espíritos encontra-se indicada veladamente no Antigo Testamento, porém muito mais claramente nos Evangelhos, como se pode verificar em algumas de suas passagens.
Platão, uma das maiores figuras da filosofia de todos os tempos, já concebia a chamada Teoria da Reminiscência, segundo a qual o nosso conhecer é apenas o recordar. A ocasião para isso é o encontro com as coisas deste mundo, o qual desperta na alma a recordação das idéias e lembranças. No sistema de Platão, a Doutrina da Reminiscência exerce três funções importantes: a - Fornece uma prova da preexistência, da espiritualidade e da imortalidade da alma; b - Estabelece uma ponte entre a vida antecedente e a vida presente; c - Dá valor ao conhecimento das coisas deste mundo, reconhecendo-lhe o mérito de despertar as recordações das idéias.
Vê-se, assim, que os Espíritos benfeitores apenas renovam um princípio que teve origem nas primeiras idades do homem e que se conservou até hoje. A diferença é que os Espíritos apresentam esse princípio de um ponto de vista mais de acordo com as leis evolutivas da natureza, e de conformidade com os desígnios de Deus.
CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS II
FUNDAMENTOS: Ao trazer à luz esclarecimentos sobre a pluralidade das existências corpóreas, os Espíritos superiores resgatam uma doutrina que teve início nos primeiros tempos da humanidade. Mas, algumas correntes doutrinárias deixaram de lado em seus fundamentos o princípio evolutivo da reencarnação, preferindo antes, consagrar a teoria da unicidade das existências. Desta forma, rejeitaram princípios que poderiam auxiliar o homem em seus questionamentos existenciais. Porém, cedo ou tarde, ao atingir a sua maturidade espiritual, a humanidade não poderá conciliar as diversidades da evolução e as consequentes divergências sociais, em face da inverossimil possibilidade de a alma encarnar uma só vez.
Ao tecer algumas considerações sobre a pluralidade das existências, Allan Kardec formulou as seguintes questões: 1 - Por que a alma revela aptidões tão diversas e tão independentes das idéias adquiridas pela educação? 2 - De onde vem a aptidão extranormal de algumas crianças de pouca idade para esta ou aquela ciência, enquanto outras permanecem inferiores ou medíocres por toda a vida? 3 - De onde vêm, para uns, as idéias inatas ou intuitivas, que não existem para outros? 4 - Por que alguns homens, independentemente da educação, são mais adiantados que outros? 5 - Se a existência presente deve ser decisiva para a sorte futura, qual é, na vida futura, respectivamente, a posição do selvagem e a do homem civilizado? Estarão no mesmo nível ou estarão distanciados no tocante à felicidade eterna?
6 - O homem que trabalhou toda a vida para melhorar-se estará no mesmo plano daquele que permaneceu inferior, não por sua culpa, mas porque não teve o tempo nem a possibilidade de melhorar? Há uma doutrina que possa resolver essas questões? Admiti as existências sucessivas, e tudo estará explicado de acordo com a justiça de Deus. Aquilo que não pudemos fazer numa existência, faremos em outra. É assim que ninguém escapa à lei do progresso. Cada um será recompensado segundo o seu verdadeiro merecimento, ninguém é excluído da felicidade suprema a que se pode aspirar, sejam quais forem os obstáculos que encontre no seu caminho.
Portanto, as discrepâncias ocorrem em função dos desvios cometidos, e que exigem reajuste perante Deus. Deve-se, pois, reconhecer que a pluralidade das existências é a única capaz de explicar aquilo que, sem ela, seria inexplicável, pois representa para o homem a resposta aos seus anseios, na medida em que explica o presente e lhe possibilita novas oportunidades corpóreas de aprimoramento espiritual.
B - DA REENCARNAÇÃO - JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO
O princípio da pluralidade das existências do Espírito, é o único que satisfaz no tocante à idéia que se tem da justiça de Deus, quanto às diferenças individuais, tais como: posições sociais, as enfermidades, o poder, a saúde, a satisfação dos sentidos, etc.. Deste modo, o princípio da reencarnação é o único capaz de explicar o presente e renovar as esperanças, pois é através dela que o homem resgata seus erros em vidas futuras, bem como compreende a bondade infinita do Criador.
A reencarnação se contrapõe à teoria da unicidade das existências, pela qual o Espírito viveria uma só vez na forma física e teria seus destino definitivamente selado após a desencarnação, defrontando-se então com o dilema: bem-aventurança ou condenação eterna. Mas, a razão indica, e os bons Espíritos ensinam, que o Espírito que ainda não alcançou a perfectibilidade na vida corpórea, terá pela frente a oportunidade de novos renascimentos em corpos físicos para prosseguir na sua caminhada evolutiva.
Allan Kardec indaga aos benfeitores espirituais: -O número de existências corporais é limitado, ou o Espírito se reencarna perpetuamente? - "A cada nova existência, o Espírito dá um passo na senda do progresso; quando se despojou de todas as suas impurezas, não precisa mais das provas da vida corpórea". Portanto, pelo princípio da reencarnação, o Espírito no itinerário de sua perfectibilidade, terá pela frente a oportunidade de novos renascimentos. Pela reencarnação, reparam faltas cometidas, ao mesmo tempo em que assumem o compromisso de novas provas, pois um dia todos tornar-se-ão Espíritos puros.
O número de reencarnações não é o mesmo para todos os Espíritos, porquanto depende do esforço que cada um faz em prol do seu aprimoramento intelectual e moral. A cada nova existência o Espírito dá um passo adiante na senda do progresso; uma vez livre de todas as impurezas, não terá mais necessidade de novas vidas corporais. Deus jamais seria um Pai de justiça, de incomensurável amor e bondade, se condenasse os que não conseguiram vencer suas provas por fatores adversos, encontrados no próprio meio onde foram colocados e alheios à sua vontade.
Seria sumamente injusto se julgasse seus filhos de modo diferente uns dos outros, ou que aplicasse a sua justiça de modo unilateral. Todos os Espíritos caminham à perfectibilidade, e Deus lhes faculta meios de alcançá-la, proporcionando-lhes as provações de inúmeras vidas corpóreas para atingirem o objetivo para o qual foram criados.
C - OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA REENCARNAÇÃO E QUEBRADOS PELA UNICIDADE DA EXISTÊNCIA
A reencarnação possibilita melhor integração entre os membros de uma família, pois aqueles que se amam procuram estreitar cada vez mais os laços afetivos, pedindo a Deus para reencarnarem sempre nos mesmos círculos familiares. Ocorre frequentemente que em uma família encarnam Espíritos que não se afinam com os demais, demonstrando tendências diversas, parecendo, pelas suas inclinações e gostos, que nada têm em comum com seus parentes. As encarnações de Espíritos que são estranhos no seio das famílias têm a dupla finalidade de servirem de prova para uns e meio de progresso paa outros. Os menos evoluídos melhoram pouco a pouco ao contato direto com os bons e pelas atenções que deles recebem, geralmente seu caráter se abranda, seus costumes se aperfeiçoam e as antipatias desaparecem.
Os Espíritos constituem, no mundo espiritual, verdadeiras famílias unidas pela afeição, pela semelhança de inclinações e pela atração mútua. Sentindo-se felizes por estarem juntos, eles procuram sempre maior entrelaçamento afetivo em todos. A encarnação só os separa momentaneamente, porque retornando à erraticidade se reencontram, assim como sucede com amigos quando retornam de uma longa viagem. Muitas vezes também reencarnam juntos numa mesma família consanguínea ou num mesmo círculo familiar, para assim palmilharem juntos o roteiro evolutivo.
Os laços afetivos ocorrem entre Espíritos que nutrem verdadeira afeição mútua, a única que sobrevive à destruição do corpo. Quando a união no mundo corpóreo teve apenas por objetivo a satisfação dos sentidos, não há qualquer motivo para se procurarem na espiritualidade, enquanto que as afeições espirituais são permanentes. Deste modo, as afeições carnais extinguem-se com as causas que as provocaram, que deixam de existir no mundo espiritual.
A teoria da unidade da vida exclui, necessariamente, a preexistência da alma, que seria criada ao mesmo tempo que o corpo, sem qualquer ligação anterior. Todos os membros de uma família seriam estranhos entre si, sem nenhuma ligação espiritual. Após a desencarnção, considerando-se esta teoria, a sorte do Espírito estaria definitivamente selada, com a consequente anulação de todo progresso conquistado; são, assim, imediatamente separadas para sempre, sem esperança de jamais se aproximarem, (as almas) de tal sorte que pais, mães e filhos, maridos e mulheres, irmãos, amigos, não estão jamais certos, de se reverem; é a ruptura mais absoluta dos laços de família.
Pela reencarnação e pelo progresso que lhe é consequente, todos os que se amam se encontram no mundo físico e no mundo espiritual, caminhando juntos rumo à perfeição espiritual. Se alguns fracassam ou retardam o seu progresso, nem por isso as esperanças estão perdidas, uma vez que serão sempre amparados pelos que os amam, para retornarem à senda evolutiva, havendo portanto perpétua solidariedade entre Espíritos encarnados e desencarnados.
QUESTIONÁRIO:
A - CONSIDERAÇÕES SOBRE A PLURALIDADE DAS EXISTÊNCIAS I, II
1- Em que sentido a teoria de Platão é precursora do princípio da reencarnação?
2 - Qual a posição de Orígenes perante a teoria da pluralidade das existências? Pesquise
3 - Por que a pluralidade das existências é superior à teoria da unicidade das existências?
B - DA REENCARNAÇÃO - JUSTIÇA DA REENCARNAÇÃO
1 - Em que sentido a reencarnação consagra a Lei de Causa e Efeito?
2 - Como a reencarnação desfaz o mito das "penas eternas"?
3 - De quantas reencarnações o Espírito precisa para sua evolução?
C - OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA REENCARNAÇÃO E QUEBRADOS PELA UNICIDADE DAS EXISTÊNCIAS
1 - Em que sentido os Espíritos formam uma família no mundo espiritual?
2 - Ocorre, frequentemente, que em determinada família encarnem Espíritos que não se afinam com os demais membros da família: Por quê?
3 - A teoria da unicidade da existência exclui a preexistência da alma: Explique

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