Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Mulher Hemorroíssa

Para um estudo mais aprofundado sobre os processos terapêuticos disponibilizados pelo Espiritismo, queremos aproveitar os exemplos que Jesus nos legou em seu Evangelho. Discutiremos a partir deste artigo os diferentes casos de cura praticados pelo Rabi galileu ou por seus discípulos, sempre ressaltando o aspecto de maior relevância em cada um. Ao final da série de artigos, enfeixando todas as conclusões, teremos compilado um conjunto de elementos basilares para a medicina espírita.

A Mulher Hemorroíssa   (Marcos 5:25 a 34)


Por doze anos padecera aquela mulher com hemorragia constante, provavelmente ginecológica, buscando médicos e despendendo todos os recursos que possuía. Nos dias de hoje, conhecemos alguns casos assim. São mulheres que desafiam os melhores recursos da medicina moderna e, a despeito dos mais eficazes tratamentos, continuam sintomáticas. A ciência nos tem esclarecido que, talvez, tais pessoas sejam portadoras de alterações bioquímicas (neuro-endócrinas), vasculares e celulares (endoteliais) sutis, comprometendo o mecanismo da coagulação e a mecânica da microcirculação.

Ao tocar-Lhe, porém, por detrás, a orla do manto, em meio a uma multidão que se aglomerava ao redor do Mestre e seus discípulos, no mesmo instante o fluxo de sangue cessou e "ela sentiu em seu corpo que estava curada daquela enfermidade". O mesmo acontecera com muitas outras pessoas, ao Lhe tocarem "a orla do manto" (Matheus 14:35) ou em qualquer outra parte do seu corpo (Marcos 3:10 e 6:56). Os mantos eram grandes capas presas ao ombro, dispostos por sobre a roupa de diferentes formas, podendo encobrir também a cabeça, comumente usadas pelo povo judeu à época.

De que poderes especiais se revestiria o tal manto? Por que razão o simples toque fez cessar a hemorragia, cuja enfermidade já perdurava 12 anos?

Estamos diante do "fluido magnético" e do fenômeno da magnetização. Allan Kardec faz um estudo interessante em Obras Póstumas, às páginas 108 a 111, edição da FEB, sobre as "atmosferas individuais" e o Magnetismo. Jesus, Espírito Puro, dotado de imenso manancial de magnetismo natural, impregnava com seu fluido magnético, automaticamente, tudo à sua volta, inclusive suas vestes, através da sua "atmosfera fluídica" ou "campo da aura", no dizer de André Luiz (Mecanismos da Mediunidade, cap. X, pg 83).

Lucas (6:19) comenta: "E toda a multidão procurava tocar-Lhe; porque saía Dele um poder que curava a todos". O manto, portanto, saturado dos fluidos restauradores do Mestre, constituía-se no objeto imantado, quais os baquets de Mesmer, mas nenhum poder possuía por si mesmo; crer em um poder próprio, inerente ao manto ou a qualquer outro objeto a Ele pertencente, seria entregar-se à crendice cega nos talismãs.

Em A Gênese, cap. XIV, itens 31 a 34, afirma o mestre lionês: "Pela identidade da sua natureza, esse fluido, condensado no perispírito, pode fornecer princípios reparadores para o corpo; o Espírito, encarnado ou desencarnado, é o agente propulsor que infiltra num corpo deteriorado uma parte da substância do seu envoltório fluídico. A cura se opera mediante a substituição de uma molécula malsã por uma molécula sã". No item 32 assevera: "Algumas vezes (a ação magnética) é lenta e reclama tratamento prolongado, como no magnetismo ordinário; doutras vezes é rápida, como uma corrente elétrica".

Kardec explica, no capítulo XV, que pela expressão do Evangelho "conhecendo em si mesmo a virtude que dele saíra", podemos entender a expressão do movimento fluídico que se operara de Jesus para a doente, ambos experimentando a ação produzida: ela porque sentira de imediato a cura e Ele porque percebera o fluxo magnético doado sem sua vontade consciente.

Neste caso, há um ponto chave: a vontade da paciente foi o fator atrativo preponderante. Ao influxo poderoso da energia magnética recebida de Jesus, as oscilações mentais da enferma, já receptivas pela confiança viva que alimentava em seu coração, se condensaram, automaticamente, na direção do trabalho restaurativo celular, conduzindo a ação magnética a um "efeito de enxurrada", em que os fluidos salutares vão removendo os deletérios, e os milhões de corpúsculos do organismo fisiopsicossomático obedeceram instintivamente às ordens recebidas, harmonizando as funções em desalinho e promovendo a cura instantânea.

Conta o Evangelho que Jesus "olhava em torno de si à procura daquela que o tocara" e que, ao encontrá-la, disse-lhe: "Minha filha, tua fé te salvou!".

Até breve!
(Artigo originalmente publicado no IPV - Informativo Peixinho Vermelho no 55 - Maio de 2003 - C.E. Seareiros de Jesus)

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