Estudando o Espiritismo

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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O que ocorre na Letargia, na Catalepsia e na Morte aparente?

João Demétrio10/07/2007

A respeito desses temas e compulsando os tradicionais e expressivos dicionários de nobres irmãos dicionaristas, encontramos as seguintes definições:

Letargia, estado patológico observado em diversas afecções do sistema nervoso central, como encefalites, tumores, etc., caracterizado por um sono profundo e duradouro do qual só com dificuldade, temporariamente, pode o paciente despertar. Diz ainda: É um estado de insensibilidade característico do transe mediúnico. Catalepsia, estado em que se observa uma rigidez dos músculos, de modo que o paciente permanece na posição em que é colocado.

Por outro lado, o Dicionário de Filosofia Espírita, de L. Palhano Jr., citado pelo não menos expressivo, Amílcar Del Chiaro Filho(*), diz o seguinte: Letargia é o estado anômalo de sonolência profunda do qual é difícil sair, como aquele que se provoca pela hipnose. Palhano coloca um parecer espírita e diz “...transe global em todos os centros sensoriais e motores do sistema nervoso central, no qual o paciente, lúcido ou não, não consegue se manifestar nem sentir nenhum estímulo exterior como se o corpo estivesse morto, numa morte apenas aparente”. Catalepsia, perda momentânea e às vezes espontânea da sensibilidade e da capacidade de contrair voluntariamente os músculos de uma determinada parte do corpo. Manifesta-se por rigidez do corpo ou parte do corpo. Pode ser por causa hipnótica, mediúnica, histérica ou esquizofrênica. (Tirando Dúvidas II. Amílcar Del Chiaro Filho. Ed. M.M. pag.23. SP. 2004)

Um dos livros básicos da Doutrina Espírita (*) nos traz relato de que o cadáver é insensível e o que leva sensibilidade é justamente o fluido perispiritual, desde que exista qualquer resquício de vida no corpo. Quando o corpo físico mais denso sofre uma lesão ou é acometido de uma enfermidade, dispara a sensibilidade (a dor) identicamente a um choque elétrico que conhecemos. Tal proceder é o influxo nervoso ensinado pela Fisiologia. Essa interrupção dolorosa pode ocorrer, além da “morte do corpo físico”, pela amputação de membro ou pela ruptura de nervo, quando então, não haverá mais a continuação da corrente do fluido perispiritual. (A Gênese. A.K. Cap. XIV, item 29. FEB. R.J. 1944)

Em outros casos, não orgânico, temos também a insensibilidade momentânea, ou por certo período, como o caso do militar em combate que foi ferido, mas devido à super excitação em que se encontra não percebe e não sente o ferimento e a dor, momentaneamente; casos de sonâmbulos; nos convulsionários; em muitos casos de mártires e a na conquista química da anestesia.

Casos ainda existem, identicamente ao sonâmbulo, a letargia e a catalepsia, onde a sensibilidade é interrompida em razão do Perispírito atrair quase que totalmente para si o fluido condutor da sensibilidade, denominado por morte aparente e, em certos casos, podendo até alguma parte do corpo físico entrar em decomposição, apesar da existência de “um fio de vida” no mesmo. Nesse estado, se ocorrer uma forte excitação interna, pelo inconsciente de quem estiver nessa situação, ou externa, por pessoa dotada de fortes poderes energéticos, impulsionará o retorno do Perispírito ao corpo físico, onde ocorreria a suposta “ressurreição”.

Mas, como acontece nessas situações a perda da sensibilidade? Vejamos, o pensamento é o condutor das energias que envolvem o mundo material e espiritual, associado sempre à vontade, que concretizam o direcionamento desejado. É nessa concentração, nessa grande vontade, que o fluido espiritual afasta-se do corpo material denso, alojando-se mais no corpo espiritual que força o desprendimento do Espírito, quando então, pode ocorrer a insensibilidade. Exemplo tradicional é o caso de Lázaro e aqui no Brasil o caso do famoso ator de novelas, Sérgio Cardoso, que possui registro nos anais da Medicina. Na verdade, não existe a “ressurreição” no sentido que a Igreja prega erroneamente, ou seja, a volta à vida de um cadáver, pois no caso de Lázaro, Jesus deixou expressamente registrado: “ele dorme”(João 11:11)), ficando fortalecido a máxima: “o pior cego é aquele que não quer ver”. Aí é que entra as palavras de Paulo, o Apóstolo: "aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo" (Hebreus 9:27), pois, não existe um só caso comprovado pela ciência que a pessoa morreu com seu corpo físico e depois retornou com o mesmo corpo. A Igreja tenta, sem qualquer êxito para os esclarecidos, impor essa máxima de Paulo nos casos de “reencarnação”, que nada tem com esses fatos, pois, a palavra é bem clara “re + encarnar”, isto é, o Espírito é que volta do mundo espiritual e faz uso de um novo corpo físico, com outra aparência, derivada da genética dos pais.

Aqueles que sofreram a morte aparente e, tiveram como conseqüência, o seu sepultamento com vida, em novas existências, trazem em si a fobia denominada por Tafofobia, que retrata a pessoa que possuí o medo doentio de ser sepultada viva, devido à experiência dolorosa e dramática por que passou. Esta síndrome também pode estar associada, fora o caso anterior, a ações delituosas de ter levado alguém a ser enterrado vivo. Neste último caso, pode ou não, sofrer a mesma ação, dependendo do caminho que tomar nesta reencarnação. (estudos, conduta, caridade, perdão, etc)

No livro "Mediunidade - Encontro com Divaldo”, ele esclarece o assunto com as seguintes palavras: “A Catalepsia se manifesta como um tipo de perturbação de natureza psicomotora, produzindo parada dos movimentos voluntários, sem qualquer lesão física”. A Letargia é um estado de sono profundo, no qual, as funções orgânicas se apresentam, aparentemente, interrompidas, entre elas, as de respiração e circulação. (Divaldo Pereira Franco. Mundo Maior Editora. 2ª Edição. SP. 2000)

Outros exemplos: a filha de Jairo (Lucas 8:49-56) e o filho da viúva de Naim (Lucas 7:11/17).

Portanto, “Letargia (e a Catalepsia) não é sinônimo de morte, diz o escritor Richard Simonetti” (*). “Todas as funções vitais permanecem ativas. O ritmo da vida é que se torna mais lento, como numa hibernação, emprestando-lhe a aparência de um cadáver”. (Viver em Plenitude. Ed. e Distribuição Gráfica São João Ltda. Pág. 63. Bauru-SP. 1994)

Para outros esclarecimentos imprescindíveis ao entendimento desses casos, socorremos do O Livro dos Espíritos(*), onde Kardec assim indaga os Espíritos Superiores, nas questões abaixo:

422 – Os letárgicos e os catalépticos geralmente vêem e ouvem o que se passa ao redor deles, mas não podem manifestar-se; é pelos olhos e ouvidos do corpo que isto acontece?

R: Não, é pelo Espírito que está consciente, mas impossibilitado de comunicar-se.

422a. Por que não pode comunicar-se?

R: Porque a isso se opõe o estado do corpo. Esse estado específico dos órgãos dá-lhes a prova de que há no homem outra coisa além do corpo, que neste caso, não se manifesta: não obstante, o Espírito continua a agir.

423 – Na Letargia, o Espírito pode separar-se totalmente do corpo, de forma a dar-lhe todas as aparências da morte, e voltar em seguida?

R: Na Letargia, o corpo não está morto, visto que as funções orgânicas continuam a processar-se; a vitalidade permanece em estado latente, como na crisálida, e não se extingue. Ora, o Espírito está unido ao corpo enquanto ele viver; uma vez os laços rompidos pela morte real e pela desagregação dos órgãos, a separação será completa e o Espírito não volta mais. Quando um homem aparentemente morto volta à vida, é porque a morte não foi consumada.

(Extraído do livro UM TRATADO DA VIDA – A Morte Súbita da Morte- Editora Mundo Maior – Cap. 8º, de autoria do colunista)


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