Estudando o Espiritismo

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sexta-feira, 30 de abril de 2010

A LIBÉLULA

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Num lugar muito bonito, onde havia árvores, flores e um lindo lago...

Certo dia surgiu um casulo...

E quando ele se rompeu, de dentro saiu voando uma linda libélula.

E ela ficou tão encantada com o lugar, que voou por cada pedacinho...

Brincou nas flores, nas árvores, no lago, nas nuvens...

E quando ela já tinha conhecido tudo...no alto de uma colina, avistou uma casa...

A casa do homem...e a libélula havia de conhecer a casa do homem...e foi voando pra lá....

E então, a libélula entrou por uma janela, justo a janela da cozinha...

E nesse dia, uma grande festa era preparada

Um homem com um chapéu branco...grande...dava ordens para os criados...

Mas a libélula não se preocupou com isso, brincou entre os cristais, se viu na bandeja de prata, explorou cada pedacinho daquele novo mundo...

Quando de repente, ela viu sobre a mesa...uma tigela cheia de nuvens!!!

E a libélula não resistiu, ela tinha adorado brincar nas nuvens...e mergulhou....

Mas quando ela mergulhou...ahhhhhhhh...aquilo não eram nuvens, e ela foi ficando toda grudada, e quanto mais ela se mexia tentando escapar...ahhhhhh ...mais ela afundava....

E a libélula então começou a rezar, fazia promessas e dizia que se conseguisse sair dali, dedicaria o resto de seus dias a ajudar os insetos voadores...e ela rezava e pedia...



Até que o chefe da cozinha começou a ouvir um barulhinho, e ele não sabia que era a libélula rezando e quando olhou na tigela de claras em neve...arghhhh um inseto!!! E ele pegou a libélula e a atirou pela janela...



A libélula então, se arrastou para um pedacinho de grama, e sob o sol começou a se limpar...e quando ela se viu liberta...ahhhhh ela estava tão cansada que se virou pra Deus e disse:

- Eu prometi dedicar o resto de minha vida a ajudar os outros insetos voadores, mas agora eu estou tão cansada, que prometo cumprir minha promessa a partir de amanhã...

E a libélula adormeceu... Mas o que ela não sabia, e você também não sabe, é que as libélulas vivem apenas um dia... E naquele pedacinho de grama, a libélula adormeceu, e não mais acordou....

Eu posso fazer mais que isso!

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A mãe de 26 anos parou ao lado do leito de seu filhinho, que estava morrendo de leucemia. Embora o coração dela estive pleno de tristeza e angústia, ela também tinha um forte sentimento de determinação



Como qualquer outra mãe, ela gostaria que seu filho crescesse e realizasse seus sonhos. Agora, isso não seria mais possível, por causa da leucemia terminal. Mas, mesmo assim, ela ainda queria que o sonho de seu filho se transformasse realidade. Ela tomou a mão de seu filho e perguntou, "Billy, você alguma vez já pensou o que você gostaria de ser quando crescer? Você já sonhou o que gostaria de fazer com sua vida?"



"Mamãe, eu sempre quis ser um bombeiro quando eu crescer."



A mãe sorriu e disse " Vamos ver se podemos transformar esse sonho em realidade."



Mais tarde, naquele mesmo dia, ela foi ao corpo de bombeiros local, na cidade de Phoenix, Arizona, onde se encontrou com um bombeiro de enorme coração, chamado Bob. Ela explicou a situação de seu filho, seu último desejo e perguntou se seria possível dar ao seu filhinho de seis anos uma volta no carro dos bombeiros em torno do quarteirão.



O bombeiro Bob disse "Veja, NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Se você estiver com seu filho pronto às sete horas da manhã, na próxima quarta-feira, nós o faremos um bombeiro honorário por todo o dia. Ele poderá vir para o quartel, comer conosco, sair para atender as chamadas de incêndio!"



"E se você nos der as medidas dele, nós conseguiremos um uniforme verdadeiro para ele, com chapéu, com o emblema de nosso batalhão, um casaco amarelo igual ao que vestimos e botas também. Eles são todos confeccionados aqui mesmo na cidade e conseguiremos eles rapidamente.



Três dias depois, o bombeiro Bob pegou o garoto Billy, vestiu-o em seu uniforme de bombeiro e escoltou-o do leito do hospital até o caminhão dos bombeiros. Billy ficou sentado na parte de trás do caminhão, e foi levado até o quartel central.



Ele estava no céu. Ocorreram três chamados naquele dia na cidade de Phoenix e Billy acompanhou todos os três. Em cada chamada ele foi em veículos diferentes: no caminhão tanque, na van dos paramédicos e até no carro especial do chefe do corpo de bombeiros. Ele também foi filmado pelo programa de televisão local.



Tendo seu sonho realizado, todo o amor e atenção que foram dispensadas a ele acabaram por tocar Billy tão profundamente que ele viveu três meses mais que todos os médicos haviam previsto.



Uma noite, todas as suas funções vitais começaram a cair dramaticamente e a enfermeira-chefe, que acreditava no conceito de que ninguém deveria morrer sozinho, começou a chamar ao hospital toda a família.



Então, ela lembrou do dia que Billy tinha passado como um bombeiro, e ligou para o chefe e perguntou se seria possível enviar algum bombeiro para o hospital naquele momento de passagem, para ficar com Billy.



O chefe dos bombeiros respondeu "NÓS PODEMOS FAZER MAIS QUE ISSO! Nós estaremos aí em cinco minutos. E faça-me um favor? Quando você ouvir as sirenes e ver as luzes de nossos carros, avise no sistema de som que não se trata de um incêndio. É apenas o corpo de bombeiros vindo visitar, mais uma vez, um de seus mais distintos integrantes. E você poderia abrir a janela do quarto dele? Obrigado!"



Cinco minutos depois, uma van e um caminhão com escada Magirus chegaram no hospital, estenderam a escada até o andar onde estava Billy e 16 bombeiros subiram pela escada até o quarto de Billy. Com a permissão da mãe, eles o abraçaram e seguraram e falaram para ele o quanto eles o amavam.



Com um sopro final, Billy olhou para o chefe e perguntou "Chefe, eu sou mesmo um bombeiro?"



"Billy, você é um dos melhores", disse o chefe.



Com estas palavras, Billy sorriu e fechou seus olhos pela última vez.



E você, diante do pedido de seus amigos, filhos e parentes, tem respondido "EU POSSO FAZER MAIS QUE ISSO!" Reflita se sua vida tem sido em serviço ao próximo, e tome uma decisão hoje mesmo.

Apenas passe adiante!

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Lá estava eu com a minha família, de férias, num acampamento isolado, com carro enguiçado. Isso aconteceu há 10 anos, mas lembro-me disso como se fosse ontem. Tentei dar a partida no carro. Nada. Caminhei para fora do acampamento e felizmente meus palavrões foram abafados pelo barulho do riacho que passava por ali. Minha mulher e eu concluímos que éramos vítimas de uma bateria descarregada.



Sem alternativa, decidi voltar á pé até uma vila mais próxima, a alguns quilômetros de distancia. Duas horas e um tornozelo torcido, cheguei finalmente a um posto de gasolina. Ao me aproximar do posto, dei-me conta de que era domingo de manhã. O lugar estava fechado, mas havia um telefone público e uma lista telefônica caindo aos pedaços. Telefonei para a única companhia de auto-socorro, localizada na cidade vizinha, a cerca de 30 kms de distancia.



Zé atendeu o telefone e me ouviu enquanto eu explicava meus apuros.

Não tem problema - ele disse quando dei minha localização - "normalmente estou fechado aos domingos, mas posso chegar aí em mais ou menos meia hora".



Fiquei aliviado que estivesse vindo, mas ao mesmo tempo consciente das implicações financeiras que essa oferta de ajuda significaria. Ele chegou em seu reluzente caminhão-guincho e nos dirigimos para a área de acampamento.



Quando saí do caminhão, me virei e observei com espanto o Zé descer com aparelhos na perna e a ajuda de muletas. Ele era paraplégico! Enquanto ele se movimentava, comecei novamente minha ginastica mental em calcular o preço da sua boa vontade.



É só uma bateria descarregada, uma pequena carga elétrica e vocês poderão ir embora, disse.



Ele reativou a bateria e enquanto ela recarregava, distraiu meu filho pequeno com truques de mágica. Ele até mesmo tirou uma moeda da orelha e deu para meu filho. Enquanto ele guardava os cabos de volta no caminhão, perguntei quanto lhe devia.



-"Oh! nada ". - respondeu, para minha surpresa.



-"Tenho que lhe pagar alguma coisa".



- "Não" - ele reiterou. "Há muitos anos atras, alguém me ajudou a sair de uma situação pior do que esta, quando perdi as minhas pernas, e o sujeito me disse apenas para "passar isso adiante". Portanto, você não me deve nada".



Apenas lembre-se: Quando tiver uma chance, "passe isso adiante".



Cerca de dez anos após, no meu movimentado consultório, onde

freqüentemente treino estudantes de medicina, Maria, uma aluna

do segundo ano de uma faculdade de outra cidade veio passar um

mês no meu consultório para que pudesse ficar com a mãe, que

morava na região. Acabamos de atender a uma paciente cuja vida

fora destruída pelas drogas e pelo abuso do álcool e de repente, noto que Maria tem seus olhos cheios de lágrimas.



-"Você não se sente bem por ver este tipo de paciente"? - perguntei.



-" Não" - Maria respondeu soluçando - "é simplesmente que minha mãe poderia ser esta paciente. Ela tem o mesmo problema".



Durante o horário de almoço, conversamos sobre a trágica história da mãe alcoólatra de Maria. Chorosa e angustiada, ela abriu o coração ao contar os anos de ressentimento, vergonha e hostilidade que haviam marcado a existência de sua família.



Dei-lhe a esperança de colocar a mãe sob tratamento. Depois de ser bastante encorajada por um conselheiro treinado que indiquei e por outros membros da família, a mãe de Maria consentiu em se submeter a um tratamento. Ficou internada no hospital especializado por várias semanas e, quando saiu, era uma outra pessoa. A família de Maria quase tinha sido destruída e pela primeira vez puderam sentir um pouco de esperança.



-" Como posso lhe agradecer" ? - perguntou Maria.



Quando me lembrei daquele acampamento distante e do bom

samaritano paraplégico, eu soube que só poderia lhe dar uma

resposta:



-" Apenas passe adiante ".



(autor desconhecido ou ignorado)

Gotas de Óleo

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Num quarto modesto, o doente grave pedia silêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças cada vez que alguém a abria ou fechava. O momento solicitava quietude, mas não era oportuno para a reparação adequada. Com a passagem do médico, a porta rangia, nas idas e vindas do enfermeiro, no trânsito dos familiares e amigos, eis a porta a chiar, estridente. Aquela circunstância trazia, ao enfermo e a todos que lhe prestavam assistência e carinho, verdadeira guerra de nervos. Contudo, depois de várias horas de incômodo, chegou um vizinho e colocou algumas gotas de óleo lubrificante na antiga engrenagem e a porta silenciou, tranqüila e obediente.



A lição é singela, mas muito expressiva. Em muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos lares, no ambiente de trabalho, numa reunião qualquer. São as dobradiças das relações fazendo barulho inconveniente. São problemas complexos, conflitos, inquietações, abalos... Entretanto, na maioria dos casos nós podemos apresentar a cooperação definitiva para a extinção das discórdias. Basta que lembremos do recurso infalível de algumas gotas de compreensão e a situação muda.



- Algumas gotas de perdão acabam de imediato com o chiado das discussões mais calorosas.

- Gotas de paciência no momento oportuno podem evitar grandes dissabores.

- Poucas gotas de carinho, penetram as barreiras mais sólidas e produzem efeitos duradouros e salutares.

- Algumas gotas de solidariedade e fraternidade podem conter uma guerra de muitos anos.

- É com algumas gotas de amor que as mães dedicadas abrem as portas mais emperradas dos corações confiados à sua guarda.

- São as gotas de puro afeto que penetram e dulcificam as almas ressecadas de esposas e esposos, ajudando na manutenção da convivência duradoura.

- Nas relações de amizade, por vezes, algumas gotas de afeição são suficientes para lubrificar as engrenagens e evitar os ruídos estridentes da discórdia e da intolerância.



Dessa forma, quando você perceber que as dobradiças das relações estão fazendo barulho inconveniente, não espere que o vizinho venha solucionar o problema. Lembre-se que você poderá silenciar qualquer discórdia lançando mão do óleo lubrificante do amor, útil em qualquer circunstância, e sem contra-indicação.



Não é preciso grandes virtudes para lograr êxito nessa empreitada.

Basta agir com sabedoria e bom senso. Às vezes, são necessárias apenas algumas gotas de silêncio para conter o ruído desagradável de uma discussão infeliz.



E se você é daqueles que pensa que os pequenos gestos nada significam, lembre-se de que as grandes montanhas são constituídas de pequenos grãos de areia. Pense nisso

O valor da vida

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Um fotógrafo que fez a cobertura de uma intervenção cirúrgica para corrigir um problema de

espinha bífida realizada no interior do útero materno num feto de apenas 21 semanas de gestação, numa autêntica proeza médica, nunca imaginou que a sua máquina fotográfica registaria talvez o mais eloqüente grito a favor da vida conhecido até hoje.



Enquanto Paul Harris cobria, na Universidade de Vanderbilt, em Nashville, Tennessee, Estados Unidos, o que considerou uma das boas notícias no desenvolvimento deste tipo de cirurgias, captou o momento em que o bebê tirou a sua mão pequenina do interior do útero da mãe, tentando segurar um dos dedos do médico que o estava operando.



A foto, espectacular, que pode ser vista abaixo, foi publicada por vários jornais dos Estados Unidos e a sua repercussão cruzou o mundo até chegar à Irlanda, onde se tornou uma das mais fortes bandeiras contra a legalização do aborto.



A pequena mão que comoveu o mundo pertence a Samuel Alexander, cujo nascimento deverá ter ocorrido no passado dia 28 de Dezembro (no dia na foto ele tinha 3 meses de gestação).



Quando pensamos bem nisto, a foto é ainda mais eloquente. A vida do bebê está literalmente presa por um fio. Os especialistas sabiam que não conseguiriam mantê-lo vivo fora do útero materno e que deveriam tratá-lo lá dentro, corrigindo a anomalia fatal e voltar a fechar o útero para que o bebê continuasse o seu crescimento normalmente.



Por tudo isso, a imagem foi considerada como uma das fotografias médicas mais importantes dos últimos tempos e uma recordação de uma das operações mais extraordinárias registadas no mundo. Agora, o Samuel tornou-se o paciente mais jovem que já foi submetido a este tipo de intervenção e é bem possível que, já fora do útero da mãe, Samuel Alexander Arms aperte novamente a mão do Dr. Bruner.



A apresentadora de televisão Justine McCarthy disse que é impossível não se comover com a imagem poderosa desta mão pequenina que segura o dedo de um cirurgião e nos faz pensar em como uma mão pode salvar vidas.

O empréstimo

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Na casa de chá um homem dizia aos amigos:



_Emprestei uma moeda de prata a uma pessoa e não tenho testemunhas. Receio que quem recebeu negue que a pus em suas mãos.



Os amigos ficaram com pena dele, um sufi que estava sentado num canto ergueu a cabeça e disse:



- Convide-o para tomar chá aqui e diga-lhe, na presença de todas estas pessoas, que você lhe emprestou vinte moedas de ouro.



- Como posso fazer isso se só lhe emprestei uma moeda de prata?



-É exatamente isso o que ele vai responder indignado - disse o sufi - e todos poderão ouví-lo de seus lábios. Você não queria testemunhas???



autor desconhecido

A cobra

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No vedas, narra-se um história sobre uma cobra que estava aterrorizando uma cidade. Ela picava e matava as pessoas.



Certo sábio veio á cidade, pregando a filosofia do amor e da compreensão espiritual. Por acaso, a cobra ouviu uma de suas palestras e, comovida, resolveu pôr em prática os seus ensinamentos. Teve uma espécie de ruptura com os antigos hábitos, fez o juramento de nunca mias ser má ou picar as pessoas. Durante cerca de um mês mais ou menos, teve um comportamento de santa. Enquanto isso, o sábio deixou a cidade e prosseguiu seu roteiro de viagem. Ocasionalmente, retornou à cidade em que a cobra vivia. Encontrou-se com ela outra vez, mas a cobra poderosa de antes era agora apenas um trapo – espezinhada, abatida, jogada de um lado para outro e explorada por todos. Ela foi ao encontro do sábio e lhe disse: "quero meu dinheiro de volta. Tentei a sua filosofia do amor e da compreensão espiritual, e veja como fiquei. Agora eu deveria estar iluminada, mas olhe para mim, estou quase morta". O sábio respondeu sucintamente: "Eu nunca lhe disse para deixar o seu silvo".



Alguns podem achar que ser espiritual, iluminado ou místico significa jamais ficar zangado: "meditei duas vezes por dia, portanto não devo ser uma pessoa irada". Mas lembre-se, você tem o direito de protestar. O silvo é saudável quando algo ameaça ultrapassar os seus limites, postando-se no caminho do seu desenvolvimento ou impedindo que se avance. Caso contrário, pode-se terminar como a cobra abatida.

A carroça vazia

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Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.

Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:

- Além do cantar dos pássaros, você esta ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os auvidos alguns segundos e respondo:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia....

perguntei ao meu pai: - Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está vazia, por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

- Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo:



"QUANTO MAIS VAZIA A CARROÇA, MAIOR É O BARULHO".

Um fardo muito pesado!

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Esta história é sobre um soldado que finalmente estava voltado para casa depois de ter lutado no Vietnã. Ele ligou para seus pais em São Francisco:



- Mãe, Pai, estou voltando para casa, mas eu tenho um favor a pedir:



Eu tenho um amigo que eu gostaria de trazer comigo.



- Claro! Eles responderam. Nós adoraríamos conhecê-lo!!!



- Há algo que vocês precisam saber - continuou o filho - ele foi terrivelmente ferido na luta; ele pisou em uma mina e perdeu um braço e uma perna. Ele não tem nenhum lugar para ir e, por isso, eu quero que ele venha morar conosco.



- Eu sinto muito em ouvir isso filho, nós talvez possamos ajudá-lo a encontrar um lugar para ele morar.



- Não, mamãe e papai, eu quero que ele venha morar conosco.



- Filho, disse o pai, você não sabe o que está pedindo. Alguém com tanta dificuldade seria um fardo para nós. Nós temos nossas próprias vidas e não podemos deixar que uma coisa como esta interfira em nosso modo de viver. Acho que você deveria voltar para casa e esquecer este rapaz:



ele encontrará uma maneira de viver por si mesmo.



Neste momento, o filho bateu o telefone. Os pais não ouviram mais nenhuma palavra dele. Alguns dias depois, no entanto, eles receberam um telefonema de São Francisco. O filho deles havia morrido depois de ter caído de um prédio.



A policia acreditava em suicídio. Os pais angustiados voaram para São Francisco e foram levados para o necrotério a fim de identificar o corpo do filhos. Eles o reconheceram, mas para o seu horror, descobriram algo que desconheciam: o filho deles tinha apenas um braço e uma perna.

Os pais nessa história são como muitos de nós. Achamos fácil amar aqueles que são bonitos, divertidos ou que fazem sempre o que nos agrada, não gostamos das pessoas que nos incomodam ou nos fazem sentir desconfortáveis. De preferência, nos afastamos destas e de outras que não são saudáveis, bonitas ou que não fazem aquilo que nós achamos que é certo.

Haja o que houver, eu estarei sempre com você

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Na Romênia , um homem dizia sempre a seu filho.



- Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado.



Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase arrasou as construções lá existentes nesta época.



Estava nesta hora este homem em uma estrada.



Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu filho nesta hora estava na escola.



Foi imediatamente para lá.



E a encontrou totalmente destruída.



Não restou, uma única parede de pé...................



Tomado de uma enorme tristeza.



Ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa (não cumprida).



Haja o que houver : eu estarei sempre a seu lado.



Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição.



A voz de seu filho e sua promessa não cumprida , o dilaceravam.



Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diáriamente segurando sua mãozinha.



O portão (que não mais existia) ;



Corredor................ Olhava as paredes, aquele rostinho confiante:



Passava pela sala do 3º ano, virava o corredor e o olhava ao entrar .



Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto.



Portão,..................



Corredor ..................



Virou a direita ..............



E parou em frente ao que deveria ser a porta da sala.



Nada!



Apenas uma pilha de material destruído.



Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a classe



Olhava ..........tudo ........desolado.......



E continuava a ouvir sua promessa



Haja o que houver, eu sempre estarei com você.



E ele não estava...



Começou a cavar com as mãos.



Nisto chegaram outros pais, que embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:



- Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.



- Vá para casa.



Ao que ele retrucava:



Você vai me ajudar?



Mas ninguém o ajudava, e pouco a pouco, todos se afastavam.



Chegaram os policiais, que também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém com vida. Haviam outros locais com mais esperança.



Mas este homem não esquecia sua promessa ao filho, a única coisa que dizia. para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era :



- Você vai me ajudar ?



Mas eles também o abandonavam.



Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa...



Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo? Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam havendo explosões e incêndios.



Ele retucava :



- Voce vai me ajudar?



- Você esta cego pela dor não enxerga mais nada. Ou então é a raiva da desgraça.



- Você vai me ajudar?



Um a um todos se afastavam



Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos intervalos , mas não se afastava dali.



5 hs / 10 hs / 12 hs/ 22 hs / 24 hs /30 hs .



Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto.



Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho, ouviu:



- Pai ...estou aqui!



Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:



- Você esta bem?



Estou. Mas com sede, fome e muito medo.



- Tem mais alguém com você?



Sim, dos 36 da classe 14 estão comigo, estamos presos em um vão entre dois pilares. Estamos todos bem.



Apenas conseguia se ouvir seus gritos de alegria .



- Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar.



Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora ...



Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado



- Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco .



Não! Deixe eles saírem primeiro... Eu sei ; que haja o que houver...



Você estará me esperando!



(Está história é verídica)

Valorize a vida

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Imagine que você tenha uma conta corrente e a cada dia você acorde com um saldo de R$ 86.400,00. Só que não é permitido transferir o saldo do dia para o dia seguinte.

Todas as noites o seu saldo é zerado, mesmo que você não tenha conseguido gastá-lo durante o dia. O que fazer?

Você irá gastar cada centavo, é claro!

Todos nós somos clientes deste banco de que estamos falando.

Se chama TEMPO.



Todas as manhãs a sua conta é reiniciada, e todas as noites as sobras do dia se evaporam.

Não há volta. Você precisa gastar vivendo no presente o seu depósito diário.

Invista, então no que for melhor: na saúde, felicidade e sucesso!

O relógio está correndo!



Faça o melhor para o seu dia-a-dia.

Para você perceber o valor de UM ANO, pergunte ao estudante que repetiu de ano.

Para você perceber o valor de UM MÊS, pergunte a uma mãe que teve seu bebê prematuramente.

Para você perceber o valor de UMA SEMANA, pergunte ao diretor de um jornal semanal.

Para você perceber o valor de UMA HORA, pergunte aos amantes que estão esperando para se encontrar.

Para você perceber o valor de UM MINUTO, pergunte a uma pessoa que perdeu o trem (ônibus).

Para você perceber o valor de UM SEGUNDO, pergunte a uma pessoa que conseguiu evitar um acidente.

Para você perceber o valor de UM MILÉSIMO DE SEGUNDO pergunte a alguém que venceu a medalha de ouro em uma olimpíada.



Valorize cada momento que você tem! E valorize mais porque você deve dividir com alguém especial. Especial o suficiente par gastar o seu tempo junto com você.

Lembre-se: o tempo não espera por ninguém.

Ontem é história.

O amanhã é um mistério.

Hoje é uma dádiva.

Por isso é chamado de PRESENTE!





Felicidades...

O valor de um tesouro escondido

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Vivia na China um sacerdote rico e avarento. Amava jóias e as colecionava, acrescentando constantemente novas peças ao seu maravilhoso tesouro escondido, que guardava a sete chaves, oculto de olhos que não fossem os seus.



O sacerdote tinha um amigo, que um dia o visitou e manifestou interesse em ver as jóias.



- Seria uma prazer tirá-las do esconderijo, e assim eu poderia olhá-las também.



A coleção foi trazida, e os dois deleitaram os olhos com o tesouro maravilhoso por longo tempo, perdidos em admiração.



Quando chegou o momento de partir, o convidado disse:



- Obrigado por me dar o tesouro.



- Não me agradeça por uma coisa que você não recebeu, disse o sacerdote. Como não lhe dei as jóias, elas não são suas, absolutamente.



- Como você sabe - respondeu o amigo - senti tanto prazer admirando os tesouros quanto você, por isso não há essa diferença entre nós como pensa. Só que os gastos e o problema de encontrar, comprar e cuidar das jóias são seus...

Persistência

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Um homem investe tudo o que tem numa pequena oficina. Trabalha dia e noite, inclusive

dormindo na própria oficina. Para poder continuar nos negócios, empenha as próprias jóias da esposa. Quando apresentou o resultado final de seu trabalho a uma grande empresa, dizem-lhe que seu produto não atende ao padrão de qualidade exigido. O homem desiste ?



Não ! Volta à escola por mais dois anos, sendo vítima da maior gozação dos seus colegas e de alguns professores que o chamavam de "visionário". O homem fica chateado ? Não !



Após dois anos, a empresa que o recusou finalmente fecha contrato com ele.



Durante a guerra, sua fábrica é bombardeada duas vezes, sendo que grande parte dela é

destruída. O homem se desespera e desiste ? Não ! Reconstrói sua fábrica, mas um terremoto novamente a arrasa. Essa é a gota d'água e o homem desiste ? Não !



Imediatamente após a guerra segue-se uma grande escassez de gasolina em todo o país e

este homem não pode sair de automóvel nem para comprar comida para a família. Ele entra em pânico e desiste ? Não ! Criativo, ele adapta um pequeno motor à sua bicicleta e

sai às ruas. Os vizinhos ficam maravilhados e todos querem também as chamadas "bicicletas motorizadas".



A demanda por motores aumenta muito e logo ele fica sem mercadoria. Decide então montar uma fábrica para essa novíssima invenção. Como não tem capital, resolve pedir ajuda para mais de quinze mil lojas espalhadas pelo país. Como a idéia é boa, consegue apoio de mais ou menos cinco mil lojas, que lhe adiantam o capital necessário para a indústria.



Encurtando a história: Hoje a HONDA CORPORATION é um dos maiores impérios da indústria automobilística japonesa, conhecida e respeitada no mundo inteiro. Tudo porque o Sr. Soichiro Honda, seu fundador, não se deixou abater pelos terríveis obstáculos que encontrou pela frente.



Portanto, se você, como infelizmente tem acontecido com muitas pessoas, adquiriu a mania de viver reclamando e lamentando, pare com isso ! Vá em frente ! Sempre.

Os biscoitos roubados

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Certo dia, uma moça estava a espera de seu vôo na sala de embarque de um aeroporto.

Como ela deveria esperar por muitas horas, resolveu comprar um livro para matar o tempo. Também comprou um pacote de biscoitos.



Então, ela achou uma poltrona numa parte reservada do aeroporto para que pudesse descansar e ler em paz. Ao lado dela se sentou um homem.



Quando ela pegou o primeiro biscoito, o homem também pegou um. Ela se sentiu indignada, mas não disse nada. Ela pensou para si: "Mas que cara de pau. Se eu estivesse mais disposta, lhe daria um soco no olho para que ele nunca mais esquecesse..."



A cada biscoito que ela pegava, o homem também pegava um. Aquilo a deixava tão indignada que ela não conseguia reagir. Restava apenas um biscoito e ela pensou:



"O que será que o abusado vai fazer agora? Então, o homem dividiu o biscoito ao meio, deixando a outra metade para ela.

Aquilo a deixou irada e bufando de raiva. Ela pegou o seu livro e as suas coisas e dirigiu-se ao embarque.,



Quando sentou confortavelmente em seu assento, para surpresa dela, o seu pacote de biscoito estava ainda intacto, dentro de sua bolsa.



Ela sentiu muita vergonha, pois quem estava errada era ela, e já não havia mais tempo para pedir desculpas. O homem dividiu os seus biscoitos sem se sentir indignado, ao passo que isto lhe deixara muito transtornada.



Em nossas vidas, por vezes, estamos comendo os biscoitos dos outros, e não temos a consciência de quem está errado somos nós."

terça-feira, 27 de abril de 2010

A BELEZA TRANSITÓRIA

Há muito tempo, quando o Buda Sakyamuni estava no Pico da Águia, houve uma cortesã chamada Lótus, na cidade de Rajagriha. Ela era mais bela do que qualquer outra mulher da cidade, e não parecia haver ninguém que pudesse se igualar à sua beleza.





Todas as mulheres a invejavam e todos os homens a adoravam. Por tudo isso, um dia, Lótus concebeu um desejo de iluminação e decidiu segregar-se dos assuntos mundanos, tornando-se uma freira budista.



Ela partiu para o Pico da Águia para visitar o Buda Sakyamuni. No caminho, sentiu sede e parou num riacho de águas límpidas. Quando estendeu suas mãos para a água, ficou impressionada com o reflexo de seu rosto na superfície e foi cativada pela sua própria beleza.





Seus olhos claros, seu nariz afilado, lábios vermelhos, maçãs rosadas, cabelos exuberantes, e a perfeita harmonia de suas feições combinavam completamente, convencendo-a de que era extraordinariamente bela.





Ela pensou: "Que mulher bonita sou eu! Por que pensei em querer deixar de lado este corpo belo e viver como uma freira budista? Não, não farei isto. Com uma beleza como a minha, tenho certeza que encontrarei a felicidade. Que idéia tola a de me tornar uma asceta." Imediatamente, ela virou-se e começou a retornar o caminho que havia feito.



No Pico da Águia, o Buda Sakyamuni havia assistido Lótus durante o tempo todo. Ele achou que estava na hora de ajudá-la a desenvolver o desejo de iluminação.





Utilizando-se de seus poderes ocultos, o Buda transformou-se numa mulher extraordinariamente bonita, muito mais bela ainda do que Lótus, e a esperou no caminho ele Rajagriha.



Desconhecendo a intenção do Buda, Lótus, enquanto imaginava vários prazeres mundanos, encontrou uma mulher desconhecida muito bonita no sopé de uma montanha.





Atraída pela sua beleza, Lótus dirigiu-se espontaneamente a ela: "Você deve ser estranha por aqui. Para onde está indo completamente sozinha? Você não tem marido, filhos, irmãos? O que uma mulher tão bonita está fazendo aqui totalmente só".





A desconhecida respondeu: "Estou voltando para a cidade de Rajagriha. Sinto-me um tanto quanto solitária caminhando o trajeto todo. Se não for inconveniente, poderia acompanhá-la?"



As duas mulheres logo se tornaram bastante amigas e viajaram juntas pela colina.Quando passaram por um pequeno lago, decidiram descansar um pouco. Elas sentaram-se na grama e conversaram por algum tempo.





Enquanto Lótus falava, ela repentinamente adormeceu, com sua cabeça sobre os joelhos de Lótus. No momento seguinte, sua respiração cessou. Diante do olhar aterrorizado de Lótus, o corpo da mulher começou a degenerar exalando um odor cadavérico.





O corpo inchava grotescamente, a pele se rompia e as entranhas saíam e logo foram infestadas por vermes. O cabelo da mulher morta caiu de sua cabeça, seus dentes e sua língua separaram-se de seu corpo. Era realmente uma visão odiosa.



Vendo essa fealdade apavorante diante de si, Lótus ficou pálida, pensando: "Mesmo uma beleza celestial, é reduzida isso quando morre. Não obstante o quão confiante eu era de minha beleza, não tenho meios para saber por quanto tempo irá durar.





Oh! como fui estúpida! Devo procurar o Buda e buscar a iluminação." Então, Lótus dirigiu-se novamente ao Pico da Águia.



Chegando à presença do Buda, Lótus atirou-se diante dele e relatou-lhe o que havia acontecido a ela no caminho até lá. O Buda fitou-a com benevolência e pregou-lhe os quatro seguintes pontos:





todas as pessoas envelhecem; mesmo um homem muito forte infalivelmente morrerá; não importando o quanto a pessoa viva feliz com sua família ou amigos, o dia da separação certamente virá; e ninguém pode levar a sua riqueza para o mundo após a morte.



Lótus compreendeu imediatamente que a vida é efêmera e que somente a Lei é eterna. Ela aproximou-se do Buda e pediu-lhe que a aceitasse como sua discípula.





Quando o Buda deu-lhe a sua permissão, seus abundantes cabelos pretos caíram no mesmo instante e sua aparência transformou-se completamente na de uma freira budista.





Desse momento em diante, ela devotou-se sinceramente à prática budista, e atingiu eventualmente o estágio de arhat, sendo qualificada a receber os oferecimentos e o respeito das pessoas.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A morte do responsável

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Uma empresa estava em situação muito difícil, as vendas iam mal, os trabalhadores estavam desmotivados, os balanços há meses não saíam do vermelho. Era preciso fazer algo para reverter o caos. Ninguém queria assumir nada. Pelo contrário, o pessoal apenas reclamava que as coisas andavam ruins e que não havia perspectiva de

progresso na empresa.



Eles achavam que alguém deveria tomar a iniciativa de reverter aquele processo.



Um dia, quando os funcionários chegaram para trabalhar, encontraram na portaria um enorme cartaz no qual estava escrito:



" Faleceu ontem a pessoa que impedia o seu crescimento na empresa. Você está convidado para o velório na quadra de esporte".



No início, todos se entristeceram com a morte de alguém, mas depois de algum tempo, ficaram curiosos para saber quem estava bloqueando seu crescimento na empresa.



A agitação na quadra de esporte era tão grande que foi preciso chamar os seguranças para organizar a fila do velório. Conforme as pessoas iam se aproximando do caixão a excitação aumentava: " Quem será que estava atrapalhando o meu progresso ??



Ainda bem que esse infeliz morreu".



Um a um, os funcionários agitados aproximavam-se do caixão, olhavam o defunto e engoliam em seco, ficando no mais absoluto silêncio como se tivessem sido atingidos no fundo da alma.



Pois bem, certamente você já advinhou que no visor do caixão havia um espelho.



Considerações:

Só existe uma pessoa capaz de limitar seu crescimento: você mesmo.



Você é a única pessoa que pode fazer a revolução de sua vida.

Você é a única pessoa que pode prejudicar a sua vida.

Você é a única pessoa que pode ajudar a si mesmo.

É dentro do seu coração que você vai encontrar a energia para ser o artista de sua criação.

O resto são desculpas.

O preço do amor

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Uma tarde, um menino aproximou-se de sua mãe, que preparava o jantar, e entregou-lhe uma folha de papel com algo escrito.



Depois que ela secou as mãos e tirou o avental, ela leu:



* Cortar a grama do jardim: R$ 3,00;

* Por limpar meu quarto esta semana R$ 1,00;

* Por ir ao supermercado em seu lugar R$ 2,00;

* Por cuidar de meu irmãozinho enquanto você ia às compras R$ 2,00;

* Por tirar o lixo toda semana R$ 1,00;

* Por ter um boletim com boas notas R$ 25,00; e

* Por limpar e varrer o quintal R$ 2,00.



* TOTAL DA DÍVIDA R$ 36,00



A mãe olhou o menino, que aguardava cheio de expectativa. Finalmente, ela pegou um lápis e no verso da mesma nota escreveu:



* Por levar-te nove meses em meu ventre e dar-te a vida: NADA

* Por tantas noites sem dormir, curar-te e orar por ti: NADA

* Pelas preocupações e pelos prantos que me causastes: NADA

* Pelo medo e pelas aflições que me esperam por tua causa: NADA

* Por comidas, roupas e brinquedos: NADA

* Por dedicar minha vida a ti, adaptando meu trabalho, minha moradia, meu lazer: NADA

* CUSTO TOTAL DE MEU AMOR: NADA



Quando o menino terminou de ler o que sua mãe havia escrito tinha os olhos cheios de lágrimas.



Olhou nos olhos da mãe e disse:



"Eu te amo, mamãe !!!"



Logo após, pegou um lápis e escreveu com uma letra enorme:



" TOTALMENTE PAGO !"

Os sons da floresta

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No século III d.C., um rei mandou seu filho, o príncipe T'ai, ir estudar no templo com o grande mestre Pan Ku. O objetivo era preparar o Príncipe, que iria suceder ao pai no trono, para ser um grande Administrador. Quando o Príncipe chegou ao templo, o Mestre logo o mandou, sozinho, à floresta. Ele deveria voltar um ano depois, com a tarefa de descrever os sons da floresta.



Passando o prazo, o Príncipe retornou e o Mestre lhe pediu para descrever os sons de tudo aquilo que tinha conseguido ouvir.



"Mestre", disse o Príncipe, "pude ouvir o canto dos pássaros, o roçar das folhas, o alvoroço dos beija-flores, a brisa batendo suavemente na grama, o zumbido das abelhas e o barulho do vento cortando os céus".



Quando o príncipe terminou, o Mestre mandou-o de volta à floresta para ouvir tudo o mais que fosse possível. O Príncipe ficou intrigado com a ordem do Mestre. Ele já não tinha distinguido cada som da floresta ?



Por longos dias e noites o Príncipe se sentou sozinho na floresta, ouvindo, ouvindo. Mas não conseguiu distinguir nada de novo além daqueles sons já mencionados ao Mestre. Então, certa manhã, sentado entre as árvores da floresta, começou a discernir sons vagos, diferentes de tudo o que ouvira antes. Quanto mais atenção prestava, mais claros os sons se tornavam. Uma sensação de encantamento tomou conta do rapaz. " Esses devem ser os sons que o Mestre queria que eu ouvisse", pensou. Sem pressa, o Príncipe passou horas ali, ouvindo e ouvindo, pacientemente. Queria ter a certeza de que estava no caminho certo.



Quando o Príncipe retornou ao templo, o Mestre lhe perguntou o que mais ele tinha conseguido ouvir. "Mestre", respondeu reverentemente o Príncipe, "quando prestei mais atenção, pude ouvir o inaudível; o som das flores se abrindo, do sol aquecendo a terra e da grama bebendo o orvalho da manhã". O Mestre acenou com a cabeça em sinal de aprovação. "Ouvir o inaudível é ter a disciplina necessária para se tornar um grande Administrador. Apenas quando aprende a ouvir o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, os medos não confessados e as queixas silenciosas e reprimidas, um Administrador pode inspirar confiança a seus comandados, entender o que está errado e atender às reais necessidades dos liderados. A morte de uma empresa começa quando os líderes ouvem apenas as palavras pronunciadas pela boca, sem mergulhar a fundo na alma das pessoas para ouvir seus sentimentos, desejos e opiniões reais".

A posse de Lincoln

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Quando Abraham Lincoln tomou posse como presidente dos Estados Unidos, foi um choque para a aristocracia americana. Um proletário assumir a liderança do país ? O senador que coordenou seu juramento à pátria fez um comentário irônico:



- Vamos ver se o filho de um sapateiro tem condições de dirigir nosso país.

Ao que Lincoln respondeu:





- Que bom que o senhor lembrou de meu pai. Eu gostaria de ser um presidente tão bom quanto meu pai foi um sapateiro. Aliás, estou vendo que o senhor está usando um par de sapatos que ele fabricou. Eu aprendi a consertar sapatos com meu pai e, se algum dia os seus apresentarem algum problema, me procure que eu os consertarei.



Não importa o que esteja fazendo, sempre tenha orgulho e crie sempre algo especial, porque é nos detalhes que você deixa sua assinatura.

O sentido da riqueza

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Um dia, um rico pai de família levou seu pequeno filho para viajar pelo interior, com o firme propósito de mostrar o quanto as pessoas podem ser pobres. O objetivo era convencer o filho da necessidade de valorizar os bens materiais que possuia, o "status", o prestígio social; queria desde cedo passar esses valores para seu herdeiro.



Eles passaram um dia e uma noite numa pequena casa de taipa, de um morador da fazenda de seu primo. Quando retornaram da viagem o pai perguntou ao filho:

-- O que achou da viagem ?

-- Muito bom, Papai !

-- Voce viu a diferença entre viver com riqueza e viver na pobreza ?

-- Sim.

-- E o que você aprendeu ?

O filho respondeu:

-- Eu vi que nós temos um cachorro em casa, e eles tem quatro. Nós temos uma piscina que alcança o meio do jardim; eles tem um riacho que não tem fim. Nós temos uma varanda coberta e iluminada com lâmpadas, eles tem as estrelas e a lua. Nosso quintal vai até o portão de entrada, eles tem uma floresta inteira.

Quando o pequeno garoto acabou de responder, seu pai estava perplexo.

O filho acrescentou:

--Obrigado Papai, por me mostrar o quanto "pobres" nós somos !





MORAL DA HISTÓRIA:



Tudo o que você tem depende da maneira como você olha para as coisas. Se você tem amor, amigos, família, saúde, bom humor e atitudes positivas para com a vida, você tem tudo !

Se você é "pobre de espírito", você não tem nada !



" Não é o que você é, o que você tem, onde está ou o que faz,que irá determinar a sua felicidade; mas o que você pensa sobre isto ! " ( Dale Carnegie)

Raízes Profundas

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Tempos atrás, eu era vizinho de um médico, cujo "hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa. Às vezes, observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias. O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer. Um certo dia, resolvi então aproximar-me do médico e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava.



Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria. Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo. Assim, segundo ele, as árvores teriam raízes profundas e seriam mais resistentes às intempéries. Disse-me ainda, que freqüentemente dava uma palmadinha nas suas árvores, com um jornal enrolado, e que fazia isso para que se mantivessem sempre acordadas e atentas. Essa foi a única conversa que tive com aquele meu vizinho.



Logo depois, fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei. Passados vários anos, retornei do exterior e fui dar uma olhada na minha antiga residência. Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes, quando percebi que o médico, meu antigo vizinho, havia realizado seu sonho! O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como que não resistindo ao rigor do inverno. Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estava sólidas as suas árvores: praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda. Que efeito curioso, pensei eu... As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, levando palmadelas e tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto e o tratamento mais fácil jamais conseguiriam.



Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus dois filhos. Debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido. Freqüentemente, rezo por eles. Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis: "Meu Deus, livre meus dois meninos de todas as dificuldades e agressões desse mundo"... Tenho pensado, entretanto, que é hora de alterar minhas orações. Essa

mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam. Sei que meus filhos encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas rezas para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingênuas demais. Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar. Portanto, pretendo mudar minhas orações. Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida é muito dura. Ao contrário do que tenho feito, passarei a rezar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.

Rezamos demais para termos facilidades, mas na verdade pedidos desse tipo são raramente atendidos. O que precisamos fazer é pedir para que consigamos desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente, ao invés de sermos simplesmente varridos para longe."





Autor desconhecido

A importância do Exemplo

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Napoleão Bonaparte sem dúvida foi um dos maiores líderes que este mundo já conheceu. Certa vez, seu exército estava se preparando para uma das maiores batalhas. As forças adversárias tinham um contingente três vezes superior ao seu, além de um equipamento muito superior. Napoleão avisou seus generais de que ele estava indo para a frente de batalha e estes procuraram convencê-lo a mudar de idéia:



- Comandante, o senhor é o império. Se morrer, o império deixará de existir. A batalha será muito difícil. Deixe que nós cuidaremos de tudo. Por favor, fique. Confie em nós.

Tudo em vão, não houve nada que o fizesse mudar de idéia. No meio da noite, o general Junot, um de seus brilhantes auxiliares e também amigo, procurou-o e, de novo, tentou mostrar o

perigo de ir para a frente de batalha. Napoleão olhou-o com firmeza e disse:





- Não tem jeito, eu vou.

- Mas por quê, comandante ?

- É mais fácil puxar do que empurrar !



" Servir de exemplo não é a melhor forma de ensinar; é a única forma de ensinar ! "

(Albert Schweitzer )

A busca da Felicidade

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Existe uma história antiga, muito interessante, sobre os deuses. Com medo que, se o ser humano fosse perfeito, não precisaria mais deles, reuniram-se para decidir o que fazer. O mais sábio dos deuses disse:

"Vamos dar-lhes tudo, menos o segredo da felicidade". "Mas se os humanos são tão inteligentes, vão acabar descobrindo esse segredo também!", disseram os outros deuses em coro. "Não", responde o sábio -

"vamos esconder num lugar onde eles nunca vão achar - dentro deles mesmos".



Como disse Wayne Dyer: "A maioria das pessoas está procurando pela felicidade. Olhando em volta para ver se acham. Estão tentando encontrá-la em algum lugar ou pessoa lá fora. Esse é um erro fundamental. A felicidade é algo que você é, e o que você é depende diretamente do que você pensa".



Existe um ditado budista que diz: "Se você quer saber como foi seu passado, olhe para quem você é hoje. Se quer saber como vai ser seu futuro, olhe para o que está fazendo hoje".



Nem só de grandes idéias em Marketing, sacadas, vendas fechadas, faturamento, etc., dependemos para o sucesso e, principalmente, para sermos felizes. Existem outras coisas muito mais importantes do que o

dinheiro. Afinal, não existe sucesso na vida que não passe pela satisfação e crescimento pessoal.



A atitude é fundamental nestas horas. Se você não está fazendo o que ama fazer, acordar todos os dias pela manhã vai se tornar cada vez mais difícil - e isso é um grande problema num mundo cada vez mais competitivo. Você tem que amar o que faz, se não já acorda em desvantagem.



E você, o que está fazendo para crescer e ser feliz?

Aprende a escrever na areia

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Dois amigos, Mussa e Nagib, viajavam pelas longas estradas que recortam as montanhas da Pérsia. Eram nobres e ricos e faziam-se acompanhar por servos, ajudantes e caravaneiros.



Chegaram, certa manhã, às margens de um grande rio barrento e impetuoso. Era preciso transpor a corrente ameaçadora. Ao saltar, porém, de uma pedra, Mussa foi infeliz e caiu no torvelinho espumejante das águas em revolta. Teria ali perecido, arrastado para o abismo, não fosse Nagib. Este, sem a menor hesitação, atirou-se à correnteza e livrou da morte o seu

companheiro de jornada.



Que fez Mussa?



Ordenou que o mais hábil de seus servos gravasse na face lisa de uma grande pedra, que ali se erguia, esta legenda admirável:



Viandante:

Neste lugar, com risco da própria vida,

Nagib salvou, heroicamente, seu amigo Mussa.



Feito isso, prosseguiram, com suas caravanas.



Cinco meses depois, em viagem de regresso, encontraram-se os dois amigos naquele mesmo local perigoso e trágico. E, como estivessem fatigados, resolveram repousar à sombra acolhedora do lajedo que ostentava a honrosa inscrição. Sentados, pois, na areia clara, puseram-se a conversar. Eis que, por motivo banal, surge, de repente, grave desavença entre os

dois companheiros.



Discordaram. Discutiram. Nagib, exaltado, num ímpeto de cólera, esbofeteou brutalmente o amigo.



Que fez Mussa?



Que farias tu, em seu lugar?



Mussa não revidou a ofensa. Ergueu-se e, tomando tranqüilo o seu bastão, escreveu na areia, ao pé do negro rochedo:



Viandante:

Neste lugar, por motivo fútil,

Nagib injuriou, gravemente, seu amigo Mussa.







Surpreendido com o estranho procedimento, um dos ajudantes de Mussa observou respeitoso:



-Senhor! Da primeira vez, para exaltar a abnegação de Nagib, mandastes gravar, para sempre, na pedra o feito heróico. E agora, que ele acaba de ofender-vos tão gravemente, vós vos limitais a escrever na areia incerta o ato de covardia! A primeira legenda, ó meu mestre, ficará para sempre.



Todos os que transitarem por este sítio dela terão notícia. Esta outra, porém, riscada no tapete de areia, antes do cair da tarde terá desaparecido como um traço de espuma entre as ondas buliçosas do mar.



-A razão é simples - respondeu Mussa. O benefício que recebi de Nagib permanecerá, para sempre em meu coração. Mas a injúria... essa negra injúria... escrevo-a na areia, como um voto, para que, se depressa daqui se apagar e desaparecer, mais depressa ainda desapareça e se apague de minha lembrança!





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Eis a sublime verdade, meu amigo! Aprendamos a gravar, na pedra, os favores que recebermos, os benefícios que nos fizerem, as palavras de carinho, simpatia e estímulo que ouvirmos.

Aprendamos, porém, a escrever na areia as injúrias, as ingratidões, as perfídias e as ironias que nos ferirem pela estrada agreste da vida. Assim seremos todos felizes.



(Adaptada do livro "O gato do cheique e outras histórias" de Malba Tahan - Ediouro)

A Cidade dos Resmungos

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Era uma vez um lugar chamado Cidade dos Resmungos, onde todos resmungavam, resmungavam, resmungavam. No verão, resmungavam que estava muito quente. No inverno, que estava muito frio. Quando chovia, as crianças choramingavam porque não podiam sair. Quando fazia sol, reclamavam que não tinham o que fazer. Os vizinhos queixavam-se uns dos outros, os pais queixavam-se dos filhos, os irmãos das irmãs. Todos tinham um problema, e todos reclamavam que alguém deveria fazer alguma coisa.



Um dia chegou à cidade um mascate carregando um enorme cesto às costas. Ao perceber toda aquela inquietação e choradeira, pôs o cesto no chão e gritou:



- Ó cidadãos deste belo lugar! Os campos estão abarrotados de trigo, os pomares carregados de frutas. As cordilheiras estão cobertas de florestas espessas, e os vales banhados por rios profundos. Jamais vi um lugar abençoado por tantas conveniências e tamanha abundância. Por que tanta insatisfação? Aproximem-se, e eu lhes mostrarei o caminho para a felicidade.



Ora, a camisa do mascate estava rasgada e puída. Havia remendos nas calças e buracos nos sapatos. As pessoas riram que alguém como ele pudesse mostrar-lhes como ser feliz. Mas enquanto riam, ele puxou uma corda comprida do cesto e a esticou entre os dois postes na praça da cidade.



Então segurando o cesto diante de si, gritou:



- Povo desta cidade! Aqueles que estiverem insatisfeitos escrevam seus problemas num pedaço de papel e ponham dentro deste cesto. Trocarei seus problemas por felicidade!



A multidão se aglomerou ao seu redor. Ninguém hesitou diante da chance de se livrar dos problemas. Todo homem, mulher e criança da vila rabiscou sua queixa num pedaço de papel e jogou no cesto.



Eles observaram o mascate pegar cada problema e pendurá-lo na corda. Quando ele terminou, havia problemas tremulando em cada polegada da corda, de um extremo a outro. Então ele disse:



Agora cada um de vocês deve retirar desta linha mágica o menor problema que puder encontrar.



Todos correram para examinar os problemas. Procuraram, manusearam os pedaços de papel e ponderaram, cada qual tentando escolher o menor problema. Depois de algum tempo a corda estava vazia.



Eis que cada um segurava o mesmíssimo problema que havia colocado no cesto. Cada pessoa havia escolhido os seu próprio problema, julgando ser ele o menor da corda.



Daí por diante, o povo daquela cidade deixou de resmungar o tempo todo. E sempre que alguém sentia o desejo de resmungar ou reclamar, pensava no mascate e na sua corda mágica.







Extraído de O Livro das virtudes II – O Compasso Moral, William J. Bennett, Editora Nova Fronteira, págs, 534-535. (Brasil Seikyo, 23 de janeiro de 1999, edição 1492, Caderno Dez, C1)

Amigo

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Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio.



Os missionários e duas crianças tiveram morte imediata e as restantes ficaram gravemente feridas. Entre elas uma menina de 8 anos, considerada em pior estado. Foi necessário chamar a ajuda por um rádio, e ao fim de algum tempo um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local. Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria devido ao traumatismo e a perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como?



Após vários testes rápidos, puderam perceber que ninguém ali possuía o tipo de sangue necessário. Reuniram as crianças e entre gesticulações, arranhadas no idioma tentaram explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar sangue.



Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar timidamente. Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado às pressas ao lado da menina agonizante e espetaram-lhe uma agulha na veia. Ele se mantinha quieto e com o olhar no teto.



Passado um momento, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre. O médico perguntou-lhe se estava doendo e ele negou. Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas. O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou. Os soluços ocasionais deram lugar a um choro silencioso e ininterruptível. Era evidente que alguma coisa estava errada.



Foi então que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra ala. O médico pediu então que ela procurasse saber o que estava acontecendo com o Heng. Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas, e o rostinho do menino foi se aliviando... Minutos depois ele estava novamente tranqüilo.



A enfermeira então explicou aos americanos:



Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido direito o que vocês disseram e estava achando que ia ter que dar TODO o seu sangue para a menina não morrer.

O médico se aproximou dele, e com a ajuda da enfermeira, perguntou-lhe:



Mas, se era assim, por que então você se ofereceu a doar seu sangue para ela?

E o menino respondeu simplesmente:



Ela era minha AMIGA!!!!

" Não há pior inimigo que um falso amigo".





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Qual é...



O dia mais belo? – Hoje...



A coisa mais fácil? - Equivocar-se...



O maior obstáculo? – Medo...



O maior erro? – Abandonar-se...



A raiz de todos os males? – Egoísmo



A distração mais bela? – Trabalho...



A pior derrota? – Desalento...



Os maiores professores? – Crianças...



A primeira necessidade? – Comunicar-se



De mais feliz a fazer? – Ser útil aos demais...



O maior mistério? – A morte...



O pior defeito? – O mau humor...



A pessoa mais perigosa? – A mentirosa...



O sentimento mais ruim? – O rancor...



O presente mais belo? – O perdão...



O mais imprescindível? – Orar...



O caminho mais rápido? – O correto...



A sensação mais grata? – A paz interior...



A expressão mais eficaz? – O sorriso...



O maior remédio? – O otimismo...



A maior satisfação? – O dever cumprido...



A força mais potente do universo? – A fé...



As pessoas mais necessárias? – Os pais...



A coisa mais bela de todas? – O amor...



Autora: Madre Teresa de Calcutá

sábado, 10 de abril de 2010

O bosque das cerejeiras

Lin Chang, chinês de velhas tradições, plantara há muitos anos, perto de sua casa, em Suniang, um bosque de cerejeiras.

Era um bosque belíssimo, conhecido pela exuberância de suas árvores, pela doçura e colorido dos frutos, graças ao cuidadoso Lin Chang, que amava o bosque mais que os valiosos objetos de jade e porcelana de sua casa.

Ver florir, toda primavera, o bosque das cerejeiras, vê-lo colorir-se no outono com a beleza dos frutos, era uma festa em seu coração e em seu olhar.

Certo dia, Lin Chang precisou fazer uma viagem de negócios à vizinha cidade de Yanshii. Lá encontrou, por acaso, um velho sábio que pregava as antigas verdades no centro de uma praça cheia de sol. Nem o mestre nem os jovens ouvintes afastavam-se em busca de sombra, preocupados em ensinar e aprender.

A cena impressionou Lin Chang; de volta ao lar, já não lhe parecia tão amena a sombra do bosque das cerejeiras. A lembrança do ancião e seus discípulos expostos à inclemência do sol diminuía o prazer das coisas agradáveis de sua vida. Porque Lin Chang amava a Sabedoria tanto quanto ao bosque, e admirava aqueles virtuosos sábios dedicados a transmitir a Verdade às novas gerações.

Uma idéia brotou em seu espirito... Por que não ofertar o bosque das cerejeiras ao venerável mestre e aos discípulos? Ali, à sombra das árvores, teriam ambiente para estudo e meditação. A venda dos frutos seria um meio de sustento, e poderiam dedicar, assim, maior tempo ao estudo.

Deveria ou não - vacilava - desfazer-se de seu bosque? A indecisão o amargurava... Mais de uma vez aprontou-se para sair ao encontro do mestre, mas, hesitante, voltava sempre atrás.

Certa manhã Lin Chang acordou decidido. Foi a Yanshii e ofertou o bosque das cerejeiras ao mestre e aos jovens estudiosos da Verdade.

A dádiva foi recebida com alegria, como bênção divina; o velho sábio agradeceu a Lin Chang a oportunidade de orientar os discípulos sem expô-los aos excessos do sol.

Passados alguns dias, mudaram-se para o bosque em Suniang, onde o mestre passou a pregar à sombra das cerejeiras.

As aulas tornaram-se mais agradáveis, cresceu o aproveitamento dos discípulos. Para Lin Chang era motivo de satisfação ver ali o venerável mestre cercado de jovens, e ele mesmo, algumas vezes, ia ouvir as lições ministradas.

Certa manhã, o ancião chamou um dos discípulos e disse:

- A época das chuvas está a meio caminho. É nosso dever podar as cerejeiras, para que dêem bons frutos.

O jovem, no mesmo dia, começou a podar as árvores. Lin Chang, quando o viu, não conteve o descontentamento. Surpreso e indignado, procurou o mestre:

- Por que não me chamastes, venerável senhor, para podar as cerejeiras, mandando alguém fazê-lo sem avisar-me?

- Não desejamos incomodar-te, generoso Lin Chang. Deste-nos o bosque; nosso cuidado demonstrará quanto estamos agradecidos.

- Eu mesmo podava as cerejeiras, todos os anos... Ninguém conhece, como eu, a melhor maneira de fazê-lo.

- Temos conhecimento disso, respeitável Lin Chang... Mas não te preocupes, saberemos tratar com carinho as cerejeiras que nos ofertaste com tanta generosidade. Aguarda a época da colheita... Verás que não te decepcionaremos.

Lin Chang cumprimentou o mestre e afastou-se. Sentia-se descontente. Ele, o doador, que sempre cuidara do bosque, ele que o plantara e vira crescer, não fora chamado, nem consultado, para podar as cerejeiras... Como poderiam bem cuidá-las, desprezando sua experiência?...

Ressentido, desabafou a mágoa em conversa com os discípulos. Estes ouviram, silenciosos, constrangidos, sem nada comentar. Mas a partir daí, o bosque das cerejeiras não lhes parecia tão ameno.

O tempo passou, vieram outros dias... A primavera floriu as cerejeiras, fazendo mais alegres e agradáveis as lições. Lin Chang, aos poucos, esqueceu a mágoa, voltou a ser cortês e atencioso. Porém, já não sorria ao ver o sábio e os discípulos entre as árvores floridas.

Certo dia, o mestre falou aos jovens:

- Devemos fertilizar o bosque das cerejeiras para que os frutos nasçam com vigor.

Lin Chang estava, nesse dia, em viagem de negócios. Ao retornar, viu com surpresa os discípulos ocupados em adubar a terra. Revoltado, correu ao mestre:

- Venerável senhor, por que mandastes adubar o bosque das cerejeiras?

- Para fertilizá-lo, generoso Lin Chang.

- Sem procurar, sequer, consultar-me sobre o melhor adubo?

- Compreendemos tua preocupação, Lin Chang mas fica tranqüilo... O adubo foi apropriado. Temos grande carinho com este bosque, oferecido a nosso trabalho por tua generosidade.

Lin Chang, em leve curvatura, despediu-se e afastou-se. Porém, não estava tranqüilo... Seu amor próprio sentia-se ferido, o descontentamento sombreava as boas tendências de sua alma.

Assim, chegou o outono, amadurecendo os frutos das cerejeiras, tornando-os cor de carmim. O velho mestre falou aos discípulos:

- Estes são os frutos da generosidade de Lin Chang, nosso doador; não devemos negociar com eles. Façam a colheita, levem os frutos à cidade, mas vendam por pequeno preço a quem não possa comprar ofereçam graciosamente.

Os discípulos cumpriram as ordens do mestre. Encheram cestos com frutos e levaram à cidade, vendendo por preços acessíveis, presenteando-os às criança e aos pobres.

Lin Chang, que passou à tarde pela cidade, quando os viu ficou profundamente ofendido. Era demais... Vender suas cerejas, as mais rubras e doces da região, a qualquer preço, dá-las a crianças e mendigos... Que desperdício! Estavam atirando fora sua dádiva.

No dia seguinte, bem cedo, foi ter com o mestre. Encontrou-o debaixo de uma cerejeira, a observar a colheita.

- Senhor - disse Lin Chang - como pudeste vender minhas cerejas a tão baixo preço? São as melhores da região... Por que desperdiçá-las assim?

O ancião olhou Lin Chang com serenidade, sem deixar de reparar no tom possessivo com que este se referira às cerejas. E respondeu:

- Será farta a colheita, Lin Chang, e pequenas são nossas necessidades. Julgamos acertado estender aos outros os benefícios que nos proporcionaste.

Pensávamos poder dispor dos frutos do bosque de cerejeiras. Mas enganamo-nos, perdoa-nos...

- Dei-vos o bosque e as cerejas, sábio senhor, mas não para que desperdiçassem frutos tão saborosos e puros... - disse Lin Chang, enquanto recolhia uma cereja que nesse instante caíra da árvore, aos seus pés. Já ia saboreá-la, levando-a à boca, quando o mestre o interrompeu, dizendo:

- Generoso Lin Chang, não te parece justo, antes de comer esta cereja, indagar da árvore o que desejas que faças?

- Como, senhor? Não vos compreendo...

O sábio homem dirigiu o olhar à cerejeira que sombreava e perguntou à árvore:

- Generosa árvore, o que desejas que Lin Chang faça com o fruto que lhe ofertaste espontaneamente. Deve comê-lo? Ou preferes que Lin Chang o venda?

Queres que o guarde para replantar? Desejas que ele o ofereça a alguém?

- Mestre, não compreendo... Não vistes que a cereja, desprendeu-se da árvore, caiu aos meus pés?

- Sim, Lin Chang... Da árvore desprendeu-se a cereja, ela é tua. O mesmo deves fazer quando ofertares um fruto, porque apenas assim ofertarás realmente.

Diante dessas palavras, Lin Chang não pôde esboçar explicação ou desculpa. Permaneceu calado, titubeante, enquanto o sábio lhe dizia:

- Queremos restituir o bosque das cerejeiras; não nos agrada ser motivo de intranqüilidade para ti. Fica com ele, Lin Chang... Voltaremos à nossa praça em Yanshii. Quando desejares, procura-nos, que lá estaremos.

O velho sábio despediu-se e foi embora, seguido pelos discípulos, de volta à antiga praça onde pregava sob o sol e chuva.

De suas generosas palavras, ensinando a verdade, dizem que nasceram árvores, muitas árvores, que proporcionavam sombra, flores e frutos a todos que as buscavam.

Lin Chang permaneceu em seu bosque. Porém, desde que o mestre de lá se afastou com os discípulos Lin Chang, o homem que deu mas não se desprendeu do bosque das cerejeiras, nunca mais pôde sentir-se dono dele.



Autor Desconhecido ou ignorado

A espada mágica

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Existe uma história muito, muito antiga, do tempo dos cavaleiros em brilhantes armaduras, sobre um jovem comum que estava com muito medo de testar sua habilidade com as armas, no torneio local.

Certo dia, seus amigos quiseram pregar-lhe uma peça e lhe deram de presente uma espada, dizendo que tinha um poder mágico muito antigo. O homem que a empunhasse jamais seria derrotado em combate.

Para surpresa deles, o jovem correu para o torneio e pôs em uso o presente, ganhando todos os combates. Ninguém jamais vira tanta velocidade e ousadia na espada.

A cada torneio, a notícia de sua maestria se espalhava, e não tardou a ser ovacionado como o primeiro cavaleiro do reino.

Por fim, achando que não faria mal nenhum, um dos seus amigos revelou a brincadeira, confessando que o instrumento não tinha nada de mágico, era só uma espada comum.

Imediatamente o jovem cavaleiro foi dominado pelo terror.

De pé na extremidade da área de combate, as pernas tremeram, a respiração ficou presa na garganta e os dedos perderam a força. Incapaz de continuar acreditando na espada, ele já não acreditava mais em si mesmo.

E nunca mais competiu.

A bomba d´água

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Contam que um certo homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede. Foi quando ele chegou a uma casinha velha - uma cabana desmoronando - sem janelas, sem teto, batida pelo tempo. O homem perambulou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.

Olhando ao redor, viu uma bomba a alguns metros de distância, bem velha e enferrujada. Ele se arrastou até ali, agarrou a manivela, e começou a bombear sem parar. Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostado para trás e notou que ao lado da bomba havia uma garrafa. Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu o seguinte recado: "Você precisa primeiro preparar a bomba com toda a água desta garrafa, meu amigo.

PS.: Faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir."

O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água. A garrafa estava quase cheia de água! De repente, ele se viu em um dilema:

Se bebesse aquela água poderia sobreviver, mas se despejasse toda a água na velha bomba enferrujada, talvez obtivesse água fresca, bem fria, lá no fundo do poço, toda a água que quisesse e poderia deixar a garrafa cheia para a próxima pessoa... mas talvez isso não desse certo.

Que deveria fazer? Despejar a água na velha bomba e esperar a água fresca e fria ou beber a água velha e salvar sua vida? Deveria perder toda a água que tinha na esperança daquelas instruções pouco confiáveis, escritas não se sabia quando?

Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba. Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba começou a chiar. E nada aconteceu!

E a bomba foi rangendo e chiando. Então surgiu um fiozinho de água; depois um pequeno fluxo, e finalmente a água jorrou com abundância! A bomba velha e enferrujada fez jorrar muita, mas muita água fresca e cristalina. Ele encheu a garrafa e bebeu dela até se fartar. Encheu-a outra vez para o próximo que por ali poderia passar, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota ao bilhete preso nela: "Creia-me, funciona! Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta!"

Uma Informação por favor...

Quando eu era criança, bem novinho, meu pai comprou o primeiro telefone da nossa vizinhança.

Eu ainda me lembro daquele aparelho preto e brilhante que ficava na Cômoda da sala. Eu era muito pequeno para alcançar o telefone, mas ficava ouvindo fascinado enquanto minha mãe falava com alguém.

Então, um dia eu descobri que dentro daquele objeto maravilhoso morava uma pessoa legal. O nome dela era "Uma informação, por favor" e não havia nada que ela não soubesse. "Uma informação, por favor" poderia fornecer qualquer número de telefone e até a hora certa.

Minha primeira experiência pessoal com esse gênio-na-garrafa veio num dia em que minha mãe estava fora, na casa de um vizinho. Eu estava na garagem mexendo na caixa de ferramentas quando bati em meu dedo com um martelo.

A dor era terrível, mas não havia motivo para chorar, uma vez que não tinha ninguém em casa para me oferecer a sua simpatia. Eu andava pela casa, chupando o dedo dolorido ate que pensei: O telefone!

Rapidamente fui ate o porão, peguei uma pequena escada que coloquei em frente a cômoda da sala. Subi na escada, tirei o fone do gancho e segurei contra o ouvido. Alguém atendeu e eu disse: "Uma informação, por favor".

Ouvi uns dois ou três cliques e uma voz suave e nítida falou em meu ouvido:

"Informações".

"Eu machuquei meu dedo...", disse, e as lágrimas vieram facilmente, agora que eu tinha audiência. "A sua mãe não está em casa?", ela perguntou.

"Não tem ninguém aqui...", eu soluçava. "Está sangrando?"

"Não", respondi. "Eu machuquei o dedo com o martelo, mas tá doendo..."

"Você consegue abrir o congelador?", ela perguntou. Eu respondi que sim.

"Então pegue um cubo de gelo e passe no seu dedo", disse a voz.

Depois daquele dia, eu ligava para "Uma informação, por favor" por qualquer motivo.

Ela me ajudou com as minhas dúvidas de geografia e me ensinou onde ficava a Philadelphia. Ela me ajudou com os exercícios de matemática. Ela me ensinou que o pequeno esquilo que eu trouxe do bosque deveria comer nozes e frutinhas. Então, um dia, Petey, meu canário, morreu.

Eu liguei para "Uma informação, por favor" e contei o ocorrido.

Ela escutou e começou a falar aquelas coisas que se dizem para uma criança que está crescendo. Mas eu estava inconsolável. Eu perguntava:

"Por que é que os passarinhos cantam tão lindamente e trazem tanta alegria pra gente para, no fim, acabar como um monte de penas no fundo de uma gaiola?"

Ela deve ter compreendido a minha preocupação, porque acrescentou mansamente: "Paul, sempre lembre que existem outros mundos onde a gente pode cantar também..." De alguma maneira, depois disso eu me senti melhor.

No outro dia, lá estava eu de novo. "Informações.", disse a voz já tão familiar. "Você sabe como se escreve 'exceção'?"

Tudo isso aconteceu na minha cidade natal ao norte do Pacífico.

Quando eu tinha 9 anos, nos nos mudamos para Boston. Eu sentia muita falta da minha amiga. "Uma informação, por favor" pertencia aquele velho aparelho telefônico preto e eu não sentia nenhuma atração pelo nosso novo aparelho telefônico branquinho que ficava na nova cômoda na nova sala.

Conforme eu crescia, as lembranças daquelas conversas infantis nunca saiam da minha memória. Freqüentemente, em momentos de dúvida ou perplexidade, eu tentava recuperar o sentimento calmo de segurança que eu tinha naquele tempo.

Hoje eu entendo como ela era paciente, compreensiva e gentil ao perder tempo atendendo as ligações de um molequinho.

Alguns anos depois, quando estava indo para a faculdade, meu avião teve uma escala em Seattle. Eu teria mais ou menos meia hora entre os dois vôos.

Falei ao telefone com minha irmã, que morava lá, por 15 minutos. Então, sem nem mesmo sentir que estava fazendo isso, disquei o numero da operadora daquela minha cidade natal e pedi: "Uma informação, por favor."

Como num milagre, eu ouvi a mesma voz doce e clara que conhecia tão bem, dizendo: "Informações."

Eu não tinha planejado isso, mas me peguei perguntando: "Você sabe como se escreve exceção'?"

Houve uma longa pausa. Então, veio uma resposta suave: "Eu acho que o seu dedo já melhorou, Paul."

Eu ri. "Então, é você mesma!", eu disse. "Você não imagina como era importante para mim naquele tempo."

"Eu imagino", ela disse. "E você não sabe o quanto significavam para mim aquelas ligações. Eu não tenho filhos e ficava esperando todos os dias que você ligasse."

Eu contei para ela o quanto pensei nela todos esses anos e perguntei se poderia visitá-la quando fosse encontrar a minha irmã.

"É claro!", ela respondeu. "Venha até aqui e chame a Sally."

Três meses depois eu fui a Seattle visitar minha irmã. Quando liguei, uma voz diferente respondeu : "Informações." Eu pedi para chamar a Sally.

"Você é amigo dela?", a voz perguntou.

"Sou, um velho amigo. O meu nome é Paul."

"Eu sinto muito, mas a Sally estava trabalhando aqui apenas meio período

porque estava doente. Infelizmente, ela morreu há cinco semanas."

Antes que eu pudesse desligar, a voz perguntou:

"Espere um pouco. Você disse que o seu nome eh Paul?

"Sim."

"A Sally deixou uma mensagem para você. Ela escreveu e pediu para eu guardar caso você ligasse. Eu vou ler pra você."

A mensagem dizia: "Diga a ele que eu ainda acredito que existem outros mundos onde a gente pode cantar também. Ele vai entender." Eu agradeci e desliguei. Eu entendi...



(Autor desconhecido)

Um som por um perfume

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Um pobre viajante parou ao meio-dia para descansar à sombra de uma frondosa árvore. Ele viera de muito longe e sobrara apenas um pedaço de pão para almoçar. Do outro lado da estrada, havia um quiosque com tentadores pastéis e bolos; o viajante se deliciava sentindo as fragrâncias que flutuavam pelo ar, enquanto mascava seu pedacinho de pão dormido.



Ao se levantar para seguir caminho, o padeiro subitamente saiu correndo do quiosque, atravessou a estrada e agarrou-o pelo colarinho.



- Espere aí! - gritou o padeiro. - Você tem que pagar pelos bolos!



- Que é isso? - protestou o espantado viajante. - Eu nem encostei nos seus bolos!



- Seu ladrão! - berrava o padeiro. - É perfeitamente óbvio que você aproveitou seu próprio pão dormido bem melhor, só sentindo os cheirinhos deliciosos da minha padaria. Você não sai daqui enquanto não me pagar pelo que levou. Eu não trabalho à toa não, camarada!



Uma multidão se juntou e instou para que levasse o caso ao juiz local, um velho muito sábio. O juiz ouviu os argumentos, pensou bastante e depois ditou a sentença.



- Você está certo - disse ao padeiro. - Este viajante saboreou os frutos do seu trabalho. E julgo que o perfume dos seus bolos vale três moedas de ouro.



- Isso é um absurdo! Objetou o viajante. - Além disso, gastei meu dinheiro todo na viagem. Não tenho mais nem um centavo.



- Ah... - disse o juiz. - Neste caso, vou ajudá-lo.



Tirou três moedas de ouro do próprio bolso, e o padeiro logo avançou para pegar.



- Ainda não - disse o juiz. - Você diz que esse viajante meramente sentiu o cheiro dos seus bolos, não é?



- É isso mesmo - respondeu o padeiro.



- Mas ele não engoliu nem um pedacinho?



- Já lhe disse que não.



- Nem provou nem um pastel?



- Não!



- Nem encostou nas tortas?



- Não!



- Então, já que ele consumiu apenas o perfume, você será pago apenas com som. Abra os ouvidos para receber o que você merece.



O sábio juiz jogou as moedas de uma mão para outra, fazendo-as retinir bem perto das gananciosas orelhas do padeiro.



- Se ao menos você tivesse a bondade de ajudar esse pobre homem em viagem - disse o juiz -, você até ganharia recompensas em ouro, no Céu.

Os três impostores

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Três impostores se apresentaram à corte solicitando uma audiência com o rei, que lhe foi concedida.



Uma vez na presença do soberano, comunicaram-lhe que eram tecelões e que possuíam um segredo de fabricação: o segredo de um tecido que tinha a única de não ser visível, a não ser para quem fosse filho legítimo.



O rei já tivera que resolver muitos conflitos bem complicados de heranças, e viu naquela invenção muito útil o meio de frustrar falsos pretendentes, já que os filhos verdadeiros poderiam ver o tecido.



Ordenou imediatamente que um palácio fosse posto à disposição dos inventores, a fim de que o segredo fosse preservado.



Convencido da honestidade deles, o rei cobriu os três cúmplices maldosos de ouro, prata e jóias.



Eles se fecharam no seu palácio e simularam, noite e dia, grande atividade.



Algumas semanas mais tarde, um deles foi informar ao rei dos excelentes resultados do seu trabalho, e pediu-lhe que fosse constatá-los. Seria preferível que o rei fosse sozinho.



O rei achou que seria prudente uma outra opinião sobre um tecido dotado de tais poderes, e mandou seu conselheiro.



O conselheiro foi visitar os três impostores para examinar o tecido de propriedades mágicas, mas não conseguiu ver nada. Como não queria admitir que para ele o tecido era invisível, voltou à presença do rei e elogiou a maravilha que havia visto. O rei mandou outras pessoas, que voltaram com a mesma resposta.



Decidiu então ir pessoalmente. Os três impostores lhe descreveram a excelência de sua invenção, a variedade das cores e o desenho original.



O rei se mantinha em silêncio, inclinado levemente a cabeça em sinal de aprovação. Na realidade, porém, não via absolutamente nada.



Começou então a ficar muito embaraçado.



"Será que não sou o verdadeiro filho do rei meu pai?" pensava. "Se não vejo nada, arrisco-me a perder meu trono."



Começou também a expressar sua admiração, repassando com muitos elogios todos os detalhes que acabara de escutar.



De volta ao palácio, continuou a fazer comentários sobre o tecido, como se o tivesse visto.



Entretanto uma dúvida o atormentava.



Alguns dias mais tarde mandou seu ministro ver o tecido. Os três impostores fizeram sua descrição, mas ele não via nada.



Naturalmente o infeliz ministro imaginou que não era filho legítimo de seu pai; a única razão pela qual não via o tecido. Sabendo que se arriscava a perder sua importante posição, limitou-se aos termos que tinha ouvido da boca do rei e de seu conselheiro.



Foi ao encontro do rei e lhe disse que tinha visto o tecido mais extraordinário do mundo.



O rei ficou profundamente perturbado. Não havia mais nenhuma dúvida, ele não era filho legítimo de seu pai. Mas se juntou ao seu ministro em exclamações sobre o valor dos três tecelões.



Todos quiseram visitá-los, e todos voltaram com as mesmas impressões.



A história continuou assim até que informaram ao rei que a tecedura tinha terminado.



Este ordenou que se preparasse uma grande festa, na qual todos usariam roupas confeccionadas com o tecido maravilhoso.



Os três impostores se apresentaram com diferentes padrões, que desenrolaram por metros e metros de extensão, e a confecção do traje real foi decidida.



O dia da festa chegou. Os trajes estavam prontos. O rei foi inteiramente vestido pelos três espertos. Entretanto ele não via nem sentia nada. Uma vez terminado o trabalho, o rei montou seu cavalo e rumou em direção à cidade.



Felizmente era pleno verão!



A multidão viu o rei e sua corte passarem e ficou muito surpresa com o espetáculo.



Mas o rumor de que só os filhos legítimos viam suas roupas circulava, e todos guardavam suas impressões para si.



Todos, exceto um estrangeiro, um negro, de passagem pela cidade, que se aproximou do rei e lhe disse:



Senhor, pouco me importa saber de quem sou filho. Por isso posso lhe dizer que, na realidade, o senhor está nu.



Furioso, o rei bateu no negro com seu chicote e lhe disse:



O fato de não ver meus trajes prova que você não é um filho legítimo!



Mas o encanto estava quebrado, assim como o silêncio e o medo. Todos viram que o negro tinha dito a verdade e repetiram a mesma coisa, cada vez mais alto. Risos se elevaram.



Então o rei e sua corte se deram conta de como tinham sido habilmente enganados.



Mas os três impostores já estavam longe, com o ouro, a prata e as jóias...



Do livro: Histórias da Tradição Sufi - Editora Dervish

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Aparecida Conceição Ferreira

Entrevista por Ismael Gobi





A cidade de Uberaba, além de sua beleza e prosperidade, abriga, em seu seio, importantes personagens do movimento espírita brasileiro. Uma delas, que trabalhou ao lado de Chico Xavier, é Dona Aparecida Conceição Ferreira, que se projetou nacionalmente pela



Fundação do "Hospital do Fogo Selvagem", especializado no tratamento dos portadores do "Pênfigo Foliáceo", uma doença cujos sintomas se assemelham a labaredas que percorrem o corpo e deixam na pele verdadeiras marcas de queimadura.



"Dona Cida" começou esse trabalho no ano de 1957, quando trabalhava como enfermeira no Isolamento da Santa Casa de Uberaba. Como o tratamento do Pênfigo era difícil e dispendioso, o hospital acabou por suprimi-lo. A abnegada servidora de Jesus não titubeou: levou os doentes para a sua própria casa.



Pedindo esmolas nas vias públicas e recorrendo aos meios de comunicação, sobretudo com a ajuda dos jornalistas Moacir Jorge e Saulo Gomes, este, através da extinta TV Tupi, e contando com o irrestrito apoio de Chico Xavier, Dona Cida ergueu o grande complexo hospitalar destinado ao tratamento da insidiosa enfermidade.



Depois, com a alteração dos estatutos surgiu o "Lar da Caridade", que chegou a abrigar mais de trezentos desamparados ao mesmo tempo.



Embora conhecesse Chico Xavier, e dele recebesse ajuda desde o início, tornou-se espírita somente em 1964. Foi o Chico quem a incentivou a fundar o Centro Espírita "Deus e Caridade", onde ele comparecia para transmitir passes e receber mensagens psicografadas, grande parte delas assinadas por Maria Dolores e Jesus Gonçalves.



Em visita à abençoada seareira, agraciada com o título de Cidadã Uberabense por seus méritos, a "Folha Espírita" dela obteve longa entrevista, da qual destaca alguns lances de sua maravilhosa existência.



As origens: "De acordo com os assentamentos nasci em Igarapava, Estado de São Paulo, filha de Maria Abadia de Almeida, às 4 horas da manhã, no dia 19 de maio de 1917. Meus avós maternos foram Manoel Inocêncio Ferreira e Joaquina Angélica de Jesus. Pelos registros tenho a idade de 82 anos, mas acredito que tenha 86. Nunca vi meu pai e fui criada por avô e tio. Casei-me em Igarapava, no dia 14 de junho de 1934, com Clarimundo Emidio Martins. Lá fiquei até a idade de 36 anos, onde tive meus cinco filhos. De Igarapava fui para Nova Ponte, onde exerci o magistério na zona rural."



Em Uberaba: "De Nova Ponte, vim para Uberaba, onde fiz de tudo para manter minha família. Até limpeza de cisternas, porque quando cheguei na chácara onde fui morar não havia o que comer. Então, saía limpando cisternas. Eu descia no fundo dos poços, e eles puxavam o barro. Depois, me dediquei à horta. Os médicos da Beneficência Portuguesa vinham comprar as verduras e com isso não precisava sair vendendo."



Enfermeira: "O dono da chácara foi candidato a Prefeito e perdeu a eleição. Dizia ele que gostava do meu trabalho, mas não daqueles que vinham à minha casa. Verdade seja dita, eu não trabalhei na campanha dele. E eu lhe falava: "Quem vem na minha casa é melhor que eu", e procurei um jeito de sair de lá. Foi uma cabeçada, sofri bastante. Certo dia, o Dr. Jorge me convidou para trabalhar no hospital. Relutei muito, porque o quadro que eu presenciei no Isolamento era terrível: doentes com tuberculose, tétano, febre amarela... Mas acabei aceitando porque a oferta ia subindo, subindo... Afinal, me oferecerem três mil e trezentos, enquanto meu marido ganhava cento e oitenta."



Problemas: "Eu trabalhava no hospital havia dois anos e alguns meses. Venceu o mandato daquela diretoria, e entrou outra. A eleição foi dia 4, e dia 6 eles tomaram posse. Os novos diretores parece que tinham alguma rixa com nosso médico, que era irmão do Pedro Aleixo e partidário da UDN. A turma que ganhou era do PTB. Falaram para mim: "Olha, hoje não tem almoço para os doentes, pode mandar todos pra casa". "Como?" , eu disse, "eles não têm dinheiro, estão ruins." "Ordem dada, ordem executada", replicaram. Ou seja, não havia apelação, os doentes estavam na rua."



Em busca de socorro: "Eu procurava consolar os doentes dizendo-lhes: "Não chorem, não, nós vamos fazer uma passeata e o povo vai nos ajudar" . Fui a uma rádio pediram-me para "refrescar a cabeça", noutra, a mesma coisa, no jornal, igual. Eu não sabia que estava brigando com a nata da cidade: Prefeito, Escola de Medicina, Saúde Pública. Me mandaram pra casa e fui muito triste, nervosa, matutando como fazer. Eram doze doentes. Fomos para minha casa."



Momento de decisão: "Em casa, um de meus filhos me disse: "A senhora escolhe, ou nós ou os doentes". Não vacilei e respondi: "Hoje, fico com os doentes, porque eles têm Deus e eu por eles, vocês estão crescidos e vão se virar". Chamei todos eles para dentro, e entraram chorando. E aí os vizinhos me davam um caixote; o outro, um colchão; outro uma tábua; e eu agasalhei os doze. Fui fazer o almoço, eram três ou quatro horas da tarde. A gente estava só com o café da manhã. Enquanto fazia comida, gritava para minhas filhas esquentarem água para eles tomarem banho na lata de querosene e assim permanecemos ali por dois dias."



Asilo São Vicente de Paulo: "No fim de dois dias, chegaram os diretores da Escola de Medicina e da Saúde Pública para ver as condições, que eram precárias. E aí arrumaram o Asilo São Vicente de Paulo, para que ficássemos dez dias porque, no final de dez dias, como prometiam, iriam arrumar alguma coisa melhor. Foram dez anos, nunca mais vi eles. Foi o tempo que eu levei para construir isso aqui, com a graça de Deus e a ajuda do povo."



Preconceitos: "Havia muito preconceito para com os doentes. Eu saía para pedir esmolas com três deles. Muita gente nos via e descia da calçada. Eu falava: "Não saiam não, porque se vocês saírem, apanham". Se nós entrávamos nos ônibus, o pessoal descia. Fomos pedir em uma casa daqui, cuja dona se dizia espírita e os meninos tocaram no portão. Antes que subíssemos, ela mandou passar álcool no portão para desinfetar. A doença do pênfigo é triste, é horrorosa, o doente na primeira fase é um pedaço de carne podre. E o povo tinha medo, porque ninguém conhecia, nós vencemos. Para fazer esta casa aqui foi uma luta, tantos foram os abaixo-assinados para que não fosse feita..."



Oito dias no xadrez: "Aqui não tem um grão de areia dado pela Prefeitura, nem pelo Estado ou a União. Foi o povo quem me ajudou. O pessoal espírita daqui fazia a campanha "Auta de Souza" e traziam as coisas para mim. Mas não dava para manter a casa, porque no final de um mês eu tinha trinta e cinco doentes. Fui para São Paulo e ficava no Viaduto do Chá, em frente da Light. Punha um lençol, as meninas segurando, e eu com um sino dizia: "Me dêem uma esmola pelo amor de Deus, para os doentes do Fogo Selvagem de Uberaba". E aí o povo ia jogando níqueis. Na época, foram dois vereadores daqui passear em São Paulo: um advogado e um médico. Achando que eu estava desmoralizando Uberaba, fizeram Ofícios para o Chateaubriand (*) e para a Delegacia. Fiquei oito dias no xadrez, até que uma advogada, Doutora Izolda, me tirou. Quem mandou ela me tirar, não sei até hoje, pois ela já morreu."



No Palácio dos Campos Elíseos com Scheilla: "Um dia, eu e o Lauro (*) estávamos andando na Avenida Rio Branco, nos Campos Elíseos, e eu o convidei para entrar. Atônito, ele disse: "Você está doida, nós estamos sujos, fedendo a suor, entrar aí no palácio do governador?". Mostrei as fotos dos doentes ao policial da portaria, ele ficou muito revoltado e me mandou segui-lo. ... Passamos por saguões, escadas e tapetes vermelhos. Dona Leonor (*) estava conversando com um senhor. Em outra poltrona, estava sentado Don Evaristo e na terceira, nós. Ela acabou de conversar com os dois, e chegou nossa vez. Quando ela ia fazer menção de se sentar eu disse: "A Scheilla quebrou um vidro de perfume". Entre nós e a Dona Leonor ficou igual neblina e aquele perfume sufocando. Precisamos procurar ar. Quando melhorou, ela perguntou o que queríamos e lhe disse que pedia ajuda para o Hospital do Pênfigo. Ela disse: "Eu não posso ajudar, porque a senhora mora em Minas, e eu sou de São Paulo". Mas acabou me dando uma máquina de costura, duas peças de cretone e dez contos. Mas fiquei pensando: "O Chico não está aqui, como é que veio aquele perfume?"



O primeiro passe: "No mesmo dia em que estivemos com Dona Leonor, à noite, eu e o Lauro fomos a um Centro Espírita, uma casa velha, com muita gente. Logo que começou, o presidente da mesa falou: "A pessoa do fogo selvagem que estiver aí faça o favor de se dirigir à mesa". Não fui. Quando acabaram os trabalhos, todos foram saindo, menos aqueles da mesa. O presidente tornou a falar sobre a pessoa do "Fogo Selvagem". Eu me apresentei, e ele pediu-me desculpas porque não sabia quem eu era e falou que o "Mentor da Casa" tinha dito que era para eu dar um passe na Presidente do Centro, que já fazia três meses estava entrevada. Eu nunca tinha dado passe, mas agüentei firme. Subimos aquela escada de madeira em caracol e lá chegamos. Ela se chamava Mafalda, uma portuguesa. Estava sob um cortinado "chic", a turma rodeou a cama dela, e me puseram frente-a-frente. Eu iniciei a oração, senti algo estranho e pensei: "Nossa Senhora, agora vai sair bobagens aqui". Dei o passe e fomos embora. Dizem que em três dias ela andou. Aí, eu falei: "Preciso ser Espírita, porque a coisa está me apertando. A comida, ganhamos do povo espírita, agora a Scheilla me deu essa permissão, esse passe". Dona Mafalda me ajudou muito, fazia bingos, rifas, jantares, até quando morreu de câncer."



Chico Xavier: "Tantos e tantos foram os episódios interessantes que pude vivenciar com Chico Xavier. Certa vez, eu estava fazendo campanha em São Paulo, a situação estava difícil, e aquele dia não estava bom para pedir esmolas. Estava na Avenida Paulista, em frente da Televisão, amargurada, fazendo minha oração, triste, porque não estava rendendo nada. De repente, eu olho e vejo o Chico na outra calçada. Até que eu procurasse um lugar para passar e ir de encontro com o Chico, cadê o Chico? Que Chico, nada... Mas, daquela hora em diante, as coisas melhoraram para mim, desci a Brigadeiro e fui para o Anhangabaú, e ali a mina nasceu...



Meu primeiro encontro com o Chico foi quando eu tinha uma doente muito obsediada; na época, eu dizia que ela estava doida. Fazia quinze dias que ela não dormia e nem deixava ninguém dormir. O Chico tinha acabado de chegar aqui. Um acadêmico de Medicina, Aldroaldo, me convidou para levar a doente ao Chico. Eu disse: "Sou católica, não queria ser espírita, porque tinha comigo que para servir a Deus não precisava mudar de seita, em qualquer delas se pode servir". Então, o Aldroaldo apareceu com uma "chimbica" junto com outro estudante. A doente queria saltar pela janela, a colocamos no meio. Chegamos lá no Chico, o quarto era pequeno e estava repleto de gente. O Chico estava de pé, escrevendo. Mas eu não vi o Chico, eu vi o Castro Alves. Nem me lembrei que Castro Alves tinha morrido. Falei: "Que Chico, que nada, é Castro Alves, com cabelo à " la garçon", grisalho". Por fim, eu disse: "Vamos embora, vamos embora". Na volta, a doente veio moderada, entrou dentro do carro sozinha e dormiu a noite toda..."



O Espiritismo: "Eu detestava o Espiritismo. Só a partir de 1964 é que me aproximei do Espiritismo, quando estava fazendo a campanha de tijolos para esta casa. Como já disse, fiquei pensando, não é possível, o povo faz campanhas de mantimentos e os trazem para mim, o povo me agrada, me dão dinheiro, a Scheilla me aparece em São Paulo. Naquela noite, eu não dormi, matutando: "Eu vou lá na mulher, nunca tinha dado passe na vida, me mandam dar passe, só virando espírita". E o Espiritismo não é brincadeira, é coisa muito séria, não se pode brincar com o Espiritismo. Às vezes, você vai em um Centro pensando que vai levar e você volta carregada. Eu não brinco".



Uma mensagem aos Espíritas: "Aos que buscam desenvolver algum trabalho, a minha mensagem é de que tenham muito amor, muita sinceridade e que façam as coisas para si e não para os outros verem. Porque a maioria faz as coisas para os outros verem. E não importa o que os outros falam, porque todas as pessoas que vão fazer a caridade levam o título de "ladrona". Meu título era de ladrona. Alguém foi perguntar para o Chico, porque todos diziam que eu estava roubando. Porque quando eu comprava um terreno, diziam: "Comprou mais um terreno para o filho". Comprava outro, era a mesma coisa. Então, o Chico disse àqueles que foram lhe falar: "Me digam onde ela roubou, que eu vou ajudar ela a roubar". A partir daí, o povo foi parando de falar que eu roubava."



(*) Lauro- (acompanhante de campanha); Leonor- (primeira dama, esposa do governador Ademar de Barros); Chateaubriand (jornalista Assis Chateaubriand).



Sobre a vida e obra de Aparecida Conceição Ferreira sugerimos a leitura do excelente livro: "Uma Vida de Amor e Caridade", de Izabel Bueno, Editora Espírita Cristã Fonte Viva, Belo Horizonte-MG.



PUBLICADA NA FOLHA ESPÍRITA, SÃO PAULO, SETEMBRO/99.