Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 11 de julho de 2011

Provas da existência e da sobrevivência do Espírito - esde antigo

Aparentemente seríamos apenas o corpo com que vivemos neste mundo.  Ora, tudo indica – e a análise química o comprova – que o nosso corpo é formado exclusivamente de matéria, como os demais corpos da Natureza.  É verdade que essa matéria recebe a mais o influxo energético de uma substância organizadora sutilíssima – o principio vital -, absorvida naturalmente pelo organismo e que lhe comunica o dinamismo em virtude do qual se realizam todas as funções vitais; o princípio que existe, aliás, também nos outros seres vivos, vegetais e animais.
Mas a análise consciente e uma observação mais profunda mostram que no homem existe algo mais do que matéria e princípio vital.  O homem pensa e tem consciência plena de sua existência; relaciona idéias, estabelece conceitos, elabora juízos, constrói raciocínios, tira conclusões, e, servindo-se de um instrumento maravilhoso, que é a linguagem, comunica tudo isso aos seus semelhantes.  Nada que a isto, sequer, se pareça, ocorre no mineral bruto na rocha inerte, como nenhum vegetal, na mais esplêndida e frondosa árvore, no mais belo e florido flamboyant; como não existe nos animais, mesmo naqueles em que já aparecem alguns vislumbres de inteligência e afetividade, mas nos quais em realidade só existem sensações, vagas percepções, atividades puramente instintivas e uma inteligência muito rudimentar.  No homem, porém, é a inteligência elaborada, cultivada, plenamente desenvolvida, superior; ele pensa e nele brilha a luz da razão.
Cogito, ergo sum. -  Escreveu Descartes – Penso, logo existo (em tradução rigorosamente literal).  Entretanto, o que devia estar no raciocínio do grande filósofo não pode deixar de ser o seguinte: - Penso; ora, a matéria por si mesma não pensa; logo, existe em mim, além do corpo material, algo mais, que é o agente do meu pensamento, em virtude do qual, portanto, existo como ser inteligente e tenho plena consciência da minha existência.  É um raciocínio perfeitamente lógico e conforme à mais pura razão humana.  Deveria bastar para que nenhuma dúvida existisse no homem a respeito de que nele vive essencialmente um espírito, isto é, um ser imaterial, porém, real, independente do corpo e a ele sobrevivente, e somente ao qual são inerentes às faculdades superiores da inteligência e da razão.  Outras faculdades existem ainda no homem, que nada têm a ver com a matéria e que são funções de uma consciência individual superior, a todas sobrelevando o senso moral. Entretanto, muitos há que não crêem na realidade da própria existência, em espírito imortal.  Sim, há descrentes, que vivem na negação ou, talvez, apenas em dúvidas, pois no fundo do seu ser hão de ter a mesma aspiração, natural, de toda criatura: não morrer.  Então, Deus, em sua infinita bondade e amor, como Divina Providência, concedeu ao homem, com as manifestações espíritas, as provas cabais de que nele vive um espírito, e que esse espírito sobrevive à morte.
Manifestações de espíritos ocorreram em todos os tempos, desde a mais remota antiguidade, mas em caráter excepcional ou consideradas de origem sobrenatural.
Em sua verdadeira causa, só eram conhecidas dos iniciados, nos chamados mistérios dos templos de antigas civilizações.  As Escrituras Sagradas estão cheias desses fatos.  Indivíduos excepcionais – os profetas – serviam de intermediários entre os Espíritos e os homens e muitas coisas anunciavam como expressões da vontade de Deus; e uma das coisas então anunciadas foi que viria o tempo em que essa faculdade de intermediação se generalizaria, dando lugar a manifestações que ocorreriam insopitáveis, por toda parte, a sacudir as consciências e os corações dos homens, despertando-os para a grande realidade de um  mundo espiritual.  A profecia cumpriu-se e, após alguns casos isolados de uns pouco precursores, que não tiveram ampla repercussão, ocorreram nos Estados Unidos da América do Norte fatos notáveis que chamaram rapidamente a atenção.  Ocorridos inicialmente no vilarejo de Hydesville, rapidamente se propagaram à cidade de Rochester e a outras importantes cidades da América do Norte;  dali espalharam-se por toda a Europa, chegando primeiro à Inglaterra, à França e à Alemanha.  Em toda parte ocorreram, desde então, insopitáveis os fatos espíritas.
Que fatos são esses?  -  Antes de tudo são fenômenos consistindo em efeitos físicos diversos:  ruídos, dando a impressão de arranhões, estalidos, pancadas, ou de passos, produzidos em portas, paredes, assoalhos, sem causa conhecida;  projeção ou trazimento (transportes) de objetos de diversas formas e naturezas – pedras, roupas, utensílios domésticos, jóias, moedas, alimentos e até flores -, através de paredes, portas e janelas fechadas, movimentos de objetos sem contato visível, tanto leve como pesados, incluindo móveis, mesas, cadeiras, armários, balcões, etc.
A simples produção desses efeitos físicos nada provaria, em si mesmos, quanto à existência dos Espíritos, porquanto poderiam ser produzidos por forças outras, naturais e desconhecidas.  Mas o fato singularíssimo de que é causa produtora dos mesmos se revela estar associada uma inteligência que dirige a ação, e que essa inteligência é capaz de mostrar que é a alma de um morto, dando iniludíveis sinais de sua identificação, mostra que a sua verdadeira causa são os Espíritos.  Hoje, a sobrevivência da alma humana outra coisa não é senão um Espírito encarnado, está amplamente demonstrada pelos fatos espíritas, investigados, ao contrario, com todo rigor cientifico por numerosos e eminentes sábios e investigadores do século passado e deste século.  Após criteriosas investigações, céticos a princípio, renderam-se os sábios à evidencia de que a vida continua além-túmulo e de que podem as almas daqueles que morreram neste mundo vir comunicar-se com os homens, com os seres queridos que deixaram na Terra, e, outrossim, com Espíritos especialmente prepostos, por superiores desígnios de Deus, à missão de trazer-lhes a revelação dessa verdade.
A tal ponto ficou isso demonstrado nas experimentações dos sábios que um deles – entre os mais eminentes do século passado, Alfred Russell Wallace fez esta afirmativa categórica: O Espiritismo está tão como bem demonstrado a lei da gravitação.
Em sua difusão rápida por todo o mundo, a noticia dos fenômenos surgidos em Hydesville chegaram também à França e ali se generalizaram, assumindo sobretudo a modalidade das chamadas mesas girantes, ou seja: mesas que se moviam sem causa física aparente, mas sob a influencia de uma força desconhecida, parecendo emanar de certas pessoas, especialmente dotadas. Mas as mesas eram também falantes, no sentido de que respondiam inteligentemente – por meio de suspensões, seguidas de certo número de batidas convencionais de um dos pés -, às perguntas formuladas por pessoas presentes ao fenômeno.  Foi exatamente esse caráter inteligente assumido pelo fenômeno que levou o Prof. Hyppolyte Léon Denizard Rivail a interessar-se e, logo depois, dedicar-se profundamente ao seu estudo, como dos demais fenômenos espíritas, deduzindo deles todas as conseqüências filosóficas, morais e religiosas que eles comportam, com o auxilio dos próprios Espíritos, cujos ensinos, por ele ordenados e codificados, viera a constituir o admirável corpo da Doutrina Espírita, consubstanciada em “O Livro dos Espíritos”, por ele publicado em 1a. edição a 18 de abril de 1857, como se sabe, adotando, então, o pseudônimo de Allan Kardec.
Allan Kardec escreveu um outro livro, complementar do primeiro, “Livro dos Médiuns”, cuja segunda parte – Das Manifestações Espíritas – é totalmente dedicada ao estudo circunstanciado dessas manifestações, isto é, de toda a fenomenologia espírita.  É “O Livro dos Médiuns”, a primeira obra sua que se deve consultar sobre esse importante assunto e, como obra geral, nenhuma outra existe que a supere, vindo logo depois o livro de Léon Denis, “No Invisível”.  Seguem a eles numerosas obras, quer gerais, tratando de toda a fenomenologia, quer particulares, quer dizer, tratando de determinados fenômenos.  Sob este último aspecto, vale citarem-se, apenas como exemplos, os livros de William Crookes – Fatos Espíritas – em que são estudados fenômenos de efeitos físicos e especialmente o fenômeno de materialização do Espírito Katie King, com o auxilio, respectivamente, da mediunidade de Daniel D. Home e de Florence Cook;  de Friedrich Zollner – Provas Cientificas Sobre a Sobrevivência – em que esse sábio físico e astrônomo alemão relata suas experiências com o médium Henri Slade, inclusive o extraordinário fenômeno de desmaterialização, tornando possível a penetração de corpos materiais por outros e a escrita direta sobre uma lousa, sem intermediário material algum; de Arthur Findlay – No Limiar do Etéreo -  onde são relatados admiráveis fenômenos de voz direta por intermédio do Johan C. Sloan, finalmente, o livro de Oliver Lodge – Raymond – em que esse sábio físico inglês descreve experiências com diversos médiuns, através das quais pode, com toda a evidência, constatar a manifestação de seu filho Raymond Lodge, jovem engenheiro, morto em 1915, aos 26 anos, numa trincheira, em Flandres, Bélgica, durante a guerra de 1914-1918, tendo fornecido claros sinais de identificação de sua personalidade individual.
Vaga e confusa a princípio, nos fenômenos das casas mal assombradas, a personalidade oculta começa a afirmar-se na tiptologia e depois na escrita; adquire caracteres determinados na incorporação mediúnica e torna-se tangível nas materializações.  Nessa ordem é que se têm desenvolvido os fatos, multiplicando-se de modo a atrair a atenção dos indiferentes, a forçar a opinião dos céticos e a demonstrar a todos a sobrevivência da alma humana.  Essa ordem, a que se poderia chamar histórica, é a que por nossa parte adotaremos em nosso estudo dos fenômenos espíritas.
O grande autor que foi Léon Denis, no estudo que se fez na obra citada, considera outras modalidades de fenômenos nas classes que lhes são afins. Assim, por exemplo, no fenômeno da escrita considera tanto a escrita direta, que ele chama também psicografia, enquanto Kardec, pneumatografia, como a que ele chama escrita mediúnica, que, para Kardec é a verdadeira psicografia.
Denis continua: “Poder-se-ia igualmente dividir este – quer dizer, o estudo dos fenômenos espíritas – em duas categorias: os fatos de natureza física e os fatos intelectuais.  Nos primeiros, o médium desempenha papel passivo;  é o foco de emissão, de que emanam os fluidos e as energias com cujo concurso os invisíveis atuarão sobre a matéria e manifestarão sua presença.  Nos outros fenômenos, o médium exerce função mais importante.  É ele o agente transmissor dos pensamentos do Espírito;  e seu estado psíquico, suas aptidões, seus conhecimentos influem, às vezes, de modo sensível nas comunicações obtidas.”

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