Estudando o Espiritismo

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domingo, 31 de julho de 2011

Perguntas Respondidas: Problemas emocionais, espirituais, obsessão



1) Tenho um parente que tem entrado em crises de depressão. Chora, vomita, mesmo nos momentos em que está feliz. Será que é espiritual?
- Os sintomas acima relacionados são característicos de um momento de depressão. Para o Espiritismo, a depressão é uma síndrome que possui diversas possíveis causas psicológicas (psicodinâmica) e até predisposições orgânicas. A Doutrina Espírita ainda acrescenta um outro fator agravante e mantenedor do processo: a obsessão. A obsessão é a interferência negativa de um ser desencarnado (que já deixou o corpo físico) sobre um encarnado (cujo corpo ainda não pereceu). Nas nossas várias reencarnações, criamos afetos e desafetos, que, deixando o corpo físico em ocasião da morte orgânica, conservam e cultivam os mesmos sentimentos bons e ruins com relação a nós. Nesse caso, podem querer manter o contato mental com o encarnado de sua afinidade, influenciando-lhe mentalmente através de sugestões de pensamentos e sentimentos perturbadores, seja pelo desejo de vingança, seja pelo apego demasiado à vida material. Devemos lembrar, entretanto, que o desencarnado só poderá atuar se encontrar campo mental favorável, a depender dos hábitos, sentimentos e pensamentos do encarnado.
De qualquer forma, é muito recomendável que esse parente procure, em primeiro lugar um bom profissional de saúde (psiquiatra), para detectar o possível diagnóstico de uma depressão. Se for o caso, poderá ser empregada psicoterapia e, em alguns casos, medicamentos. Por outro lado, também seria muito interessante ele ir a um Centro Espírita, onde será acolhido e ouvido, na tentativa de, através de reflexões, descobrir e trabalhar as causas da melancolia. Lá ele será convidado a participar das palestras públicas, sobre alguma lição do Evangelho consolador e receber fluidoterapia (passes magnéticos e água fluidificada) para recuperar as forças orgânicas. E, dependendo da situação, o caso poderá ser levado às reuniões de desobsessão, em que haverá um diálogo com o possível obsessor. Em todas as circunstâncias, a reforma íntima dos pensamentos e sentimentos do paciente é a terapia essencial para a verdadeira cura.

2) Sinto medo e um desânimo muito grande. Segundo o médico, estou com depressão e estou tomando remédios. Estou melhorando, mas o medo me acompanha sempre. Na visão espírita, o que seria a depressão?
- A conceituação de depressão para o Espiritismo é a mesma que a Medicina dá, isto é, o conjunto de sinais e sintomas depressivos (tristeza, falta de prazer, insônia, perda do apetite, choro fácil, etc.) que duram por mais de 2 semanas, sem fator desencadeante muito claro (luto, por exemplo). A diferença é que, o Espiritismo investiga as diversas causas espirituais dessa doença.
Considerando que todos somos imortais, e que reencarnamos várias vezes para desenvolver nossos potenciais sempre evoluindo, as causas reais de qualquer doença encontram-se nesta ou numa existência anterior. O Espiritismo considera que a depressão é uma doença com componentes orgânicos e psicológicos. Nesse sentido, o Espírito pode reencarnar com a predisposição (adquirida em outra reencarnação) de desenvolver a depressão, bastando poucos fatores precipitantes para desencadear a síndrome. Entretanto, a depressão pode ser adquirida, inconscientemente, sem o paciente perceber, na própria reencarnação. No caso particular da depressão, devemos lembrar dois componentes geradores de doenças: a influência do próprio Espírito encarnado (o paciente) que, através de pensamentos negativos, desenvolve distúrbios orgânicos, e a influência da obsessão.
Na visão espírita, todos nós somos mais ou menos médiuns, ou seja, possuímos em maior ou menor grau a mediunidade, que é faculdade humana natural (orgânica) de perceber Espíritos desencarnados (que já deixaram o corpo no momento da morte). O Espiritismo nos esclarece que a Obsessão é uma síndrome muito prevalente na população, mas pouco diagnosticada, que se apresenta como o conjunto de distúrbios psicológicos e psiquiátricos decorrentes da ligação mental que se estabelece entre o paciente encarnado (nós, que ainda possuímos o corpo) e um (ou mais) desencarnado. Na verdade, poderíamos estender esse conceito para qualquer relação mental e psicológica inter-encarnados, inter-desencarnados, do encarnado para o desencarnado ou vice-versa que prejudica a saúde mental de ambos.
Um Espírito obsessor pode ter vários motivos para obsediar um encarnado. Em nossas várias reencarnações criamos numerosos vínculos e afetos, nem sempre saudavelmente, representando uma semeadura que certamente colheremos mais tarde. Quando um desafeto vê-se prejudicado, e não compreende as soberanas leis da natureza e da Justiça Divina, procura o encarnado "criminoso", mesmo depois, em outras reencarnações, para vingar-se. A vingança é uma das maiores causas de obsessão relatada. Há também outros motivos que se somam, como o "parasitismo" mental pelo prazer, a paixão e o ódio, etc.
Naturalmente, o obsessor, por definição óbvia, estará sempre em maior perturbação. O encarnado, por sua vez, receberá esse "ataque" mental e sofrerá por isso se, e somente se, o permitir. Isto é, o campo mental propício do encarnado dá acesso para o desencarnado interferir. Pensamentos ociosos, ambientes viciantes, conversações levianas, supérfluas e frívolas, clichês mentais e degradantes possibilitam um campo de fácil atuação ao obsessor. Cultivar o hábito da prece, vigilância de pensamentos, conversações nobres, controle dos impulsos, leituras edificantes e saudáveis, estudar páginas do Evangelho no lar, etc., são os recursos terapêuticos mais eficazes na prevenção e tratamento das obsessões. Para complementar, o paciente, se desejar, também pode procurar uma casa espírita onde encontrará um serviço de atendimento fraterno, poderá participar de palestras, receber fluidoterapia (passes magnéticos e água fluidificada) para fortalecê-lo externa e internamente. Se for necessário, o caso poderá ser levado às reuniões mediúnicas espíritas, em que o obsessor é convidado a dialogar através de médiuns treinados para que ele também possa ser atendido e liberar-se da idéia de perturbação.
Assim, recomendamos fortemente que você analise essas questões, observe aquilo que está sentindo e busque a melhor terapia que lhe fará maior bem, tanto no para o lado material (médico, psiquiátrico) quanto do lado espiritual, buscando, acima de tudo, resolver as causas da problemática atual.
Que Jesus, o sublime médico das almas, nos fortaleça e nos ampare nas nossas dores.

3) A síndrome do pânico tem alguma causa espiritual, ou somente orgânica e psíquica? Uma pessoa em tratamento com síndrome do pânico pode ser passista?
- O transtorno do pânico é distúrbio da ansiedade com grande prevalência na população, que se caracteriza por "ataques de pânico recorrentes e imprevisíveis, que são episódios distintos de medo e desconforto intensos associados a vários sintomas físicos como palpitações (taquicardia), sudorese, tremor, dispnéia (falta de ar), dor torácica, tontura e medo de destruição iminente ou morte" (Medicina Interna, Harrison, 15ª edição). Essas crises têm início súbito, com auge em 10 minutos e resolução em 1 hora, e possuem freqüência variável. A explicação fisiopatológica para a síndrome do pânico reside em vias neurais do sistema nervoso central, particularmente o tronco encefálico, numa rede de neurônios chamada Locus Ceruleos. Acredita-se que o portador da síndrome possua uma sensibilidade aumentada a situações estressantes gerando uma reação de defesa instintiva que todos nós temos em muito menor grau. Há também algumas especulações sobre predisposições genéticas em famílias cuja freqüência de casos é elevada.
Do ponto de vista espírita é óbvia a interferência espiritual na gênese da doença. Conflitos reencarnatórios, afrontamentos das leis naturais, gravadas na Consciência de cada um, e relacionamentos espirituais com obsessores-credores repercutem diretamente no perispírito. Este, está em íntimo contato ("molécula-à-molécula") ao corpo físico, particularmente com as células do sistema nervoso, expressando seus distúrbios na fisiologia normal dos órgãos. Muitas doenças neurológicas não têm outra causa. No livro "Tormentos da Obsessão", em "Novos Descortinos", o Dr. Inácio Ferreira, fazendo uma reflexão das repercussões da obsessão configurada como parasitose espiritual, esclarece: "Iniciando-se de forma sutil e perversa, a obsessão, salvados os casos de agressão violenta, instala-se nos painéis mentais através dos delicados tecidos energéticos do perispírito até alcançar as estruturas neurais, perturbando as sinapses e a harmonia do conjunto encefálico.(...) Quando das suas graves intervenções no psiquismo dos seus hospedeiros, suas energias deletérias provocam taxas mais elevadas de serotonina e noradrenalina, produzidas pelos neurônios, que contribuem para o surgimento do transtorno psicótico maníaco-depressivo, responsável pela diminuição do humor e desvitalização do paciente, que fica ainda mais à mercê do agressor." Observamos aí um exemplo de que as dificuldades espirituais do encarnado repercutem na harmonia neural, favorecendo o surgimento de diversos transtornos neurológicos.
Por isso mesmo, é extremamente recomendável que o doente abstenha-se momentaneamente de algumas atividades espíritas que dependam de sua mediunidade, já que esta é uma faculdade neurológica que depende de um estado relativamente saudável nessa área. No capítulo XVIII, de o Livro dos Médiuns, Kardec defende essa idéia com muita ênfase. No caso do passe, devemos lembrar que se trata de um processo mediúnico (médium curador), em que Espíritos bondosos atuam no sistema nervoso do médium, pelo perispírito, para induzir a secreção de fluidos vitais saudáveis e renovadores para o receptor. Nesse sentido, é contra-indicado uma pessoa portadora do transtorno do pânico dar passes, não pela doença em si, que pode representar um perigo, mas pela distonia na área espiritual. É fundamental, pois, que a pessoa conscientize-se e busque o tratamento material e espiritual do seu problema. O tratamento deve pautar-se no tríplice aspecto do ser humano: corpo, perispírito e espírito. Dessa forma, o tratamento psiquiátrico é extremamente recomendável porque irá auxiliar na reabilitação da função neural, gerando um alívio muito grande para o paciente. Mas isso não resolverá o problema principal, a causa de base. É necessário, pois, um tratamento energético, em que a pessoa deve receber o passe, a água fluidificada, recuperando o equilíbrio de seu campo energético. Além disso e sobretudo, o paciente deve buscar um reconforto espiritual através da evangelhoterapia, em tratamentos desobsessivos (se for o caso), hipnose com terapia de vidas passadas (quando indicada), etc. Necessita, enfim, procurar transformar-se, vivenciando o Evangelho na prática. Assim, há alguns inconvenientes de qualquer pessoa dedicar-se a trabalhar nas tarefas mediúnicas quando possua uma doença neurológica de fundo espiritual. Porém, longe de se afastar do Centro Espírita, deve procurar integrar-se mais nas suas diversas atividades, participando e trabalhando em outros setores, como a evangelização infantil, a assistência social, etc. E, dessa forma, encontrará espontaneamente o melhor tratamento para, um dia, voltar a exercer suas funções mediúnicas.

4) A epilepsia tem uma explicação espiritual como no caso do autismo?
- A epilepsia é uma doença neurológica e possui matrizes cerebrais para que ela ocorra. Porém, muitos fatores podem provocar essas alterações cerebrais e, dentre eles, há o fator espiritual.
Toda expressão, movimentos e ações do Espírito sobre o corpo se dá através de excitações (despolarizações) elétricas nos neurônios do córtex (casca, camada externa) cerebral que, por sua vez, transmitem a informação através dos nervos para os músculos correspondentes, provocando o efeito. Por outro lado, o Espírito encarnado recebe as informações sensoriais do ambiente (visão, audição, paladar, olfação, tato e outros) através de estímulos sensoriais em receptores periféricos (microscópicos) que convertem a informação em corrente elétrica através dos nervos até chegar ao cérebro, onde neurônios determinados também se despolarizam levando a informação sensorial para o Espírito. Dessa forma, todas as manifestações sensoriais e motoras do Espírito encarnado dependem da despolarização específica e organizada do neurônio certo no cérebro.
A epilepsia é uma doença que se apresenta como uma crise sensorial ou motora (ou mista), em que, sem estímulo sensorial periférico ou sem estímulo espiritual motor, um grupo de neurônios cerebrais alterados despolarizam-se espontaneamente irradiando-se para áreas cerebrais vizinhas, causando distúrbios motores involuntários (convulsão) e/ou alterações sensoriais espontâneas (alucinações). Essa crise dura em média 3 minutos, ou muito mais, se a doença for grave.
O mais importante deve ser descobrir O QUE faz com que esses neurônios façam essas descargas espontâneas. Qualquer lesão cerebral pode causar isso. Um traumatismo craniano pode lesar a membrana de muitos neurônios e provocar distúrbios de polaridade. Um tumor cerebral pode comprimir neurônios e forçar despolarizações elétricas. Causas genéticas que alteram a excitabilidade de determinados neurônios também já foram identificadas.
A grande contribuição do Espiritismo nessa área é apontar causas espirituais diretas e indiretas. No livro A Gênese, no capítulo XIV, Allan Kardec ensina que uma obsessão intensa (forte interdependência entre o obsessor e o obsediado) e prolongada pode gerar lesões orgânicas através dos fluidos espirituais "viciados": "Tais fluidos agem sobre o perispírito, e este, por sua vez, reage sobre o organismo material com o qual está em contato molecular. (...) se os fluidos maus forem permanentes e enérgicos, poderão determinar desordens físicas: certas moléstias não têm outra causa senão esta." De fato, Kardec reconhece em O Livro dos Espíritos, questões 481-483, que uma influência espiritual obsessiva pode causar uma neurolesão epiléptica e propõe que o método desobsessivo pode levar à cura do paciente:
"A ação dos Espíritos é secundária, eles nada mais fazem do que aproveitar uma disposição natural. A autoridade não pode suprimir essa disposição, mas a causa que a entretinha e exaltava; de ativa, ela o torna latente, e com razão para agir assim, porque o fato resultava em abuso e escândalo."
De qualquer maneira, mesmo as causas traumáticas, genéticas e orgânicas para a epilepsia possuem muitas relações com mecanismos naturais das provas e expiações, no contexto das causas atuais e anteriores das nossas aflições. Assim, apesar da epilepsia ter uma causa orgânica, a influência espiritual para que ela aconteça não pode ser ignorada.

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